11/10/19

Um ser humano que não quer envelhecer

      “Jesus, porém, disse: Deixai os meninos, e não os estorveis de vir a mim; porque dos tais é o reino dos céus.Mateus 19.14

      Temos vivido tempos em que o ser humano, mulher e homem, se nega a envelhecer, quer ser jovem para sempre, sem marcas no rosto, sem limitações físicas, mas acima de tudo com liberdade emocional para um prazer constante, diferente e sem compromisso. Como tem crescido o comércio de produtos de embelezamento, de cremes para a pele, de vitaminas para o copo, assim como o número de academias e de salões de beleza, para mulheres e também para homens. 
      Por outro lado muitos passam pouco tempo casados com as mesmas pessoas, são relacionamentos de alta rotatividade, e muitos passa de relações heteroafetivas para homoafetivas, por terem assumidos suas verdades, mas só por diversão. O homem não quer rugas na cara nem culpas no coração, mas só crianças pode ser assim, o ser humano caminha no tempo, envelhece e acima de tudo, precisa amadurecer. Culpas podem ser perdoadas e marcas de expressão não são defeitos, mas medalhas, de quem viveu e aprendeu. 
      Sim, podemos e devemos nos cuidar, nosso corpo pode ter uma qualidade de vida melhor mesmo na velhice. Mas o homem deveria estar mais preocupado com seu espírito, é esse que vai vivenciar a eternidade, não o corpo físico. Casamentos, por sua vez, podem ficar melhores com o tempo, vencer tédio e mudanças hormonais com amor verdadeiro e mesmo com relações físicas satisfatórias, basta que o ser humano se tore maduro emocionalmente, responsável fiel a alianças. 
      Quem ganha com casamentos completos e duráveis são os filhos, que precisam e sempre precisarão de relações estáveis e adultas para crescerem com referências e amor verdadeiro, caso contrário, adultos que querem ser crianças para sempre gerarão crianças que não querem crescer nunca. Infelizmente esse é um outro objetivo do mal, produzir uma humanidade onde todos são filhos e ninguém é pai, todos têm direitos, e ninguém deveres, todos são crianças, e ninguém envelhece. 
      Quem não envelhece não sente culpa, não se vê como pecador, e consequentemente não precisa da salvação que há somente em Cristo. Não, isso não é teoria de conspiração, é só mais uma faceta da estratégia do diabo para os últimos tempos. A humanidade sempre teve fases em que a promiscuidade atingia um topo, mas depois sempre havia uma queda que de alguma forma permitia que o mundo seguisse. Contudo, a fase final que se inicia não terá solução e levará a humanidade a um fim cabal. 

      “Sabe, porém, isto: que nos últimos dias sobrevirão tempos trabalhosos. Porque haverá homens amantes de si mesmos, avarentos, presunçosos, soberbos, blasfemos, desobedientes a pais e mães, ingratos, profanos, sem afeto natural, irreconciliáveis, caluniadores, incontinentes, cruéis, sem amor para com os bons, traidores, obstinados, orgulhosos, mais amigos dos deleites do que amigos de Deus, tendo aparência de piedade, mas negando a eficácia dela. Destes afasta-te.” II Timóteo 3.1-5

10/10/19

É o não que molda nosso caráter

      “Sei estar abatido, e sei também ter abundância; em toda a maneira, e em todas as coisas estou instruído, tanto a ter fartura, como a ter fome; tanto a ter abundância, como a padecer necessidade. Posso todas as coisas em Cristo que me fortalece.” Filipenses 4.12-13

      Receber um não pode doer, principalmente quando estamos acostumados a receber o sim, mas enquanto o sim aprova o que somos, o não nos ensina que algo está errado com o que somos e devemos mudar. Continuar igual é mais fácil que mudar, ainda mais quando nos acostumamos a ser algo por muito tempo, mas mudar é preciso, na mudança há crescimento, há melhora. As últimas gerações, todavia, ainda que amem novidades estéticas, ainda que sejam viciadas em saber e compartilhar tudo em tempo real, não gostam de mudanças, não quando elas dizem não a prazeres e gostos que elas se acostumaram a ter sem pagar um preço maior. 
      Contudo, temos que saber quando dizer não, principalmente a crianças e jovens, eles precisam aprender a conviver com negativas, com privações, com o preço do tempo, e diante de tudo isso mudar para melhor. São os nãos que moldam nosso caráter. Equilíbrio é não nos sentirmos menores com o não e nem maiores com o sim, mas aprumarmos nosso ego no Espírito Santo e sempre darmos louvor a Deus por tudo. O sábio, todavia, é humilde, está sempre preparado para o não, não permite que ele o desestabilize, assim se está feliz com o não será bem-aventurado com o sim, pois não pensa que o universo tem o dever de dizer-lhe sim sempre, mas sente-se agraciado quando o recebe. 

