Não faça inimigos

      Uma vitória que tenho conseguido, é de parar de ver certas coisas como pessoais, e assim  tenho parado de alimentar inimigos que na verdade não existem. Para entender o contexto desta reflexão é preciso entender que muitos não ficam numa mesma igreja local a vida toda (ou a maior parte dela), eu não vejo nada de ruim em ficar cinco anos em uma igreja local e depois procurar outra. É produtiva essa mudança, isso também acontece na área profissional, mudamos de empresas não só por uma proposta financeira maior, mas para ganhar novos focos, novos objetivo, um plano de carreira mais amplo. Se você está em uma mesma igreja local há dez anos ou mais, amém, se isso é a vontade de Deus para a sua vida, seja feliz e faça feliz, contudo, seja sincero numa avaliação do que você tem feito pelo ministério nos últimos anos e no que o ministério tem feito por você e por sua família nesse tempo, talvez seja momento de mudanças.
      Mas voltando ao foco, foi-se o tempo que eu via na rua um líder de um ministério que havia feito parte, e me desviava, aprendi a diferenciar ser humano de função pastoral. Se um pastor conduz um ministério de uma maneira que eu não concordo e Deus já me deu uma ordem clara de sair debaixo desse pastor, isso não significa que fiz um inimigo. Cada um será responsável por suas escolhas, o pastor pela maneira que conduz seu ministério e eu por querer ou não ficar embaixo desse ministério, contudo, isso não me impede de tratar com respeito e carinho um ex-líder. Tenho ex-líderes muito bacanas, camaradas legais, educados, que sempre me trataram com carinho, e eu sei que quando estive debaixo de suas lideranças fui útil e obediente. Então, por que se indispor comas pessoas, por que ser deselegante e mal educado?
      Isso inclui não sair de uma igreja e ficar falando mal da igreja pra todo mundo, tentando convencer membros que ficaram a sair do ministério, perda de tempo, não é assim que as coisas funcionam na vida espiritual. Eu sei que existem igrejas realmente vivendo em situação perigosa, pastores em pecado e membros e líderes que continuam apoiando igrejas por motivos errados, desobedecendo a Deus. Tenho convicção que devemos alertar, mesmo que taxados de rebeldes e fofoqueiros, títulos que os errados gostam de dar aos que os confrontam com seus erros, mas tudo tem um limite. Muitas vezes, mesmo certos, o Espírito Santo nos orienta a ficarmos absolutamente calados, em silêncio, e deixar que Deus faça as coisas do jeito dele.
      Não perca seu tempo fazendo inimigos, isso só desvia o assunto, inverte os papéis, e você acaba ganhando títulos que não lhe pertencem. Mesmo porque, o mundo dá muitas, muitas voltas, as coisas mudam, para os outros e para você, só Deus sabe de tudo, e o caminho realmente espiritual é deixar sempre uma porta aberta para que haja luz, bênção, vitória, entendimento, paz, afinal de contas, até a morte, sempre há uma segunda chance para todos. 

A Igreja não pode se esconder dentro das igrejas

      "E Jesus, respondendo, disse-lhe: Bem-aventurado és tu, Simão Barjonas, porque to não revelou a carne e o sangue, mas meu Pai, que está nos céus. Pois também eu te digo que tu és Pedro, e sobre esta pedra edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela; E eu te darei as chaves do reino dos céus; e tudo o que ligares na terra será ligado nos céus, e tudo o que desligares na terra será desligado nos céus." Mateus 16:17-19

