11/12/18

11. DiaboS (Parte 11 de 17)


11. DiaboS

      Alguns estudiosos da Bíblia e do mundo espiritual dividem o reino das trevas em quatro poderes, e não em somente um. Dizem eles que o diabo não é um só, existem quatro principados principais, que agem juntos, e que são responsáveis por quatro épocas distintas da humanidade. A Bíblia pode se referir a eles como sendo simplesmente o diabo, ou mesmo usar um de seus vários nomes para identificar todos. Essa divisão em quatro, não é consenso, nem entre satanistas, mas ela é interessante pela relação que faz de quatro diabos com quatro dos elementos da natureza. A nós interessa saber que no nome de Jesus temos autoridade sobre o inimigo, seja o diabo ou o demônio que for. Mas vamos aos  quatro diabos:
    • Lúcifer seria o 1º diabo, em ordem cronológica que apareceu na Terra, ele agiu no Éden, tentou Adão e Eva e quis impedir a ordem de Deus para os homens de se multiplicarem e conquistarem a Terra, é o diabo do elemento terra e tentou concentrar o homem em grandes cidades como em Babel - veja Isaías 14.12.
    • Belial seria o 2º diabo, que agiu da entrada do povo em Canaã até a vinda de Jesus, é o diabo do elemento ar, veja que a grande batalha de Daniel 10 se travou numa região espiritual acima da terra - veja também Juízes 19.22.
    • O 3º diabo seria Satanás, o chamado "estrela da alva" que a Palavra relata como sendo o que era responsável pela adoração e que foi expulso do Santo Monte, é o diabo do elemento fogo, talvez o que mais conhecesse a Jesus, mesmo de antes da encarnação, e mesmo que não soubesse que Jesus de Nazaré era o Cristo, até o último momento, tinha mais condições de tentar destruir a obra da redenção - veja Jo 1.6.
    • O 4º diabo e o último é Leviatã, o dragão ou a serpente que emerge das águas, é o diabo do elemento água - veja Apocalipse 12.9.
          Alguns nomes dados aos seres espirituais do mal, significados das palavras nos idiomas originais e etimologia: 
    • Satanás ou Satã (do hebraico שָטָן trasnl: Satãn, adversário, no koiné Σατανάς Satanás; no aramaico צטנא, em árabe شيطان) é um termo originário das religiões Abraâmicas do Mediterrâneo geralmente aplicado à encarnação do Mal em religiões monoteístas. Origem e etimologia: A palavra שָטָן (significando [adversário]) assim como o árabe الشيطان (shaitan), derivam da raiz semítica šṭn, significando hostil. O Tanakh utiliza a palavra שָטָן para se referir a adversários ou opositores no sentido geral assim como opositores espirituais. Há registros, cronologicamente próximos, que a palavra Satanás, se origina diretamente da palavra Sátiro (do grego Σάτυρος — Sátyros) em cultura teológica grega. Identidades como a flauta, citada em Ezequiel 28, e imediata similar forma de representações físicas. Chifres, pernas caprinas e troncos humanos. Visto em causa histórica, associação possível, devido a rivalidade Roma-Grécia em necessidade de alcance e amplidão religiosa.” Fonte
    • Lúcifer é a tradução da Bíblia em Latim de Luciferum para a palavra em hebraico לוציפר em Isaías 14:12. Esta palavra, transliterada hêlêl ou heylel, aparece apenas uma vez na Bíblia Hebraica e de acordo com a influência da versão do Rei Jaime significa "o brilhante, estrela da manhã, Lúcifer". A palavra Lúcifer provém da Vulgata, que traduz לוציפר como lúcifer, Isaías 14:12 significando "a estrela da manhã, o planeta Vênus", ou, como um adjetivo, "portador da luz". O Septuaginta traduz הֵילֵל para grego como ἑωσφόρος (heōsphoros), um nome, literalmente "o que traz o anoitecer", para a estrela da manhã. O substantivo Lúcifer ocorre seis vezes na Vulgata, versão latina da Bíblia, e uma vez em algumas Traduções da Bíblia em língua portuguesa. Lúcifer se refere literalmente à "Estrela da Manhã" ou "Estrela D'Alva", à "luz da manhã" aos "signos do zodíaco", e à "aurora" ou, metaforicamente, ao "rei da Babilônia", ao sumo sacerdote Simão, filho de Onias, à Glória de Deus, ou a Jesus Cristo. Jesus Cristo, no livro de apocalipse (22:16) se auto denomina "resplandescente estrela da manhã", o que é diferenciado quando o termo é usado separadamente "estrela da manhã" como "poder sobre nações". (Apocalipse 2:26, 28, Isaías 14:12).” Fonte
    • Diabo (do latim diabolus, por sua vez do grego διάβολος, transl. diábolos, "caluniador", ou "acusador") é o título mais comum atribuído à entidade sobrenatural maligna da tradição cristã. É tratado como a representação do mal, em sua forma original de um anjo querubim, responsável pela guarda celestial, que foi expulso dos Céus por ter criado uma rebelião de anjos contra Deus com o intuito de tomar-lhe o trono. Com seu parecer ainda desconhecido, muitas são as tentativas de reproduzi-lo. O mais popular o levaria a ter uma cor vermelha, com feições humanas, mas com chifres, rabo pontiagudo e um tridente na mão, para remeter a um cetro. Outra forma também comum quanto ao parecer corresponde à de um ser metade humano, metade bode, com o pentagrama invertido inscritos no corpo (imagem de Baphomet).” Fonte
    • Demônio é, segundo o cristianismo, um anjo que se rebelou contra Deus e que passou a lutar pela perdição da humanidade. Na antiguidade, contudo, o termo tinha outra conotação, referindo-se a um gênio que inspirava os indivíduos tanto para o bem quanto para o mal. Nos contextos judaico e islâmico, a ideia é diversa, até porque não se trata de um ente opositor ao Criador, mas de algumas criaturas a Ele subalternas. Na cércea do primeiro contexto, refere-se a um ser imperfeito que foi formado no sexto dia da Criação. Para o segundo, os demônios, ou jinn, são seres que coexistem com os seres humanos, sendo dotados de livre-arbítrio e chefiados por Iblis. Etimologia: o termo «demônio» vem do grego δαιμόν (daimon), através do termo latino daemonium.” Fonte
    • Belial é um demônio presente na mitologia cananita, que o determinava como o adversário do povo "escolhido". É o 68º espírito listado na Goetia. No Cristianismo Belial é mencionado também no Novo Testamento como o oposto da luz, do bem e de Jesus Cristo. Seria o mais importante demônio na Terra, que comandava as forças da escuridão contra os homens de bom coração. Criado junto com Lúcifer, de Belial foi dito ser um rei do inferno e comandante de 80 legiões. O termo belial (בְלִיַּעַל bĕli-yaal) é um substantivo e adjetivo hebraico que significa "vileza", oriundo de duas palavras comuns: beli- (בְּלִי "sem") e ya'al (יָעַל "valor"): ou seja, "sem valor". O termo ocorre vinte e sete vezes no Texto Masorético.” Fonte
    • Leviatã (em hebraico: לִוְיָתָן; transl.: Livyatan, Liwyāṯān) é um peixe feroz citado na Tanakh, ou no Antigo Testamento. É uma criatura que, em alguns casos, pode ter interpretação mitológica, ou simbólica, a depender do contexto em que a palavra é usada. Geralmente é descrito como tendo grandes proporções. É bastante comum no imaginário dos navegantes europeus da Idade Média e nos tempos bíblicos. No Antigo Testamento, a imagem do Leviatã é retratada pela primeira vez no Livro de Jó, capítulo 41. Sua descrição na referida passagem é breve. Foi considerado pela Igreja Católica durante a Idade Média, como o demônio representante do quinto pecado, a Inveja, também sendo tratado com um dos sete príncipes infernais. Uma nota explicativa revela uma primeira definição: "monstro que se representa sob a forma de crocodilo, segundo a mitologia fenícia" (Velho Testamento, 1957: 614). Não se deve perder de vista que nas diversas descrições no Antigo Testamento ele é caracterizado sob diferentes formas, uma vez que funde-se com outros animais. Formas como a de dragão marinho, serpente e polvo (semelhante ao Kraken) também são bastante comuns.” Fonte
    • Abadom (em hebraico: אֲבַדּוֹן, 'Ǎḇaddōn), também conhecido como Apoliom é um termo hebraico que tem o significado de “destruição” ou "destruidor". Na Bíblia, figura em Jó 26:6 e em Apocalipse 9:11. Na Bíblia Hebraica, abaddon é usado como referência a um abismo sem fim, geralmente próximo a sheol (שאול). No Novo Testamento, em Apocalipse 9, um anjo chamado Abadom é descrito como o rei do abismo sem fim de onde emerge um exército de gafanhotos (Apocalipse 9:11).” Fonte
          O diabo ainda é chamado na Bíblia como o “tentador”, o “maligno”, o “príncipe deste mundo”, “senhor deste século”, “pai da mentira” etc.
          O pentagrama tem vários significados, dependendo da linha ocultista, como uma estrela de cinco pontas dentro de um círculo, tem, para os esotéricos ou bruxos, em suas pontas a representação dos cinco elementos da natureza: terra, ar, fogo, água e espírito. Quando um ocultista realiza um ritual de comunicação com os poderes espirituais do mal, quatro das pontas representam os quatro diabos, enquanto ele, o homem, fica na quinta ponta ocupando o lugar do elemento espírito ou éter. Assim o homem invoca os diabos escondidos nos elementos para realizar seus desígnios. O círculo ao redor da estrela, estabelece um local de proteção para o mágico, de forma que ele possa “negociar” com os poderes do mal e não ser atacado. 
          Dizem estudiosos, muitos convertidos do satanismo da alta magia, que cada principado, cada um dos diabos, é responsável por males específicos assim como por regiões da terra. O ministério de Leviatã é focado nas águas e não é justamente nesse elemento onde temos visto muitas catástrofes e acidentes? Veja os tsunamis que varreram o extremo oriente. 
          Outra característica desse principado é que ele é responsável, de acordo com satanistas, pela região do globo onde se localiza o Brasil, justamente onde existem tantas "deusas" e "santas" relacionadas ao elemento água, como Iemanjá e mesmo a tal da "padroeira aparecida", cuja estátua foi achada em um rio. O rompimento da barragem de detritos mineiras da mineradora Samarco/Vale do Rio Doce da na cidade de Mariana/MG, que destruiu cidades, matou rios e continuou prejudicando a costa marítima de estados brasileiros, é também outra catástrofe ocorrida nas águas. Pensemos também em tantos problemas que estamos tendo com falta de água, seria por uma influência diabólica para matar o homem através desse elemento?
          Outra coisa é que a nova era chama a próxima era astrológica de "Era de Aquário", se iniciará aproximadamente, conforme seus estudiosos, em 2150, mas há controvérsias. Tendo em vista que o peixe era um antigo símbolo do cristianismo, um aquário represa água que aprisiona o peixe, coincidência? Isso nos faz pensar, mas a “Era de Aquário” pode ser a era do diabo Leviatã, tentando fechar a boca dos cristãos nesses últimos tempos. Para esse diabo, Deus já deixou uma promessa em Gênesis 9.9-12 que o mundo, no final, não acabaria através das águas.
          Você não precisa concordar com essa interpretação, ou não em sua totalidade, mas considere-a e faça sua crítica em oração e à luz da Palavra de Deus, porém que não pequemos por falta de conhecimento, como nos diz Oseias 4.6. Veja que esse conhecimento tão técnico do mundo espiritual não é enfatizado objetivamente na Bíblia, já que o que mais importa é que seja qual for o demônio, de que grandeza for, pode ser expulso pelo nome de Jesus. Contudo, nem os discípulos conseguiram expulsar alguns tipos de espíritos, talvez porque ainda precisavam de conhecimento mais específico sobre o assunto. Quem tem ministério de libertação, e não só de ensino da palavra ou de evangelismo, é importante que conheça a área com mais profundidade, mas isso é para os que buscam e têm chamada. 
          Eu, pessoalmente, não acho totalmente conveniente um aprofundamento nesse assunto só por curiosidade, ele é sério demais e repetindo, não é tão esmiuçado no cânone bíblico, como muitos estudiosos detalham, portanto eu entendo que é para usarmos nosso tempo com outras coisas. Uma coisa é certa, guerra espiritual se vence com armas espirituais, o simples conhecimento intelectual, mesmo que profundo, da Bíblia não basta, é preciso oração e consagração, santidade e unção, experiência íntima com Deus, para que possamos ser os soldados que permanecem de pé e são úteis ferramentas nas mãos de Deus pelo poder do nome de Jesus que já venceu todo principado e potestades.

    Esta é a 11a. parte do estudo “Desvendando o verdadeiro mundo espiritual” 
    dividido em 17 partes e publicado aqui entre os dias 1/12/2018 e 17/12/2018

    10/12/18

    10. Anjos, arcanjos, serafins, querubins e seres viventes (Parte 10 de 17)


    10. Anjos, arcanjos, serafins, querubins e seres viventes

          Anjos, arcanjos, serafins, querubins, seres viventes, o mundo espiritual do bem, dos servos de Deus também é complexo. São seres diferentes, com funções diferentes, vão muito além dos anjos que popularmente são mais conhecidos, e isso são os citados no cânone bíblico, quem sabe se não existem outros? 

    • Mas o anjo lhe disse: Zacarias, não temas, porque a tua oração foi ouvida, e Isabel, tua mulher, dará à luz um filho, e lhe porás o nome de João.”  E, respondendo o anjo, disse-lhe: Eu sou Gabriel, que assisto diante de Deus, e fui enviado a falar-te e dar-te estas alegres novas.” (Lucas 1.13, 19): pelo que entendemos, anjos funcionam como carteiros divinos, entregam mensagens de Deus aos homens. Em passagens do antigo testamento ele são confundidos com homens, por causa de suas aparências, pelo menos no momento em que estavam naquelas situações. Gabriel foi o anjo que anunciou o nascimento de Jesus a Maria e de João Batista a seus pais. Não vos esqueçais da hospitalidade, porque por ela alguns, não o sabendo, hospedaram anjos.” (Hebreus 13. 2). 

    • Mas o arcanjo Miguel, quando contendia com o diabo, e disputava a respeito do corpo de Moisés, não ousou pronunciar juízo de maldição contra ele; mas disse: O Senhor te repreenda.” (Judas 1.9): o arcanjo conhecido é Miguel, pelo que entendemos em Daniel ele tem uma função militar importante no mundo espiritual, um líder, um príncipe, que lidera batalhas contra os demônios também de alto escalão (veja Daniel 10).

    • No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi também ao Senhor assentado sobre um alto e sublime trono; e o seu séquito enchia o templo. Serafins estavam por cima dele; cada um tinha seis asas; com duas cobriam os seus rostos, e com duas cobriam os seus pés, e com duas voavam. E clamavam uns aos outros, dizendo: Santo, Santo, Santo é o Senhor dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória.” (Isaías 6.1-3): na passagem de Isaías vemos serafins servindo diretamente junto ao trono de Deus, com três pares de asas, mas só duas eram usadas para voar, duas estavam sobre seus olhos e duas sobre seus pés, seriam para protegê-los da santidade do Senhor? Os pés tocam o chão e os olhos podem ver qualquer coisa, são as partes que se sujam, mesmo não intencionalmente.

    • E havendo lançado fora o homem, pôs querubins ao oriente do jardim do Éden, e uma espada inflamada que andava ao redor, para guardar o caminho da árvore da vida.” (Gênesis 3.24): os querubins aparecem em Gênesis como guardas poderosos, também com uma função militar, como os arcanjos.

    •  “E do meio dela saía a semelhança de quatro seres viventes. E esta era a sua aparência: tinham a semelhança de homem. E cada um tinha quatro rostos, como também cada um deles quatro asas. E os seus pés eram pés direitos; e as plantas dos seus pés como a planta do pé de uma bezerra, e luziam como a cor de cobre polido. E tinham mãos de homem debaixo das suas asas, aos quatro lados; e assim todos quatro tinham seus rostos e suas asas. Uniam-se as suas asas uma à outra; não se viravam quando andavam, e cada qual andava continuamente em frente. E a semelhança dos seus rostos era como o rosto de homem; e do lado direito todos os quatro tinham rosto de leão, e do lado esquerdo todos os quatro tinham rosto de boi; e também tinham rosto de águia todos os quatro. Assim eram os seus rostos. As suas asas estavam estendidas por cima; cada qual tinha duas asas juntas uma a outra, e duas cobriam os corpos deles. E cada qual andava para adiante de si; para onde o espírito havia de ir, iam; não se viravam quando andavam.” (Ezequiel 1.5-12): os seres viventes que Ezequiel viu são pra lá de estranhos, complexos, parecendo mais “máquinas” espirituais que realmente seres, contudo, o profeta os chama de seres viventes que se moviam pelo Espírito de Deus, parece que para ressaltar que eles realmente estavam maravilhosa e espetacularmente vivos. 

          Deus é um criador maravilhoso, um artista, o maior de todos, de quem toda arte, estética, beleza de forma mas também de conteúdo procedem. A natureza do planeta Terra é um museu vivo da obra artística de Deus. Sim, ele usou milhares de anos em evolução e mutação, adaptando função ao ambiente, desde o “big bang” cósmico para fazer isso. Ou não, a criação descrita em Gênesis não é metafórica mas real em termos de espaço e tempo, contudo, a verdade é que para o cristão genuíno e sábio, não faz diferença. Criação instantânea ou processo evolucionário, tanto faz, só não vale brigar por isso com os inimigos de Deus, que não querem uma explicação científica para tudo, mas argumentos para deixarem Deus fora da equação universal. 
          Todavia, a arte divina que vemos é só uma pequena parte, quem sabe o que há por este universo afora, em outros mundos, em outros sistemas solares, em outras galáxias? E muito mais que isso, quem sabe o que existe no mundo espiritual, lutando pelos homens, servindo no trono de Deus, preparado para nós na eternidade, quem sabe? Seres espirituais, “animais espirituais”, “máquinas espirituais”, “construções espirituais”, Deus vai muito além de nossa compreensão, de nosso entendimento, de nossa inteligência. A bênção que recebemos do Senhor é que mesmo limitados, encarnados, em pecado, temos um dom maravilhoso em nós, a arte. Através dela, na música, na literatura, nas artes plásticas, na dramaturgia, no cinema, podemos imaginar coisas magníficas, e mesmo que sejam só esboços, comparados com a realidade de Deus, vale a pena, é um dos consolos que o Senhor nos dá.

    Esta é a 10a. parte do estudo “Desvendando o verdadeiro mundo espiritual” 
    dividido em 17 partes e publicado aqui entre os dias 1/12/2018 e 17/12/2018

    09/12/18

    9. Batalha espiritual: cuidados que devemos ter (Parte 9 de 17)


    9. Batalha espiritual: cuidados que devemos ter

           “Sujeitai-vos, pois, a Deus, resisti ao diabo, e ele fugirá de vós.”
     Tiago 4.7

          Um novo convertido ou alguém sem conhecimento bíblico ou teológico sobre o mundo espiritual, se estiver com a vida limpa e em plena comunhão com Deus, já está protegido, repito, ninguém precisa ser técnico ou doutor em doutrina para ter os direitos espirituais conquistados por Cristo em sua morte e ressurreição. Por outro lado, que o conhecimento do mundo espiritual não nos torne psicóticos, levando-nos a ver demônios em tudo ou colocando neles a culpa por tudo. Deus conhece cada coração, sabe dos limites de cada um, assim como o evangelho é disponibilizado a todos os que creem, sejam do tempo, nação, raça, poder aquisitivo, formação acadêmica ou faixa etária que forem, indiferentemente de seus conhecimentos intelectuais sobre este ou aquele ensinamento. O versículo de Tiago 4.7 nos ensina isso de forma simples.
         Com relação à extensão de nossa área de cobertura espiritual, podemos orar a Deus pedindo a salvação de nossa cidade, a restauração de nosso país, mas é diferente de entrar em batalha espiritual por essas localizações geográficas, é diferente de estabelecer sob nossa responsabilidade uma cobertura espiritual. Qual a diferença? Uma oração conversa com Deus, procura tocar seu amor com a nossa sinceridade. Nesse diálogo sincero podemos pedir qualquer coisa, como filhos falando com o pai, sejam filhos pequenos que só pedem brinquedos ou os mais maduros que só querem conselhos para poderem ser independentes. Já batalha espiritual é outra coisa, usa da autoridade espiritual em Cristo para ordenar a demônios que façam isso ou aquilo. Quem faz batalha espiritual reinvidica o direito de cobertura espiritual sobre um território espiritual, consequentemente sobre os espíritos malignos que tentam dominá-lo. 
          Podemos orar pelo Brasil, mas não entrar em batalha espiritual por ele, não sem autorização de Deus, e pessoalmente não penso que Deus autorize alguém a entrar nesse tipo de batalha épica, isso porque não creio que o Senhor coloque cobertura espiritual sobre um país inteiro sob uma pessoa ou um grupo de pessoas. Se um assunto assim tão importante fosse vontade de Deus estaria enfatizado na Bíblia, assim dizer “Jesus é Senhor desta cidade”, frase que muitos políticos evangélicos gostam de por nas entradas dos municípios, a priori, não tem base bíblica. Deus é Senhor das vidas daqueles que se entregam a ele, Jesus é Senhor dos cristãos verdadeiros de uma cidade, mas neste tempo presente, debaixo da permissão de Deus, os demônios dominam grande parte dos municípios, estados e países. 
          Não está errado dizer “Jesus é Senhor da cidade de São Paulo”, Deus é dono de tudo, mas é perigoso entrar em batalha espiritual por um território assim ou dar cobertura sobre ele. Na verdade quem, a princípio, pode reivindicar isso seria um prefeito e isso se fosse cristão, mas ainda assim um prefeito é eleito para administrar bem uma cidade para todos, cristãos e mesmo satanistas. Um prefeito é uma autoridade do mundo, não da Igreja. O Senhor é quem sabe, meu conselho, contudo, é, cuidado com o mundo espiritual, não o tema, mas respeite-o. Em Cristo como indivíduos estamos protegidos em todas as esferas, em todos os níveis, neste mundo e no outro, e através da cobertura espiritual legítima podemos proteger nossas famílias. Este mundo, contudo, em sua totalidade, só será restaurado no final, e só aí os demônios serão todos lançados no Inferno. Até lá conviveremos com eles em vitória, com eles fugindo de nós, à medida que andamos na luz de Cristo.
          Um entendimento que podemos ter, baseados na tradição cristã, naquela doutrina mais comum entre as igrejas protestantes evangélicas, que dispensa tanto conhecimento profundo sobre mundo espiritual e que pode ser praticado (e é) pela maioria, é que não precisamos ter consciência que uma guerra espiritual é travada entre seres espirituais do bem e do mal. Daniel capítulo 10 pode nos levar a concluir que o profeta teve conhecimento que anjos e arcanjos lutavam contra demônios e diabos porque o anjo veio e revelou isso a ele, caso contrário ele teria orado, teria recebido o consolo do Senhor na resposta e fim. No máximo o ser espiritual teria dado a resposta a Daniel, mas sem informar-lhe detalhes de sua demora por vinte e um dias. Dessa forma, bastaria ao homem de Deus orar e crer, em santidade e com toda a alma, que o resto Deus faria indiferentemente de Daniel ter ou não consciência do mundo espiritual. Sob última instância, na verdade, tanto faz, pela menos para a maioria de nós, mas talvez a revelação das “setenta semanas de Daniel”, contendo profecias importantes sobre o final dos tempos de todo o planeta terra, merecia mais detalhes. Seja como for poucos têm a chamada profética de Daniel ou de João o evangelista.
          Outro aspecto é que alguns dizem que fazer batalha espiritual é dar ordens a Deus, é o tal do “determinismo”, e que isso o homem não pode fazer. Contudo, Jesus disse que nos deu autoridade, autoridade em seu nome, se ele deu a autoridade ela é nossa, então, baseados na Bíblia, podemos orar dizendo “em nome de Jesus eu fecho esta casa contra todo ataque maligno, se há algum demônio aqui, eu expulso no nome de Jesus, se alguém fez alguma obra do mal contra minha casa e as pessoas sob minha cobertura, eu destruo tal obra no nome de Cristo”. Veja que a oração não diz “Deus destrua”, mas, “em nome de Jesus, eu destruo”, Deus não precisa de autoridade, ele já a tem, mas nós a recebemos em o nome de Jesus e podemos usá-la limpos do pecado e sob ordem do Senhor. Algumas coisas, algumas palavras, todavia, são apenas detalhes, dizer eu destruo em nome de Jesus ou Deus destrua em nome de Jesus, não tem assim tanta relevância. O mundo espiritual não é uma ciência exata, não sob as referências físicas, ele é experimentado pela fé e fé é algo pessoal, o que vale é a convicção de cada coração. Contudo, alguns cuidados extremados com as palavras podem não ser sabedoria, mas covardia, e quem entra em batalha espiritual não pode se acovardar. 

