02/12/18

2. Oração: constância (Parte 2 de 17)


2. Oração: constância

      “Orai sem cessar. Em tudo dai graças, porque esta é a vontade de Deus em Cristo Jesus para convosco. Não extingais o Espírito. Não desprezeis as profecias. Examinai tudo. Retende o bem. Abstende-vos de toda a aparência do mal. E o mesmo Deus de paz vos santifique em tudo; e todo o vosso espírito, e alma, e corpo, sejam plenamente conservados irrepreensíveis para a vinda de nosso Senhor Jesus Cristo. Fiel é o que vos chama, o qual também o fará. Irmãos, orai por nós.

I Tessalonicenses 5.17-25


      Orai sem cessar, diz a orientação do apóstolo Paulo, isso porque por alguns motivos nossas orações parecem ter efeito temporário. A oração aceitando a salvação estabelece uma aliança eterna entre o homem e Deus, contudo, a manutenção da nossa vida e das nossas posses neste mundo, sejam materiais ou espirituais, carece de incessante intercessão. Um motivo da oração ter efeito temporário encontra-se num limite nosso, não de Deus, em nossa infidelidade, não do Senhor. Nós, cristãos convertidos e novos nascidos em Jesus, temos dentro de nós uma luta entre o nosso espírito ungido com o Espírito Santo e a nossa natureza carnal, que também é espiritual, e que só será tirada de nós totalmente quando morrermos em Cristo ou formos arrebatados. Essa natureza torna-nos volúveis, inconstantes, só Deus pai, em seu amor e paciência, para nos “suportar” e estar sempre pronto a nós receber. A nosso diferença, em relação aos não convertidos, é o Espírito Santo, esss está sempre inclinando-nos, chamando-nos para Deus, permitindo que o Senhor seja achado, mesmo em meio às maiores lutas e às dores mais difíceis. 
      Outro motivo da temporariedade da oração, é que o mundo espiritual do mal está sempre em movimento, ele não tira férias, o diabo está criando artimanhas em todo o tempo para nos oprimir, sempre nos tentando a desistir e fugir. Assim, mesmo que nos mantenhamos constantemente na presença de Deus, numa defesa passiva, uma atitude ativa de ataque ao mal é necessária para mantermos em paz e liberdade aquilo Deus coloca sob nossa responsabilidade. O lado bom disso é que aprendemos a vigiar todos os dias, isso faz com que nós não nos acomodemos, assim devemos orar sempre autorizando o Senhor a nos proteger. Todo o nosso crescimento como seres humanos e cristãos acontece nesse ambiente de lutas constantes, assim, acredite, isso é permitido por Deus, não é de nenhuma maneira alguma vitória do diabo. 
      Deus e o diabo não são duas forças iguais, em lados opostos, cujo embate dá equilíbrio ao universo. Essa crença, de muitas religiões, não é a da tradição judaica-cristã, não é Bíblica ou evangélica, não é verdadeira. Só existe uma força no universo, a boa, justa, iluminada e amorosa de Deus. Os diabos e os demônios têm um poder temporário e limitado, permitido pelo Senhor. Contudo, na alma humana, na cabeça e no coração do homem, enquanto neste mundo, existem duas influências iguais porque o homem tem livre arbítrio para escolher entre uma e outra, e isso ocorre em todo o tempo, por isso o cristão deve viver em oração. 
      Que temos que orar sempre, a maioria de nós já sabe, a questão é o que orar, com relação a essa guerra espiritual que os demônios fazem constantemente contra os homens? Como fazer essa cobertura espiritual sobre nós e nossas famílias? Para entendermos isso é preciso entender melhor o mundo espiritual. As próximas partes deste estudo explicam alguns conceitos importantes sobre batalha espiritual, anjos e demônios. O mais importante, contudo, é entendermos que só convertidos, orando em nome de Jesus, perdoadas e limpos, com um coração grato e liberto de mágoas ou vinganças, é que temos proteção espiritual de Deus para entrarmos no mundo espiritual e darmos cobertura para nossas famílias e lares. Uma quebra de qualquer um desses pré-requisitos criará uma brecha espiritual em nossas vidas que poderá nos colocar numa situação de fraqueza diante dos inimigos espirituais. 

Esta é a 2a. parte do estudo “Desvendando o verdadeiro mundo espiritual” 
dividido em 17 partes e publicado aqui entre os dias 1/12/2018 e 17/12/2018

01/12/18

1. Oração: perdão e louvor no nome de Jesus (Parte 1 de 17)


Introdução

      “Jesus, porém, respondendo, disse-lhes: Errais, não conhecendo as Escrituras, nem o poder de Deus.”

