21/10/19

O consolo do meu Deus

      “Porque eu, o Senhor teu Deus, te tomo pela tua mão direita; e te digo: Não temas, eu te ajudo. Não temas, tu verme de Jacó, povozinho de Israel; eu te ajudo, diz o Senhor, e o teu redentor é o Santo de Israel.Isaías 41.13-14

      Algo que nada pode substituir, que nenhuma religião, que nenhum conhecimento mágico, que nenhuma filosofia pode dar, é o consolo pleno, no tempo certo e afetuoso de um Deus que é pai. As religiões podem até nos confortar afetivamente, mas muitas crenças não são em Deus, mas em ídolos, em homens e mulheres mortos, em imaginações que trabalham muito mais as carências com soluções psicológicos que com realidade espiritual. 
      Outras experiências ocultistas podem oferecer explicações de mistérios, mesmo revelações do outro plano, contatos com entidades, mesmo uma realidade espiritual, mas tudo coberto de complicados rituais, que se não forem feitos do jeito e no tempo corretos podem virar o feitiço contra o feiticeiro. Filosofias, por outro lado, podem trazer algum alento intelectual, baseadas na ciência, na racionalidade, na matéria, mas são frias respostas do vazio da alma que nega a Deus, ainda que razoáveis e lógicas. 
      Só Deus dá aquele consolo que enche nossa alma de alegria, no exato momento que precisamos e que s que não temos mais ninguém e nem nada para nos ajudar, e isso de uma forma humana, pessoal, paternal, como o abraço puro e sincero de mãe. Deus é maravilhoso por isso, o capítulo 41 de Isaías é um desses consolos, que por mais que a gente leia, que por mais que nos preguem, que por mais que ouvimos e lemos, sempre soará como uma brisa fresca, limpa e nova, que nos levanta e nos faz seguir em paz. 
      “Não temas porque eu o Senhor tomo pela mão a você, que se sente tão pequeno, fraco, desprezado, injustiçado, você que se sente um pequeno verme dentro de uma goiaba, insignificante, não temas, eu, Deus, sou teu redentor, mais ninguém, estou vivo, atento e nunca te deixarei“. Por isso amamos ao Senhor, por isso Jesus é tão especial, por isso quem começa a andar com Cristo pode passar por muitas provas, mas nunca desistirá de segui-lo. 

20/10/19

O poder pertence a Deus

      “Grandes homens não buscam o poder, o poder é colocado sobre eles”, ouvi essa frase num filme, como é verdade. Num momento quando todos buscam empoderamento (palavra da moda), quando a agenda anti-Cristo quer empoderar o indivíduo para tirar o poder de Deus, perde-se o conceito de ter por merecer, e afirma-se o ter simplesmente pelo querer. Não estamos dizendo que as pessoas não devam lutar por direitos e que não devam usufruir deles com liberdade, principalmente algumas minorias que foram tão escravizadas e impedidas por séculos de serem livres e terem os mesmo direitos que outras maiorias. Contudo, é perigoso dar poderes excessivos às crianças, passando por cima de pais, a afro-descendentes, passando por cima de estudo e trabalho justo, dar poderes a outros que podem de fato nem serem capazes de administrarem seus direitos visto que podem ser limitados mesmo por doenças mentais. 
      Sábio é temer a Deus e saber que mesmo que façamos nossa parte, mesmo que a sociedade seja mais justa, mesmo que o mundo seja mais tolerante, muitas potências não devemos receber de graça, por algum direito especial, todos são especiais e se todos são, ninguém é. Conceder um direito especial a alguém porque é minoria pode, em muitos casos, não ser tolerante, mas preconceituoso às avessas, visto que enfatizamos algo que faz de alguém diferente da maioria do contexto para dar a ele algo facilitado. Ser tolerante e não agir com preconceito é tratar a todos de maneira igual, assim qualquer espécie de cota é preconceito às avessas, que acaba sendo preconceito do mesmo jeito, pois a pessoa adquire um direito não por esforços próprios em um sistema igualitário, mas simplesmente porque é diferente. Se é diferente não é igual, se alguém é tratado como não igual então está sofrendo preconceito, ainda que esteja aparentemente sendo protegido por isso. 
      O poder não é tomado, não num sistema justo (ainda que utópico em muitos casos), ele é dado aos merecedores, contudo, a maior das honras é receber algo não dos homens, esses podem ser sempre de alguma maneira convenientes, falsos, manipuladores. A honra maior é receber poder de Deus, e não me refiro a poder espiritual, esse Deus dá igualmente a todos, me refiro a poder intelectual, social, financeiro. Mesmo nas igrejas, células em que o evangelho deveria mandar, orientar, honrar, devemos esperar que o poder social nos seja dado por Deus, enquanto isso devemos andar em simplicidade e humildade, sem segundas intenções ou vaidades. Tantos almejam os púlpitos, principalmente nas pentecostais e neo-pentecostais onde o acesso é mais fácil, e para isso fazem de tudo para terem um microfone na mão, serem ouvidos e aplaudidos.
      Nas igrejas protestantes tradicionais existe um filtro de preparo acadêmico estabelecido que só autoriza acesso ao púlpito aos realmente preparados intelectualmente em faculdades e seminários, e não estou dizendo aqui que isso é melhor ou pior, é apenas diferente. Quantos, contudo, em todos os lugares, buscam um poder que não lhes é legítimo, que não merecem, que Deus não lhes quer dar. Que bom seria estarmos trabalhando, cuidando de nossas vidas, como os apóstolos, cada um no seu ofício, e Jesus nos ver e nos chamar, colocar sobre nós um poder, uma autoridade, uma missão, porque ele viu não em nossos discursos públicos, mas em nossas vidas privadas, em nossos corações, que estávamos preparados para receber tal potência. Que bom seria que nos sentíssemos surpreendidos nesse momento, e não andarmos amargos e nos sentindo injustiçados por não ganharmos dos homens o poder que achamos que merecemos. Na verdade, as melhores honras só ganham os que se acham absolutamente indignos delas. 