      Muita gente usa a igreja como fuga do inferno, fuga de si mesma, da realidade, até das responsabilidades dentro do lar, assim invertem o ensinamento do texto acima. Numa ótica equivocada, não é a igreja forte que caminha, conquistando territórios que antes eram dos demônios, mas é o inferno que bate nas portas das igrejas e a pessoa tem que ficar bem quietinha lá dentro pra se proteger, absolutamente alienada de tudo o mais. Já falei isso aqui no blog, mas senti de dizer novamente, visto que é um equívoco recorrente em muitas igrejas e que só enfraquece o cristão e as famílias, ao invés de fortalecer. A Igreja (com letra maiúscula, corpo espiritual e universal de Cristo) não pode se esconder dentro das igrejas (com letra minúscula, instituições, congregação locais dentro de templos).
      Repito, em alguns casos, como vida antes da conversão muito ligada a vícios, como álcool e drogas, realmente a pessoa precisa ser radical, pelo menos no início, para se manter longe do mundo, é uma necessidade não só espiritual, mas física e psicológica, visto que corpo e alma precisam de um tempo para se desintoxicarem de envolvimentos assim tão intensos. Mas pra gente que se diz madura e exercendo cargos na igreja, é preciso lucidez para entender de uma vez por todas que a igreja são os cristãos com o selo do Espírito Santo, que os templos são nossos corpos, e que nós devemos marchar corajosamente, obedecendo ao Senhor e conquistando para ele, a nós mesmos, nossa família, nossos amigos, e assim por diante.

Chega de fazer exigências

      Exigências, que fazem a vida ficar pesada, os relacionamentos, difíceis, a felicidade, complicada, mais do que já é. "Tem que ser do meu jeito", "você tinha que agir assim e não assado", exigências e mais exigências, quando olho para Jesus encarnado, o vejo como alguém que não fazia exigências, sejam elas da espécie que fossem. Jesus era leve, casual, sem deixar de ser profundamente comprometido com a verdade e com o que é certo.
      Mas nós, ou melhor, eu, faço exigências, seria muito mais fácil se aceitássemos certas coisas como são, certos problemas como sem solução, ou pelo menos não resolvíveis no tempo e do jeito que a gente acha que deveriam ser. Se há uma relação onde as exigências são exacerbadas é a familiar, e nem digo com o cônjuge, mas com parentes de forma geral.
      Pais, irmãos, cunhados, primos, sempre achamos que somos olhados por eles de um jeito errado, queremos porque queremos que seja diferente, queremos respeito, já que nos achamos profundamente desrespeitados, mesmo ignorados. Bobagem, pura bobagem, com isso perdemos oportunidades, que às vezes são tá difíceis nessa vida moderna tão corrida para todos, oportunidades simples, mas que poderíamos usar para sermos felizes, rir, se divertir, numa tarde gostosa, numa noite diferente, e muitas vezes, ao invés disso, já chegamos nos eventos com os pés atrás.
      Chegamos bicudos, prontos pra briga, fazendo exigências, eu, graças a Deus, a duras penas, confesso, tenho aprendido a deixar pra lá, a não guardar coisas desnecessárias no coração, a aceitar muitas coisas como são, principalmente os limites de cada um em se dispor a amar e a doar tempo. Tenho parado de fazer exigências e tenho tentado mostrar isso, aos que fazem, com exemplos práticos, e não com palavras. Mas mesmo exigir que não se faça exigências não é uma exigência?
      Quem passa a vida exigindo direitos, não os terá, quando tiverem de fato direito a eles, aprendamos com Cristo, com o Cristo homem, não só com aquele cheio de poder e autoridade para fazer milagres, mas com aquele que andava entre as pessoas de maneira singela, que era feliz com os amigos, humilde, um homem de bem em paz com a vida, do qual tudo foi exigido, mas não exigiu nada.