Mateus 22.29


      Nesta primeira reflexão do último mês de 2018, o Senhor, pela sua misericórdia e graça, me leva a refletir sobre o mundo espiritual, mas mais que uma contemplação sobre uma dimensão cheia de mistérios, o que com certeza já é muito intrigante, vou compartilhar uma prática cristã de suma importância para a vitória dos cristãos, a oração. Focaremos, contudo, um tipo especial de oração, em dois enfoques, cobertura espiritual e batalha espiritual. Para interagir com o mundo espiritual é preciso conhecê-lo de fato, a verdade sobre ele, não as mentiras que os seres espirituais do mal inventam para agradar os ouvidos dos arrogantes e inimigos do evangelho. Mentiras como a versão do espiritismo kardecista que descreve o mundo espiritual como um hospital ou uma grande casa de recuperação espiritual que prepara os espíritos para novas encarnações, pra citar uma, não condiz com as revelações do cânone bíblico.
      Cobertura e batalha espiritual não são termos novos, são assuntos presentes na Bíblia, mas que só receberam relevância das igrejas há um tempo relativamente curto, algumas décadas, pelo menos por uma parte maior delas. Alguns consideram esses conceitos até heresias, outros os praticam sem cuidado, bem, segue a interpretação dos assuntos por um cristão, para o qual os temas não são teorias, mas prática de vida. Você não precisa concordar com tudo, leia, ore, busque outras fontes, mas não deixe de considerar um assunto tão relevante. Conheça as escrituras, mas também prove o poder do Senhor, uma coisa não anula a outra, a experiência com Deus é completa e envolve todas as áreas humanas em plenitude. A reflexão é dividida em 17 partes, as compartilharei entre os dias 1 de dezembro e 17 de dezembro, convém ler todo o estudo que também publicarei na íntegra no dia 18/12/18.

1. Oração: perdão e louvor no nome de Jesus
2. Oração: constância
3. A experiência de Daniel
4. Hierarquias, castas e legiões
5. Território espiritual
6. Conquistando e mantendo espaço
7. Mundo espiritual: tenhamos consciência dele
8. Cobertura espiritual: prioridade para a família
9. Batalha espiritual: cuidados que devemos ter
10. Anjos, arcanjos, serafins, querubins e seres viventes
11. DiaboS
12. Provando espíritos: anjos ou demônios?
13. A experiência de Jó
14. Tudo está sob a autorização de Deus
15. Quem faz cobertura espiritual: liderança espiritual na família
16. Pentecostal, tradicional e o mundo espiritual
17. Para quem quer conhecer mistérios

1. Oração: perdão e louvor no nome de Jesus

      “E estes sinais seguirão aos que crerem: Em meu nome expulsarão os demônios; falarão novas línguas; Pegarão nas serpentes; e, se beberem alguma coisa mortífera, não lhes fará dano algum; e porão as mãos sobre os enfermos, e os curarão.” 

Marcos 16.17-18


     Nossa arma mais poderosa e objetiva, contra males visíveis e invisíveis, é a oração, nela temos acesso direto a Deus, criador, sustentador, Senhor dos universos. Mas faço a você uma pergunta: você conhece todos os direitos que tem na oração, e se os conhece, os tem usado? A primeira coisa a se fazer, quando entramos na presença do Senhor em oração, é orar em nome de Jesus, e por mais nenhum outro intercessor. O nome de Jesus Cristo deve ser exaltado com convicção e clareza, essa é a vontade de Deus para seus filhos e o único meio legítimo de termos acesso à comunhão plena com Deus. Sim, em sua misericórdia, o Senhor ouve a todos, mesmo os idólatras e demonistas, que usam outras coisas e outros seres para terem comunhão com o mundo espiritual. Isso, todavia, é um estado de exceção que tem todos os limites inerentes àquilo que o homem faz em rebeldia, maldade ou simples ignorância. Contudo, mesmo aquele que se aproxima de Deus do jeito errado, se houver nele sinceridade, o Senhor em seu amor se revelará, abrindo-lhe os olhos espirituais e mostrando-lhe o poder exclusivo que há na intercessão de Jesus Cristo.
      Em segundo lugar, para continuar na presença de Deus e ter acesso às suas bênçãos, ore perdoado, assim, antes de adorar e de fazer pedidos, peça perdão, confesse-se, assuma seus erros, dê nome a eles de forma clara, da mesma maneira, perdoe, a si mesmo e aos outros. Se tiver um assunto mal resolvido com alguém entregue o assunto nas mãos de Deus, disponha-se a acertar o assunto e espere no Senhor uma oportunidade para falar pessoalmente com a pessoa, se isso for possível. Se não for, fique em paz. Agora, em nome de Cristo e limpo do pecado, vamos para aquilo que deve ser o centro das orações, e em numa quantidade maior de vezes, o motivo que basta para orarmos. Adore a Deus, por tudo, faça isso em uma adoração emocional e espiritual, permita que os dons espirituais se manifestem, é no meio dos louvores que a intimidade do Senhor é provada e muitos mistérios são desvendados. Só depois de tudo isso você estará pronto para pedir algo ao Senhor. Existem, todavia, solicitações que devemos fazer a Deus que vão além de pedidos sobre nossas necessidades de sobrevivência neste mundo, sobre nossas preocupações com o futuro, é sobre isso que se trata este estudo.
      Além do mundo físico, de enfrentá-lo em paz e com dignidade, o cristão precisa lidar também com o mundo espiritual, para poder dar cobertura espiritual à sua família e ser vitorioso. Temos que aprender a usar a autoridade que Jesus nos deu para estabelecer cobertura, proteção, para nós e principalmente para nossos próximos, cônjuges e filhos, assim como outros parentes e amigos, se o Senhor assim nos direcionar. Deus nos protege, mora em nós, mas neste mundo, na Terra, no céu físico ao redor de nosso planeta, estão os demônios. Esses espíritos malignos têm autorização de Deus para ocupar esses locais, assim eles podem se comunicar com os seres humanos. Essa comunicação não é assim livre, e nem, muitas vezes, racionalmente clara. Deus protege mesmo os ímpios, senão todos e sem nenhum motivo ficariam endemoniados, mas aqueles que dão legalidade podem experimentar ataques realmente violentos do mal, serem oprimidos com muita intensidade e mesmo possuídos. Por alguns motivos, contudo, a oração que fazemos pedindo proteção contra o mundo espiritual do mal, nos protege por um tempo, mas não para sempre, veremos sobre isso na próxima parte.

Esta é a 1a. parte do estudo “Desvendando o verdadeiro mundo espiritual” 
dividido em 17 partes e publicado aqui entre os dias 1/12/2018 e 17/12/2018

30/11/18

Fora de Jesus não há libertação

      “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará.” 
      “Se, pois, o Filho vos libertar, verdadeiramente sereis livres.” 
João 8.32, 36