    Esta é a 9a. parte do estudo “Desvendando o verdadeiro mundo espiritual” 
    dividido em 17 partes e publicado aqui entre os dias 1/12/2018 e 17/12/2018

    08/12/18

    8. Cobertura espiritual: prioridade para a família (Parte 8 de 17)


    8. Cobertura espiritual: prioridade para a família


          “Depois chamou Jacó a seus filhos, e disse: Ajuntai-vos, e anunciar-vos-ei o que vos há de acontecer nos dias vindouros; Ajuntai-vos, e ouvi, filhos de Jacó; e ouvi a Israel vosso pai.” 

          “Judá, a ti te louvarão os teus irmãos; a tua mão será sobre o pescoço de teus inimigos; os filhos de teu pai a ti se inclinarão. Judá é um leãozinho, da presa subiste, filho meu; encurva-se, e deita-se como um leão, e como um leão velho; quem o despertará? O cetro não se arredará de Judá, nem o legislador dentre seus pés, até que venha Siló; e a ele se congregarão os povos. Ele amarrará o seu jumentinho à vide, e o filho da sua jumenta à cepa mais excelente; ele lavará a sua roupa no vinho, e a sua capa em sangue de uvas. Os olhos serão vermelhos de vinho, e os dentes brancos de leite.”

          “Todas estas são as doze tribos de Israel; e isto é o que lhes falou seu pai quando os abençoou; a cada um deles abençoou segundo a sua bênção. Depois ordenou-lhes, e disse-lhes: Eu me congrego ao meu povo; sepultai-me com meus pais, na cova que está no campo de Efrom, o heteu

    Gênesis 49.1-2, 8-12, 28-29


          No antigo testamento vemos muitas vezes pais, profetas e anciãos dando a bênção para os mais jovens ou filhos. Com a idade que tenho, ainda vivi em minha geração, o costume, no meio de descendentes italianos católicos de minha família, algo semelhante. Lembro-me de minha mãe me orientando a pedir a benção para o avô ou o “nono” (termo italiano), sempre que chegávamos ou saíamos de casas onde eles estavam. Eu acho isso positivo, um costume que deveríamos manter, principalmente entre cristãos realmente salvos e convertidos. Além de ensinar aos mais jovens respeito pelos mais velhos, lembra aos mais velhos a responsabilidade que eles têm sobre os mais novos, assim como a pastores e outros líderes de igrejas. Infelizmente essa igualdade exigida atualmente, onde ninguém quer ser menor e todos pensam ser superiores, empodera os despreparados e intimida os que deveriam tomar a frente da família, da igreja e da sociedade.
          A passagem de Gênesis capítulo 49 relata a bênção final de Jacó a seus filhos, uma bênção poderosa, na hora da morte, mas muito mais que isso, relata o patriarca da nação de Israel profetizando sobre as doze tribos, revelando o futuro e mesmo antevendo o reinado de Davi e o messias que nasceria da tribo de Judá. Essa bênção é uma maravilhosa oração de cobertura espiritual de um pai sobre seus filhos, vislumbrando os limites de seus territórios, sociais e espirituais, que na unção e intimidade com Deus de Jacó vai muito além de suas vidas presentes, mostra tempos vindouros e descortina tanto boas quanto coisas ruins. Tivéssemos nós tal temor a Deus para acobertarmos debaixo de nossas preces, com tanta autoridade e profundidade, nossos filhos, ensinando-os mais que conceitos morais e independência econômica, mas os princípios fundamentais do andar com Deus e de seus planos para os homens. Proteção espiritual à família, e quando dizemos família nos referimos a nossas famílias como homens e mulheres que deixaram de viver debaixo do mesmo teto dos pais e agora vivem com cônjuges e filhos, essa é a cobertura espiritual que temos como prioridade em nossas vidas. 
          A primeira orientação sobre cobertura espiritual é orarmos a Deus pedindo proteção e tomando posse dela sobre nossos lares, mas mesmo que um filho, por exemplo, estude em outra cidade e more em um outra casa, a casa dele espiritualmente é a nossa, e como pai e mãe, já que ele ainda não é independente, somos nós que damos a ele cobertura espiritual. Isso pode valer também para pais viúvos ou mesmo para irmãos solteiros, mas devemos sempre buscar a orientação de Deus para saber quem colocar debaixo de nossa cobertura espiritual. Eu já orei por anos por um parente próximo, mesmo que ele morasse sozinho e tivesse independência financeira, mas em um determinado momento Deus me disse para não orar mais por ele. Enquanto que em outro caso, também um parente muito próximo, só quando enviuvou é que o Senhor me mandou colocá-lo sob a minha cobertura, assim quando oro por minha família e residência, oro também pela pessoa e pelo lugar onde ela mora.
          Quando oramos, tenhamos no coração e na mente toda a nossa casa e as casas dos que estiverem sob nossa responsabilidade, oremos com calma e com clareza, e se possível em voz audível, não necessariamente aos berros. Intercedamos pelos cômodos da ou das casas, sobre os quatro cantos delas, o teto, o chão, as portas, as janelas e todas as entradas e saídas, e na autoridade do nome de Jesus estabeleçamos proteção espiritual. Expulsemos em nome de Jesus todo o mal, dos locais e das vidas, nas esferas física, emocional e espiritual. Mesmo a proteção contra insetos, roedores, répteis e outros animais, pode ser pedida em oração. Jesus disse que se pisássemos em escorpiões nenhum mal sofreríamos, não foi? Obviamente, todo o cuidado espiritual deve ser acompanhado dos cuidados físicos, do que adianta orarmos pedindo proteção contra escorpião, se não tomamos cuidado com lixo, quintais, esgotos e comunicação entre nossa casa e as ruas, calçadas e terrenos baldios próximos? Sejamos sábios, espirituais mas racionais também.
          O raciocínio é simples, se expulsamos algo de um lugar ele sai de lá e vai para outro lugar, a ação maligna, a obra do mal, pode ser anulada, mas o demônio não desaparece simplesmente. Assim, podemos determinar para onde o espírito maligno expulso irá, isso é importante pois se expulsarmos o mal de alguém, sem determinar para onde ele vai depois que sai da pessoa, ele pode voltar para nós ou para as pessoas e lugares para os quais damos cobertura. A cobertura abre o mundo espiritual, para o bem, mas também para o mal, se for feita sem cuidado, por isso sua seriedade. Na ausência da intimidade e autoridade que Jesus tinha com e sobre os demônios, que perguntou o nome deles e autorizou a solicitação deles irem para os porcos, relato de Marcos 5, podemos dizer, “demônios saiam desse local e vão para o lugar que o Senhor tem determinado pra vocês, longe da minha vida, minha casa e minha família”. É importante que isso fique bem claro.
          Mas o mal não entra só por portas físicas, nesses tempos modernos ele pode entrar também por portas virtuais, portanto, tenhamos cuidado com o que assistimos na TV e pela internet, em celulares, tabletes, computadores. Oremos também por esses aparelhos pedindo a Deus que nos fortaleça contra as tentações midiáticas, assim como expulsando qualquer demônio que possa ter entrado por esses meios. Só assistir um vídeo pornagráfico já pode dar brecha para um demônio oprimir nossa casa. Mesmo momentos em que recebemos visitas, especialmente quando elas não são cristãs, devem ser acompanhados de oração. Quando alguém entra em nossa casa pode estar trazendo, mesmo sem saber, demônios, mas que na oração oportuna e certa não passará da porta. Tenhamos cuidado também com presentes, oremos sobre eles assim que os recebermos e antes de usá-los. Tenhamos cuidado principalmente com pessoas próximas a religiões espíritas ou ocultistas, que declaradamente buscam comunicação com espíritos malignos.

