07/02/18

Crítica e elogio

      "Dá instrução ao sábio e ele se fará mais sábio, ensina o justo e ele aumentará em entendimento." Provérbios 9.9

      Às vezes, é preciso coragem para se fazer uma crítica, com muito jeito e no momento certo, ela pode ser útil. Contudo, não há tempo específico para um elogio, ele é sempre bem-vindo. Por mais simples que pareça, se for sincero, pode ser o toque de carinho que alguém precisa para seguir em frente e não desistir. Tenha sabedoria e muito amor para exortar e ensinar, mas não seja tímido para motivar com um incentivo.

06/02/18

Calma, novidade está por vir

      "Deus não é homem para que minta, nem filho do homem para que se arrependa. Porventura diria ele e não o faria? Ou falaria e não o confirmaria?" Números 23.19

      Você colocou sua vida e a de sua família em ordem? É fiel com suas alianças? No seu casamento? Honesto em sua profissão, nos seus negócios? Esforçado e sincero? Você tem pago o tempo do plantio, em excelência e com paciência? Você tem feito sua parte e confiado que Deus pode, quer e fará a dele? Pois então fique em paz, não sofra nem desista de temer a Deus. 
      A falta de perspectivas, para o cristão fiel e humilde, não é o fim de tudo, mas somente o final de uma fase, de um tempo. Novidades estão por vir, antes do que você pensa, a colheita será colhida e em abundância, a alegria de acordar pela manhã e enfrentar a realidade será renovada. Deus cumprirá o que prometeu, você experimentará um novo momento e adorará ao Senhor com novidade de vida.

05/02/18

O tempo e o tédio

      "São estas as palavras do Sábio, que era filho de Davi e rei em Jerusalém. É ilusão, é ilusão, diz o Sábio. Tudo é ilusão. A gente gasta a vida trabalhando, se esforçando e afinal que vantagem leva em tudo isso? Pessoas nascem, pessoas morrem, mas o mundo continua sempre o mesmo. 
      O sol continua a nascer, e a se pôr, e volta ao seu lugar para começar tudo outra vez. O vento sopra para o sul, depois para o norte, dá voltas e mais voltas e acaba no mesmo lugar. Todos os rios correm para o mar, porém o mar não fica cheio. A água volta para onde nascem os rios, e tudo começa outra vez. 
      Todas as coisas levam a gente ao cansaço — um cansaço tão grande, que nem dá para contar. Os nossos olhos não se cansam de ver, nem os nossos ouvidos, de ouvir. O que aconteceu antes vai acontecer outra vez. O que foi feito antes será feito novamente. Não há nada de novo neste mundo.
      Será que existe alguma coisa de que a gente possa dizer: “Veja! Isto nunca aconteceu no mundo”? Não! Tudo já aconteceu antes, bem antes de nós nascermos. Ninguém lembra do que aconteceu no passado; quem vier depois das coisas que vão acontecer no futuro também não vai lembrar delas.
Eclesiastes 1.1-11 (Versão Bíblia NTLH)

      Ao principal questionamento do texto acima, se há algo novo no mundo, alguém poderia responder, "vivemos num mundo globalizado e ligado, o tempo todo coisas novas acontecem e todos sabem em tempo real a respeito, sim, no mundo contemporâneo existem novidades, esse texto bíblico não confere". Então, eu poderia replicar, se existem novidades, elas têm bastado? O homem se satisfaz com elas? Sente-se renovado?
      Talvez os jovens se iludam por um pouco de tempo com as novidades, se encantem com elas. Mas não é justamente na juventude atual onde vemos mais insatisfação, mais busca desenfreada por prazer? E os mais velhos, quando se diz que os 40 anos são os novos 30, que os 50 são os novos 40 e que os 60 são os novos 50, não se está dizendo que as pessoas se negam a envelhecer, que querem ser jovens para sempre? Por quê? Porque não querem aceitar que o tédio é inevitável, e o tempo, inexorável. O tal cansaço de viver, que Salomão se refere no texto, é tédio.
      Tempo e tédio, são os maiores inimigos do homem, a solidão, é consequência disso. O Espírito Santo nos dá um consolo para enfrentar esses inimigos, mas nem ele pode aniquila-los de vez, não nessa vida. Por que é assim? Para que o homem seja mais humilde e aceite um destino que ele mesmo escolheu, quando pecou. Não existe vitória plena e duradoura na carne, perdão sim. Vitória completa só na eternidade, e a existência neste mundo, não a levemos tão a sério.
       Quanto antes aceitarmos isso, antes deixaremos de buscar na heresia, falsos poderes para sermos pretensos super espirituais, ou no mundo e nos demônios, hormônios, aditivos e ilusões para sermos pretenciosamente sempre jovens, bonitos e saudáveis. Aos mais velhos ou/e mais maduros eu digo, aceitem o tédio que o tempo traz com humildade, com sobriedade, com serenidade, não lutem contra ele. Se lutarmos, gastaremos ainda mais as poucas forças que nos restaram depois que o tempo começou a diminuir nossas energias físicas e emocionais.
      Contudo, descansemos em Deus, busquemos mais e mais olhar, ouvir e sentir o universo através do Espírito Santo, o Espírito de Deus sempre se renova. Sim, cuidemos do corpo, uma das prioridades do homem contemporâneo, mas não nos iludamos, nem isso anulará de vez o tédio ou a diminuição de expectativas, nem compensará a ausência de forças, o cansaço ao qual Salomão se refere, nem trará de volta a fé que tínhamos para crer no impossível na nossa juventude de novos nascidos. Mas se tua fé for do tamanho de um minúsculo grão de mostarda já basta, não foi isso que Jesus disse?
      Como sempre digo aqui, você não vai achar no blog "Como o ar que respiro" a famosa e atual palavra de milagre fácil, de tudo é possível ao que crê, não meus queridos, diferentemente do que muitos púlpitos estão dizendo, essa palavra de manipulação emocional e de prosperidade e triunfalismo não é a palavra profética que prepara a Igreja para o arrebatamento, não sinto isso de Deus. A palavra que prepara é: Igreja seja humilde para viver uma santidade que agrada a Deus, não para ter crédito para receber, principalmente coisas materiais, de Deus. Aceite a morte intrínseca desta vida, com simplicidade, Salomão que era sábio aceitou, mas confie no Cristo que ressuscita mortos físicos e espirituais.

04/02/18

Clichê, dogma, doutrina e costume

      Como eu sempre digo aqui no blog, não receba minhas palavras como clichês, como dogmas, como doutrinas nem como costumes. São apenas a opinião de um filho de Deus, sobre o mundo, o homem, a vida com Deus e com o universo espiritual. Você não tem que concordar e eu estou aberto a um diálogo franco e respeitoso. Na dúvida, procure seus líderes, que são aqueles que darão satisfação a Deus pelo seu crescimento espiritual (desde que você conceda a eles esse direito). Mas o caminho mais maduro é ler a Bíblia e então orar a Deus, o Senhor de todos os mistérios e pai de todas as respostas.

      "Hoje Deus vai fazer milagres", isso é um clichê*, usado principalmente pelos pentecostais, aliás, pentecostais "adoram" clichês. Clichês são frases do meio religioso contemporâneo, que por causarem uma resposta emocional eficiente nos crentes daquele momento, tornam-se modismos. Muito cuidado com clichês! De tanto os ouvirmos, podem acabar parecendo relevantes, ungidos, bíblicos, mas na sua maioria são só marketing usado por pregadores superficiais, ociosos e mal intencionados. Sobre o exemplo inicial, nem sempre Deus faz milagres, pelo menos não do jeito que muitos acham.

      "A Bíblia não se contradiz", isso é um dogma, a própria Bíblia não diz isso, mesmo que ela seja uma seleção de livros feita por homens. Inspirados pelo Espírito Santo? Autodenominados assim, mas quem pode dizer que são de fato? Só Deus. Eu podia usar exemplos de dogmas católicos, como "infalibilidade papal", mas usei um bem comum no meio protestante tradicional, aliás, depois dos católicos, os protestantes tradicionais (como presbiterianos e batistas) são os que mais amam dogmas. Dogmas são doutrinas tidas como verdades indiscutíveis e que não fazem necessariamente parte do cânone bíblico. Sobre o exemplo inicial, lida com orientação real do Espírito Santo, a Bíblia é coesa, mas no contexto histórico, cultural e moral temos óticas de Deus e comportamentos do povo chamado de Deus distintos. Tentar usar a Bíblia como um livro de regras sociais e morais atemporal e ao pé da letra constitui uma heresia.

      "Jesus é o único intercessor entre Deus e os homens", isso é uma doutrina, que não é na prática para os católicos que redividem a intercessão de Cristo sempre que um novo santo é canonizado. Doutrina é uma verdade que é consenso para a maioria dos cristãos evangélicos e protestantes, imprescindível de obediência para os que desejam salvação e/ou comunhão com Deus. Doutrina é um ensino que não é opcional para o novo nascido em Cristo, constitui o centro da Bíblia. Em poucas palavras é Jesus Cristo, seu nascimento, sua vida, sua morte, sua ressurreição e sua volta ao pai e depois à terra. Jesus é o centro da Bíblia, meio de salvação, exemplo de vida e promessa de eternidade.

      "Mulheres devem usar véus nos cultos", isso é um costume, mais comuns em certas denominações e menos comuns em outras. Na prática não deveria ser usado como critério de avaliação de espiritualidade, santidade ou maturidade espiritual. Contudo, infelizmente, muitos ainda creem que os que obedecem certos costumes estão mais próximos de Deus que outros. Um exemplo da hipocrisia de muitos e de costume que é quase tido como dogma, é "cristão não bebe (bebida alcoólica)", algo sempre pregado e quase nunca vivido. "Sexo antes do casamento não é permitido" segue pelo mesmo caminho... (muitos tecnicamente até seguem como doutrina, mas como dito, só "tecnicamente").

      Os quatro conceitos podem se cruzar, assim como um pode migrar para o outro, e é claro, são subjetivos, variam conforme a interpretação humana. Um clichê, irresponsavelmente, pode ser usado como dogma. Um dogma pode ser confundido com doutrina, se interpretarmos dogma como verdade de homens, de denominações ou igrejas, não como orientação genuína do Espírito Santo. Uma doutrina pode ser razamente  vista como mero costume, menosprezando uma séria orientação de Deus. Alguns, equivocadamente, enxergam costume como doutrina, essa, por sua vez, sempre é clichezada.

      * Clichê: no sentido figurado, é uma ideia já muito batida, uma fórmula muito repetida de falar ou escrever, um chavão. Etimologicamente, a palavra clichê tem origem no francês cliché. São sinônimos da palavra clichê: lugar-comum, repetido, chavão, comum, previsível e repetido. www.significados.com.br

03/02/18

O maior dos profetas

      "Depois que os mensageiros de João foram embora, Jesus começou a falar à multidão a respeito de João: 
      "O que vocês foram ver no deserto? Um caniço agitado pelo vento? Ou, o que foram ver? Um homem vestido de roupas finas? Ora, os que vestem roupas esplêndidas e se entregam ao luxo estão nos palácios. Afinal, o que foram ver? Um profeta? Sim, eu lhes digo, e mais que profeta.
      Este é aquele a respeito de quem está escrito: ‘Enviarei o meu mensageiro à tua frente; ele preparará o teu caminho diante de ti’. Eu lhes digo que entre os que nasceram de mulher não há ninguém maior do que João; todavia, o menor no Reino de Deus é maior do que ele"." Lucas 7.24-28

      Quem teve ou tem ouvidos pra essa palavra? Quem a entendeu de fato? Quantos líderes e pastores vivendo atualmente um ministério, uma vida, opostos do exemplo de João Batista? Mas a cobrança se torna muito maior quando o próprio Cristo, mesmo reconhecendo a originalidade, a verdade, a integridade, o preço pago por alguém que serviu a Deus e não se comprometeu com os prazeres do mundo ou com a vaidade dos religiosos, ensina que no reino de Deus as pessoas poderiam ser melhores que João Batista.
      O reino de Deus, citado por Jesus, é o novo tempo, com salvação em seu nome e comunhão, pelo presença do Espírito Santo nos salvos, que ele inauguraria após sua morte e ressurreição. Através do evangelho podemos ser mais espirituais, mais servos, mais fiéis mesmo que João Batista, é o que Jesus disse. A pergunta é: somos? Em algum momento da história da Igreja Cristã, os convertidos, em uma parte significativa, tiveram idoneidade igual ou melhor que a de Batista?
      Talvez no início da história, na igreja primitiva dos dois, três primeiros séculos, tenha havido cristãos desse naipe, mas depois, no paganismo do catolicismo, na conveniência do protestantismo, na manipulação do pentecostalismo e por fim na heresia e ganância generalizadas dos cristãos atuais, dificilmente vemos cristãos nos moldes de João Batista. Sim, Deus contemplou os sinceros em toda a história, e usou católicos, protestantes, pentecostais e hereges gananciosos para mostrar alguma luz ao mundo, não duvido disso.
      Todavia, talvez a verdade seja uma só: Joãos Batistas sempre existiram, e existem mesmo hoje. Mas são discretos, enquanto corajosos, são humildes, enquanto eficientes, são desconhecidos, enquanto fiéis a Deus, cumprindo suas chamadas de iluminar o mundo e as igrejas pagando altos preços, mesmo que poucos os conheçam, os honrem, os valorizem. João Batista nasce para viver no deserto, tocado pelo vento do Espírito, executando a mais bela das melodias, a voz verdadeira e afinada de Deus, como um caniço agitado pelo vento.

