16/05/21

O poder do pensamento

     “Ouvistes que foi dito aos antigos: Não cometerás adultério. Eu, porém, vos digo, que qualquer que atentar numa mulher para a cobiçar, já em seu coração cometeu adultério com ela.Mateus 5.27-28

      Uma palavra aos casados, entendendo como tais o que têm relações afetivas com responsabilidade e amor verdadeiro, uma reflexão sobre sexo e o poder do pensamento. A primeira coisa que temos que aceitar sobre relação sexual é que é algo pertinente ao corpo, ao plano físico, na eternidade, no mundo espiritual, não haverá um tipo de ligação exclusiva entre dois seres com o fim de satisfação pessoal e de procriação. Assim, não existe espiritualidade no sexo, é algo material, mas não é por isso que não exista um jeito mais adequado de experimentá-lo, a fim de que não pequemos, não sujemos de alguma forma nossas almas, e consequentemente, que não nos leve a nos sentirmos desconfortáveis e culpados. 
      O início de um relacionamento sexual “santo” é, como já dissemos, responsabilidade e amor em desenvolver essa experiência numa comunhão exclusiva e no tempo, monogamia até à morte é possível, é o tipo de relação que mais nos amadurece e que agrada a Deus, ninguém nunca duvide disso. Mesmo que nossas naturezas, originalmente imaturas e fracas, possam levar um tempo para entender isso, conduzindo-nos muitas vezes a quebrar alianças e a experimentar vários parceiros, tenhamos como meta um casamento monogâmico, que possamos experimentar por mais tempo possível neste mundo, criando filhos e ensinando a eles a importância de alianças fiéis e de iguais direitos entre dois seres humanos.  
      Para entendermos esse tema é preciso também que levemos em consideração um outro conceito, esse totalmente espiritual. Nos comunicamos com o mundo espiritual pelos pensamentos, nenhum pensamento fica sem uso, pensar não é só criar algo privado e secreto em nossas mentes, ainda que as pessoas não saibam, o mundo espiritual sabe. Todo pensamento é uma intenção e toda intenção estabelece uma comunicação, seja com a luz, seja com as trevas. Por isso a Bíblia nos orienta tanto a pensarmos nas coisas do alto, por isso Jesus chama-nos tanto a atenção para vigiarmos nos pensamentos. Vivemos isso querendo, sentindo e executando coisas boas, seja agradando a Deus, seja fazendo bem ao próximo. 
      Isso nos coloca mentalmente em comunhão com as regiões celestes mais elevadas em Cristo, que nos dá acesso ao Deus altíssimo, por outro lado quando nos deixamos levar nos pensamentos e nas emoções pelo mal, pela inveja, pelo ódio, pela vingança, assim como pelos vícios e pelo adultério, ainda que não exteriorizemos isso em atos, estamos entrando em comunhão com demônios, diabos, enfim, com seres espirituais inferiores, baixos, rebeldes, das trevas. Se as pessoas entendessem o poder que elas têm pelos pensamentos viveriam a vida num outro nível, e ao mesmo tempo teriam vitórias mais rápidas, pois elas venceriam o mal em sua origem, muito antes de se tornar ações e reações no mundo físico.  
      Mas o que tem esse poder do pensamento a ver com sexo? Bem, quando fazemos sexo do jeito certo, ele acontece de maneira fácil, natural, quem está apaixonado e ama não precisa recorrer a fantasias para ficar excitado, não precisa de mentiras, de fetiches, basta a realidade e ela é maravilhosa. Quando amamos alguém não ligamos se ele é magro, gordo, baixo, alto, porque não é a forma do corpo que nos atraí mas o ser, nesse caso nossa mente não precisa de subterfúgios, basta que os corpos estejam juntos que a reação acontece, em toda a sua plenitude. Numa relação assim, os corpos se bastam, não fica culpa porque não existe pecado, o sexo é leve e limpo, sem qualquer espécie de violência, como tem que ser.
      Relação sexual que deixa culpa é aquela que nos leva a ter comunhão não com uma pessoa real, que amamos e com a qual nos comprometemos a viver com cumplicidade e respeito, mas com uma ilusão, por isso pornografia faz tão mal. Mas ainda que fisicamente experimentando com uma pessoa real, se precisamos de artifícios para nos excitarmos, de imagens mentais, de palavras “exageradas”, estaremos pecando. Sim, mesmo uma relação entre esposo e esposa, devidamente casados, pode ser adultério se os corpos estiverem presentes e as mentes não, eis um pecado que muitos cometem e não assumem. O segredo como sempre está no equilíbrio, cada parte de nós em sintonia correta com as coisas certas. 