    Esta é a 8a. parte do estudo “Desvendando o verdadeiro mundo espiritual” 
    dividido em 17 partes e publicado aqui entre os dias 1/12/2018 e 17/12/2018

    07/12/18

    7. Mundo espiritual: tenhamos consciência dele (Parte 7 de 17)


    7. Mundo espiritual: tenhamos consciência dele

          “Está alguém entre vós aflito? Ore. Está alguém contente? Cante louvores. Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e orem sobre ele, ungindo-o com azeite em nome do Senhor; E a oração da fé salvará o doente, e o Senhor o levantará; e, se houver cometido pecados, ser-lhe-ão perdoados. Confessai as vossas culpas uns aos outros, e orai uns pelos outros, para que sareis. A oração feita por um justo pode muito em seus efeitos. Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra. E orou outra vez, e o céu deu chuva, e a terra produziu o seu fruto.” 

    Tiago 5.13-18


          O texto de Tiago capítulo 5 encanta pela objetividade, ele não fica “viajando” no problema, como que tentando achar quase que uma justificativa para que permaneçamos nele e não busquemos resolvê-lo, coisa que muitas religiões e psicologias fazem. Ele diz, está aflito? Ore. Está contente? Louve. O problema é complicado para resolver sozinho? Peça ajuda aos líderes. A oração de fé curará o doente e perdoará o pecador, simples assim. E não há desculpas para não se resolver o problema em Deus, mesmo Elias, que tantos milagres provou e fez, era homem como nós. Por isso amamos o Espírito Santo e as palavras que ele permitiu que fossem registradas no cânone bíblico, glória a Deus por isso. 
          De maneira geral, a orientação que Deus deixou na Bíblia para nossa relação com o mundo espiritual é assim, simples, sem complicações, a permissão de Deus para a construção do cânone bíblico visou atingir a todos e de todos os tempos. O homem e os diabos, sendo que nem importa se x influencia y ou se é o contrário, o mais certo é que o mal conhece o mal e quando um quer se afastar de Deus encontra no outro um sócio, que seja, diabos e homens sempre mostram um mundo espiritual complicado, misterioso, cheio de níveis e portais. A intenção das trevas é impedir que o homem conheça a luz, assim como mentir sobre elas mesmas, os diabos não se mostram como seres espirituais rebeldes e condenados, que já foram destruídos na obra redentora de Jesus o messias. Eles se mostram como seres de luz que podem dar ao ser humano mais do que Deus dá, sempre insistindo no mito de Prometeu.
          Contudo, mesmo na simplicidade poderosa do evangelho, e toda sabedoria verdadeira é sempre simples, a Bíblia nos ensina muitas coisas sobre demônios, se tivermos consciência delas entenderemos que é preciso sabedoria sobre o que oramos e como oramos. Algumas orações não podem ser feitas sem que o Senhor nos autorize, não é sábio sair orando por qualquer um e de qualquer jeito, não quando nos envolvemos mais profundamente com o mundo espiritual. Deus ouve a todos e a todos responde, ninguém precisa ser técnico ou doutor para orar. Mas quem quer amadurecer e ter uma vida de oração mais eficiente, aprenderá, com o próprio Espírito Santo, os caminhos da intimidade com o Senhor. Nessa intimidade podemos até receber de Deus uma chamada mais específica para entrar em batalha espiritual, não só por nossas vidas e de familiares, mas também por grupos e regiões maiores. 
          Por que não devemos entrar em batalha espiritual sem orientação de Deus? Porque podemos entrar em embates que não são nossos, que Deus não nos autorizou a entrar, e portanto nos expormos a inimigos que não poderemos vencer simplesmente porque não é assunto nosso e nem estamos preparados, pelo menos não naquele momento. Assim, cuidado, contudo, uma certeza podemos ter, aqueles que estão dentro de nossos lares, cônjuges, filhos ou outros, esses estão sobre a nossa responsabilidade de oração, portanto podemos colocá-los sobre nossa cobertura espiritual. Assim, todo pai é toda mãe pode fazer intercessão por suas famílias e usando a autoridade dada por Jesus a eles para destruir as obras do diabo. 
          As igrejas cristãs precisam ter esse conhecimento, principalmente muitas protestantes tradicionais, que infelizmente, apesar de estudarem tanto a Bíblia, parecem não achar que essa relação com o mundo espiritual seja aprovada pela doutrina, pelo menos, não nos dias de hoje. É urgente que entendamos que o território espiritual sobre e na Terra está dividido em regiões geográficas físicas e que nos cabe lutar com as armas certas para manter os nossos territórios, nosso lar e nossa família, um lugar especial, um território físico e espiritual nosso, pelo qual temos responsabilidade, mas também um lugar que o mal tem muito interesse em oprimir. 