09/10/19

Todo mundo tem problemas

      “Não estejais inquietos por coisa alguma; antes as vossas petições sejam em tudo conhecidas diante de Deus pela oração e súplica, com ação de graças. E a paz de Deus, que excede todo o entendimento, guardará os vossos corações e os vossos sentimentos em Cristo Jesus.Filipenses 4.6-7

      Nós sofremos porque achamos que o nosso problema é grande, é sério, é de solução difícil? Mas tem gente com problema maior, mais grave e impossível de ser resolvido e ainda assim consegue ser mais feliz que nós. Eis a verdade que vemos o tempo todo nessas reportagens de superação que a televisão gosta de passar, que sabemos porque o pastores dizem isso nos púlpitos, que sabemos porque os psicólogos, mesmo os amadores, nos dizem. Contudo, ainda assim isso não nos faz sofrer menos, o nosso problema é nosso, nos causa dor, e ninguém tem noção do quanto temos dificuldade para conviver com ele, mesmo que saibamos o óbvio que existem pessoas mais felizes que nós e com problemas piores. 
       O mais sensato é guardarmos o nosso problema o quanto for possível, o compartilharmos com o menor número de pessoas possível, e se der só com Deus, se der. O mais sadio é não nos vitimarmos por causa do problema, não o usarmos como álibi para sermos frágeis, fracos, e isso o quanto for possível. É claro que tem problemas que de fato nos debilitam, e nos temos todo direito a uma debilitação justa e verdadeira, contudo, sem exageros, sem fazer do problema um bichinho de estimação, que não queremos ver resolvido, mas que desejamos cuidar e até fazer crescer. 
      O importante é que continuemos sendo nós mesmos, o nosso melhor, e não o problema, mantendo nossa identidade e não fazer do problema nossa identidade, nosso “melhor” às avessas. É difícil, mas é necessário que tenhamos equilíbrio, não fazer de conta que o problema não existe e nem jogarmos ele na cara de todo mundo como se tivéssemos direito a isso só porque temos problemas. Outra coisa óbvia que sabemos é: todos têm problemas, assim se temos dificuldades para conviver com o nosso, os outros também têm, e muitos não exigem nenhum tratamento especial por isso. 
      Humildade para seguir, apesar do problema, e na humildade boa parte do problema é resolvido. Respeito para com os outros, que também têm problemas, isso faz amigos e com amigos os problemas ficam menores. Mas acima de tudo, confiança em Deus, que sabe que temos problemas, que não resolve as coisas do jeito que queremos ou no tempo que desejamos, e que ainda assim merece nossa confiança, nossa aceitação sincera e profunda de que o Senhor sabe o que faz conosco e com os nossos problemas. 

08/10/19

Na paciência purificamos nossas intenções

      “Esperei com paciência no Senhor, e ele se inclinou para mim, e ouviu o meu clamor.Samos 40.1

      Se a bênção chegou não foi porque Deus, enfim, respondeu, Deus respondeu no primeiro momento que você orou a ele pedindo a bênção. Mas a bênção se realizou no plano físico, deixou de ser ordem de Deus e virou realidade no mundo material, porque você enfim estava espiritualmente preparado para recebê-la. Quem atrasa não é Deus em dar, mas nós em nos prepararmos para receber. Ainda que achemos, como o próprio salmista diz no texto inicial, que a nossa insistência apressa Deus, ela faz mais do que isso, a nossa insistência aperfeiçoa nossas intenções, nos esclarece sobre o que estamos pedindo, nos faz refletir profundamente sobre para que estamos querendo algo, à medida que nos ensina sobre paciência.
      Deus aguarda o nosso preparo para materializar a bênção, isso para que a bênção seja realmente bênção e não tropeço, porque mesmo bênção na hora errada não é de Deus e não é bênção. A nossa insistência não muda Deus, mas nós mesmos, assim o fato de que é Deus quem espera por nós e não nós por ele, deve nos levar a adorá-lo mais, já que assim entendemos que ele não é só um pai que mima filhos teimosos, mas um pai responsável que recompensa filhos pacientes. O sábio aprenderá a orar certo, de modo que não pedirá o que não está preparado para ter, clamará a Deus no tempo certo, e se receber depressa saberá que aprendeu a obedecer mais do que simplesmente a crer e pedir. 