15/05/21

O poder do louvor

      “Louvai ao Senhor. Louvai, servos do Senhor, louvai o nome do Senhor. Seja bendito o nome do Senhor, desde agora para sempre. Desde o nascimento do sol até ao ocaso, seja louvado o nome do Senhor. Exaltado está o Senhor acima de todas as nações, e a sua glória sobre os céus. Quem é como o Senhor nosso Deus, que habita nas alturas? O qual se inclina, para ver o que está nos céus e na terra!Salmos 113.1-6

      Por que cristãos gostam tanto de louvar a Deus? Com certeza o motivo principal de tantos templos lotarem, de equipes de músicos serem mais e mais aperfeiçoadas em suas ferramentas, de pastores darem tanta relevância ao período de louvor nos cultos, muitas vezes com duração maior que o tempo disponibilizado para o estudo da Bíblia, é que louvar é gostoso. Experimentamos êxtases emocionais maravilhosos sem muito esforço intelectual, usando melodias e palavras simples, entendidas pela maioria, mas será que é só isso, experiência emocional fácil? Quanto tempo essa experiência fica em nós? Louvar faz mais que mexer com emoções? O louvor tem algum poder no mundo espiritual? 
      Quando admiramos alguém, como um bom músico, nós exaltamos sua competência musical, dizemos a ele que seu trabalho nos agrada porque tem qualidade, porque é feito com talento, com experiência, com boas escolhas estéticas que nos fazem bem. Quem admira, louva, presta honras, e se sente bem com isso, mas quem recebe a admiração, o louvor, a honra, também se sente bem, pois vê seu trabalho, no caso de um músico, sua arte, apreciada, reconhecida, e se for um músico com virtudes morais, além das artísticas, não se envaidecerá egoisticamente, mas ficará feliz, por ver que sua música faz alguém feliz. O espiritual não se infla com a admiração, mas sente aumentar sua responsabilidade para seguir fazendo melhor. 
      Nessa interação de louvor, se estabelece uma comunicação que constrói comunhão, que facilitará novas comunicações, se o músico sabe que sua música agradou alguém, procurará fazer trabalhos semelhantes, pois entendeu que existe um público certo para eles, assim haverá uma comunhão mais permanente. A admiração sincera de um trabalho sincero é uma via de duas mãos, que não só evidencia quem dá, mas torna quem recebe amigo de quem dá, nesse processo não é só quem dá que é exaltado, mas quem recebe também. É preciso ter ouvidos adequados para discernir certos sons, por exemplo é preciso conhecimento de música erudita para se apreciar um músico erudito, para que haja comunhão é preciso empatia. 
      Quando adoramos a Deus ocorre algo parecido, louvamos ao Senhor porque nos sentimos felizes com sua existência e com suas obras, com sua providência e com suas provisões, que nos acolhem, nos curam, nos consolam, nos suprem, nos dão paz e conduzem-nos a um crescimento espiritual, mais que material. Deus não precisa de nosso louvor, não se torna maior ou muda seus planos porque nós o adoramos, mas se achar em nós reciprocidade achará em nós seres que se põem em comunhão com ele, em sintonia com o seu melhor, ele não será mais Deus por isso, mas sua luz brilhará mais, pois será refletida em nós e será espalhada para mais lugares e homens, à medida que esses queiram também receber a Deus. 
      O louvor ao mesmo tempo que estabelece uma comunhão íntima, nos coloca debaixo da simpatia de quem louvamos e consequentemente na antipatia dos que se opõem a quem louvamos. No caso do Altíssimo, ainda que não possam vencê-lo, alguns se afastam dele, dessa forma esses se afastarão daqueles que louvam a Deus. Adorar a Deus dá legalidade para que as bençãos mais altas nos alcancem, mas também nos protege das maldições, tanto de seres espirituais rebeldes das trevas, quanto de seres humanos que por algum motivo possam nos desejar mal, e que nessa intenção possam “mover” espíritos do mal contra nós. O mal sempre atrai o mal, se lançado contra alguém do bem voltará para quem o lançou. 
      Quem de alguma forma adora principados e potestades abaixo do Altíssimo, diabos, demônios, entidades, espíritos rebeldes, também estabelece uma íntima comunhão com esses seres, ganha suas simpatias. Contudo, com o mal não ocorre o mesmo que ocorre com o bem, se a aproximação do bem nos dá vitória sobre o mal, nos aproximarmos do mal nos faz reféns de mais mal, distanciando-nos do bem, ainda que não nos colocando como inimigos de Deus, já que Deus não se faz inimigo de ninguém, apenas distancia-se dos que se afastam dele. Quando falamos eu te amo, nos aproximamos, quando dizemos eu te odeio, nos afastamos, se amamos a Deus, estamos abertos para sermos bênçãos para todos os homens.
      Contudo, se odiamos os homens nos fechamos para eles, nos distanciamos de Deus e nos tornamos presas fáceis de todo tipo de mal. Não nos enganemos, não precisamos declarar explicitamente um ódio para nos simpatizarmos com o mal e darmos “louvor” aos espíritos das trevas, basta que de alguma forma verbalizemos ou ajamos de maneira a destruir alguém, e ainda dizendo verdades sobre defeitos e fraquezas nós destruímos se fazemos isso sem amor. O mal tem várias caras, o bem só tem uma, serena, amorosa, e sempre pronta a achar o lado bom em toda “criatura” de Deus. O mal potenciará o mal e aquele que o lançar sobre os outros para ele voltará, já o bem atrai mais bem e abençoa mesmo em silêncio. 