02/02/18

Temor do Senhor: satisfação e proteção

      "O temor do Senhor encaminha para a vida, aquele que o tem ficará satisfeito e não o visitará mal nenhum." Provérbios 19.23

      Simples assim, temor do Senhor nos conduz a uma vida satisfeita e protegida. O satisfeito alegra-se com o que tem, mesmo que pareça pouco. O insatisfeito estará sempre infeliz, mesmo que tenha muito.
     Mas o temor do Senhor também protege, já que agir com temor é não julgar, não fazer inimigos, fugir de toda aparência do mal, não entrar em discussões tolas que têm o objetivo vaidoso de só polemizar.
      Viver com temor do Senhor é sentir o tempo todo a sua presença, assim sabemos que Deus sabe quando andamos pela cidade e passamos pelas pessoas, Deus sabe o que vemos, ouvimos e com o que interagimos na internet.
      Mas temor do Senhor não é agir assim por medo de uma força julgadora maior e superior, isso seria uma disposição infantil e superficial. O temor nos leva a agradar ao Senhor por amor a ele, por respeito, buscando uma santidade sincera, verdadeira e profunda.

01/02/18

O pouco com temor de Deus é melhor

    "Melhor é o pouco com o temor do Senhor, do que um grande tesouro onde há inquietação." Provérbios 15.16

      Eis um entendimento que o Espírito Santo nos dá repetidas vezes, para explicar porque Deus não nos concede certas coisas, certas posições, certos bens, certas alianças. Mesmo com toda a fé do universo, com toda a boa vontade, com todo esforço, muitas vezes só o pouco, que sempre é o suficiente, nos é oferecido legitimamente por Deus, autorizado pelo Senhor. Se alguns insistirem, até podem conquistar mais, mas aí experimentarão o gosto amargo de ter ou ser algo além do plano de paz, sabedoria e amor do sustentador do universo. 
      Sem humildade não se prova a verdadeira vontade de Deus, e muitos, na rebeldia de quererem ser e ter mais, chamam a sã doutrina de heresia e a heresia de doutrina. Não aceitando o que o Senhor quer pra eles, buscam falsos profetas e pastores da mentira que digam a eles o que eles querem ouvir. Mas mesmo pra quem se desvia da heresia, que aceita racionalmente que o pouco com temor do Senhor é o melhor caminho, às vezes é difícil aceitar emocionalmente esse entendimento. 
      Acalmemos nossos corações, nos esforcemos, sim, trabalhemos, sim, estudemos mais e nos preparemos intelectualmente para nossas vidas profissionais, sim, e acima de tudo, tenhamos fé. Saibamos, contudo, o momento, não de parar, mas de descansar no Senhor, confiantes que dentro de seu plano, talvez não sejamos aos olhos do homem e do mundo, os maiores. Todavia, poderemos ser com certeza felizes já que nesse entendimento não perderemos o temor de Deus, o maior bem que o homem pode ter nessa vida e na eternidade.
      Muitos acham que o maior desafio da vida é conquistar e manter bens e status, mesmo cargos e honras dentro de ministérios e igrejas. Enganam-se, o sentido da vida e da vida eterna é achar e guardar o temor de Deus. Muitos enriquecem e mesmo obtêm reconhecimento no meio religioso, mas perdem o temor de Deus, o trocam por cargos políticos, por valores deste mundo. Paguemos o preço, muitas vezes da solidão, da clandestinidade, mas mantenhamos guardado em nossos corações o temor de Deus.