sexta-feira, outubro 18, 2019

Fraqueza grande exige consagração maior

      “Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; Para que nenhuma carne se glorie perante ele.” I Coríntios 1.27-29

      A regra é simples, o que é mais fraco é o que precisa buscar mais a Deus e consequentemente terá uma intimidade maior com Deus. Ou aceitamos isso, essa regra que só é mais uma faceta do princípio fundamental do evangelho, onde tudo funciona de maneira oposta às regras do homem caído, ou nos fazemos prezas dos vícios, dos pecados, colocando a culpa nos outros, e até em Deus, mas não em nós mesmos. Assim, se caiu de novo e no mesmo erro, peça perdão, receba a purificação, mas medite profundamente no estado de reincidência, para não pecar de novo e de novo. 
      Enquanto neste mundo, sempre pecaremos, até nosso último suspiro como encarnados, mas o melhor é que o pecado diminua com o tempo, pelo menos o mesmos pecado. Para que isso aconteça não depende só de Deus, a parte dele ele faz, deixa-nos disponível o perdão em Cristo e nos dá o consolo do Espírito Santo para seguirmos perdoados. Deus não se cansa de amar, e sempre nos chama ao arrependimento, assim como neste mundo sempre nos espera para que acertemos as coisas, sempre. Não permita que nada e nem ninguém, nem você mesmo, te convença que não existe mais jeito, mais uma chance, mais um perdão. 
      Mas para que tenhamos uma libertação precisamos querer, e para querer é preciso se posicionar, pensar profundamente em porque certos pecados são tão reincidentes. Isso a princípio é uma atitude muitos mais racional que emocional, um posicionamento de fé, que depois então modifica nossas emoções, nossos desejos, nossas fraquezas. Quem acha a convicção aprende a vigiar, a andar no mundo com mais cuidado, com mais cautela, procurando ficar o mais longe possível daquilo que é para ele tentação, daquilo que ele sabe que se aproximar-se demais poderá fraquejar. 
      Contudo, o que se consagra, que busca, que vigia, adquire uma vida espiritual de mais qualidade, e assim, conhece a Deus de maneira diferenciada. Você pensa que os grandes homens de Deus, os da Bíblia e tantos outros, eram os homens mais fortes? Não, eram justamente o contrário, os mais fracos, e o episódio do espinho na carne de Paulo, que tantas vezes já refletimos aqui, é prova disso. Veja também a vida de Moisés, que teve que passar quarenta anos esquecido no deserto cuidando de ovelhas para aprender a ser manso, ou de Davi, que mesmo no auge de seu reinado adulterou, ou de Pedro que negou a Cristo três vezes antes de entender sua chamada. 
      Mas eles aprenderam a depender da misericórdia de Deus, grandes fraquezas precisam de uma fortaleza ainda maior para serem vencidas, e os fracos descobrem em Deus a maior das forças. Nessa ligação eles conhecem a Deus e consequentemente entendem mais a si mesmos e aos homens, esses, os fracos fortalecidos no Senhor, são os mais aptos a fazerem a obra de Deus neste mundo, são esses que Deus chama de maneira especial. Assim, levante-se, peça perdão, posicione-se de maneira diferente, cuide-se melhor, e obedeça a chamada que Deus tem pra você. 
      Não adianta ficar se remoendo em remorsos, o Senhor tem um plano maravilhoso para sua vida, ele só espera que você entenda isso. A fraqueza acaba sendo não uma limitação, mas uma oportunidade para conhecer mais a Deus, visto que os que se acham fortes, sãos, lúcidos, ou que não se arrependem de seus pecados, os orgulhos, não assumem seus pecados e não buscam o perdão do Senhor. Ninguém deve se gloriar por ser fraco, mas devemos nos sentir honrados por termos a noção que dependemos muito de Deus e que só nele podemos nos fortalecer, feliz o que é atraído por Deus e que responde com um humilde sim a essa atração de amor. 

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