07/10/19

Modismo, conhecimento e salvação

      “Os céus declaram a glória de Deus e o firmamento anuncia a obra das suas mãos. Um dia faz declaração a outro dia, e uma noite mostra sabedoria a outra noite. Não há linguagem nem fala onde não se ouça a sua voz.Salmos 19.1-3

"Deus é uno, eterno, criador de todo o universo. E semelhante a uma esfera, sem fim e sem começo. Deus governa este mundo por leis eternas e imutáveis. Você, mortal, não faça muitas investigações sobre a essência e a natureza do Ser eterno, nem sobre as leis pelas quais governa. É uma curiosidade tão inútil como criminosa. E suficiente para você contemplar dia e noite a grandeza de suas obras, sua sabedoria, seu poder e sua bondade. Aproveite-se disso."
“A chave dos grandes mistérios“ (Éliphas Lévi, 1859)

      As pessoas são tão preconceituosas hoje em dia que é só um texto começar com a palavra Deus que elas ignoram, já pensam, “é só Bíblia de crente burro”, muitos desses preconceituosos, que até são atraídos pelo esoterismo, que se vestem como bruxos, digerem arte embruxada, amam Harry Potter, nunca se deram ao trabalho de conhecer de fato a “antiga obra”, a “ciência” das ciências. Esses não sabem que um texto como o inical é de um livro de um dos maiores magos de todos os tempos, Éliphas Lévi foi um mestre da Alta Magia e da Cabala, um ocultista que conhecia Deus mais que muito cristão.
      Pouco da luz é melhor e mais eficiente que muito das trevas, assim cristãos com pouco conhecimento podem gozar da salvação que muito mago de alta ordem não vai gozar. Conhecimento por si só não salva, os diabos conhecem Deus e o universo muito bem, e ainda assim estão condenados ao inferno. O preconceito, todavia, existe dos dois lados, não cristãos acham que Deus, Bíblia e Jesus são coisas de gente ignorante e limitada, cristão, por sua vez, vê a Bíblia como um livro fechado de leis atemporais desprezando por completo a ajuda imprescindível do Espírito Santo para entender a Bíblia e viver o evangelho. 
      Muitos não cristãos se surpreenderiam com a sabedoria superior do cânone bíblico e muitos cristãos se surpreenderiam com quanto conhecimento genuíno existe em textos de outras religiões, como nos Vedas indianos. Sim, Jesus é o ponto, o caminho, a verdade e a vida, e creia, os magos, ocultistas, esotéricos e bruxos verdadeiros, mesmo eles, reconhecem isso, sabem disso, ainda que não queiram a salvação exclusiva de Cristo. O sábio, contudo, esteja no lugar que estiver, no nível que estiver provando de luz ou de trevas, esse mantém mente e coração abertos, prontos a aprender, sem preconceitos.  
      Você pensa que só existe picareta no cristianismo? Existe em todas as religiões, e mesmo no satanismo e na magia “branca”, assim como gente que gosta da moda, e não pratica a essência, fala, se veste, participa socialmente, mas só para ficar bem com os homens, não pela experiência espiritual real. Contudo, a multiforme sabedoria de Deus é revelada em toda a sua criação, no dia e na noite, nos “do dia” e nos “da noite”, e de novo repito, isso nada tem a ver com salvação eterna, conhecer não é salvar-se. O melhor seria vivenciarmos Deus em todas as instâncias, na aparência, no conhecimento intelectual e acima de tudo na espiritualidade que salva, o sábio entende isso. 

06/10/19

A paz de Deus

      “Portanto, qualquer que me confessar diante dos homens, eu o confessarei diante de meu Pai, que está nos céus. Mas qualquer que me negar diante dos homens, eu o negarei também diante de meu Pai, que está nos céus. Não cuideis que vim trazer a paz à terra; não vim trazer paz, mas espada; Porque eu vim por em dissensão o homem contra seu pai, e a filha contra sua mãe, e a nora contra sua sogra; E assim os inimigos do homem serão os seus familiares. Quem ama o pai ou a mãe mais do que a mim não é digno de mim; e quem ama o filho ou a filha mais do que a mim não é digno de mim. E quem não toma a sua cruz, e não segue após mim, não é digno de mim. Quem achar a sua vida perdê-la-á; e quem perder a sua vida, por amor de mim, acha-la-á.Mateus 10.32-39