    Esta é a 7a. parte do estudo “Desvendando o verdadeiro mundo espiritual” 
    dividido em 17 partes e publicado aqui entre os dias 1/12/2018 e 17/12/2018

    06/12/18

    6. Conquistando e mantendo espaço (Parte 6 de 17)


    6. Conquistando e mantendo espaço

          “Nós, porém, irmãos, sendo privados de vós por um momento de tempo, de vista, mas não do coração, tanto mais procuramos com grande desejo ver o vosso rosto; Por isso bem quisemos uma e outra vez ir ter convosco, pelo menos eu, Paulo, mas Satanás no-lo impediu.
    I Tessalonicenses 2.17

          “Perseverai em oração, velando nela com ação de graças; Orando também juntamente por nós, para que Deus nos abra a porta da palavra, a fim de falarmos do mistério de Cristo, pelo qual estou também preso; Para que o manifeste, como me convém falar.” 
    Colossenses 4.2-4

          O texto de I Tessalonicenses 2.17-18 faz uma revelação muita séria, Paulo, o apóstolo-teólogo que definiu a igreja cristã sobre o fundamento dos evangelhos, tanto fundador de igrejas quanto estudioso das revelações do Espírito Santo sobre o cristianismo, assume que foi impedido por Satanás de fazer algo, de ir até Tessalônica e ver os irmãos. Como lemos e relemos a Bíblia mas deixamos passar batido coisas importantes, sempre fazendo uma interpretação que nos convém, estabelecida por uma tradição de homens e não sensível à verdadeira voz do Espírito Santo. Se Paulo foi barrado por um diabo, ele, um soldado do Senhor do mais alto nível, quanto mais nós, tão envolvidos com as coisas deste mundo e não com a vontade de Deus. Eu particularmente fui edificado com o fato de um Paulo ter admitido o que admitiu, é bem difícil ver uma palavra assim sair das bocas de muitos pregadores atuais, que se postam como super-pastores, que parecem que nunca erram e que podem tudo. 
          Por outro lado, se Deus permitiu que essa passagem ficasse registada na Bíblia até os dias de hoje, é porque temos que saber e aprender algo com ela. Vencer o inimigo espiritual de nossas almas em oração é algo muito sério e muitas vezes não tão simples. Mas o diabo nunca tem vitória, isso é uma certeza, mesmo que seja habilidoso em criar situações que podem até jogar irmãos contra irmãos e que criam muitas vezes engodos difíceis de nos desvencilharmos, o que ele consegue realizar está sob a vontade permissiva de Deus. Se o Senhor autorizou-o a impedir uma ação do apóstolo foi com um objetivo, Paulo com certeza aprendeu algo com a experiência, algo de bom. Como diz a carta aos Romanos, “E sabemos que todas as coisas contribuem juntamente para o bem daqueles que amam a Deus, daqueles que são chamados segundo o seu propósito.” (8.28).
          Batalha espiritual é conquista e manutenção de espaço, dando-nos direito de ficar, ir e vir com liberdade e em paz, por isso Paulo pede aos Colossenses no capítulo 4 da carta direcionada a eles que orem para que Deus lhe abra as portas. Só podemos realizar batalha espiritual sobre espaços que recebemos de Deus para dar cobertura espiritual. O espaço é físico, porém ocupado espiritualmente por seres espirituais do mal, os exércitos de espíritos malignos dos anjos caídos, que expulsos do céu espiritual, o terceiro céu, habitam agora o segundo céu espiritual, uma outra dimensão do céu físico ou o primeiro céu que fica ao redor do planeta Terra. Abrindo parênteses, classificar o céu em três níveis, é uma interpretação que me agrada, que é baseada naquilo que sabemos, sem complicar o assunto. Em II Coríntios 12.1-4 Paulo se refere ao Paraíso como o 3o. céu, os judeus acreditavam na existência de sete céus diferentes, a Bíblia não é tão específica sobre o assunto, fecho parênteses.
          Os espíritos malignos ganham espaço oprimindo e enganando aqueles que lhes dão ouvidos, e numa situação mais extrema de permissividade humana, possuindo-os. No antigo testamento o povo de Deus era uma nação física, Israel, assim a conquista de Canaã foi feita através de guerra e conquista de um território de terra. Israel tinha autorização de Deus para conquistar um território, mas não todos, limites foram estabelecidos e para cada uma das doze tribos. Mas Israel também tinha uma missão espiritual, testemunhar do Deus verdadeiro para as outras nações e se elas se rendessem ao Senhor e deixassem seus falsos deuses, Deus também as acolheria. 
          Na nova aliança, o povo do Senhor, os salvos em Cristo, constituem uma Igreja espiritual, não limitada por espaço físico, por nações ou outros tipos de territórios, agora a conquista não se faz mais por embates físicos, mas por fé no nome de Jesus através do amor de Deus. As igrejas crescem pregando o evangelho de redenção aos homens e não existe mais limites para isso, todos os que querem podem ser salvos e fazerem parte da Igreja universal e espiritual. Contudo, mesmo com essa nova referência de espiritualidade, de valores e virtudes interiores e não mais físicos, de uma salvação para todos, a batalha com os anjos caídos e seus demônios ainda se faz por força, não física, mas espiritual. Exatamente como isso acontece nos céus, nós não sabemos, o texto de Daniel 10 e as passagens de Apocalipse nos dão uma noção. Também não sabemos exatamente como atitudes humanas, na fé e na consagração, interferem nessa batalha, novamente as passagens de Daniel 10, Lucas 8 e Marcos 5 nos dá algumas informações a respeito, como já estudamos.
     
