sábado, maio 15, 2021

O poder do louvor

      “Louvai ao Senhor. Louvai, servos do Senhor, louvai o nome do Senhor. Seja bendito o nome do Senhor, desde agora para sempre. Desde o nascimento do sol até ao ocaso, seja louvado o nome do Senhor. Exaltado está o Senhor acima de todas as nações, e a sua glória sobre os céus. Quem é como o Senhor nosso Deus, que habita nas alturas? O qual se inclina, para ver o que está nos céus e na terra!Salmos 113.1-6

      Por que cristãos gostam tanto de louvar a Deus? Com certeza o motivo principal de tantos templos lotarem, de equipes de músicos serem mais e mais aperfeiçoadas em suas ferramentas, de pastores darem tanta relevância ao período de louvor nos cultos, muitas vezes com duração maior que o tempo disponibilizado para o estudo da Bíblia, é que louvar é gostoso. Experimentamos êxtases emocionais maravilhosos sem muito esforço intelectual, usando melodias e palavras simples, entendidas pela maioria, mas será que é só isso, experiência emocional fácil? Quanto tempo essa experiência fica em nós? Louvar faz mais que mexer com emoções? O louvor tem algum poder no mundo espiritual? 
      Quando admiramos alguém, como um bom músico, nós exaltamos sua competência musical, dizemos a ele que seu trabalho nos agrada porque tem qualidade, porque é feito com talento, com experiência, com boas escolhas estéticas que nos fazem bem. Quem admira, louva, presta honras, e se sente bem com isso, mas quem recebe a admiração, o louvor, a honra, também se sente bem, pois vê seu trabalho, no caso de um músico, sua arte, apreciada, reconhecida, e se for um músico com virtudes morais, além das artísticas, não se envaidecerá egoisticamente, mas ficará feliz, por ver que sua música faz alguém feliz. O espiritual não se infla com a admiração, mas sente aumentar sua responsabilidade para seguir fazendo melhor. 
      Nessa interação de louvor, se estabelece uma comunicação que constrói comunhão, que facilitará novas comunicações, se o músico sabe que sua música agradou alguém, procurará fazer trabalhos semelhantes, pois entendeu que existe um público certo para eles, assim haverá uma comunhão mais permanente. A admiração sincera de um trabalho sincero é uma via de duas mãos, que não só evidencia quem dá, mas torna quem recebe amigo de quem dá, nesse processo não é só quem dá que é exaltado, mas quem recebe também. É preciso ter ouvidos adequados para discernir certos sons, por exemplo é preciso conhecimento de música erudita para se apreciar um músico erudito, para que haja comunhão é preciso empatia. 
      Quando adoramos a Deus ocorre algo parecido, louvamos ao Senhor porque nos sentimos felizes com sua existência e com suas obras, com sua providência e com suas provisões, que nos acolhem, nos curam, nos consolam, nos suprem, nos dão paz e conduzem-nos a um crescimento espiritual, mais que material. Deus não precisa de nosso louvor, não se torna maior ou muda seus planos porque nós o adoramos, mas se achar em nós reciprocidade achará em nós seres que se põem em comunhão com ele, em sintonia com o seu melhor, ele não será mais Deus por isso, mas sua luz brilhará mais, pois será refletida em nós e será espalhada para mais lugares e homens, à medida que esses queiram também receber a Deus. 
      O louvor ao mesmo tempo que estabelece uma comunhão íntima, nos coloca debaixo da simpatia de quem louvamos e consequentemente na antipatia dos que se opõem a quem louvamos. No caso do Altíssimo, ainda que não possam vencê-lo, alguns se afastam dele, dessa forma esses se afastarão daqueles que louvam a Deus. Adorar a Deus dá legalidade para que as bençãos mais altas nos alcancem, mas também nos protege das maldições, tanto de seres espirituais rebeldes das trevas, quanto de seres humanos que por algum motivo possam nos desejar mal, e que nessa intenção possam “mover” espíritos do mal contra nós. O mal sempre atrai o mal, se lançado contra alguém do bem voltará para quem o lançou. 
      Quem de alguma forma adora principados e potestades abaixo do Altíssimo, diabos, demônios, entidades, espíritos rebeldes, também estabelece uma íntima comunhão com esses seres, ganha suas simpatias. Contudo, com o mal não ocorre o mesmo que ocorre com o bem, se a aproximação do bem nos dá vitória sobre o mal, nos aproximarmos do mal nos faz reféns de mais mal, distanciando-nos do bem, ainda que não nos colocando como inimigos de Deus, já que Deus não se faz inimigo de ninguém, apenas distancia-se dos que se afastam dele. Quando falamos eu te amo, nos aproximamos, quando dizemos eu te odeio, nos afastamos, se amamos a Deus, estamos abertos para sermos bênçãos para todos os homens.
      Contudo, se odiamos os homens nos fechamos para eles, nos distanciamos de Deus e nos tornamos presas fáceis de todo tipo de mal. Não nos enganemos, não precisamos declarar explicitamente um ódio para nos simpatizarmos com o mal e darmos “louvor” aos espíritos das trevas, basta que de alguma forma verbalizemos ou ajamos de maneira a destruir alguém, e ainda dizendo verdades sobre defeitos e fraquezas nós destruímos se fazemos isso sem amor. O mal tem várias caras, o bem só tem uma, serena, amorosa, e sempre pronta a achar o lado bom em toda “criatura” de Deus. O mal potenciará o mal e aquele que o lançar sobre os outros para ele voltará, já o bem atrai mais bem e abençoa mesmo em silêncio. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário