11/12/22

Deus, amigo para conversar (2/2)

      “Porque o perverso é abominável ao Senhor, mas com os sinceros ele tem intimidade.” Provérbios 3.32

      Cultivamos amizade com Deus quando conversamos com ele, informalmente, mas com muita calma, com muito respeito, com muito amor e com muita atenção, dizendo aquilo que o próprio Espírito Santo nos orienta dizer. Já tive momentos, seja por estar vivendo um tempo de descanso, seja por estar cansado, ou mesmo desanimado, depois de ter orado por muitos dias ao Senhor e recebido respostas maravilhosas, que pareceu-me não ter mais nada a dizer ao Senhor. Isso não deve nos satisfazer. Como não termos o que dizer para quem sustenta nossas almas? 
      Nesses momentos foi que descobri que podia, devia e precisava, ser mais que soldado ou servo, mas amigo do Senhor, assim, me pus a conversar com o Altíssimo. Ah, meus queridos, quantas coisas Deus tem a revelar aos amigos íntimos, quantos mistérios, quantas respostas que ninguém mais pode nos dar, num diálogo que nos levará a um outro nível de relacionamento com Deus, o de amigos. Todo crescimento exige trabalho, superação de uma zona de conforto, Deus, por outro lado, nunca nos força a nada, devemos querer ser seus amigos, com todo o nosso ser. 
      Descobrir a relevância de ser amigo de Deus está diretamente ligado a ser paciente e procurar uma paz que permanece. Muitas vezes achamos que a oração que nos cura é aquela em que falamos muito, choramos, rimos, enfim, experimentamos fortes emoções, isso é importante, mas não pode ser para sempre. Valorizar experiências com Deus pelos efeitos emocionais que elas deixam, pode ser só buscar desabafo de ansiedades e culpas, o maduro alcançará pela fé a paz e o perdão, entenderá que menos é mais quando se pratica uma amizade tranquila com Deus. 
     Ninguém gosta de gente que fala demais, que não sabe ouvir, que não coloca vírgulas e pontos em diálogos, que só quer desabafar e não conhecer o outro. Deus nos ama sempre, nele não há desgosto, ele também não tem limitações para se compartilhar diretamente conosco, mas ele também precisa de tempo e espaço para se expressar, assim como nós de tempo e espaço para ouvirmos e entendermos o que ele diz. Deus também pode estar querendo nos informar sobre problemas de outros, que precisam de nossas orações, isso devemos escolher ouvir em amor. 
      Cultivarmos amizade com Deus vale mais que sessões de psicoterapia com homens que cobram por minutos conosco. Sem paciência não se ama e sem amor não podemos ser amigos, assim, praticar essa conversa de amizade com o Senhor pede que paremos tudo, fora e dentro de nós, que respiremos fundo, que de preferência estejamos em lugares silenciosos, sem distrações. Tenho aprendido a falar com o Senhor sobre tudo, e entenda que não é mais o momento de pedir, mas de refletir profundamente na vida, tendo um amigo que nos escuta e nos responde. 
      Amigos precisam do nosso melhor tempo, assim, dê tempo ao Espírito Santo para te ouvir e depois te falar. Eu insisto nisso porque o ser humano já passou do tempo de se pôr só como filho e mesmo como servo de Deus. Os tempos em que vivemos, que sob um ponto de vista é um final de era, para não dizer dos tempos, urge por amigos de Deus que sejam luzeiros seus no universo, e quando digo universo abranjo nossa luz não só ao plano físico, mas também ao espiritual. Deus procura amigos como o profeta Daniel (Daniel 10.12), que vigiem pelo seu povo. 

