30/11/17

Somos os amigos que fazemos

      Definitivamente, temos a qualidade dos amigos que temos, somos as alianças de amizades que fazemos e mantemos. Assim, cuidado se alguém de caráter reconhecido por muitos se afasta de você, por outro lado, não tema os dissimulados, falsos e com intenções dúbias, que se distanciam. 
      Contudo, há exceções, muitas vezes pelos mistérios da complexidade humana, temos dificuldades de sermos amigos de gente boa. Ninguém é perfeito e nossos limites, vaidades e fraquezas podem nos afastar de alguns por motivos banais, que poderiam ser resolvidos com um diálogo sincero. 
      Mas próximo aos sessenta anos, depois de ter sido injusto com muitos e de ter colhido injustiça de outros, posso dizer que tenho conseguido manter, não muitos, mas alguns bons e fiéis amigos, que refletem diretamente aquilo que sou de melhor, como ser humano, como profissional e como cristão.

      "Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer." João 15.15

29/11/17

Só ande com Deus...


      "Instruir-te-ei, e ensinar-te-ei o caminho que deves seguir; guiar-te-ei com os meus olhos. Não sejais como o cavalo, nem como a mula, que não têm entendimento, cuja boca precisa de cabresto e freio para que não se cheguem a ti. 
      O ímpio tem muitas dores, mas àquele que confia no Senhor a misericórdia o cercará. Alegrai-vos no Senhor, e regozijai-vos, vós os justos; e cantai alegremente, todos vós que sois retos de coração." 
Salmos 32.8-11

      O que teme ao Senhor, que o ama acima de tudo, que serve a Deus com sinceridade e em integridade, prova milagres em todo o tempo. Não são em coisas que a maioria considera grandes e importantes, mas em coisas pequenas e simples, que podem a princípio até parecerem insignificantes. 
      Aquele que é de fato amigo de Deus, tem o discernimento, a sabedoria, para fazer escolhas, aparentemente corriqueiras, triviais do dia a dia, mas que desencadearão alianças, profissionais, afetivas, que mudarão a história de um homem fazendo sua vida ter um significado realmente especial. 
      Assim, seja humilde, seja humano, se perdoe, se aceite, mas ande com Deus, sem se importar com que os homens, família, mesmo outros cristãos, acham ou deixam de achar. Deus é bom, é fantástico, não rejeita os sonhos de seus pequeninos, nem se esquece daqueles que nele confiam.

28/11/17

"O que eu fiz de errado?"

      "Verdadeiramente ele tomou sobre si as nossas enfermidades, e as nossas dores levou sobre si; e nós o reputávamos por aflito, ferido de Deus, e oprimido. Mas ele foi ferido por causa das nossas transgressões, e moído por causa das nossas iniqüidades; o castigo que nos traz a paz estava sobre ele, e pelas suas pisaduras fomos sarados." Isaías 53.4-5

      "O que eu fiz de errado", ou, "o que é que eu fiz para merecer isso?", são perguntas que muitas pessoas muitas vezes gostam de fazer. Esse tipo de questionamento reflete uma vida de falta de auto-análise, de auto-crítica, de humildade, que leve a um conhecimento honesto de si mesmo. Qualquer um que viveu de fato, que tentou, ousou, errou, mudou e aprendeu, sabe que a vida é simples colheita do que se planta.
      Isso não é consequência de um poder maior vingativo, nem da injustiça desse mundo, é lei natural do universo que vale para todos os seres humanos. Magoamos, ferimos, destruimos, por isso sofremos. Existem vítimas nesta existência? Sim, as crianças, os deficientes intelectuais e a natureza, flora e fauna terrestres sofrem por causa do egoísmo e da crueldade dos humanos.
      O resto de nós, mesmo que tenhamos sido vítimas em algum momento, somos agressores sempre em alguma instância. Pais egoístas e violentos podem colher na velhice, quando estão tão frágeis quanto eram os filhos que oprimiram em suas infâncias, a falta de afeto dos mesmos filhos, que agora crescidos e machucados, se distaciam, frios e sem mais lágrimas para chorar...
      A solução é o perdão que há no nome de Jesus, a única vítima genuína e plena em todo o universo, físico e espiritual. Jesus pagou o preço dos erros humanos, e quando acreditamos nele temos o direito à anulação das colheitas espirituais danosas daquilo que plantamos de ruins. (Obviamente, com algumas consequências materiais ou com confrontos de outras pessoas, teremos de conviver).
      Além disso, podemos perdoar o mal que outros nos fizeram, mesmo que esses nunca tenham nos solicitado perdão. Não, isso não livra os maus das conseqüências de seus erros, isso só acontece se eles pessoalmente pedirem perdão a Deus. Mas isso permite que nós caminhemos sem mágoas, livres de um pecado que não nos pertence.
      Cuidado com os questionamentos  "o que eu fiz de errado" e "o que é que eu fiz para merecer isso?", a grande maioria de nós nega o sacrifício que Jesus fez em sua vida e em sua morte ao dizer isso. Sejamos humildes, avaliemos as nossas condutas, peçamos perdão a Deus, a nós mesmos e aos homens. Façamos isso a tempo de nos livrarmos, não só de nossas mágoas, mas do rancor alheio que em muito pode deixar nossa caminhada pesada, e nosso fim, solitário, vergonhoso e dolorido.