Cultura afro-descendente no Brasil

      Direitos, direitos e direitos, todos querem direitos. Contudo, se alguém é obrigado a usufruir de um direito, então já não é mais um direito, mas uma obrigação. Uma das últimas bobagens que camaradas que querem obrigar as pessoas a aceitarem direitos, mesmo que roubem direitos de outras pessoas, é a respeito da cultura-africana no Brasil.
      É indiscutível que os africanos têm uma importância muito grande na cultura nacional, eu como músico sei da beleza e da relevância dos ritmos e estilos dos afro-descendentes não só em nosso país como também no mundo. Agora, colocar que os negros que se convertem ao cristianismo devem voltar e conhecer melhor suas raízes, que inclui não só folclore, jeito de se vestir, de arrumar o cabelo, mas também religião é uma bobagem sem igual. Se fosse assim italiano só poderia ser católico, alemão ser luterano, inglês ser anglicano, oriental ser budista ou confucionista, árabe ser muçulmano ou hinduísta, e aí vai, etc, etc. Ou então, usando um critério ainda mais radical, os anglo-saxões teriam que retroceder até a religião druida dos celtas, e italianos e gregos à mitologia greco-romana.
      É muito legal as pessoas se aceitarem e se gostarem como são, eu pessoalmente acho lindo uma afro-descendente de cabelos cacheados, e não alisar com chapinha. As vestimentas africanas também são lindíssimas, coloridas, sem falar da música, sim, isso tudo precisa ser aprendido e ensinado, para que não morra e para que o planeta não perca a diversidade, obra da multiforme sabedoria de Deus. A tendência sempre foi adotar a cultura do país dominantes militarmente e economicamente, esquecendo-se da cultura do povo dominado, os EUA têm dominado o mundo no último século, assim a cultura norte-americana predomina, na música, na moda e em outros costumes. Temos que resistir a isso, valorizar o que é nosso, brasileiro, e aí veremos e gostaremos ainda mais das tantas culturas que compuseram nosso país.
      Contudo, religião é algo que transcende a carne, é algo espiritual, e como tal nada tem a ver com corpo e outras coisas externas. Sim, como conhecimento, mesmo as religiões afros, precisam ser estudadas, por todo brasileiro, mas quando se fala sobre ótica metafísica da existência, aí é questão de escolha, dentre tantas opções que existem. Nós cristãos sabemos da verdade sobre o cristianismo, do bem que só ele faz a qualquer pessoa, da comunhão maravilhosa que se pode ter com Deus somente através de Cristo no Espírito Santo.
      Outra questão desses que obrigam as pessoas a aceitarem certos direitos, mesmo que roubando outros direitos, diz respeito ao ensino da cultura-negra nas escolas brasileiras, tendo disciplinas sobre o assunto como parte do currículo, sim, como dissemos, é importante, mas sem tirar outras coisas. Qualquer pessoa lúcida sabe, que cultura europeia é de suma importância para se entender a funcionamento do planeta, a geopolítica da Terra, a economia da ordem mundial, além do que, em se tratando do Brasil, um país criado a partir de tantas misturas, praticamente todas as culturas são importantes para nós. Portugal e Espanha? Claro. África e Ásia? Com certeza? Mas os italianos talvez sejam mais importantes que os portugueses para o nosso país, quem não tem alguma descendência italiana? E o Japão então? A quantidade de imigrantes japoneses em nosso país é gigantesca, sem falar dos judeus e árabes chegando até os chineses, que têm se espalhado por todo o mundo atualmente. Sim, cultura é algo de suma importância, eu defendo cultura com ênfase, mas isso depois da espiritualidade, e aí, o homem pode escolher a Jesus e receber o melhor dessa vida.
      Contudo, no Brasil, historicamente, as disciplinas de história ainda são dadas, em grande parte, por professores marxistas, únicos no planeta que ainda acreditam que o comunismo pode ser viabilizado sem que milhares sejam mortos e países inteiros sejam obrigados a viverem alienados do resto do mundo. Muitos desses "mestres" de forma conveniente, quando se referem aos evangélicos, enfatizam os maus exemplos, contudo, ao ensinarem sobre outras religiões, citam apenas o lado bom, os evangélicos são colocados como agressores, e os pais e mães de santo como vítimas. Pouco se fala de forma aberta, que o satanismo no Brasil que se ocupa só do mal, de vingar ou prosperar através de apropriação de bem alheio, usando violência, sacrifícios até de crianças, está embaixo das chamadas religiões africanas. Não, não estou generalizando, de forma alguma, mas por outro lado, mesmo no pior do meio evangélico, onde pastores pilantras roubam e enganam seus seguidos, você não vai achar um crente que deseja ou faça o mal aos outros, ao contrário, mesmo enganados estão felizes, enganados pelos homens, mas ouvidos por um Deus misericordioso que abençoa mesmo no engano aqueles que o buscam com sinceridade. A palavra de Deus nunca volta vazia, mesmo que saia da boca de falsos mestres.
      Mas nós cristãos sabemos muito bem o que está por trás de algumas coisas, o povo evangélico/protestante tem crescido muito no Brasil, a mídia esconde os números, mas ultrapassa católicos praticantes e muito mais os espíritas, já há algum tempo. Contudo, o que me preocupa nem são esses ataques de satanistas enrustidos, esses não impedirão o evangelho de ser pregado. Infelizmente o que temo é que os próprios evangélicos têm se destruído, já que têm crescido em número e não em qualidade, e principalmente, têm se desviado para heresias de forma dramática. Bem, mas esse já é um assunto falado e refalado aqui no blog, na verdade a grande ênfase das reflexões nos últimos tempos, infelizmente...