      A paz se conquista, através da guerra, uma guerra que se vence. Acha antagônico começar uma reflexão sobre paz falando em guerra? Pois não é, meditemos um pouco sobre isso. Quem fica parado, ou tenta assumir um posicionamento nulo na vida, quem acha que pode não escolher lado, e pensa que o centro é possível, enfim, quem quer isentar-se de lutar, e deseja se colocar na posição de plateia distante, de espectador, na verdade já escolheu um lado. Que lado? Lado nenhum, e lado nenhum também é um lado, e o pior deles, mas não importa, quem não escolhe lado se coloca como inimigo dos dois lados e terá uma derrota dupla, não ganhará os louros com os vitoriosos, nem terá, ainda que como derrotado, a companhia dos perdedores. Isentar-se de lutar não é ser equilibrado, é ser covarde, é ser morno. 
      Em se tratando de paz espiritual, aquela que transcende esse mundo, o corpo físico, a matéria, é imprescindível que nos engajemos numa batalha para conquistar a paz. Não era para ser assim originalmente no plano de Deus, mas o mesmo livre arbítrio que deu ao ser humano uma potência divina, a liberdade, o colocou numa guerra, uma guerra causada pelos próprios seres humanos, depois que eles escolheram comer do fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Deus sabia disso de antemão, e eu pessoalmente penso que a humanidade nunca teve opção, não por ela mesma, ela estava fadada desde o início a pecar e se afastar de Deus. Isso sempre esteve no plano do Altíssimo, por mistérios que desconhecemos. 
      Assim a guerra começou, e dois posicionamentos se definiram, de um lado os anjos caídos e os demônios mostrando um caminho, e do outro lado, Deus, mostrando sua vontade primeiramente pela velha aliança mosaica e depois pela nova aliança do evangelho de Jesus. Se há guerra é porque existem dois lados que se antagonizam, mas esses dois lados não são Deus e o diabo, ainda que tenham posicionamentos opostos. Deus e o diabo não estão em guerra, nunca estiveram, o Diabo só tem a liberdade, permitida pelo próprio Deus, de agir a sua maneira e de apresentar isso ao homem. A guerra existe no coração do homem, entre fazer a vontade de Deus ou do Diabo, uma guerra que se extende para toda a humanidade, quando os homens se agrupam, por um motivo ou outro, e lutam por seus egoísmos. 
      Se todos os homens escolhessem obedecer a Deus não haveria injustiça, não haveria egoísmos, e portanto, não haveria guerras. Seja em seu coração ou com os semelhantes, o homem é que faz a guerra, e mesmo os que escolhem obedecer a Deus batalham, lutam para não serem egoístas, nem serem injustos, lutam consigo mesmos e com os outros homens. Mas os que obedecem a Deus não lutam para destruir a si mesmos ou aos outros, lutam para deixarem que Deus apareça, mostre sua vontade, seja glorificado acima deles, lutam para que a vontade de Deus seja feita, a luta do cristão ocorre de um jeito inverso. O cristão verdadeiro luta para perder, não para ganhar, ele só ganha quando perde, parece estranho? Mas não é, e isso também não significa que ser cristão é ser bobo ou covarde, sem opinião, nulo, se fosse assim ele não estaria em guerra. 
      Vencer a própria vaidade, a obsessão por prazeres carnais, os vícios, a ira, a vontade de dar a última palavra, de se vingar, de querer fazer justiça com as próprias mãos é a mais dura das batalhas, e só vence quem tem o Espírito Santo no coração e dá liberdade para que ele aja. Mas o resultado é a paz, uma paz que nada no universo pode dar. Entender e praticar o conhecimento de que só se ganha quando se perde em Deus, é um dos maiores segredos do evangelho, é a essência da obra redentora de Jesus. Só quem luta vence a batalha e ganha a paz, que luta? A luta que cada um de nós faz com nós mesmos, com mais ninguém, o Diabo não é nosso inimigo, muito menos os homens. 
     Alguém poderá argumentar, mas Paulo não ensina em Efésios 6.12 que “não temos que lutar contra a carne e o sangue, mas, sim, contra os principados, contra as potestades, contra os príncipes das trevas deste século, contra as hostes espirituais da maldade, nos lugares celestiais”? Sim, mas essa luta maior, que Daniel também teve quando orava por Israel, é um privilégio que poucos podem ter. Há de se ter um certo quilate como servo de Deus para fazer essa batalha. Primeiro temos que vencer a nossa carne e as tentações menores que o Diabo coloca diante de todos os seres humanos, para tentar derrotar nossas vidas pessoais como indivíduos. 
      Lutar contra potestades na obra de Deus, é outro nível de batalha espiritual, poucos estão de fato preparados para isso (e como tem gente despreparada ou sem ordem de Deus querendo fazer grandes batalhas espirituais). Mas paz pessoal é preciso lutar para ganhá-la, acomodado ou indiferente não conquista paz espiritual que Deus quer dar por Jesus. A vida é uma grande batalha pela paz pessoal, pela tranquilidade íntima, que quando é obtida e mantida dá forças para se conquistar outras coisas nesta existência. Um coração em paz é invencível, por isso o mal tenta antes de tudo, e de todos os jeitos, roubar nossa paz. Nessa batalha até nossas famílias poderão se colocar contra nós, mas vence o que perde, quem se posicionar dando testemunho de Deus ainda que perca o apoio dos homens. 

