quarta-feira, dezembro 05, 2018

5. Território espiritual (Parte 5 de 17)


5. Território espiritual

      “E, quando viu Jesus ao longe, correu e adorou-o. E, clamando com grande voz, disse: Que tenho eu contigo, Jesus, Filho do Deus Altíssimo? conjuro-te por Deus que não me atormentes. (Porque lhe dizia: Sai deste homem, espírito imundo.) E perguntou-lhe: Qual é o teu nome? E lhe respondeu, dizendo: Legião é o meu nome, porque somos muitos. E rogava-lhe muito que os não enviasse para fora daquela província. E andava ali pastando no monte uma grande manada de porcos. E todos aqueles demônios lhe rogaram, dizendo: Manda-nos para aqueles porcos, para que entremos neles. E Jesus logo lho permitiu. E, saindo aqueles espíritos imundos, entraram nos porcos; e a manada se precipitou por um despenhadeiro no mar (eram quase dois mil), e afogaram-se no mar.” 

Marcos 5.6-13


      Os relatos de Lucas 8 e Marcos 5 sobre um mesmo acontecimento são importantes para entendermos muitos conceitos do mundo espiritual, um já citamos na parte 5 deste estudo, o outro é a territorialização dos demônios. Por que os demônios pediram a Jesus para entrarem nos porcos? Porque eles não queriam deixar aquela região geográfica, ou porque queriam continuar possuindo corpos físicos, mesmo que fossem de animais, de porcos? O texto de Marcos diz que os demônios pediram que Jesus não os enviasse para fora daquela província, o de Lucas diz que eles não queriam ser lançados no “abismo” (o que seria abismo, seria um lugar físico ou espiritual?) Seja como for, fica claro o desejo dos espíritos malignos de continuarem naquele território, presos aos porcos da região, lugar que conheciam e estavam adaptados e não no “abismo”.
      Quando dizemos território não queremos dizer a terra em si, mas o grupo social, a cultura, a sociedade humana do lugar. Os demônios habitam em todo o planeta Terra, mas eles se adaptam às culturas locais, assim, na África eles têm nomes e formas para os habitantes africanos, na Grã Bretanha terão outros nomes e formas, nos países nórdicos outros nomes e formas, na Índia, outros, no Japão, outros etc. Os seres espirituais do mal tiveram a mesma origem em todos os lugares, mas adaptados às culturas locais, têm nomes e formas distintos, assim, um demônio africano, via de regra, pode não querer ir para a Inglaterra, a não ser que africanos forem para lá. Isso explica a força do afro-espiritismo no Brasil e Américas, os demônios dessas religiões vieram pra cá junto da grande quantidade de africanos que pra foi trazida como escrava, por isso mantiveram nomes e formas da cultura africana, mesmo convivendo com a cultura portuguesa, italiana ou mesmo indígena que já existia nas Américas. 
      Demônios também se especializam em fraquezas e pecados locais, em uma região inclinam os homens para adultério e prostituição, em outras para suicídio e depressão, em outra para ganância e materialismo. É claro que de maneira geral, fazem todo o tipo de mal em todo o lugar, mas se prestarmos atenção notaremos males mais acentuados em determinadas regiões. No Japão o ritual “haraquiri” de suicídio deu origem aos “kamikazes” na segunda guerra mundial, e até hoje existe no país um alto grau de suicídio, isso está ligado a uma atuação demoníaca específica. Na Índia existe uma adoração muito grande de animais, de todo o tipo, isso é um tipo de atuação do mal, aliás a Índia, que ocidentais equivocados amam celebrar sua “espiritualidade”, sofre uma influência de demônios muito grande, dos mais diversos e sujos tipos. 
      Mas os demônios não são donos legítimos dos espaços, eles são ladrões que se aproveitam da fraqueza e rebeldia do homem. O planeta Terra foi dado originalmente ao homem, depois Canaã foi dada à nação de Israel, com a nova aliança em Cristo os convertidos têm responsabilidade pessoal sobre suas posses e suas famílias. Os demônios não são onipresentes nem oniscientes, apesar de espirituais eles são limitados, mas são comissionados, enviados para cumprir missões em lugares específicos e sobre pessoas específicas, assim, estabeleceu-se uma batalha espiritual por espaços físicos entre os cristãos selados com o Espírito Santo e os espíritos malignos. A arma do justo sempre foi a oração, vejamos a experiência de Daniel no capítulo 10 de seu livro, mas na nova aliança tem a autoridade no nome de Jesus. 
      Quando andamos pelo mundo, nas ruas, no trabalho, numa escola, no comércio, num restaurante, enfim, longe de casa e da igreja local que frequentamos, devemos orar pedindo proteção pessoal e individual. Nesses casos podemos, sem saber, estar cruzando regiões repletas de demônios que receberam legalidade para estarem lá por outras pessoas, mas esses lugares não são responsabilidades nossas. Mesmo assim, estejamos tranquilos, em trânsito, se estivermos em obediência a Deus e com oração e confissão de pecados em ordem, a mão do Senhor está sobre nós e nenhum mal nos toca (e mesmo enfieis Deus permanece fiel). 
      Se todos no planeta fossem convertidos e fizessem suas batalhas espirituais pessoais sobre sua posses e responsabilidades, demônios e diabos ficariam sem lugar para atuar, mesmo que presentes estariam amarrados. Mas a realidade é outra, enquanto vivemos o momento de livre arbítrio, onde a humanidade pode escolher se quer ou não ser salva, o planeta Terra está retalhado, por isso devemos lutar por aquilo que é nosso, e andar nos outros espaços com sabedoria e cuidado. Nossas prioridades são nossa família e nosso lar, conforme veremos logo mais.

Esta é a 5a. parte do estudo “Desvendando o verdadeiro mundo espiritual” 
dividido em 17 partes e publicado aqui entre os dias 1/12/2018 e 17/12/2018

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