09/08/19

Deus nos livra de cairmos em tentação

      “Aquele, pois, que cuida estar em pé, olhe não caia. Não veio sobre vós tentação, senão humana; mas fiel é Deus, que não vos deixará tentar acima do que podeis, antes com a tentação dará também o escape, para que a possais suportar.I Coríntios 10.12-13

      Qual é a tentação que pode nos vencer? Não são os prazeres da carne, os vícios, o sexo, o ódio ou a inveja, tudo isso é consequência de quem cai numa primeira tentação, a da fé. A primeira coisa que o diabo nos tenta é a nossa fé em Cristo, nossa confiança em Deus, nossa aliança com o Espírito Santo, ele sabe que se cairmos nessa prova seremos presas fáceis das tentações de nossa própria carne, nessas ele nem precisa colocar muito a mão. O segredo é andarmos com a fé aprumada, focada, firme, e nessa convicção mantermos o coração feliz e a mente em paz. Contra isso sempre acharemos escape para suportar a realiadade do dia a dia. Uma alma triste, contudo, é uma alma fraca. 
      Cuidado, a astúcia do diabo está em minar aos poucos nossa fé, em colocar pequenas desconfianças que nos fazem achar que Deus nos abandonou ou não é tudo o que sua palavra diz que ele é. Quando o diabo mina a santidade absoluta de Deus em nossos pensamentos ele tenta diminuir nosso padrão de qualidade de santidade em nossos corações. Mas a tentação mais eficiente pode estar numa simples ideia, que pode corroer toda uma doutrina construída por anos em nós. Refletir sobre as coisas com mais profundidade, não aceitar as coisas só porque é costume, pode nos conduzir a um conhecimento mais profundo do altíssimo. Contudo, se não estivermos preparados, vigilantes, no espírito mais até que no intelecto, podemos abrir portas para fora da vontade do Senhor, e não para dentro do centro da vontade de Deus. 
      “Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho além do que já vos tenho anunciado, seja anátema” (Gálatas 1.8), cada um tem a tentação que merece, e o inimigo é expert em descobrí-la e usá-la. Se um pode colocar tudo a perder por um “rabo de saia” ou uma dose de cachaça, o outro pode se perder em interpretações e explicações sobre o mundo espiritual, com as razões filosóficas e ocultas da existência. Assim, ninguém se considere melhor, para cada armadura de virtudes há uma seta maligna que pode penetrar num ponto desprotegido, não importando se a armadura é de papel, pano, plástico ou metal. O que, todavia, está ligado a Deus, em temor e com humildade, não será pego de surpresa e terá de Deus a mão forte que o sustente quando o vendaval maligno tentar derruba-lo. 