19/10/19

O que são as trevas?

      “Porque noutro tempo éreis trevas, mas agora sois luz no Senhor; andai como filhos da luz.Efésios 5.8

      Acostumamo-nos a dizer que fazer ou dizer isso ou aquilo é coisa do diabo, é coisa das trevas, mas o que de fato são essas trevas? Estar a vícios é estar nas trevas, facilmente aliamos as trevas a viciados em drogas, n bebida alcoólica, também enquadramos como nas trevas os adúlteros, os viciados em sexo, os presos a transtornas sexuais que não têm controle sobre obsessões na área da sexualidade. Trevas é ausência de virtudes, de valores morais e espirituais, é afastar-se do Deus verdadeiro e se aproximar de entidades, de anjos caídos, enfim, de maneira geral chamamos de trevas a falta do bem ou o excesso do mal. Mas será que é só isso que é trevas, só os criminosos, viciados, promíscuos é que estão em trevas?
      Fisicamente, andar em trevas é não saber onde se caminha e nem para onde se vai, enfim, é não ter um caminho reto e certo para andar, um objetivo para se alcançar, um bom objetivo. Ninguém que busca a Deus com boa sinceridade anda em trevas, ainda que a princípio esteja num caminho que muitos chamam de trevas, se há boa sinceridade Deus achar e encaminha. Já citei esse termo aqui antes, “boa sinceridade”, porque não basta ser sincero, tem que ser sincero com um bom objetivo. Muitos alegando sinceridade são estúpidos, maldosos, agridem e não abençoam, e ainda assim são verdadeiros, não são falsos. Mas não basta não ser falso, tem que ter um objetivo bom, um bom sincero, é a esse que Deus ouve.
      Contudo, mesmo dentro de igrejas, mesmo ministrando em templos, mesmo cantando louvores, mesmo profetizando, tem muitos que estão em trevas. Por quê? Porque só enxergam o que que querem, falam de Deus, cantam sobre Deus, mesmo se quebrantam emocionalmente, mas ainda como crianças espirituais, ainda que se considerem ungidos e maduros. Esses Deus ouve e deles cuida, mas ainda precisam de libertação para que conheçam e andem no verdadeiro caminho de luz. O caminho de luz só se vê de cima, só Deus o vislumbra, se queremos conhecê-lo temos que deixar que o Espírito Santo nos mostre, o Espírito é Deus em nós. O Espírito Santo não pode ser limitado, freado, controlado.
      Mas alguns podem argumentar, “mas eu dou liberdade para o Espírito Santo, eu choro, que clamo, eu danço...”, a esses dizemos, liberação emocional e física não representa necessariamente liberdade espiritual, e mais, liberdade do Espírito Santo em nós. Nos centros de afro-espiritismo as pessoas têm plena liberdade física, emocional e espiritual, dançam, cantam, se jogam ao chão, e experimentam um frenesi ímpar, que os coloca num transe profundo permitindo que se comuniquem com o mundo espiritual e tragam informações desse mundo para o plano físico. Ainda assim, tais pessoas, sinceras e sérias no que buscam, estão em trevas, trevas profundas. 
      Sim, alguns podem dizer, “mas minha interação é com o Espírito de Deus, não com espíritos malignos”, mas o ponto é que a verdadeira luz de Deus não se mede por experiências emocionais, ainda que essa luz possa nos impressionar emocionalmente de maneira profunda. Precisamos parar de medir causas pelos efeitos, achando que porque o efeito foi assim, a causa é legítima. Não podemos por a carroça na frente dos bois, como diz o ditado, isso é que muitas igrejas atuais estão fazendo, começaram buscando uma experiência maior com o Espírito Santo e acabaram buscando os efeitos da verdadeira experiência antes da causa. Por isso tanto descontrole, tanta vergonha, tanta “línguas estranhas” estranhas mesmo. 