Leia na postagem de ontem
a 1ª parte desta reflexão

10/12/22

Você é amigo de Deus? (1/2)

      “Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer.João 15.15

      Muitos chegam a um terrível momento, quando não há mais nada a dizer a Deus, suas almas se calam e não no silêncio vivo do Espírito, que nos deixa sensíveis para ouvirmos a voz de Deus. Para muitos o silêncio é sintoma de morte, de uma existência que insistiu em desobedecer a vontade do Senhor, que enjoou de ouvir a mesma ordem repetidas vezes porque não a obedecia. Deus não morre, mas está sepultado em certos corações, acharam duro demais serem soldados e servos, não foram isso, nem descobriram o privilégio de serem amigos de Deus.
      O que você tem para falar com Deus quando não tem mais nenhum pedido urgente a fazer, depois que fez os clamores triviais e agradeceu pelo básico? Nada? Você não precisa ter intimidade com um general, com um patrão e muitas vezes nem com um pai, a esses basta respeitar, obedecer, solicitar algum auxílio quando preciso, depois educadamente agradecer. Contudo, com um amigo falamos de tudo, pois queremos estar perto dele, por um amigo mudamos, queremos agradá-lo assim podemos deixar de fazer certas coisas e fazer outras para ter mais conexão com o amigo. 
      Numa relação mais íntima, como a de casamento, indiferente se a relação está legalizada ou não, temos união física, mas nessa, há conexão no corpo, essa união, ainda que próxima, pode não implicar em amizade. O que mantém um casamento por anos não é o sexo, esse é físico, rápido, quanto tempo num dia usamos para uma relação sexual normal? O que mantém um casamento maduro é amizade. Não mudamos por causa de sexo, mas mudamos interiormente por um amigo, porque queremos compartilhar com ele mais que corpo ou metas neste mundo, mas essência moral. 
      Só quando descobrimos que podemos ser amigos de Deus, mais que soldados, servos ou filhos, é que entendemos a santidade e a espiritualidade mais profundas, como amigos dele queremos agradá-lo, sermos parecidos com ele, para podermos usufruir sua intimidade. Na amizade não nos unimos só por assuntos gerais em comum, materiais, mas trocamos substância moral e mesmo espiritual, é claro que numa troca com Deus somos mais beneficiados, ele tem mais a nos dar que nós a ele. Ser amigo de um Deus espiritual é ser um com ele, isso nos transforma de dentro para fora.
      Mas será que só nós somos beneficiados numa amizade com Deus? Quem ama não só dá, e Deus nos ama muito, também recebe. Deus não se torna mais Deus, mais todo-poderoso, mais santo, mais justo, mais bom, com a nossa amizade, mas seu poder, sua santidade, sua justiça e sua bondade se tornam maiores. Numa amizade íntima ganhamos o Espírito de Deus, recebemos suas virtudes que podemos compartilhar com outras pessoas, assim, de uma certa maneira, Deus se expande com a nossa amizade, pode atingir outros seres, tanto quanto nós crescemos com seu amor. 
      Os momentos iniciais de nossas orações nos abençoam, nos perdoam, abençoam nossos familiares e amigos mais próximos, levam contingências ao Senhor, agradecem a Deus pela vida eterna e por uma existência digna neste mundo. Contudo, é no momento da meditação, onde conversamos com Deus com mais calma, que crescemos e podemos abençoar os outros. Na verdade a maioria de nós não faz ideia do que esse momento íntimo com Deus produz, do poder que há em sermos espelhos limpos e disponíveis para receberem a luz de Deus e a refletirem no universo. 

Leia na postagem de amanhã
a 2ª parte desta reflexão

09/12/22

Vestidos, despidos e revestidos

      “Pois sabemos que, se a nossa casa terrestre deste tabernáculo se desfizer, temos da parte de Deus um edifício, uma casa não feita por mãos humanas, eterna, nos céus. E, por isso, neste tabernáculo gememos, desejando muito ser revestidos da nossa habitação celestial; se, de fato, formos encontrados vestidos e não nus.” II Coríntios 5.1-3