08/08/19

Deus cuidará de nós para sempre

      “Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.” Salmos 23.6

      Quem chega a uma certa idade, vê os filhos crescendo, e olha o mundo atual, o Brasil, se preocupa, quem tem alguma lucidez sente algum receio. Ainda mais com a situação econômica que estamos vivendo em nosso país, reforma da Previdência, aposentadoria mais complicada, enfim, ficamos com o coração pesado pensando em como será nossa velhice, e a vida profissional de nossos filhos. 
      Confesso que há um tempo atrás, quando escutava as pessoas dizerem que o que importa é ter saúde eu não entendia bem isso, nem dava muita importância. Quando somos jovens pode nos faltar tudo, mas via de regra estamos sempre saudáveis, temos disposição para fazer as coisas, podemos até dormir pouco que acordaremos a tempo no outro dia para trabalhar, estudar, enfim, cumprir nossas obrigações. 
      Mas quando chegamos a uma idade as dores vêm e ficam, nossa pele muda, a cor de nossos cabelos se altera, nossas forças físicas diminuem e nossa vitalidade emocional se esfria. Somos seres materialistas, dificilmente conseguimos priorizar de fato os valores espirituais, mas tem que ser assim, precisamos sustentar nossos corpos, dar a eles a devida manutenção, principalmente na velhice. 
      Mas o ponto desta reflexão é: se Deus cuidou de nós até aqui, principalmente em nossas juventudes, quando fazíamos tantos coisas sem pensar direito, bem, esse mesmo Deus cuidará de nós também na velhice. Se nós mudamos, envelhecemos, Deus não muda, na verdade a figura física de um ancião de cabelos brancos e longas barbas que imaginamos para Deus, se pensarmos com mais profundidade a respeito, usando o evangelho de Jesus como base, veremos que não reflete de fato quem é Deus antropomorfizando-o (pondo-o em forma humana). 
       A figura humana mais próxima é a de Jesus encarnado quando iniciou seu ministério, e não deveria ser diferente, um homem comum, mas forte e maduro, aos trinta e poucos anos, essa talvez seja a melhor idade, aquela em que muitos poderiam escolher, se fosse possível, parar o tempo e permanecerem assim para sempre. Aliás, eu acredito que nossos corpos espirituais na eternidade serão algo parecido, indiferentemente se morremos crianças ou velhos, teremos a nossa melhor aparência física, a de homens e mulheres maduros de trinta e poucos anos.
      Especulações à parte, Deus não envelhece, nem muda, se cuidou de nós até aqui, o fará até o final, e como pai de amor que é, muito mais à medida que nos tornarmos mais frágeis, seja qual for a situação econômica do mundo, que infelizmente, só tende a piorar. O Senhor cuidará também de nossos filhos, desde que façamos todo o nosso possível para viver hoje e administrar família do jeito mais sábio. 
      Contudo, ainda que erremos, na assunção do erro e posse do perdão que há em Cristo, sempre há para nós disponível o cuidado suficiente de Deus para que tenhamos existências dignas. Tenhamos pois a segurança do salmista no Salmo 23, “certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida”. Glórias a Deus por isso, nosso maravilhoso pai de misericórdia! 

07/08/19

Faça porque é difícil

      “Porque, quando estávamos na carne, as paixões dos pecados, que são pela lei, operavam em nossos membros para darem fruto para a morte. Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.” Romanos 7.5-6

      Algumas coisas na vida eu faço não porque é fácil, mas porque é difícil. Não, não generalize, algumas coisas são difíceis porque não são para fazermos, não são para nós, e insistir em fazê-las pode ser sofrimento desnecessário para agradar homens ou nossas inseguranças. Contudo, algumas são difíceis para nos desafiar a melhorarmos, a subirmos para um outro nível de virtude, de vida espiritual, de vitória que no final nos deixarão, não mais escravos, mas mais libertos. Algumas dificuldades se apresentam diante de nós para alcançarmos mais liberdade e paz, e acredite, o próprio Deus nos leva por caminhos onde encontros ruins são inevitáveis. 
      Se certos encontros te deixam desconfortáveis, enfrente-os, com humildade, mas com coragem, no Espírito Santo, não na carne. Você será escravo se fugir, mas se fizer o mais difícil, estar no mesmo lugar onde certas pessoas se encontram, ser educado com elas, a recompensa será grande. Veremos que o que no início parecia difícil, depois se torna mais fácil, o bicho não era tão feio quanto achávamos, isso é dar mais um passo para a liberdade para a qual Cristo nos chamou. Usemos da liberdade de Cristo para construir pontes, não muralhas, para nos livrarmos do medo, não evitá-lo, assim, certas coisas devemos fazer não porque são fáceis, mas difíceis. 

      “Estai, pois, firmes na liberdade com que Cristo nos libertou, e não torneis a colocar-vos debaixo do jugo da servidão.Gálatas 5.1

06/08/19

Confessa, deixa e siga

      “O que encobre as suas transgressões nunca prosperará, mas o que as confessa e deixa, alcançará misericórdia. Bem-aventurado o homem que continuamente teme; mas o que endurece o seu coração cairá no mal.Provérbios 28.13-14

      Errou? Confessa, aproprie-se do perdão, deixa o desejo de comete-lo de novo e siga buscando não mais errar. Se pecou uma vez, que não peque uma segunda vez, o que não podemos é pensar que já se cometeu demais o mesmo pecado e não teremos mais como mudar. Aceitar um erro e não lutar mais contra ele é matar o espírito, negar o Espírito Santo, é render-se ao senhorio do tempo e negar Deus, o senhor do tempo. O que nos envelhece não é o colapso em que nosso corpo entra como efeito inexorável do passar do tempo, mas a falta de confissão do erro e de deixar o pecado. Perdão é fonte de juventude eterna, de juventude espiritual.
      Se a solução está só no perdão, e ele é sempre fundamento para qualquer construção de caracter, ele bastará para que tenhamos forças para seguir em paz, quando isso acontece nosso coração fica tranquilo imediatamente após nosso acerto com Deus, de forma milagrosamente simples. Embora, às vezes, mesmo depois que confessamos, nosso coração ainda esteja aflito com algo, nesse caso é preciso buscar mais a Deus e pedir orientação. Em alguns casos é preciso entender melhor a razão de algo ter nos roubado a paz, isso fará com que nos conheçamos melhor e entendamos de fato todas as implicações de nossas escolhas. 
      O maior poder que Deus confere aos homens, todavia, é o perdão no nome de Jesus, isso muda vidas, anula o poder do acusador e alcança misericórdia do Altíssimo que sempre protege e honra pecadores arrependidos. Não desistamos, não sejamos vencidos pela própria frustração de ter pecado de novo, que muitas vezes nos desanima não por desapontarmos a Deus, mas por vermos nosso orgulho ferido quando nos mostramos como menos espirituais diante de homens. Quando confiamos no perdão de Jesus, o problema não é mais nosso, agora Deus passa a lutar por nós, nos defender e nos justificar, diante dos poderes deste mundo, das hostes do mal e dos homens. 

05/08/19

Deixa a semente morrer!

      “Na verdade, na verdade vos digo que, se o grão de trigo, caindo na terra, não morrer, fica ele só; mas se morrer, dá muito fruto.” João 12.24

      Hoje quero dar glórias a Deus, pois mais uma vez ele me surpreendeu com sua bondade. Sempre que penso que algo está acabando, que é o fim e que nada mais de bom haverá, vem o Senhor e me mostra que é apenas o final de uma fase, que outra vai começar e será melhor. Contudo, o melhor só se inicia quando o que havia antes, que depois entendemos que não era tão bom assim, mas que lutamos para não deixar ir porque achamos que é tudo que temos, termina. 
      Assim, ainda que teus olhos não vejam, que tua mente nem sequer imagine, que teu coração não sinta, creia, só haverá fruto quando a semente for plantada e aparentemente parecer morrer. Deixa a semente morrer! Deixa a semente morrer! Sim, o tempo de espera pode ser difícil, pois não vemos nem a semente, nem os frutos, mas esse é o tempo de crer no Senhor e glorifica-lo, pela fé. Bem-aventurados os que não viram e creram, nada supera a recompensa do que crê e espera.

      “Depois disse a Tomé: Põe aqui o teu dedo, e vê as minhas mãos; e chega a tua mão, e põe-na no meu lado; e não sejas incrédulo, mas crente. E Tomé respondeu, e disse-lhe: Senhor meu, e Deus meu! Disse-lhe Jesus: Porque me viste, Tomé, creste; bem-aventurados os que não viram e creram.João 20.27-29