       Aproveitando o post, um recado para alguns que parece que ainda não entenderam: preconceito e cristianismo é algo absolutamente incompatível. Você não vai achar no meio evangélico/protestante um pastor ou um membro defendendo qualquer ideia de preconceito, na verdade a única coisa que precisa ser odiada pelo cristão é o pecado, mais nada, nem o pecador, esse também precisa ser amado. Ao contrário do que muitos dizem, os cristãos sempre foram os perseguidos, os injustiçados, dos quais se generaliza os poucos erros e se esquece dos grandes acertos. Contudo, anormal seria o mundo apoiar o cristianismo, ele ser perseguido é o normal, visto que confronta a injustiça, o mal e toda espécie de preconceito. 

Não desista!

      Deus não desistiu de você, Ele acredita em você, Ele te ama, continue perto do Senhor, clame, em seu coração, talvez com uma oração curta, secreta, mas não desista, sua resposta vai chegar.

    "Fiel é Deus, pelo qual fostes chamados para a comunhão de seu Filho Jesus Cristo nosso Senhor." I Coríntios 1.9

Viva e deixe viver (2)

      É preciso generosidade para deixar as pessoas terem direito à felicidade, mesmo que essa felicidade não nos inclua, é preciso integridade para estar em paz, mesmo que alguém não queira estar em paz conosco, é preciso real espiritualidade para viver e deixar viver, sem a tentação de querer ser Deus para controlar as vidas alheias. Todos temos direito à felicidade, e ela começa quando sabemos escolher onde viver e com quem viver, mas isso, sem rancor, sem mágoa, sem desejar que aquele que preferiu caminhar sem a gente se dê mal. Vingança, que sempre tem origem no ciúme e na inveja, só faz mal ao vingativo, ciumento e invejoso. No final, Deus sabe de cada um, ama a todos, dá a todos oportunidades iguais de boas escolhas. Olhe para o seu campo, ele é verde, florido, a chuva cai sobre ele, deixa pra lá o campo dos outros, mude o foco e siga em frente, livre, leve e solto.

Tenho inveja...

      Tenho inveja de Jesus, que orava o tempo todo, que não respondia a quem o acusava, que abriu mão de confortos para desempenhar sua chamada, que expulsava demônios e curava com discrição e sem nenhuma vaidade.
      Tenho inveja de Paulo, que negou um posicionamento importante e influente no meio religioso de seu tempo, que usou seus talentos e direitos para pregar o evangelho, que nunca foi financeiramente pesado pra ninguém.
     Tenho inveja de João batista, que confrontou todo mundo com a palavra de Deus, religiosos, políticos, grandes e pequenos, mas que ainda assim se humilhou diante de Cristo.
       Tenho inveja de João evangelista, que morreu sozinho, idoso, mas que recebeu as profecias sobre o fim dos tempos, riqueza e profundidade espirituais revelando o destino da humanidade, uma experiência que ninguém teve na Bíblia.
      Tenho inveja daquele missionário que está nos dias de hoje no anonimato, em algum país pobre da África ou da Ásia, ganhando o suficiente para comer e se vestir, correndo risco de perder a vida, desempenhando obedecendo a Deus.
      Tenho inveja dos humildes, dos que falam pouco, mas vivem uma intimidade com Deus que só será publicamente conhecida na eternidade, sim, desses eu tenho inveja, quanto a outros, bem... (sei que inveja não é a palavra certa para o que eu descrevi, mas acho que você me entendeu).