      Por mais igrejas que se conheça, cultos que se frequente, Bíblia que se leia e se estude com profundidade, se não houver autorização para que o Espírito Santo cure, andando-se dia a dia com Jesus, lutando emocional e espiritualmente em oração aos pés de Deus, as pessoas não serão curadas. Poderão até adquirir aparência de cristãos, linguajar, maneirismos, mesmo se livrarem de algns vícios, mas libertação só há em Cristo, pelo menos daquelas doenças de alma sérias e aprofundadas, que realmente definem a personalidade e limitam o caráter dos seres humanos. Sem cura amadureceremos erradamente, se é que amadurecemos, menos que aquilo que temos potencial para ser, e conquistando menos que aquilo que havia no plano de Deus para nossas vidas, seja na área afetiva, profissional ou ministerial. 
      Humildemente, na presença do Senhor, e Deus conhece meu coração, posso testemunhar que fui curado. Isso não significa que eu seja perfeito, nem que não cometa injustiças, sigo com dificuldades para me relacionar com as pessoas, amando menos que deveria, implicando mais que poderia, mas fui curado. Quem não conhece minha história pode me considerar menos atualmente, mas já fui muito pior, se não fosse a mão do Senhor talvez eu nem estivesse vivo, ou se estivesse, estaria só e marginalizado, mas pra me conhecer é só perguntar. Tive momentos bem claros e definidos de esclarecimento quando tomei posse da cura que Jesus tinha conquistado pra mim na cruz, isso me permitiu ser o que sou hoje e me apossar de coisas importantes, como meu casamento, minhas filhas e meu histórico profissional e ministerial.
       Abrindo parênteses, algumas das maiores libertações que recebemos do Senhor, sabiamente é melhor que fiquem em segredo, compartilhadas só com poucos e confiáveis amigos. Elas se referem ao nosso lado mais íntimo, que muitos não querem saber e outros dificilmente entenderiam. Assim tenha cuidado com quem se abre, mas vá atrás da cura, Deus é contigo. Outro aspecto de curas “íntimas” é saber identificar o que de fato é doença para ser curada e o que é característica a ser assumida. No segundo caso, precisaremos de coragem em Deus para nos libertarmos, não de um mal interior, mas do preconceito alheio, essa é uma libertação dolorida, difícil e que muitos experimentam sozinhos. Mas novamente, confie em Deus, não o deixe, mesmo que precise deixar grupos sociais e escolher melhor as igrejas, o Senhor nos conhece e sabe de nossa vontade de segui-lo. Deus quer que sejamos felizes nele, fechando parênteses.
      Eu não creio em milagres extraordinários, não para todos e sempre, creio num processo lento que manifesta a cura e mesmo os dons espirituais nos nossos sentimentos e pensamentos. Quando nos convertemos e o Espírito Santo nos sela, recebemos em Cristo todas as bênçãos, mas para que tenhamos consciência disso de modo que nossas vidas diárias mudem, numa transformação verdadeira e que permanece, pode demorar um tempo, tempo relativo para cada ser humano. Nosso espírito está sempre pronto, por isso quando morremos salvos ou se formos arrebatados, estaremos na eternidade em perfeição, nosso homem espiritual será libertado e não teremos na eternidade com Deus doenças, sejam físicas, emocionais ou espirituais, mágoas, dores, tristezas ou qualquer espécie de defeitos morais. Seremos integralmente virtuosos e santos.
      Cura requer fé e trabalho, fé autoriza Deus a agir, trabalho quebra nossos corações, nossas convicções erradas, faz-nos exercer e experimentar perdão. Esse é o jeito de Deus agir, é assim que as coisas funcionam com seres humanos adultos e que querem de fato amadurecer no Senhor. Contudo, muitos, em determinados momentos de suas vidas, quando confrontados com essa verdade, discordam, não aceitam e dizem não. Isso não significa que deixaram de ser crentes, de forma alguma, continuam nas igrejas, muitos liderando e pregando, eles não têm coragem de assumir suas rebeldias e têm medo de se afastarem do evangelho. Eles continuam salvos e morarão na eternidade com Deus, mas com certeza viverão  neste mundo uma vida muito aquém do plano que o Senhor tem para eles.
      Esses, contudo, que dizem não para a cura do Senhor, geralmente caem nas mãos da heresia, heresia oferece doutrinas que usam a Bíblia, o evangelho, elas falam de Cristo e defendem, na maioria dos vezes, uma vida dentro de igrejas e com muitos valores morais cristãos. Mas a heresia, de alguma maneira, impede o homem de ter comunhão direta com Deus, ela sempre acrescenta ou subtrai alguma coisa, pelo menos em relação ao centro da Bíblia, a salvação e libertação do homem só através de Jesus pelo Espírito Santo. A heresia não libertará o homem, antes o manterá escravo, em primeiro lugar de si mesmo, do seu lado pior e que não foi curado, mas depois de outros homens, do mundo, mas principalmente de igrejas. Os profetas hereges, falsos pastores que têm interesse em “meios cristãos”, crentes não curados, exploram e usam os que dizem não ao jeito de Deus fazer as coisas.
      Muitos crentes dizem hoje em dia, com frequência, Deus é meu libertador, mas muitos se referem a isso desejando um Deus que os liberte do mal exterior, dos inimigos, sejam homens ou demônios. Isso não está errado, graças a Deus que ele nos liberta dos opressores externos, do homem injusto e do diabo e suas astúcias. Contudo, nosso principal inimigo mora dentro de nós, é nossa natureza humana ruim, nosso caráter transtornado, nossos rancores, nosso passado oprimido, sim, por outros homens, mas um mal que deixamos ficar em nós e que nos influencia negativamente. A libertação maior que Deus nos dá é a de nós mesmos, esse homem espiritual ruim que existe em nosso interior Jesus levou na cruz. O que ressuscitou com Cristo foi um novo homem, curado e liberto.

      “O Senhor é o meu rochedo, e o meu lugar forte, e o meu libertador; o meu Deus, a minha fortaleza, em quem confio; o meu escudo, a força da minha salvação, e o meu alto refúgio.Salmos 18.2

29/11/18

Prazeres e aparência - Mentiras mortais

      “Há um caminho que ao homem parece direito, mas o fim dele são os caminhos da morte.” Provérbios 14.12