    Esta é a 6a. parte do estudo “Desvendando o verdadeiro mundo espiritual” 
    dividido em 17 partes e publicado aqui entre os dias 1/12/2018 e 17/12/2018

    05/12/18

    5. Território espiritual (Parte 5 de 17)


    5. Território espiritual

          “E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o. E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não me atormentes. (Porque lhe dizia: Sai deste homem, espírito imundo.) E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque somos muitos. E rogava-lhe muito que os não enviasse para fora daquela província. E andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos. E todos aqueles demônios lhe rogaram, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles. E Jesus logo lho permitiu. E, saindo aqueles espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada se precipitou por um despenhadeiro no mar (eram quase dois mil), e afogaram-se no mar.” 

    Marcos 5.6-13


          Os relatos de Lucas 8 e Marcos 5 sobre um mesmo acontecimento são importantes para entendermos muitos conceitos do mundo espiritual, um já citamos na parte 5 deste estudo, o outro é a territorialização dos demônios. Por que os demônios pediram a Jesus para entrarem nos porcos? Porque eles não queriam deixar aquela região geográfica, ou porque queriam continuar possuindo corpos físicos, mesmo que fossem de animais, de porcos? O texto de Marcos diz que os demônios pediram que Jesus não os enviasse para fora daquela província, o de Lucas diz que eles não queriam ser lançados no “abismo” (o que seria abismo, seria um lugar físico ou espiritual?) Seja como for, fica claro o desejo dos espíritos malignos de continuarem naquele território, presos aos porcos da região, lugar que conheciam e estavam adaptados e não no “abismo”.
          Quando dizemos território não queremos dizer a terra em si, mas o grupo social, a cultura, a sociedade humana do lugar. Os demônios habitam em todo o planeta Terra, mas eles se adaptam às culturas locais, assim, na África eles têm nomes e formas para os habitantes africanos, na Grã Bretanha terão outros nomes e formas, nos países nórdicos outros nomes e formas, na Índia, outros, no Japão, outros etc. Os seres espirituais do mal tiveram a mesma origem em todos os lugares, mas adaptados às culturas locais, têm nomes e formas distintos, assim, um demônio africano, via de regra, pode não querer ir para a Inglaterra, a não ser que africanos forem para lá. Isso explica a força do afro-espiritismo no Brasil e Américas, os demônios dessas religiões vieram pra cá junto da grande quantidade de africanos que pra foi trazida como escrava, por isso mantiveram nomes e formas da cultura africana, mesmo convivendo com a cultura portuguesa, italiana ou mesmo indígena que já existia nas Américas. 
          Demônios também se especializam em fraquezas e pecados locais, em uma região inclinam os homens para adultério e prostituição, em outras para suicídio e depressão, em outra para ganância e materialismo. É claro que de maneira geral, fazem todo o tipo de mal em todo o lugar, mas se prestarmos atenção notaremos males mais acentuados em determinadas regiões. No Japão o ritual “haraquiri” de suicídio deu origem aos “kamikazes” na segunda guerra mundial, e até hoje existe no país um alto grau de suicídio, isso está ligado a uma atuação demoníaca específica. Na Índia existe uma adoração muito grande de animais, de todo o tipo, isso é um tipo de atuação do mal, aliás a Índia, que ocidentais equivocados amam celebrar sua “espiritualidade”, sofre uma influência de demônios muito grande, dos mais diversos e sujos tipos. 
          Mas os demônios não são donos legítimos dos espaços, eles são ladrões que se aproveitam da fraqueza e rebeldia do homem. O planeta Terra foi dado originalmente ao homem, depois Canaã foi dada à nação de Israel, com a nova aliança em Cristo os convertidos têm responsabilidade pessoal sobre suas posses e suas famílias. Os demônios não são onipresentes nem oniscientes, apesar de espirituais eles são limitados, mas são comissionados, enviados para cumprir missões em lugares específicos e sobre pessoas específicas, assim, estabeleceu-se uma batalha espiritual por espaços físicos entre os cristãos selados com o Espírito Santo e os espíritos malignos. A arma do justo sempre foi a oração, vejamos a experiência de Daniel no capítulo 10 de seu livro, mas na nova aliança tem a autoridade no nome de Jesus. 
          Quando andamos pelo mundo, nas ruas, no trabalho, numa escola, no comércio, num restaurante, enfim, longe de casa e da igreja local que frequentamos, devemos orar pedindo proteção pessoal e individual. Nesses casos podemos, sem saber, estar cruzando regiões repletas de demônios que receberam legalidade para estarem lá por outras pessoas, mas esses lugares não são responsabilidades nossas. Mesmo assim, estejamos tranquilos, em trânsito, se estivermos em obediência a Deus e com oração e confissão de pecados em ordem, a mão do Senhor está sobre nós e nenhum mal nos toca (e mesmo enfieis Deus permanece fiel). 
          Se todos no planeta fossem convertidos e fizessem suas batalhas espirituais pessoais sobre sua posses e responsabilidades, demônios e diabos ficariam sem lugar para atuar, mesmo que presentes estariam amarrados. Mas a realidade é outra, enquanto vivemos o momento de livre arbítrio, onde a humanidade pode escolher se quer ou não ser salva, o planeta Terra está retalhado, por isso devemos lutar por aquilo que é nosso, e andar nos outros espaços com sabedoria e cuidado. Nossas prioridades são nossa família e nosso lar, conforme veremos logo mais.

    Esta é a 5a. parte do estudo “Desvendando o verdadeiro mundo espiritual” 
    dividido em 17 partes e publicado aqui entre os dias 1/12/2018 e 17/12/2018