José Osório de Souza, 15/11/17

27/11/17

Nada somos sem Deus

      "Temos, porém, ecste tesouro em vasos de barro, para que a excelência do poder seja de Deus, e não de nós." II Coríntios 4.7

      Então olhamos para fora, para o resultado, para as pessoas abençoadas com o nosso trabalho, depois olhamos para dentro de nós, contemplamos a nossa satisfação por ter realizado algo de bom, algo que nos fez importantes, isso é direito nosso, nada há de errado nisso. Contudo, logo em seguida, devemos olhar para Deus, reconhecer nossa pequenez diante de tudo, nossos limites, entender que muita coisa poderia ter dado errado, como já deram em outras vezes, e que se a vergonha e a frustração não ocorreram dessa vez, foi porque Deus teve misericórdia de nós e nos abençoou. Nada somos sem Deus.

25/11/17

A cultura do "não tenho nada com isso"

      Havia um tempo que se o professor perguntasse numa sala de aula quem fez determinada traquinagem, se o traquina não se identificasse, alguém o identificaria. Não, isso não era ser delator, mas era achar o errado e corrigi-lo. No meio marginal, sempre houve o princípio de não "dedodurar" os comparsas, mas em outros tempos, cidadãos corretos dariam sem receio informações sobre bandidos para que fossem achados e presos. Hoje, no Brasil e no mundo, as coisas mudaram.
      Ninguém delata ninguém, principalmente pelo terror que o crime organizado difunde, tornando a lei e a justiça fracas, importa é obedecer ao tráfico de drogas e à bandidagem de forma geral. Hoje o crime, diferente de há tempos atrás, está próximo, não só porque todos estamos reféns dele, mas porque temos gente envolvida em algum grau com traficantes morando na casa ao lado. Pergunte numa escola pública quantos têm parentes dentro do sistema carcerário, é muita gente.
      O ponto, contudo, deste texto não é sobre o poder do crime em nossa sociedade. Tem sido cada vez mais comum ver no noticiário que alguém, do nada, teve uma crise de descontrole e saiu atirando, matando muitas pessoas, o ponto desta reflexão é sobre dificuldades sociais e emocionais, e no final das contas, gente com distúrbios psiquiátricos realmente sérios. Ocore que ninguém, do nada, sai matando gente, não pessoas que não são criminosas, assaltantes, traficantes. O que ocorre é que depois de um longo processo de desconforto social e de uma vida de crescente violência, recebida e dada, algo acontece que funciona como a gota d'água que arrebenda a represa.
      Ninguém viu esse processo evoluindo? Ninguém viu as trincas na represa? Ninguém sofreu parte da violência desse processo? Claro que houve testemunhas, vítimas, foram familiares, vizinhos, colegas de trabalho, de sala de aula, de igreja, e mesmo estranhos, que presenciaram pais sendo violentos com filhos, maridos sendo truculentos com esposas. Contudo, agiram dentro da cultura do "não tenho nada com isso, não é problema meu, cada um que cuide de sua vida". Até que aquele jovem, que foi violentado durante toda a vida, arrumou um revólver e matou o filho daquela pessoa que dizia, "não tenho nada com isso".
      Não estou incentivando qualquer tipo de vigilância da vida alheia, isso é tão doentio quanto ser violento. Contudo, estou chamando a atenção para que paremos de olhar só para o próprio umbigo e assumamos, principalmente nós que nos dizemos seguidores de Cristo, responsabilidade pelo próximo. Se isso for feito com oração, temor a Deus, sabedoria e amor, muita violência pode ser evitada. Agindo assim, poderemos ouvir o grito abafado de um inocente sofrendo uma violência, que se a princípio está ocorrendo dentro da privacidade de um lar, pode invadir a sociedade, trazendo dor a quem nada tem a ver com isso.

24/11/17

Faça tua parte e não compare

      Vença a vaidade de ter que ser o primeiro ou o maior, por causa desse equívoco, muitos experientes deixam de compartilhar conhecimento que possuem, sonegando informação que poderia ajudar muita gente. Com o que tem nas mãos, trabalhe com profissionalismo, mas com respeito, procurando, à medida do possível, fazer mais amigos que clientes. 
      Agindo assim, seu lugar ao sol sempre estará garantido. Isso não livrará você de inimigos, mas conquistará os amigos necessários para que tua luz brilhe muito mais forte que as trevas dos opositores. Faça tua parte e não fique comparando-a com a parte dos outros, você dará contas a Deus pelo teu talento, não pelos dos outros.