      O assassinato do jogador de futebol do time São Bento de Sorocaba/SP, numa festa de aniversário numa cidade do Paraná, crime cometido por uma família, pai, mãe e filha, além de outros jovens, me faz pensar sobre algumas prioridades erradas do homem atual. As imagens da família dos assassinos, fartamente compartilhadas em redes sociais, como é o costume obsessivo da sociedade atual, e aí não se sabe se a felicidade cria eventos que são compartilhados no Instagram e Facebook ou se os eventos são criados para ostentar uma felicidade falsa ou exagerada em redes sociais. O jovem jogador, querendo só usufruir e que acabou provando uma morte antes do tempo, morte chorada amargamente pelos parentes que o criaram para valorizar aquilo que o levou a morrer. Um moço que estava na hora errada, no lugar errado, fazendo a coisa errada e com gente errada que o disciplinou de forma errada, violenta, cruel e que colocou fim nas vidas de muitos. Triste, muito triste.
      De forma emblemática, e muito significativa, mesmo que trágica, as imagens da família de assassinos que veiculam nas mídias, são as fotos deles na festa de aniversário de dezoito anos da filha, antes do crime. Três pessoas bem vestidas, cabelos bem cuidados, mulheres maquiadas, em meio à comida e bebida, enfim, num momento que para eles era o melhor que a vida pode oferecer, os outros envolvidos no caso, jovens, muito jovens, bonitos, bem criados (pelo menos fisicamente) e também bem trajados. Os pais desses jovens também devem estar em prantos. Mas quem os criou, quem colocou em suas almas as prioridades da vida, quem ensinou a eles princípios de moral? Infelizmente a prática do que lhes foi ensinado foi mostrada no ocorrido, onde foram, o que fizeram, o que aprovaram os outros fazerem, o que eles tentaram ocultar da justiça. Foi por medo? Mas se estivessem no lugar certo, fazendo a coisa certa e com as pessoas certas, não precisariam ter medo e com certeza não seriam coadjuvantes de um ato de tal barbaridade.
      Infelizmente, muitos de nós, mesmo que não sejamos ligados à criminalidade, como parece que o pai da família de assassinos é, mesmo não sendo irresponsáveis como o jogador, que se deitou na cama de uma mulher casada embriagada, num quarto do casal na casa do casal, com o marido e outros presentes na casa, e ainda tirou fotos e mandou pelo celular para um amigo, mesmo nós que não temos essa total falta de noção, de moral, obviamente inflamada pelo álcool, também podemos estar vivendo e criando nossos filhos num modo de vida frívolo que são prioriza o prazer físico imediato. Começa com caras e bicos que mulheres fazem nas fotos para o Instagram, no tipo de postagem que curtimos e compartilhamos no Face, e no caso de muitos evangélicos, numa atitude um tanto quanto esquizofrênica, quando antes ou logo depois postam um pensamento de auto-estima ou um versículo bíblico, geralmente pedindo vingança contra os inimigos. 

      “Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom. E os fariseus, que eram avarentos, ouviam todas estas coisas, e zombavam dele. E disse-lhes: Vós sois os que vos justificais a vós mesmos diante dos homens, mas Deus conhece os vossos corações, porque o que entre os homens é elevado, perante Deus é abominação.” Lucas 16.13-15

      Não estou dizendo que devemos usar roupas que escondam totalmente nossos corpos ou que não podemos, sob nenhuma circunstância, beber bebidas alcoólicas, ou que não podemos nos divertirmos em lugares e eventos sociais fora de igrejas. Isso seria um erro semelhante, mesmo que no extremo oposto, e que na prática nenhuma serventia tem contra o pecado, o mundo, a carne e o diabo. Mas a pergunta é: de verdade, quais são nossas prioridades, o que gostamos de mostrar para os outros, seja no mundo real ou virtual, como gostamos de ser conhecidos? Não podemos enganar a verdade, somos o que mostramos, dizer que no coração sou isso, mesmo que na aparência eu exiba outra coisa, é no mínimo incoerência e no mais provável um auto-desconhecimento que não passa para os outros outra leitura que não seja a de falsidade. Ninguém pode agradar a dois senhores, mas quando se tenta, o senhor que sempre se agrada é o do mal, ou se agrada 100% a Deus ou se agrada ao diabo.
       Um conselho: tenhamos mais cuidado com essa cultura estabelecida pelas redes sociais, uma cultura vulgar e hedonista onde, mais do que nunca, aparentar é mais importante que ser de fato, e tenhamos cuidado principalmente com a influência dessa cultura sobre crianças a adolescentes. Na verdade, convém nos afastarmos, ao menos, um pouco de redes sociais, que em grande parte das vezes cria falsas identidades assim como falsas relações sociais, quando nos relacionamos com pessoas geograficamente distantes que em muitos casos nunca conheceremos fisicamente. Há exceções, eu sei de muitas, gente que conheci por conta de minha área profissional e que me acompanha virtualmente há muitos anos, amigos e irmãos queridos. Contudo, eu já colhi decepções, de pessoas que valorizam demais vida virtual e que mostram nas redes personagens, não o que são de fato, que em algum momento entenderão um texto ou uma imagem sua de forma equivocada e que de “amigos” se tornarão inimigos, num piscar de olho.
      Isso sem falar nas armadilhas que muitos caem, depois de conhecerem e confiarem em amizades virtuais, sofrendo violências pela internet e mesmo físicas, quando tentam conhecer o ator por trás do personagem descobrindo criminosos e psicopatas. Para todos os envolvidos no crime horroroso do jogador de futebol, com direito à tortura e mutilação da vítima, resta a cadeia, e por estarem ainda vivos pela graça de Deus a salvação em Cristo, se tiverem humildade para fazerem a decisão, mesmo que tenham que pagar pelo resto de suas existências aqui pelo que fizeram. Ao morto, não resta mais nada, e onde ele está, Deus sabe, mas a todos nós está a lição, terrível mas muito real. Este mundo e seus valores, uma vida de aparência, beleza física, juventude, comida, bebida, carros e motos caros, noites a fio em baladas, dançando, fazendo sexo e fugindo da realidade, tudo isso só conduz à morte, e uma morte muito ruim.

