07/01/19

Demos a outra face

      “Ai de vós quando todos os homens de vós disserem bem, porque assim faziam seus pais aos falsos profetas. Mas a vós, que isto ouvis, digo: Amai a vossos inimigos, fazei bem aos que vos odeiam; Bendizei os que vos maldizem, e orai pelos que vos caluniam.

      Ao que te ferir numa face, oferece-lhe também a outra; e ao que te houver tirado a capa, nem a túnica recuses; E dá a qualquer que te pedir; e ao que tomar o que é teu, não lho tornes a pedir. E como vós quereis que os homens vos façam, da mesma maneira lhes fazei vós, também.

      E se amardes aos que vos amam, que recompensa tereis? Também os pecadores amam aos que os amam. E se fizerdes bem aos que vos fazem bem, que recompensa tereis? Também os pecadores fazem o mesmo. E se emprestardes àqueles de quem esperais tornar a receber, que recompensa tereis? Também os pecadores emprestam aos pecadores, para tornarem a receber outro tanto.

      Amai, pois, a vossos inimigos, e fazei bem, e emprestai, sem nada esperardes, e será grande o vosso galardão, e sereis filhos do Altíssimo; porque ele é benigno até para com os ingratos e maus. Sede, pois, misericordiosos, como também vosso Pai é misericordioso.” 

Lucas 6.26-36


      A estética moral do evangelho assim como sua eficiência espiritual reside na essência do texto acima, não exigirmos direitos, de ninguém, mas esperarmos em Deus quando, quanto, como e se devemos recebê-los. Como se enganam os que acham que vitória em Cristo é receber honra social e material só porque cremos no Deus todo poderoso e dono de tudo, os que veem o caminho com Jesus asssim, que o interpretam simplesmente como sendo escolher o lado que é vencedor para receber direitos visíveis e a curto prazo, erram e caem facilmente nas mãos de hereges. O evangelho tem a ver com transformação do nosso homem interior, com ganho e aperfeiçoamento de caráter, e no ser humano isso é feito, em grande parte das vezes, com perdas, não com ganhos, com humilhação, não com exaltação, com abrir mão, dar um passo atrás, guardar silêncio e não reagir. 

      Dessa maneira deixamos Deus fazer as coisas, nos defender, lutar por nós, dar as respostas, sem que vendamos nossa paz por preço algum. Se a conquista de nossa vida eterna, do perdão dos nossos pecados, da proteção contra todo mal, se tudo isso ganhamos pela vida, morte e ressurreição do próprio Deus encarnado e sem pecado, então não podemos trocar isso por uma provocação do homem mal e egoista que se deixa ser usado por demônios mentirosos. Muitíssimo maior é o que está em nós, muito mais precioso e puro que qualquer homem, mulher, diabo ou seja lá o que for. Assim não percamos tempo nem paz permitindo ficar em nosso coração ou se converter em palavra ou atitude qualquer insegurança que faça com que nos rebaixemos perante a vaidade e a maldade dos outros. Antes sigamos as orientações acima, sempre oferecendo a outra face em paz e em humildade.


06/01/19

Atrás de nossos olhos

      “Os propósitos do coração do homem são águas profundas, mas quem tem discernimento os traz à tona.” Provérbios 20:5

      Quem vê cara não vê coração, mas quem olha nos olhos, com sensibilidade espiritual, verá a verdade, revelada nas palavras e ações ou escondida delas. Para o sincero, contudo, até o silêncio é revelador, até a ausência de posição, de argumentação, de iniciativa abre o coração e entrega a emoção, represeda pelo tempo. Mas é preciso um certo trabalho, para remover com cuidado as pedras de mágoa lançadas pelos egoistas, que não sabem amar, mas só usar, se houver esse respeito acharemos lá no fundo das águas uma alma ainda doce. Conquistaremos então um bom amigo, grato pela elegância que tivemos em dar-lhe atenção, desnudo ante o nosso afeto, que poderá retribuir com o mesmo afeto, olhando com paciência os nossos olhos e vendo, dentro de nós, aquilo que ninguém jamais viu. 