      Um ser humano adulto e mentalmente sadio, tem naturalmente um pudor que o faz proteger sua nudez de pessoas e de lugares inadequados. Quem é pego com as partes íntimas à mostra sente-se envergonhado, só crianças inocentes e insanos não possuem esse pudor. Por isso Apocalipse 16.15, “eis que venho como ladrão, bem-aventurado aquele que vigia e guarda as suas roupas, para que não ande nu e não se vejam as suas vergonhas”, usa isso como simbologia para ensinar sobre quem for pego moralmente despido, despreparado em obras de virtudes elevadas no juízo.
      No juízo, pelo qual todos nós passaremos no plano espiritual, Deus nos avaliará pelas virtudes morais que tivermos conseguido anexar aos nossos espíritos por meio de persistentes obras. O texto de II Coríntios 9.6, “que o que semeia pouco, pouco também ceifará, e o que semeia em abundância, em abundância ceifará”, apesar do contexto se referir a coleta de bens materiais para necessitados, pode ser usado também para a prática de virtudes morais de forma geral, e nisso um aspecto nos chama a atenção, essa prática é por livre arbítrio, não por obrigação para sair do inferno. 
      Sabermos que semear mais ou menos é escolha nossa, e que isso implicará em “galardões” espirituais recebidos na eternidade, nos leva a ver a vida como um estado constante de vigilância, onde pode-se verificar necessidades e se dispor a atendê-las, ainda que não sejam aos olhos do mundo nossas responsabilidades. Enfim, não há momento para descanso enquanto estivermos vivos, Deus sempre nos desafiará com algo bom que podemos fazer para servirmos ao próximo em amor. Isso é nos revestirmos para não sermos achados moralmente nus no juízo. 
      Paulo reflete mais sobre esse ensino no texto bíblico inicial, usando a mesma simbologia. Casa terrestre e tabernáculo são símbolos para nossos corpos físicos, desse modo ele fala de morte do corpo e de um sentimento intrínseco a todo ser humano que tem vida neste mundo em comunhão com Deus, estar insatisfeito com esta vida e desejar ardentemente a outra. Assim, enquanto devemos ser vestidos por virtudes morais seremos despidos da capa grosseira e vã da matéria para sermos revestidos de um novo corpo espiritual. Seguindo, em II Coríntios 5.3-6Paulo reafirma o ensino: 
      “Pois nós, os que estamos neste tabernáculo, gememos angustiados, não por querermos ser despidos, mas revestidos, para que o mortal seja absorvido pela vida. Ora, foi o próprio Deus quem nos preparou para isto, dando-nos o penhor do Espírito. Por isso, temos sempre confiança e sabemos que, enquanto no corpo, estamos ausentes do Senhor.” Quem nos chama para o revestimento e nos alerta sobre a temporariedade da matéria é o Espírito Santo, por isso viver o evangelho só no intelecto, não dando liberdade ao Espírito, limita nossa ótica de vida com Deus.
      O que nos satisfaz? Prazeres do corpo físico, comida, bebida, sexo? O que faz com que nos sintamos vestidos e protegidos? Boas e caras roupas, carros grandes, casas espaçosas? Ou lá dentro de nós existe, percebemos e valorizamos, uma saudade do Senhor, saudade de alguém, que apesar de estar vivo dentro de nós pelo Espírito Santo, ansiamos conhecer mais diretamente, sem véus, sem filtros? O que nos define como bons seres humanos não são riquezas deste mundo, mas esse desejo, que revela onde de fato onde está nosso coração, se em Mamon (Mateus 6.24) ou em Deus. 
      Novamente dou uma orientação, e acreditem, se eu tivesse autoridade daria uma séria exortação, visto a importância disso, mas não me foi dado esse direito, assim só sugiro: busquem experiências reais e maduras com os dons do Espírito Santo citados em I Coríntios 12. Paulo não proíbe os dons, muitos menos o de línguas espirituais, só orienta como usá-los com sabedoria. Sei que muitos que não querem os dons o fazem baseados no uso equivocado e imaturo que muitos chamados pentecostais fazem deles, mas isso não é desculpa. Dons do Espírito são chave para a verdade, creiam! 