14/05/21

O poder das palavras

      “O homem bom tira boas coisas do bom tesouro do seu coração, e o homem mau do mau tesouro tira coisas más. Mas eu vos digo que de toda a palavra ociosa que os homens disserem hão de dar conta no dia do juízo. Porque por tuas palavras serás justificado, e por tuas palavras serás condenado.Mateus 12.35-37

      Projeção psicológica, um mecanismo que faz com que acusemos os outros com aquilo que nós mesmos nos sentimos acusados, que faz com que vejamos nos outros males que existem em nós, assim, quem se sente inútil, acusará os outros de ociosidade, quem tem inveja, acusará os outros de serem invejosos, quem se acha adúltero e infiel verá nos outros adultério e infidelidade. Cuidado, achar defeitos nos outros não é ter uma crítica acurada, não é sensibilidade, não é virtude, é ter muitos defeitos não resolvidos dentro de si mesmo, quem não se enxerga, muito menos enxergará os outros. Seria melhor nos calarmos, pararmos mesmo de pregar o evangelho ou de levantar bandeiras de moralidade, mas nos ocuparmos com nossas próprias vidas, orarmos mais, nos avaliarmos, nos encararmos no espelho nos assumindo por completos, desejando mudanças e lutando para alcança-las. 
      As palavras que saem de nossas bocas têm poder, para abençoar e para amaldiçoar, contudo, elas têm mais que o poder das memórias que ficam em quem as ouve. Elas são mais que matéria intelectual nas mentes, o mundo espiritual pega carona nelas, seres espirituais são acionados por elas e continuam a agir sobre quem elas são lançadas, principalmente seres espirituais do mal. Quando alguém nos violenta verbalmente, diz coisas negativas sobre nós e com uma carga emocional destrutiva, não são só lembranças dessas acusações que ficam em nós e nos fazem mal, mas demônios ganham legalidade nessas palavras e passam a nos torturar. Os mesmos demônios que torturaram quem nos ofendeu, nos são dirigidos e passam a nos fazer o mesmo mal que faziam em quem as palavras tiveram origem, mesmo que a pessoa que nos ofendeu não tenha consciência disso. 
      Não basta buscar perdão para nós mesmos, visto que as palavras, ainda que lançadas sem amor e com o objetivo de nos destruir e não de nos ensinar, podem ter algum fundo de verdade. Sábio é o que não usa o mal dos outros para não admitir o próprio mal, é aquele que se humilha e se acerta, em primeiro lugar com Deus e consigo mesmo. Depois é cristão pôr a vida do que o acusou nas mãos de Deus e se disponibilizar para achar a paz com esse, sem, contudo, aliar paz interior à existência desse acerto, já que muitas vezes ele pode não acontecer por não depender só de nós. Depois de colocarmos o perdão em dia é preciso encarar o acontecimento sob o ponto de vista espiritual, que envolve forças que vão além de quem nos ofendeu. A providência divina conhece os limites de seus filhos, assim só entrem em guerras espirituais os preparados, dos outros Deus cuida. 
      O mundo espiritual do mal se repreende e se vence de duas maneiras, primeiro, colocando-se numa posição constante de vigilância, onde se busca santidade e se exercita humildade, num coração limpo e crente habita a paz de Deus e essa paz é escudo contra toda espécie de acusação e dor. Mas é importante também que façamos uma oração, de preferência em tom audível (não só na mente, mas também não necessariamente em tom alto), de repreensão contra espíritos do mal, expulsando os demônios que nos acusam, com emoção e com convicção, e peçamos que para longe de nós eles sejam encaminhados, a um lugar adequado por Deus para eles, para que eles saindo de nós não atormentem entes queridos ligados espiritualmente a nós. A atuação do mal pode ser anulada em nós, mas os espíritos do mal não podem ser destruídos, só mantidos longe de nós. 
      É importante que desliguemos o mal da pessoa que desencadeou o mal, para que não alimentemos qualquer espécie de vingança, se não fizermos isso estaremos mantendo dentro de nós um sentimento ruim, de ódio, de ressentimento, e isso poderá manter uma brecha para o mal dentro de nós, por onde os demônios podem agir. Isso é feito, antes de tudo, pelo perdão, e depois expulsando os demônios que foram ordenados contra nós, nessa ordem. Não se luta contra as trevas com armas das trevas, devolvendo o mal ou os demônios para alguém, mas se luta contra o mal com as armas da luz, tendo uma alma limpa, ungida com paz e amor e abençoando quem nos amaldiçoou. Esse é o jeito de Jesus, o jeito espiritual, o jeito de aprender mesmo com tanta injustiça e maldade que muitos alimentam dentro de si contra nós, por motivos que cabe a Deus saber e solucionar em seu tempo. 