05/10/19

O tempo de Deus

      “Tu reduzes o homem à destruição; e dizes: Tornai-vos, filhos dos homens. Porque mil anos são aos teus olhos como o dia de ontem que passou, e como a vigília da noite. Tu os levas como uma corrente de água; são como um sono; de manhã são como a erva que cresce.Salmos 90.3-5

      Costumamos dizer, “tudo acontece no tempo de Deus”, ou, “é preciso esperar o tempo de Deus”, mas Deus tem tempo? Se Deus não envelhece nem fica mais novo, então o tempo não altera Deus, não o modifica, ele foi, é e será, e tudo ao mesmo tempo, Deus é atemporal. Quem tem que esperar somos nós, nós sentimos o passar do tempo, temos referências de passado, presente e futuro, mas Deus não, ele existe num eterno presente, Deus é, sempre, sem início e sem fim. 
      O conceito de tempo está relacionado com o pecado, é o pecado que nos dá a ideia e a sensação do passar do tempo. Você já sentiu algo tão forte que dá a impressão que o tempo parou? Seja algo ruim ou bom, mas um instante que parece que não existe mais nada, só o sentimento, transcendendo tudo, é depois, quando a sensação passa, que medimos o tempo e as consequências. Mas ainda que nossa alma e nosso espírito experimentem flashes de eternidade, nosso corpo não para, ele está sempre envelhecendo, e um instante provado por ele não se repetirá jamais. 
      Deus não peca, por isso não tem passado nem futuro, eu penso que mesmo os seres espirituais do mal, anjos e demônios que se rebelaram contra Deus num momento do universo quando esses seres também tiveram livre arbítrio para escolherem obedecer ou não a Deus, penso que esses seres também sentem o passar do tempo, ainda que não tenham corpos físicos. O pecado no tempo cria rancores e nos faz construir realidades sem Deus, é essa realidade que envelhece, tanto homens como diabos e demônios. 
      O Espírito Santo, contudo, enviado para estabelecer o reino de Deus nos corações humanos que voltam para o Senhor através de Jesus, coloca a eternidade atemporal novamente em nossos espíritos. Através do Espírito Santo podemos conhecer Deus e sua referência de tempo, contudo, ainda assim, selados com o Santo Espírito de Deus, muitos insistem em viver o tempo do pecado, não o tempo da restauração messiânica. O tempo do pecado nos escraviza ao que não podemos ter nem ser, pelo menos não no presente.
      O tempo do pecado tenta negar o passado, não aceitá-lo, ou desejar o futuro, obsecar-se por ele, um gera mágoas, o outro, ansiedades, ambos não são o tempo do Espírito Santo. No tempo de Deus esquecemos o mal passado através do perdão de Jesus e nos apossamos das bênçãos futuras, mesmo sem ainda as termos usufruído, mas mais do que isso, no tempo de Deus, passado e futuro não fazem diferença, vivemos um presente em paz. 
      Isso não significa que não procuraremos curar o passado ou buscar um futuro melhor, mas enquanto isso, simplesmente vivemos, em Deus, por Deus, para Deus, o Deus do presente eterno para o qual o tempo não existe. Se entendêssemos, e mais, se vivêssemos o tempo verdadeiro de Deus, adoeceriam menos nossos corpos e almas, e se libertariam mais nossos espíritos, enfim, teríamos uma vida semelhante àquela que Jesus teve encarnado, bem, esse é o objetivo de todo cristão neste mundo.