      Por isso tanto emocionalismo que não muda a vida de fato, tanto choro, tanto louvor, mas que na prática não faz o evangelho genuíno ser vivido. Muitos estão em trevas achando que estão na luz, e a culpa é de muito pastor que prefere ter ovelhas equivocadamente espirituais que acabam sendo controladas com mais facilidade. Contudo, uma experiência espiritual verdadeira é substituída por um emocionalismo viciante, assim homens e mulheres buscam êxtases em congressos missionários, em vigílias, em “ungidões”, quando na verdade só estão vivenciado emocionalismo carnal. Repito, mesmo a esses Deus vê, ama, abençoa, mas acima de tudo Deus chama para que saia da primeira infância espiritual e cresçam espiritualmente. 
      Como sabemos se estamos na luz ou nas trevas? Não é pelo fato de não estarmos presos a nenhum vício carnal, aos prazeres físicos, aos excessos materiais, não só por isso. Podemos simplesmente estar trocando um vício por outro, outro que a princípio parece melhor, mas que no final será cadeia do mesmo jeito, assim como distanciamento de Deus. Ninguém pode ser criança para sempre, e quem só busca emoções está se prendendo numa periferia da vontade do Senhor que só é interessante enquanto somos crianças espirituais. Se quisermos ficar nessa posição para sempre, acabaremos nos afastando de Deus e sendo aprisionados por heresia humanas. 
      Luz é antes de tudo o centro da presença de Deus. Quem busca ao Senhor de todo o coração, sem amarras físicas, emocionais ou espirituais, tem uma experiência com a luz. A luz da presença de Deus em primeiro lugar nos revela como somos pecadores, assim o que anda na luz enxerga o próprio pecado, enoja-se dele e quer deixá-lo, imediatamente Andar na luz é amar a santidade de Deus, e isso é muito mais que querer obedecer a uma coleção de nãos. A santidade de Deus se deseja porque somos compungidos a amar a Deus, assim andar na luz é andar em amor pelo Senhor, não por medo, queremos obedecer porque amamos um pai de amor, não porque temos medo de um juiz vingador. 
      Luz é Deus, é santidade, é amor, mas acima de tudo, é adquirir uma consciência racional do que é melhor e querer praticar isso. A emoção vem depois, como efeito desse processo de iluminação divina, de conscientização, de conhecimento. Emoção não se entende, conhecimento sim, e sim, podemos entender muito sobre Deus depois, eu disse, depois, que cremos. Luz de Deus é santidade, é amor, é conhecimento de Deus e é prática de vida. Quer saber se de fato anda na luz de Deus? Na luz há frutos e frutos que permanecem, ainda que sejam frutos difíceis de serem colhidos e que podem levar anos para frutificarem. Mas não desistamos, na luz sempre há a verdade de Deus, que nos faz provar o melhor da vida. 
     Este espaço virtual, o blog “Como o ar que respiro”, tem um compromisso com a luz de Deus, com o centro da vontade do Senhor, com o amadurecimento espiritual dos cristãos através do conhecimento profundo do Altíssimo, através exclusivamente de Jesus e pela revelação pura e clara do Espírito Santíssimo de Deus. Essa luz está acima das religiões cristãs, das interpretações tradicionais do cânone bíblico, só essa luz prepara o homem para se encontrar com Deus, seja pelo arrebatamento ou pela morte física. Só essa luz pode vencer as últimas estratégias dos diabos, dos anjos rebeldes, das verdadeiras trevas. Glória ao pai da luz, ao Deus da iluminação maior, a Cristo Jesus, seu filho, e ao único Espírito iluminado, o Santo. 