08/12/22

Obediência com ou sem livramento

      “E aconteceu depois destas coisas, que provou Deus a Abraão, e disse-lhe: Abraão! E ele disse: Eis-me aqui. E disse: Toma agora o teu filho, o teu único filho, Isaque, a quem amas, e vai-te à terra de Moriá, e oferece-o ali em holocausto sobre uma das montanhas, que eu te direi. Então se levantou Abraão pela manhã de madrugada, e albardou o seu jumento, e tomou consigo dois de seus moços e Isaque seu filho; e cortou lenha para o holocausto, e levantou-se, e foi ao lugar que Deus lhe dissera.Gênesis 22.1-3

      Uma das histórias mais conhecidas da Bíblia, Deus dá a Abraão um filho em sua velhice e promete que desse filho nações seriam geradas, Deus faz o milagre, mas depois Deus pede que Abraão sacrifique esse milagre. O que foi mais provado em Abraão nessa experiência, sua fé? Não sei. Ele sabia que Deus poderia mudar de ideia? Acho que não, nós sabemos hoje porque conhecemos essa história pela Bíblia. Ele sabia que do jeito que Deus deu a ele um milagre em Isaque poderia dar outro milagre por outro filho? Talvez. O importante é que Abraão obedeceu, indiferente do que acarretaria obedecer à ordem, assim penso que o que mais foi provado em Abraão foi sua obediência imediata a Deus.
      Mesmo a fé forte e sincera pode ser usada para gerar conjecturas, mais para imaginar possibilidades, e assim, para achar saídas para possíveis consequências de uma ordem de Deus que foi obedecida. Mas e se Deus deixasse que o sacrifício ocorresse e não desse mais a Abraão filhos? Então, a promessa que Deus fez, que de Abraão nasceriam nações (Gênesis 15.1-6) não ocorreria. Deus seria menos Deus por isso? Não, Deus sempre sabe o que e como faz. Mas Deus não age de forma tão complexa que o homem não possa entender, Deus é simples e direto, e o que ele verdadeiramente promete ele cumpre. Saber isso poderia ter dado a Abraão fé para obedecer sem pestanejar, ainda que amasse Isaque. 
      Tenho aprendido, pelo menos até agora, que quando Deus quer que façamos uma coisa, por mais difícil que pareça, o Espírito Santo nos inclina para fazer essa coisa com paz e alegria, essa aprovação vem quase que imediatamente. Contudo, algumas coisas podem não ser a princípio tão fáceis e prazerosas, assim se Deus manda fazer não sentiremos a princípio algo bom. Nessa situação precisamos buscar com mais persistência a força do Senhor para obedecer. Abraão não deve ter sentido prazer em ter que fazer aquele sacrifício, justamente de seu filho único, algo tão importante para ele, mas ele obedeceu. Isso nos faz pensar que existem coisas que fazemos não com prazer, mas só por fé.
      Espiritualidade “nível dois” foi a que teve Abraão. “Porque o Filho do homem virá na glória de seu Pai, com os seus anjos; e então dará a cada um segundo as suas obras” (Mateus 16.27), esse versículo pode se referir a obras feitas nesse nível, que podem ser as que mais farão diferença na eternidade quando formos avaliados. Contudo, tenhamos cuidado, se sentirmos algo bom pode nos levar a agir sem pensar, por outro lado se tivermos uma visão distorcida da vida, se acharmos identidade em sofrimento, em nos fazermos de vítimas, isso também pode nos levar a fazer algo sem orar, só porque beneficiará os outros, não a nós mesmos. Na dúvida, ore mais, e se Deus pedir, espere antes de fazer. 
      Admiro Abraão, gostaria de chegar ao nível de espiritualidade dele, obedecer ainda que para sacrificar aquilo de mais precioso que tenho, e mesmo com a certeza que isso não será restabelecido. Isso é fé, não no livramento, mas que a vontade de Deus é sempre a melhor, ainda que percamos um direito dado a nós pelo próprio Deus. Tenhamos cuidado, coragem nem sempre reflete lucidez, mas irresponsabilidade tola, Deus não pede isso de nós, contudo, podemos escolher servir os outros em amor de forma prática, mesmo que não seja agradável. O valor de nossas escolhas, quem de fato quisemos servir e honrar com elas, só na eternidade saberemos, quando o Filho do homem vier na glória de seu Pai.