05/01/19

Poderoso em obras e palavras

      E ele lhes perguntou: Quais? E eles lhe disseram: As que dizem respeito a Jesus Nazareno, que foi homem profeta, poderoso em obras e palavras diante de Deus e de todo o povo; E como os principais dos sacerdotes e os nossos príncipes o entregaram à condenação de morte, e o crucificaram.Lucas 24.19-20

      “No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus. Ele estava no princípio com Deus. Todas as coisas foram feitas por ele, e sem ele nada do que foi feito se fez. Nele estava a vida, e a vida era a luz dos homens.” “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós, e vimos a sua glória, como a glória do unigênito do Pai, cheio de graça e de verdade.” João 1.1-4, 14

      Um mundo em trevas, acostumado com a hipocrisia de religiosos que pregam e não praticam, crucificou Jesus, mas será que hoje é diferente, mesmo nas igrejas evangélicas? Será que realmente damos valor para quem fala e vive o que fala? Infelizmente não, damos tanta atenção e honra para os que discursam em púlpitos luxuosos, coisas agradáveis aos nossos ouvidos, profecias de alegria e de vitória, sempre sobre um inimigo que está do lado de fora, nas pessoas, no diabo, no mundo, mas nunca em nós mesmos. A esses, que fazem da alma andor para a incoerência, cujas palavras são vazias e só servem para manipular os tolos, muitos ouvem, e pagam caro para ouvir, enquanto o Espírito Santo é calado.
      Se fosse possível ou mesmo necessário, respeitando todo o contexto histórico, social e cultural atual e pelas referências atuais de Deus encarnado, se Jesus vivesse nesses tempos o que viveu há dois mil anos atrás também seria crucificado. A coerência de falar e fazer, e principalmente de ser verbo de Deus, que diz e cria, que verbaliza e passa a existir o que foi tido, e isso em boas obras, sempre desperta ódio daqueles que se acham donos das religiões oficiais. Infelizmente, depois os seguem as massas, volúveis e inconstantes, como folhas secas ao vento. Abramos os olhos para discernirmos os hipócritas dos verbos, verbos são aqueles que praticam o que falam e praticam obras realmente agradáveis a Deus.
      Deus não usa meramente palavras, tudo o que ele diz acontece, as palavras de Deus são sempre “verbo”, e o “verbo” de Deus, o potencial que ele usa para manifestar sua vontade criativa no mundo, desde o início dos tempos, é Jesus, Jesus é o verbo de Deus. Em Cristo encarnado, o verbo de Deus se fez carne, toda a vontade essencial de Deus para o homem encarnou-se e andou entre os homens. Por isso Jesus é mais que um profeta, um líder religioso, um criador de religião, ele não pode ser equiparado a ninguém, por mais sábio, caridoso e santo que esse seja. Quanto a nós, que falamos e não vivemos, seremos julgados não só pelas más ações que fizemos, mas pelas palavras ruins ou falsas que dissemos. 

04/01/19

Os últimos serão os primeiros

      “E eis que derradeiros há que serão os primeiros; e primeiros há que serão os derradeiros.Lucas 13.30


      Ah, a nossa pressa, de chegar, de fazer, de ter, de mostrar, por causa da nossa ansiedade de viver. Assim, nos vendemos, agradamos as pessoas erradas para sermos livres e acabamos escravos, fazemos um monte de coisas para ter um futuro confortável, e acabamos sem um presente feliz. O tempo de Deus não funciona assim, ele não contempla quantidade, mas qualidade, e entenda certo, não estou dizendo que podemos passar um monte de tempo fazendo bobagens para ter um curto tempo no final fazendo a coisa certa, não é isso. Contudo, Deus pode nos deixar nos bastidores por muito tempo, não fazendo algo de errado, mas também não sendo admirados por estarmos fazendo a coisa certa.