18/10/19

Fraqueza grande exige consagração maior

      “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; Para que nenhuma carne se glorie perante ele.” I Coríntios 1.27-29

      A regra é simples, o que é mais fraco é o que precisa buscar mais a Deus e consequentemente terá uma intimidade maior com Deus. Ou aceitamos isso, essa regra que só é mais uma faceta do princípio fundamental do evangelho, onde tudo funciona de maneira oposta às regras do homem caído, ou nos fazemos prezas dos vícios, dos pecados, colocando a culpa nos outros, e até em Deus, mas não em nós mesmos. Assim, se caiu de novo e no mesmo erro, peça perdão, receba a purificação, mas medite profundamente no estado de reincidência, para não pecar de novo e de novo. 
      Enquanto neste mundo, sempre pecaremos, até nosso último suspiro como encarnados, mas o melhor é que o pecado diminua com o tempo, pelo menos o mesmos pecado. Para que isso aconteça não depende só de Deus, a parte dele ele faz, deixa-nos disponível o perdão em Cristo e nos dá o consolo do Espírito Santo para seguirmos perdoados. Deus não se cansa de amar, e sempre nos chama ao arrependimento, assim como neste mundo sempre nos espera para que acertemos as coisas, sempre. Não permita que nada e nem ninguém, nem você mesmo, te convença que não existe mais jeito, mais uma chance, mais um perdão. 
      Mas para que tenhamos uma libertação precisamos querer, e para querer é preciso se posicionar, pensar profundamente em porque certos pecados são tão reincidentes. Isso a princípio é uma atitude muitos mais racional que emocional, um posicionamento de fé, que depois então modifica nossas emoções, nossos desejos, nossas fraquezas. Quem acha a convicção aprende a vigiar, a andar no mundo com mais cuidado, com mais cautela, procurando ficar o mais longe possível daquilo que é para ele tentação, daquilo que ele sabe que se aproximar-se demais poderá fraquejar. 
      Contudo, o que se consagra, que busca, que vigia, adquire uma vida espiritual de mais qualidade, e assim, conhece a Deus de maneira diferenciada. Você pensa que os grandes homens de Deus, os da Bíblia e tantos outros, eram os homens mais fortes? Não, eram justamente o contrário, os mais fracos, e o episódio do espinho na carne de Paulo, que tantas vezes já refletimos aqui, é prova disso. Veja também a vida de Moisés, que teve que passar quarenta anos esquecido no deserto cuidando de ovelhas para aprender a ser manso, ou de Davi, que mesmo no auge de seu reinado adulterou, ou de Pedro que negou a Cristo três vezes antes de entender sua chamada. 
      Mas eles aprenderam a depender da misericórdia de Deus, grandes fraquezas precisam de uma fortaleza ainda maior para serem vencidas, e os fracos descobrem em Deus a maior das forças. Nessa ligação eles conhecem a Deus e consequentemente entendem mais a si mesmos e aos homens, esses, os fracos fortalecidos no Senhor, são os mais aptos a fazerem a obra de Deus neste mundo, são esses que Deus chama de maneira especial. Assim, levante-se, peça perdão, posicione-se de maneira diferente, cuide-se melhor, e obedeça a chamada que Deus tem pra você. 
      Não adianta ficar se remoendo em remorsos, o Senhor tem um plano maravilhoso para sua vida, ele só espera que você entenda isso. A fraqueza acaba sendo não uma limitação, mas uma oportunidade para conhecer mais a Deus, visto que os que se acham fortes, sãos, lúcidos, ou que não se arrependem de seus pecados, os orgulhos, não assumem seus pecados e não buscam o perdão do Senhor. Ninguém deve se gloriar por ser fraco, mas devemos nos sentir honrados por termos a noção que dependemos muito de Deus e que só nele podemos nos fortalecer, feliz o que é atraído por Deus e que responde com um humilde sim a essa atração de amor. 

17/10/19

Em que se baseiam nossas alianças?