13/05/21

O poder da humildade

      “Humilhai-vos perante o Senhor, e ele vos exaltará.Tiago 4.10

      Colocar-se de fato como humilde na presença do Senhor deveria ser algo simples, fácil, até natural, e isso para todos os homens, todos nós deveríamos saber que somos pequenos, limitados, fracos e dependentes, da misericórdia e da providência de Deus, como também do auxílio, físico e afetivo, dos homens. Ninguém pode viver neste mundo sozinho, e para termos acesso à ajuda do semelhante é preciso que tenhamos respeito e cuidado, que se manifestam quando temos amor, que só é verdadeiro quando aprendemos que dar é melhor que receber, que honrar o outro importa mais que a nós mesmos. Quem aprende e vive desse jeito entende que humildade é porta para a vitória, neste mundo, mas principalmente no outro, só se pode ser humilde quando se é no espírito, em nosso interior, e não somente na aparência. 
      Contudo, mesmo com todas essas obviedades, muitas vezes temos dificuldades para sermos humildes, ainda que sejamos seres civilizados, justos e trabalhadores, e mesmo bons cristãos, por isso o caminho da humildade pode pedir de nós um esforço, primeiro intelectual, racional, para depois impressionar de forma profunda e sincera nossos sentimentos. Nesse esforço precisamos nos avaliar, de forma honesta, assumir nossos erros, nossas carências, nossos egoísmos, tudo aquilo que de alguma forma nos leva a ser orgulhosos. Muitas vezes com as melhores e mais legítimas intenções, baseadas na realidade de nossas vidas, nos achamos no direto de termos nossos orgulhos e de não precisarmos ser humildes, pelo menos não para todos. Dessa forma, para acharmos a humildade, pode ser preciso nos darmos a um trabalho. 
      Não permita que a roda viva da sobrevivência neste mundo te engane, te leve a crer que têm direitos a certas coisas, a certos vícios, a certas fugas, mas principalmente, a certos orgulhos. A humildade só se encontra quando descascamos nosso homem interior como uma cebola, camada por camada, quem assim faz descobrirá lá no fundo um ser frágil, menor, mas que é sua essência espiritual, sem as vaidades e máscaras do plano físico. É essa essência que poderá habitar no melhor da eternidade com Deus, o “céu”, numa situação de paz e solução, onde não existem culpas e nem qualquer espécie de torturas. Esse céu só encontra quem se dá ao trabalho de ser humilde, que não cobra ninguém, só a si mesmo para melhorar. 

12/05/21

O poder do arrependimento

      “Produzi, pois, frutos dignos de arrependimento, e não comeceis a dizer em vós mesmos: Temos Abraão por pai; porque eu vos digo que até destas pedras pode Deus suscitar filhos a Abraão. E também já está posto o machado à raiz das árvores; toda a árvore, pois, que não dá bom fruto, corta-se e lança-se no fogo.Lucas 3.8-9

      Muitos cristãos entendem errado o ensino de Cristo, e muitos por causa de doutrinas equivocadas ensinadas por líderes cristãos por séculos, e é justamente no principal ensino evangélico, o de perdão de pecados, onde existe um sério equívoco. Muitos acham que o nome de Cristo tem alguma espécie de poder mágico, que só por ele ser dito há transformação na vida do homem, e não é bem assim. O nome de Jesus nos coloca numa posição espiritual alta, na qual temos comunhão com Deus e acesso aos ensinos do Espírito Santo, mas isso é só o primeiro passo para um processo.
      Nos arrependermos de um erro e nos apossarmos do perdão de Deus, não anula nossa natureza pecaminosa, mas nos dá forças através da paz que sentimos por termos nos arrependido diante do pai. Temos paz porque entramos em comunhão com Deus, só sintonizado com Deus o homem pode ter paz, quando queremos o bem nos colocamos espiritualmente nas regiões celestes mais altas onde está o Senhor de todo o bem. Nessa comunhão deixamos claro para o Senhor que não queremos o caminho errado, mas o certo, que o agrada, o Senhor recompensa isso com paz. 
      A paz de Deus fortalece o homem de maneira especial, com essa força ele pode trabalhar, produzir frutos de arrependimento, e então, com obras, mudar sua natureza pecaminosa, agregando ao seu homem interior hábitos santos, do bem, é essa mudança que pode livrá-lo de vez do pecado. Deus nos perdoa e nos dá paz, mas quem muda nossa natureza somos nós através de um trabalho que é nosso, e que não é físico nem intelectual, esses só nos enriquecem neste mundo, mas é moral e espiritual, só assim adquirimos virtudes que poderão ser levadas conosco deste mundo para o outro. 
      Quem vive se arrependendo, mas sempre volta a cometer o mesmo erro, nunca mudando de fato sua natureza, é semelhante ao homem que chega à porta de um salão de festas, vê tudo o que é oferecido ao que entrar no salão, mas nunca de fato entra no local e desfruta da festa, melhor seria ele nem ter aberto a porta. Infelizmente muitos abrem a porta e não passam por ela, mas saem depois dizendo a muitos que são convidados assíduos do dono da festa, que gozam de seus deleites e têm privilégios especiais, contudo, são hipócritas e mentirosos, na verdade nunca participaram da festa. 

11/05/21

O poder do amor

      “No amor não há temor, antes o perfeito amor lança fora o temor; porque o temor tem consigo a pena, e o que teme não é perfeito em amor.I João 4.18

      Todo ser humano recebe de Deus missões, assim, ainda que façamos muitas coisas em nossas passagens por este mundo, que conquistemos posições e bens, se essas missões não forem realizadas, que essencialmente estão na área moral e não na material, nossas missões não serão realizadas. Amar os outros não é uma missão pessoal e específica, é vocação espiritual de todos que querem estar próximos de Deus, contudo, com algumas pessoas, Deus pode nos dar a missão de amá-las, e isso de um jeito especial. 
      Se parte de tua missão for amar uma pessoa de forma diferenciada, não espere que essa pessoa reconheça teu amor, que tome qualquer iniciativa para te abençoar, também não ame aguardando qualquer tipo de retorno, de reconhecimento, não neste mundo. Ame-a, aproxime-se dela, que ela saiba que você está perto dela, disponível caso ela necessite de algo, e ainda que ela te despreze ou te agrida, perdoe-a e continue amando-a. Para uma missão de fato de Deus ele sempre nos prepara e nos fortalece. 
      Caso seja essa tua missão, você poderá ser, em algum momento, a única pessoa que poderá auxiliar alguém em algo muito sério, no qual a vida desse alguém poderá até estar em jogo, e eu não estou exagerando, acredite. Nesse caso o importante é não termos medo da pessoa, já que seu jeito arredio e sua atitude desconfiada podem ser oposições fortes ao amor, entendamos que não é a nossa reputação que está em jogo, mas o amor do Senhor que precisa ser mostrado a alguém através de nós, especificamente. 
      Contudo, sejamos sábios, não confundamos amor incondicional, que pode ser missão de Deus, com suportar relações abusivas, de forma irresponsável e imatura, de gente que já negou o amor de Deus de forma irredutível, principalmente em relações afetivas próximas, e mesmo em casamentos. Ore a Deus e peça orientação, em muitos casos não temos a missão de suportar, mas a obrigação de nos afastarmos, por respeito a nós mesmos e com confiança que Deus tem sempre o melhor para nós em amor. 