      “Eu sei, ó Senhor, que não é do homem o seu caminho; nem do homem que caminha o dirigir os seus passos.” Jeremias 10.23 

José Osório de Souza, 27/11/2021

07/12/22

Olhe para Deus e ele olha para você

      “Os meus olhos estão continuamente no Senhor, pois ele tirará os meus pés da rede. 
      Olha para mim, e tem piedade de mim, porque estou solitário e aflito.
      Olha para a minha aflição e para a minha dor, e perdoa todos os meus pecados. 
      Olha para os meus inimigos, pois se vão multiplicando e me odeiam com ódio cruel.
      Guardem-me a sinceridade e a retidão, porquanto espero em ti.
      Redime, ó Deus, a Israel de todas as suas angústias.” 
Salmos 25.15-16, 18-19, 21-22

      Conseguir segurar a paz é uma questão de focar os olhos espirituais no lugar certo, em Deus, entendido e crido da maneira certa, o Deus que sempre nos ama, nos perdoa e tem o melhor para nós, na hora e no lugar certos. Os meus olhos estão continuamente no Senhor, pois ele tirará os meus pés da rede, faça desse versículo teu princípio fundamental de vida. Olhando para Deus não somos presas do homem mal, não somos confundidos e sabemos fazer a melhor escolha, ainda que seja só esperar em silêncio pela orientação do Senhor, que não sabemos qual é, mas em que confiamos. 
      Deus enxerga nossa dor e não tem nenhum prazer em nos ver sofrer, ainda que saiba que a dor possa ser necessária para que sejamos aperfeiçoados. O Senhor sempre acredita em nós, seu olhar piedoso nos enxerga com a esperança do pai que sabe que o filho acabará fazendo a escolha melhor. Quando olhamos para Deus ele olha para nós, e o primeiro instante desse olhar nos leva ao arrependimento, nos perdoa e nos dá paz. Então, não nos sentimos solitários, mas abraçados pelo Espírito Santo, que ilumina nossas trevas, enxuga nossas lágrimas, tira nossos pés da rede, faz sorrir nossa alma tão doída. 
      Nós olhamos para Deus e nos sentimos protegidos. Se há boa sinceridade e fé reta, nosso espírito puro e limpo não terá dificuldades para receber e refletir a luz mais alta e clara do Altíssimo. Essa luz afugenta todos os inimigos, principalmente os espíritos malignos, que simpáticos a quem não teme a Deus e não gosta de nós, podem estar nos atormentando. Mas que trevas resistem ao humilde que não tem com quem contar a não ser com Deus? Humilde que não tem riquezas e fama, só sinceridade e retidão, só forças para clamar a Deus pedindo que olhe para ele e o redima de armadilha do mal.
      Redimir ou remir, é o ato de devolver a alguém a liberdade. Às vezes tribulações nos pegam de surpresa e nos lançam em buracos fundos, acontece subitamente, de forma que de um momento de alegria e liberdade nos vemos logo em seguida em outro, presos e aflitos. Nesse momento olhamos para baixo, aos lados, para trás e para frente e nada vemos, só escuridão, isso é aterrorizante. Mas então olhamos para cima, lá no alto a luz parece pequena, mas é forte, o suficiente para nos tocar e nos erguer. Depois disso basta mantermos os olhos em Deus e seguirmos pela fé, conectados com o Senhor.

06/12/22

Espera, espera, espera em Deus

      “O Senhor , o Deus dos Exércitos, o Senhor é o seu nome; converte-te a teu Deus, guarda o amor e o juízo e no teu Deus espera sempre.Oseias 12.5-6