      “O segredo do Senhor é com aqueles que o temem; e ele lhes mostrará a sua aliança.Salmos 25.14

      É dito que somos as escolhas que fazemos, as alianças que estabelecemos, os amigos que nos aproximamos, assim, existem dois tipos de afinidades no mundo, num tipo as pessoas as têm apoiadas nas fraquezas das outras pessoas, no outro tem-se apoiando-se nas virtudes. Onde você se apoia quando faz uma aliança com alguém, nas fraquezas ou nas virtudes desse alguém? Em primeiro lugar é preciso entender que buscamos pessoas parecidas com a gente, com coisas em comum, porque isso é mais fácil. 
      É muito mais cômodo obter auxílio, empatia, apoio, de gente com os mesmos objetivos que nós, assim o ocioso buscará companhia de ociosos porque esses não cobrarão dele que saia de sua ociosidade. Por outro lado o trabalhador fará aliança com o trabalhador que cooperará com ele em seu objetivo de trabalho. Essas afinidades ficam bem claras principalmente no meio profissional, nas empresas, mas também existem nos casamentos e mesmo em igrejas. 
      Quem se apoia nas fraquezas buscará o pior dos outros, o lado negro, e achará nisso algo em comum para estabelecer uma comunhão. Quem se apoia nas virtudes buscará o lado melhor, construirá uma aliança de benefício mútuo fundamentada naquilo de bom em comum, de construtivo, que alguém tem. O covarde sempre busca o pior e através de manipulação tira proveito disso, assim um inimigo em comum pode unir dois estranhos que no fundo só têm ódio como afinidade que os una. 
      Muitos se unem por terem os mesmos medos, as mesmas inseguranças, as mesmas doenças de alma e de espírito, esses não querem cura, mas alguém que lhes ajude a alimentar um mal que acabou sendo uma identidade, uma bandeira. Esses querem continuar se destruindo e destruindo os outros. Quem faz aliança baseada em virtudes busca cura, manter-se curado e ainda poder compartilhar de forma produtiva essa cura com outros. Quem se apoia nas fraquezas se esgueira por caminhos sombrios, faz as coisas às escondidas.
      Quem sem apoia nas virtudes, todavia, ama a luz e nela se constrói, mas que aliança é mais iluminada que a que fazemos com Deus? Deus joga limpo, faz as coisas às claras, não tem nada a esconder, nessa aliança o nosso melhor aparecerá e aumentará. Nessa aliança não temos nada a temer e tudo que precisamos saber nos é revelado, na aliança de luz do Senhor há verdade, e a verdade é rocha e escudo para os justos. Quem faz uma aliança em Deus conhece os segredos do altíssimo e dele é amigo.  

16/10/19

Por Cristo estamos de pé!

      “A minha alma está pegada ao pó; vivifica-me segundo a tua palavra. Eu te contei os meus caminhos, e tu me ouviste; ensina-me os teus estatutos. Faze-me entender o caminho dos teus preceitos; assim falarei das tuas maravilhas. A minha alma consome-se de tristeza; fortalece-me segundo a tua palavra. Desvia de mim o caminho da falsidade, e concede-me piedosamente a tua lei. Escolhi o caminho da verdade; propus-me seguir os teus juízos. Apego-me aos teus testemunhos; ó Senhor, não me confundas. Correrei pelo caminho dos teus mandamentos, quando dilatares o meu coração.salmos 119.25-32

      O salmista sentia sua alma moída, dolorida, pesada, já que a via presa ao pó, isso é um estado profundo de tristeza. O que sabemos do salmista Davi, e através dos salmos que ele escreveu (Davi não escreveu todos os salmos do livro), é que ele era muito perseguido, e a história nos conta isso, antes de sua assunção como rei. Depois que recebeu a promessa de Deus de um reinado legítimo, ainda teve que aguardar um tempo, e enquanto isso foi perseguido pelo rei Saul, deposto por Deus, mas ainda reinando sobre Israel. A perseguição levou Davi a viver como pária, com marginais, escondido e sempre com a morte à espreita. Essa talvez fosse a razão principal da tristeza de Davi tão poeticamente revelada em muitos salmos, mas o tempo de espera ensina mais que isso. 
      No início desse momento de espera até colocamos a culpa nos outros, uma culpa que é verdadeira, sem dúvida, mas com o tempo começamos a olhar para nós mesmos e então entendemos o objetivo mais profundo desse tempo. Esse tempo é para nos preparar, nos deixar realmente prontos para receber a grande bênção, no caso de Davi, um reinado. Nesse tempo o futuro rei aprendeu que um homem comum e muitas vezes injustamente perseguido só está de pé pela misericórdia de Deus, também aprendeu que nosso principal inimigo não é um “Saul” teimoso em não ceder seu lugar a quem tem direito, mas nós mesmos, o nosso pecado. No tempo solitário de viver escondido nas cavernas de Adulão da vida, temos que aprender que só estamos de pé, ainda que com todos os direitos legítimos de reis, pelo sangue do cordeiro que nos purifica de todo o pecado e nos faz dignos de sermos protegidos por Deus. 
      O que nos mantêm de pé é o sangue de Cristo, que nos purifica de todo o pecado, mesmo daqueles que não temos consciência que existem ou que nos negamos a assumir. O amor de Deus nos escolheu e limpou antes do início dos tempos, por motivos que nos são mistérios, nele Jesus veio ao mundo, nasceu, viveu e morreu sem pecado, por ele temos direito à paz, ao perdão, à esperança. Assim, não desfaleçamos, sigamos crentes e de pé, ainda que humildes diante de Deus, quebrantados, dependentes, vamos em frente. O passado Deus perdoou, o presente agradecemos ao Senhor e o futuro ao pai de amor pertence. De pé sigo, não caído e estagnado, mas vivo e caminhando, erguendo-me todos os dias no fundamento de minha fé que é Jesus, ele é a verdade, ele é a única religião perfeita que me liga ao Altíssimo, a ele todo o louvor. 