10/05/21

O poder da escolha

      “E, chamando os seus doze discípulos, deu-lhes poder sobre os espíritos imundos, para os expulsarem, e para curarem toda a enfermidade e todo o mal. Ora, os nomes dos doze apóstolos são estes: O primeiro, Simão, chamado Pedro, e André, seu irmão; Tiago, filho de Zebedeu, e João, seu irmão; Filipe e Bartolomeu; Tomé e Mateus, o publicano; Tiago, filho de Alfeu, e Lebeu, apelidado Tadeu; Simão o Zelote, e Judas Iscariotes, aquele que o traiu.Mateus 10.1-4

      “Porque, como Judas tinha a bolsa, pensavam alguns que Jesus lhe tinha dito: Compra o que nos é necessário para a festa; ou que desse alguma coisa aos pobres.João 13.29

      “Então um dos doze, chamado Judas Iscariotes, foi ter com os príncipes dos sacerdotes, e disse: Que me quereis dar, e eu vo-lo entregarei? E eles lhe pesaram trinta moedas de prata, e desde então buscava oportunidade para o entregar.Mateus 26.14-16

      “Então Judas, o que o traíra, vendo que fora condenado, trouxe, arrependido, as trinta moedas de prata aos príncipes dos sacerdotes e aos anciãos, dizendo: Pequei, traindo o sangue inocente. Eles, porém, disseram: Que nos importa? Isso é contigo. E ele, atirando para o templo as moedas de prata, retirou-se e foi-se enforcar.Mateus 27.3-5

      Os textos iniciais resumem as citações bíblicas sobre Judas Iscariotes, ele fez e viveu mais que o descrito nesses textos? Com certeza, mas os autores bíblicos não quiseram, por motivos que nos parecem claros, dizer mais sobre ele, talvez existissem mesmo coisas boas a serem ditas, mas seu ato final de entregar o redentor à morte foi forte demais, tirou dele qualquer direito de uma boa memória como legado. Infelizmente, uma escolha muito ruim, pode apagar toda uma vida de escolhas mais acertadas. Quando pensamos em Judas nos vem à mente alguém mau, sem virtudes, injusto e egoísta, contudo, não penso que ele era assim, não a princípio, senão Jesus não o teria escolhido. 
      Devia haver em Judas algum gérmen de bem, uma possibilidade dele acertar e escolher o melhor caminho para se aproximar de Deus, por isso Jesus o chamou, não só como discípulo, mas como um dos doze apóstolos. Jesus sabia que ele o trairia? Sim, mas com certeza não queria isso. Deus não descarta nenhum ser humano, todos têm chances de fazer boas escolhas, e mesmo se fizerem muitas escolhas erradas, ainda terão uma nova oportunidade de escolherem certo. Essas novas oportunidades têm fim? Sim, não por causa de Deus, mas por causa do homem, que pode num determinado momento de sua existência decidir de maneira irredutível que não quer mais seguir para a luz. 
      Jesus escolheu Judas porque ele tinha, na pior das circunstâncias, possibilidades de ser bom, contudo, apesar disso, teve uma oportunidade de escolha e preferiu a opção errada, trair Jesus, desse pecado ele não conseguiu se arrepender e teve a pior das mortes. Triste a condição de se chegar num ponto onde não se consegue mais, não o perdão de Deus, e mesmo dos homens, mas de si mesmo. O homem é seu principal inimigo, o diabo não o vence, nem Deus desiste dele, mas ele pode ser vencido por ele mesmo, exercendo seu livre arbítrio, depois disso só lhe restará a eternidade para ser consumido em sofrimento, deixando no mundo, no coração das pessoas, a pior impressão sobre ele.