28/11/18

Fé genuína não se perde

      “Mas o justo viverá da fé; E, se ele recuar, a minha alma não tem prazer nele. Nós, porém, não somos daqueles que se retiram para a perdição, mas daqueles que crêem para a conservação da alma.Hebreus 10.38-39

      “Ora, sem fé é impossível agradar-lhe; porque é necessário que aquele que se aproxima de Deus creia que ele existe, e que é galardoador dos que o buscam.” Hebreus 11.6

      “Porque pela graça sois salvos, por meio da fé; e isto não vem de vós, é dom de Deus.Efésios 2.8


      Como não perder a fé? Como não desistir de viver por ela? A primeira coisa a entender é um tema recorrente aqui no blog, diferenciar a fé verdadeira de convicção de pensamentos e de emoções. Convicção é humana e pode ser colocada em qualquer lugar, Deus, deuses, homens, anjos, animais, objetos etc, assim como pode ser para o bem como para o mal, pode ser positiva e negativa. A fé verdadeira é usada pelo ser humano, mas é originalmente dom de Deus, só a tem aquele que a recebe do Senhor. A fé verdadeira influencia a convicção humana, e isso é espiritualmente bom quando as prioridades estão de acordo com a vontade de Deus, senão, mesmo que seja num ambiente cristão, usando valores cristãoss, será só força humana que até pode conseguir coisas, mas não são concedidas por Deus.

      Como não perder a fé? Se é fé genuína e que conduz à salvação, então ela é dom de Deus, ela só pode ser exercida através do Espírito Santo, assim, essa fé não pode ser perdida, é Jesus que a guarda dentro de nós pelo seu Espírito. Se nós a usarmos da forma correta, a teremos sempre disponível e viva. Agora, a tal da convicção humana, essa podemos perder, e várias vezes durante nossa caminhada neste mundo. Sempre que desanimamos, que nos decepcionamos, que perdemos a esperança, a fé humana se vai, mas ela se vai porque estávamos colocando nossa convicção no lugar errado. Só se desilude quem se ilude, e Deus não é ilusão, é real, mas se tirarmos os olhos dele não alcançaremos aquilo que ele tem pra nós. Assim, iremos para a direção errada e com as pessoas erradas, o que fatalmente nos deixará sem forças.

      Eu estou me sentindo sem fé? Então é porque eu deixei de crer pelo Espírito e estava simplesmente acreditando na carne, fé através do Espírito Santo fortalece, renova, vivifica, alegra, de uma maneira mansa, suave, tranquila. Deus nos conhece e nos respeita, sabe até onde e como podemos ir sem perdermos as forças, sem perdermos a fé. Quem perde a fé a perde porque estava fazendo o que não devia, no lugar e com gente que não devia estar. Nesse caso é preciso parar tudo e recomeçar, descobrir em oração em que ponto nos desviamos e com humildade voltarmos para o caminho certo. Calma, talvez o que você esteja precisando é só de descanso, de um tempo, não exija tanto de você, Deus não exige. Descansa no Senhor, verbalize tua fé numa oração, acalme a mente, e fique em paz, tua fé pode até se enfraquecer, mas não se enfraquece o Deus em que você crê. Ele é sempre fiel, forte e acredita em você.

27/11/18

O que significa “misericórdia quero e não sacrifício”?