04/08/19

Só Deus sabe de mim

      “Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras.” Mateus 16.27

      Me espanta, e com muita tristeza, como muitos púlpitos, representados por pastores, pregadores e outros que se colocam como lideranças de igrejas, ainda medem espiritualidade por estereótipos, avaliam consagração por clichês, entendem como cristãos de qualidade aqueles que se encaixam nos velhos moldes das tradições, tradições que até tiveram origem em verdades, mas que com o tempo foram consideradas só superficialmente enquanto que a essência foi esquecida. 
      Os de linha pentecostal se equivocam mais em aquilatar ungidos preparados para não negar o evangelho mesmo numa perseguição ao cristianismo, aqueles que louvam ou cantam mais alto, que batem mais palma, que olha para o irmão do lado e diz “seja abençoado”,  ou que demonstram com palavras de ordem e manifestação pública de dons seu suposto grau de intimidade com o céu. Faltam a esses juízes profundidade de vida, respeito ao próximo, e mesmo na ausência disso por limitações intelectual e emocional, amor, que vê o outro com os olhos generosos de Jesus. 
      Quem sabe da intimidade das pessoas? Quem vê o que se passa nas madrugadas de vidas solitárias e angustiadas chorando aos pés do Senhor? Quem sabe da extensão de dor e de tristeza, construídas em uma vida de violência sofrida, que instalou nas almas dificuldade terrível mesmo para se ter o mínimo convívio social? Não julguemos a cara feia, o semblante fechado, o olhar inseguro e distante, nem usemos de desculpas como a que diz que o convertido deve ser transformado e que se a pessoa é fechada é porque ainda não se converteu. Não julguemos coração por cara. 
      Muitos não entendem, muitos pastores não sabem, e muitos nem se dão de fato ao trabalho de saber, lhes é mais conveniente gritarem protegidos pelos púlpitos seus equívocos, mas muitos não têm ideia do quanto é custoso dar um passo em direção a Deus. Sim, Deus é maravilhoso, contempla esse único passo e retribui com cem na direção do que sofre solitário, o Senhor seja louvado por isso. Mas os que julgam o fazem por não conhecerem de fato o coração de Deus, ainda que se achem espirituais e capazes de julgarem quem o é.
      Quando muitos desses pastores conhecerem de fato o amor de Deus pararão de generalizar, de achar que o fogo do Espírito deve ser provado de maneira igual por todos, ou conforme seus clichês, deixarão de achar que expressão emocional por si só é espiritualidade. Nesse dia pastores respeitarão quem muitas vezes reuniu todas as forças que tinha para ir até um templo, se sentar e prestar atenção à palavra, e que sofreu muito quando o púlpito deu ordem para que todos fizessem isso ou aquilo sem notar que alguém só queria ficar quieto e ter comunhão com Deus. 
      Muitos se surpreenderão no final, quando a pior e derradeira perseguição vier sobre os cristãos, ficarão surpresos ao verem que muitos que cantavam e falavam em línguas estranhas em público não estão mais se reunindo publicamente por temerem por suas vidas, não estão assumindo a fé que tanto diziam que tinham. Muitos dos primeiros serão os últimos (Mateus 19.27-30).
      Por outro lado, muitos sobre os quais se pensava serem frios, se mostrarão fortes e corajosos, sem medo de seja lá o que for que lhes possa impedir de assumirem diante do mundo que amam a Deus, isso porque sempre o amaram e andaram com ele. Muitos que não fizeram questão de mostrar para religiosos que seguiam a Cristo serão parte dos poucos que não terão receio de revelar a um mundo perseguidor que sempre seguiram a Jesus. Muitos dos últimos serão os primeiros, glória a Deus por isso. 

03/08/19

Não esteja dividido, integre-se em Deus

      “Nenhum servo pode servir dois senhores; porque, ou há de odiar um e amar o outro, ou se há de chegar a um e desprezar o outro. Não podeis servir a Deus e a Mamom.” 
Lucas 16.13

Mamon é um termo, derivado da Bíblia, usado para descrever riqueza material ou cobiça, na maioria das vezes, mas nem sempre, personificado como uma divindade. A própria palavra é uma transliteração da palavra hebraica "Mamom" (מָמוֹן), que significa literalmente "dinheiro".