      O que faz sofrer é a dúvida, o que nos angustia na dúvida é a pressa para sabermos o que devemos fazer numa situação. Contudo, quando Deus diz espera significa permanecermos em paz ainda que não saibamos o que fazer, e não sabemos porque Deus ainda não disse-nos. Por que Deus nos manda esperar? Por que muitas vezes ele não responde imediatamente a uma pergunta nossa? Sendo que o que nós queremos é só saber qual a melhor escolha a fazer, aquela que o agrada e nos faz bem? Por vários motivos, mas um deles pode ser porque ele está nos tratando para sermos mais pacientes, então, aprendamos a ter paz ainda que não saibamos o que fazer, pelo menos não de imediato. Ter paz sem saber o que fazer é confiar em Deus.
      A pressa nos engana porque dizemos a nós mesmos que ela é legítima porque queremos fazer a coisa certa, assim a mantemos. Mas torturados pela pressa não temos paz, não conseguimos nem orar, e se oramos, falamos, mas não ouvimos a voz de Deus, e se ouvimos não aceitamos, porque Deus pode estar respondendo algo que a pressa não quer ouvir, espera. Nenhuma resposta de Deus também é resposta, ainda que não gostemos ou entendamos, mas para termos paz devemos confiar nela, como se a resposta fosse faça isso ou faça aquilo. Um ponto a entender é que muitas vezes uma solução não depende só de nós, mas de escolhas de outras pessoas, nas quais o Espírito Santo pode precisar de tempo para trabalhar sem pressa.
      Tudo é tratamento de Deus para vermos a existência sob o ponto de vista espiritual, não material, confiando no Deus invisível e não em capacidades e riquezas visíveis. Acho que a orientação que o Espírito Santo mais nos dá é espera, pelo menos para mim é, eu que sou muito ansioso. Mas num determinado momento de nossas vidas, Deus não poderá postergar mais, teremos que ser confrontados com nossa ansiedade para que a vençamos do jeito correto, confiando em Deus ainda que não saibamos como agir ou qual é a solução para uma questão. Não se desespere se a resposta parecer difícil de ser achada, pode ser só Deus dizendo: “espera, você não pode ter a resposta agora, mas pode confiar em mim e ficar em paz”. 

05/12/22

Mantenha o modo certo ligado

      “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda. Melhor é ser humilde de espírito com os mansos, do que repartir o despojo com os soberbos.Provérbios 16.18-19

      Algumas pessoas não são conscientemente cruéis ou frias, elas só fazem uma escolha que lhes parece melhor. Elas viram uma chavinha para acionar seu modo humano para fazer suas máquinas funcionarem, então, poderem enfrentar o mundo. Pessoas diferentes têm modos humanos diferentes para ganhar força adicional para lutar por suas vidas, umas têm o modo arrogante, outras o modo timidez, outras o modo sedução, outras o modo negação. Elas insistirão nesses modos enganosos enquanto não tiverem coragem para usar o modo divino, e esse é um só, o modo humilde. Muitas passarão toda uma vida antes de aceitarem que o modo humilde é o melhor, não só para enfrentar este mundo como o outro mundo.
      Acima citei quatro modos humanos em especial, o mais comum é o arrogante. Esse se fortalece ainda que tenha que passar por cima dos outros, com palavras ou ações, nele a pessoa se acha superior, nessa condição altiva e agressiva obtém forças. No modo tímido a pessoa se fecha, faz isso para se proteger contra inimigos que podem nem existir, mas que em sua visão insegura e distorcida ela acha que existem. O modo sedução usa a sensualidade, nesse tenta-se contornar e controlar situações conquistando as pessoas, seja com palavras, olhares e “jeitinhos”, ou mesmo com trocas mais ousadas. No modo negação a mentira é arma usada para não assumir diante de outros a verdade, que a pessoa pensa que a diminui ou a humilha. 
      O modo humilde é o único modo de vida eterna, os outros são de morte, assim precisamos aprender a manter a chavinha com ele ligada o tempo todo. Quem tem certas tendências, à arrogância, à timidez, à sensualidade, à negação, precisa vigiar para estar humilde, seja lá onde estiver ou com quem estiver. Isso dá trabalho, mas é preciso, se de fato queremos ser espirituais. Uma característica desse modo não é ser bobo ou se deixar ser subjugado, mas é ser verdadeiro de forma sábia, sem necessidade de usar armas, muletas, máscaras ou qualquer outro recurso para ser o que não se é. Deus nos ama pelo que somos de verdade, não precisamos ser mais que isso, assim se confiarmos no Senhor é possível sermos felizes no modo humilde.