      “E aconteceu que, estando ele em casa sentado à mesa, chegaram muitos publicanos e pecadores, e sentaram-se juntamente com Jesus e seus discípulos. E os fariseus, vendo isto, disseram aos seus discípulos: Por que come o vosso Mestre com os publicanos e pecadores? Jesus, porém, ouvindo, disse-lhes: Não necessitam de médico os sãos, mas, sim, os doentes. Ide, porém, e aprendei o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício. Porque eu não vim a chamar os justos, mas os pecadores, ao arrependimento.Mateus 9.10-13

      O texto relata mais uma crítica dos invejosos e hipócritas fariseus ao comportamento de Jesus, o recriminavam por andar com pecadores, mais que isso, por ser amigo deles. Jesus citou então as escrituras, Oseias 6.6, “Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos”. Foi duro para aqueles que se consideravam doutores da lei serem repreentidos por ela, talvez porque não entendessem de fato a palavra de Deus, como nós hoje, sejam nós evangélicos pentecostais ou protestantes tradicionais, aliás, nunca se viveu um tempo com tanto conhecimento acessível e variado sobre a Bíblia, e ao mesmo tempo, com um povo dito cristão tão distante de Cristo. 
      Quando ouvimos misericórdia quero e não sacrifício podemos ter a impressão que o Senhor, compreendendo a nossa fraqueza, nos diz para não nos sacrificarmos com religiosidades, mas antes, agirmos com misericórdia para com as pessoas. Mas nos texto Jesus disse isso a homens que se consideravam espirituais e totalmente fiéis aos mandamentos de Deus, que não se achavam de nenhuma forma devedores, mas cumpridores obedientes de todos os ritos de sua religião. Jesus disse aos fortes, ou pelo menos aos que assim se achavam, não para que se consolassem com seus limites, mas revelando a inutilidade de seus excessos. 
      A segunda parte do versículo do profeta Oseias, que não consta no texto de Mateus, todavia, me toca bastante, “o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos”. Quem se ocupa demais com sacrifícios, acaba se afastando daquele para quem os sacrifícios são feitos e adorando, não a Deus, mas a si mesmos por fazerem os sacrifícios. Com conhecimento o Espírito Santo não quer dizer informação intelectual sobre a Bíblia, mas intimidade com o Senhor, que se obtém sendo amigo próximo de Jesus. Era isso que Cristo estava dando aos pecadores com os quais andava, intimidade, amizade, reconhecendo que eles talvez fossem impotentes para fazerem sacrifícios religiosos, pelo menos naquele momento, mas de fato ensinando que isso nem era necessário, não na nova aliança do evangelho. 
      É triste, mas muitos ainda vivem, dizendo-se evangélicos, porém obedecendo à velha aliança, fiados em sacrifícios, e o principal deles é o dízimo que muitos pensam serem obrigados a dar para receberem de Deus bênçãos. Todavia, enquanto pentecostais se perdem no sacrifício herege do dízimo, protestantes chamados tradicionais se acham melhores por terem conhecimento intelectual da Bíblia, ambos honram a si mesmos por darem dízimos ou estudarem as escrituras e se afastam da misericórdia que se entende, que se conhece, que se vive, somente andando perto de Cristo. Só quem recebe misericórdia consegue dar misericórdia.
      O que significa pra mim, neste momento, a orientação de Jesus? Significa seja mais espiritual, valorize mais o caráter que a intelectualidade, preocupe-se mais com praticar as virtudes principalmente nas relações sociais, o amor, o perdão, a paciência, a generosidade, que aparentar religiosidade. Com relação ao resto, assiduidade em cultos, atividades profissionais para ganhar mais dinheiro, faça o suficiente e confie em Deus. O excesso de sacrifícios físicos podem nos cansar tanto, estressar de uma maneira, mesmo em “ministérios” dentro de igrejas, que simplesmente ficamos inviáveis para conviver com as pessoas de uma maneira realmente cristã. Muitos querendo servir ao cristianismo acabam se afastando de Cristo, não conhecem de fato o que significa misericórdia.

26/11/18

Amor ao dinheiro

      “Porque o amor ao dinheiro é a raiz de toda a espécie de males; e nessa cobiça alguns se desviaram da fé, e se traspassaram a si mesmos com muitas dores. Mas tu, ó homem de Deus, foge destas coisas, e segue a justiça, a piedade, a fé, o amor, a paciência, a mansidão.” I Timóteo 6.10-11


      Em primeiro lugar entendamos que a exortação de Paulo não é sobre o dinheiro, mas sobre o amor ao dinheiro. Precisamos de dinheiro para viver e nisso não tem nada de errado, todavia, amar o dinheiro, adora-lo, colocá-lo acima de algumas coisas, isso é algo que devemos evitar. Mas quando se diz amor ao dinheiro, não queremos dizer gostar das cédulas ou moedas, do valor dos estratos bancários, do crédito que temos no banco. Amar o dinheiro é amar as coisas que ele pode comprar, principalmente as coisas que nos dão prazer. Então, a pergunta é: onde está o nosso prazer, no que gostamos de gastar o nosso dinheiro?

      A tal da “black friday”, ocorrida na última sexta-feira, deixou bem claro como as pessoas gostam de gastar dinheiro, sim, muitos de forma legítima, procurando uma promoção para comprar bens necessários para uma vida material digna por preços menores. Contudo, muitos só procuraram saciar vícios, adquirindo coisas que na veradade não precisavam, apenas para exibirem poder aquisitivo ou mesmo só para comprar algo mais novo. Amar o dinheiro é amar o prazer que ele pode comprar, contudo, o prazer é relativo, muda de pessoa pra pessoa, assim como muda o tipo de medo que cada um tem caso lhe falte dinheiro.

      Medo de ficar sem grana pra comer, que seja um simples prato básico de comida? Para muitos amar o dinheiro é ter receio disso, parece pouco pra mim e pra você? Mas não é para muitos. Medo de não ter um carro na garagem, um celular, roupas novas? A grande maioria tem esse receio. Medo de não poder dar um bom estudo aos filhos, de fazer uma viagem anual de férias com a família? Muitos têm medo de não poderem pagar essas coisas. Medo de não ter o carro mais moderno, de não vestir as roupas mais caras e exclusivas, de não poder consumir os vinhos mais sofisticados ou de não poder fazer viagens regulares ao exterior? Alguns amam o dinheiro porque ele lhes dá isso, um diferencial, uma posição social na classe alta dos mais privilegiados.

      O grande problema é que dinheiro nunca é suficiente, quem está preso simplesmente ao prazer que ele compra, à vaidade que ele sacia, depois que puder comprar comida, roupas e uma moradia, quererá mais e mais. Prazer físico vicia e nunca basta, sempre se deseja mais. Se no início dizíamos que bastaria uma vida simples, desde que tivéssemos o principal na companhia de quem amamos, com o tempo podemos até dispensar o afeto para termos uma aparência mais poderosa para mostrar pros outros. Mas a vida é feita de escolhas, claras e definitivas. Todo homem tem seu preço? Bem, o diabo é mercador de almas, sempre oferecendo algo para que troquemos pelos valores de Deus, algo que tem um preço, algo que custe dinheiro e tempo para ganhá-lo.

      Os maiores escravos do dinheiro não são os criminosos e viciados, os ladrões e dependentes químicos, não, não são esses. Os maiores adoradores do dinheiro são pessoas honestas, que não roubam dinheiro e bens materiais de ninguém. Eles trabalham e muito para terem conforto, boa alimentação, carros, viagens, lazer, cultura e formação acadêmica. Contudo, para satisfazerem essa obsessão eles roubam afeto de filhos e cônjuges, trocam o tempo que poderiam passar ensinando e formando seres humanos por trabalho, delegam para escolas caras a criação dos filhos e para as lojas de shopping centers, academias, restaurantes, cirurgiões plásticos e salões de beleza as esposas. No final terão que gastar muito mais com psicoterapeutas e advogados.

      Muitos cristãos que começaram bem, dando prioridade para as virtudes do evangelho, em algum momento amaram mais o dinheiro que a Deus, e preferiram as aparências e prazeres que o dinheiro pode dar que seguir a Jesus. Assim se encherem de trabalho, de estudos, repito, coisas que em si mesmas nada têm de errado, não se exercidas com sabedoria. Eles ganharam status? Sim. Cultura, conhecimento? Sim. Mas foram além daquilo que Deus tinha pra eles sem que se perdessem e se venderam. O que era pra ser bênção se tornou maldição, e se tornaram úteis para o sistema, para o mundo, para os homens, não para Deus e para a Igreja espiritual, e não me refiro aqui aos “ministérios humanos” atuais, tão gananciosos quanto muitas empresas seculares.

      Não amar o dinheiro, não adorar a Mamon, é fazer a nossa parte com e em Deus, mas não permitirmos que a preocupação da falta dele nos roube a paz e subverta as prioridades do evangelho. Para o que anda com Jesus nada falta e o que Deus dá basta, ainda que tenha o desejo equilibrado de melhorar de vida e se esforce e muito trabalhando e estudando. O cristão, o justo, o filho de Deus não é vagabundo, contudo, ganha seu dinheiro em paz, sincronizado com o Espírito Santo. Se precisar decidir entre confiar no que o dinheiro pode dar e na fé de que Deus faz o impossível pelos que confiam nele, não hesitará, descansará no Senhor, dono de toda a riqueza do universo.