      Muitos de nós talvez precisem passar por décadas de silêncio, para então, um dia, sermos levantados por Deus para fazermos uma coisa, simples, mas que abençoará a muitos e fará valer, pelo menos para nós, por todo o tempo passado no ostracismo. Por quê? Para ser útil nas mãos de Deus e com Deus, repito, as coisas funcionam diferentemente. Assim, não se sinta menos por ser o último, o último a ser lembrado, a ser usado, a ter uma oportunidade para mostrar seu melhor. O seu melhor precisa de tempo para ser lapidado e só lapidado será belo, terá um brilho ímpar, será objeto de admiração pela beleza que sempre teve, mas que só apareceu depois de lapidado, lapidado pelo tempo de Deus.

03/01/19

Quem perde, acha

      “Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, acha-la-á.Mateus 10.39         


      Quem perde, acha, um dos princípios fundamentais do evangelho, mas será que entendemos de fato isso? O que significa perder? O que é achar? Bem, pode variar, de pessoa para pessoa, e Deus não cobra de mim baseado naquilo que cobra do outro, nem o contrário. Deus conhece a cada um de nós com profundidade, sabe o que é importante para cada um de nós, e acima de tudo, sabe o preço que cada um de nós tem. Até onde vamos para defender um ponto de vista, para exigir um direito? E não me refiro aqui a ponto de vista errado, nem direito ilegítimo, contudo, tem um ponto em que o lícito se torna inconveniente, que continuar de posse do que é justo, significa perder a paz e agredir o outro, mesmo que o outro seja injusto.

      Por que vivemos num mundo errado, dominado pelo homem cruel e pelos demônios é que devemos saber o momento de parar, de entregar os pontos, de dar ao que nos pede a capa, a capa e a camisa, por um simples motivo, continuarmos vivos, vivos em Deus e para Deus. Quando entendemos a importância de abrir mão de vaidades, de dar a última palavra, de vencer uma discussão, de não nos impormos como superiores pela força, seja ela física ou intelectual, quando preferimos abaixar a cabeça e sair do jogo, muitas vezes diante de uma maioria que nos vê como perdedores, é que entendemos o ensino de Jesus em Mateus 10.39. É nesse ponto que perdemos por amor do Senhor, e quando isso ocorre, ganhamos a verdadeira vida.

02/01/19

Andamos por fé, não por vista

      “Porque andamos por fé, e não por vista” II Coríntios 5.7


      Assim, nada de darmos pro homem mais valor que ele tem, Deus é maior e cremos nele, nada de darmos pro diabo mais poder que ele tem, Deus é maior e cremos nele, nada de darmos pra este mundo mais importância que ele tem, Deus é maior e cremos nele, nada de darmos pra esta vida mais beleza que ela tem, Deus é maior e cremos nele. O homem hoje nasce e amanhã morre, do pó ao pó, frágil é e pouco dura. O diabo é mentiroso e perdedor, já está condenado, é anjo caído destinado ao inferno. O mundo é mau e sua honra é falsa, nele não há justiça. A vida é vã e seu prazer é finito, inviável pra dar a paz que permanece. 

      Nada de nos ocuparmos demais em armazenar para o futuro, ainda que andando com sabedoria no presente. Nada de confiarmos nas promessas humanas, elas só tentarão nos escravizar para servirmos aos homens. Nada de olharmos demais para os próprios umbigos, nossos sentimentos são enganadores e míopes. Nada de acharmos legitimidade na mágoa ou na crueldade humana, são deuses tão falsos quanto os ídolos e os demônios. Andemos por fé em Deus, olhando para Deus, em paz pelo perdão que Cristo nos dá, indiferente das circunstâncias, da realidade, da nossa saúde, da política e da economia do mundo, fazendo o nosso melhor e descansando no Senhor, que recompensa todos aqueles que nele creem.

01/01/19

Um 2018 com mais vitória!

      “Porque eu bem sei os pensamentos que tenho a vosso respeito, diz o Senhor; pensamentos de paz, e não de mal, para vos dar o fim que esperais. Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração.” Jeremias 29.11-13


      Vitória de fato, fim do tempo de deserto, de disciplina, de espera, mas com respostas de Deus e ouvidos, nossos, sensíveis e obedientes para entenderem e obedecerem essas respostas, sejam elas, sendo de Deus, quais forem.