      O texto inicial se refere a estar dividido entre servir a Deus e às riquezas, ele fica no capítulo 16 do evangelho de Lucas entre as parábolas do administrador infiel e a do rico e o mendigo. As parábolas (e alguns dizem que a parábola do rico e o mendigo não é uma parábola, uma simbologia, uma fantasia, mas a descrição de um fato real), apesar de se referirem a um assunto em comum, riquezas materiais, mostram pontos de vista distintos. 
      Na primeira somos ensinados a sermos esforçados no trabalho material mas ainda assim sermos misericordiosos com as pessoas. O mordomo que antes tinha sido criticado pelo seu senhor por estar sendo descuidado na administração dos bens do senhor, foi elogiado no final. Mas vejam que a atitude do mordomo foi sábia, obteve a aprovação de seu senhor sem ter que ser duro demais com os devedores, assim fez amigos nos dois lados, “louvou aquele senhor o injusto mordomo por haver procedido prudentemente, porque os filhos deste mundo são mais prudentes na sua geração do que os filhos da luz” (Lucas 16.8). 
      Já na passagem sobre o mendigo Lázaro e o rico, a lição é outra, quem foca só nas riquezas poderá ter honras no mundo, mas sofrimento na eternidade, por outro lado, o que sofre injustiças neste mundo poderá ter na eternidade o consolo de Deus, disse, porém, Abraão: Filho, lembra-te de que recebeste os teus bens em tua vida, e Lázaro somente males; e agora este é consolado e tu atormentado” (Lucas 16.25). Sem usar esse texto como legalização ao pé da letra, condenando ao inferno alguém só por ser rico, ou elegendo ao céu outro só por ser pobre, a passagem ensina sobre prioridades e exorta os poderosos deste mundo que o poder que eles têm aqui pouca diferença fará no plano físico espiritual eterno. 

      Mas o ponto desta reflexão é estar dividido, e não necessariamente entre Deus e as riquezas. Podemos experimentar esse dilema em relação a muitas coisas, é importante que entendamos que não podemos fazer duas escolhas. Sobre alguns assuntos, escolher um e relevar o outro, é aceitar tanto as recompensas de uma escolha quanto os prejuízos de não se ter feito a outra escolha. Assim, confrontos são inevitáveis, só não os terá quem ficar em cima do muro e for morno, não optando nem pelo frio, nem pelo quente (Apocalipse 3.15-16).
      Alguns talvez tenham mais facilidade para decidirem-se sobre algo e dizerem “danem-se” (me desculpe o termo) o resto, eu não consigo, assim está reflexão vai especialmente para aqueles, que como eu, têm dificuldades para conviver com os que se colocam como opositores (inimigos). Confesso que é muita presunção minha achar que posso agradar a todos, isso me coloca como melhor que Jesus, que definitivamente não agradou a todos mesmo fazendo tudo muitíssimo mais certo do que eu. 

      Escolher algo pode nos indispor com algumas pessoas, assim façamo-nos algumas perguntas, as primeiras delas são: no que de fato acredito, quero ser isso e lutarei para isso, e serei fiel até o fim pagando o preço que for necessário para isso? Quem não acredita em nada, quer nada, pensa que tudo tanto faz, ou que esta sempre mudando de ideia, esse não fará inimigos, mas também não terá amigos com os quais compartilhe objetivos claros e definidos. Sim, mudar de ideia é preciso, mas isso ao final de processos de testes, que mostrarão a realidade da prática e nos farão escolher caminhos mais eficientes para cumprir nossos objetivos. 
      Mas em primeiro lugar precisamos estabelecer objetivos e focar neles, quando nos convertemos a Cristo o Senhor nos dá objetivos e nós começamos a conhecê-los e pô-los em prática tendo vidas pessoais de comunhão com Deus e tendo comunhão com outros cristãos dentro de igrejas. Esse é o início de um processo que nos confrontará com Deus e com o que outras pessoas entendem ser Deus e o cristianismo. Quem busca equilíbrio, que não deseja ser hipócrita e tem coragem, admite que nessas duas relações, com Deus e com cristãos, aparecem discrepâncias e somos confrontados a fazer escolhas.
      Muitos escolhem o jeito mais fácil, fazer o que todo mundo faz para não arrumar encrenca, para terem apoio de um grupo, para não terem que pensar muito. Assim, ao invés de buscarem grupos de cristãos que mais batem com o que eles são (algo que não é fácil), se conformam, não com o mundo mas com o cristianismo tradicional da maioria das igrejas. Outros, contudo, entendem que igrejas e denominações cristãs não são embaixadas oficiais de Deus na Terra, são apenas pontos de vista humanos do que é Deus e o evangelho, os quais Deus usa por não existir algo melhor para ele usar. 