15/10/19

Conhecemos a Deus?

      “E a vida eterna é esta: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, que enviaste.” João 17.3

      O que sabemos de Deus é aquilo que refletimos dele em nosso corpo, em nossa alma e em nosso espírito, assim o conhecimento que dizemos que temos e que ensinamos aos outros é mero reflexo daquilo que Deus é, reflexo limitado. Pode ser mais acurado, caso estejamos limpos pelo sangue de Jesus e o espelho estiver mais claro, mas ainda assim sempre seremos só espelhos e o conhecimento humano de Deus, reflexos. Se quiser conhecer mais a Deus, você deve ler a Bíblia? Sim! Deve orar mais? Sim! Deve participar de mais cultos coletivos? Sim! Mas acima de Deus, deve conhecer mais a Jesus. 
      Leia toda a Bíblia, mas aprofunde-se nos quatro evangelhos, na vida de Jesus encarnado, nas palavras registradas como ditas diretamente por ele. Repito, toda a Bíblia é bênção, toda ela, mesmo textos relacionados a uma cultura e a um tempo, ou outros, mais metafóricos e que não precisam ser interpretados ao pé da letra. Mas Jesus é o centro, dele não abro mão, ele é o único caminho que nos leva diretamente a Deus, e sua vida encarnada nos dá o ensinamento mais exato de como podemos viver neste mundo, nos relacionando com as pessoas, e esperando a outra vida, nos relacionando com Deus. 
      Quer refletir um conhecimento mais nítido de Deus? Permita que Jesus se reflita em você, e mais ninguém. Num momento onde as heresias se multiplicam nas igrejas evangélicas e muitas delas baseadas no antigo testamento, na antiga aliança judaica, nos símbolos do templo de Jerusalém, no sacerdócio dos levitas, é preciso entronizar Jesus como o Cristo. Ainda assim, e isso não é defeito, por melhor que for nossa intenção e mais esforço tivermos para sermos melhor por Deus e em Deus, ainda assim, somos espelhos, e espelhos diferentes. 
      Somos seres sociais e por isso viver em igreja é importante, para conhecer mais a Deus? Sim, mas através dos outros, do que os outros refletem de Jesus neles. Nossas experiências mais profundas com Deus temos sozinhos? Desculpe-me se você pensa diferente, mas eu penso que as coisas mais importantes aprendemos sozinhos, experiências conhecidas só por nós e por Deus, contudo, temos que nos dar ao trabalho de nos confrontarmos com as diferenças alheias. Isso não é fácil, mas é necessário, e é o que mais nos molda, não necessariamente pelo conhecimento que adquirimos, mas pelo amor que aprendemos a compartilhar. 
      Precisamos ter a humildade para conviver, para ouvir, mais que falar, para entender, ainda que não sejamos entendidos, para amar, ainda que nem sejamos notados. Só Deus se basta, nós, homens, dependemos dos outros, ainda que precisamos aprender a viver como se não dependêssemos de ninguém, essa é a realidade. Mas se tivermos cuidado, sabedoria, respeito, os outros poderão nos ensinar muitas coisas, mesmo que muitas vezes sem que tenham noção disso. Conhecer a Deus é conhecer as pessoas à medida que aprendemos a conviver em paz com diferenças, assim um espelho de uma só face se torna um diamante multifacetado, refletindo em muitos lados e ângulos a multiforme sabedoria de Deus.