      Não tem jeito, escolher Deus, o nosso Deus, o Deus de nossa intimidade, aquele que se colocou como nosso amigo por tantos anos, que nunca nos enganou, que sempre se mostrou santo e pediu de nós também santidade, o Deus que nos deu respostas de paz e esperança nas situações mais difíceis que enfrentamos muitas vezes sozinhos, sem que igrejas ou pastores se quer soubessem ou quisessem saber, o Deus que nos ensinou a andar com ele num caminho onde os milagres acontecem naturalmente, escolher ser fiel a esse Deus nos colocará contra homens, mesmo homens dentro de igrejas. 
      A segunda pergunta que você deve se fazer é, a quem quero continuar servindo? Se tua escolha for de fato servir a Deus, não tema os homens, nenhum deles, sejam os ocultos em cerimônias secretas buscando os maiorais entre os seres espirituais do mal, sejam os que se colocam à luz do dia nos púlpitos usando a Bíblia de maneira legalista, clichesada e superficial, achando-se sinceramente mais espirituais que você, não os temas, mas também não os confronte, cale-se, controle-se, ore mais, adore mais a Deus e deixe que Deus aja, como quer e quando quiser. 

      O que não podemos é estar divididos dentro de nós, isso nos colocará em fraqueza e nos fará cair mesmo diante do inimigo mais pequeno (Mateus 12.24-28). Se temos um foco, Deus, e queremos continuar com Deus, temos que aprender a conviver com indisposições humanos, contudo, e é aí que está a grandiosa bênção, se for a Deus de fato que estivermos seguindo, a quem queremos agradar, não aos  homens e muito menos a nós mesmos, o próprio Deus nos dará forças para suportar em plena paz interior as indisposições, os confrontos, os que se colocam, mesmo sem admitir ou ainda de maneira sútil, como nossos inimigos. 
      O sábio põe em prova não os outros, mas a si mesmo, clama ao Senhor, abre o coração diante de Deus, apresenta seu ponto de vista e pede que o Senhor mostre com paz se sua escolha é a melhor diante dele. Contudo, ele também entende a responsabilidade de fazer certas escolhas, que terá preços e que ele está preparado para pagá-los. O coração em paz é intocável pelas setas dos falsos e dos demônios, um coração íntegro se vê forte diante dos que se vendem e se acomodam, o coração que escolhe Deus acima de tudo será confrontado, mas será luz, forte e eterna.
      Se você está certo sobre o que quer e a quem quer servir, e se Deus confirmou tudo isso em teu coração com paz, não tema, não vacile, não dê lugar à insegurança nem à vaidade, não se coloque como arrogante, como superior, abrigue-se de joelhos espirituais no abraço do Senhor e siga em frente. Obedeça a Deus, fale pouco, não julgue nunca, tema sempre ao Senhor, ame pois o amor nos liberta do medo e nos faz mais fortes, seja um com Deus, integre-se em Deus, e veja a obra que o Senhor fará diante de teus olhos.