13/11/18

Deus das grandes e das pequenas coisas

      “Confia no Senhor de todo o teu coração, e não te estribes no teu próprio entendimento. Reconhece-o em todos os teus caminhos, e ele endireitará as tuas veredas. Não sejas sábio a teus próprios olhos; teme ao Senhor e aparta-te do mal. Isto será saúde para o teu âmago, e medula para os teus ossos.Provérbios 3.5-8

      Meu Deus é o Deus das grandes coisas. O planeta Terra está em suas mãos, a humanidade caminha sob a guarda de seus olhos, os sistemas, políticos, econômicos, sociais, inclinam-se para onde manda a sua vontade. Um presidente não é eleito, mesmo o injusto e cruel, um monarca não cai, mesmo o que imperou por anos com dureza, sem que o Senhor permita. O mundo invisível, toda a sorte de criaturas espirituais, arcanjos, serafins, querubins, anjos, demônios e diabos, não se manifesta a não ser que Deus queira. A natureza, os ventos, as águas, assim como os corpos celestes, a Lua, o Sol, meteoros e tudo o mais que existe no universo, têm seus trajetos, suas hierarquias, seus brilhos, seus inícios e seus fins, de acordo com o plano que o Senhor traçou no começo dos tempos.
      Mas meu Deus também é o Deus das pequenas coisas. Uma folha não cai da árvore, um passarinho não voa, os animais selvagens, dos maiores aos menores, répteis, insetos e roedores, não vivem de um dia para o outro sem a permissão do Senhor. O ar que entra em meu nariz e boca, e me permite viver, chega a mim porque Deus o deixa vir, limpo e saudável, quando dirijo meu carro não sofre um acidente, porque Deus me guarda, e se preciso de algo, um bem, mas tenho pouco dinheiro, Deus me leva à loja certa, onde o que eu preciso eu posso adquirir com um preço que posso pagar. Um vírus ou uma bactéria, perniciosos, não entram no corpo de minhas filhas e de minha esposa, causando uma enfermidade mesmo possível de levar à morte, porque o Senhor, com seu manto de poder e amor, as envolve e protege, de maneira que vençam no dia a dia do mundo com saúde.
      Meu Deus é Deus de vida, de vitória e de paz, e protege a todos, mesmo aos que escolhem andar longe dele e próximos dos poderes do mundo e do inimigo, mas o Senhor trata de maneira especial, tanto neste mundo quanto no outro, aqueles que se humilham diante dele e entregam suas vidas com alegria e confiança a ele. O Senhor dá a cada dia a porção de felicidade e de esperança para aqueles que se limpam com o sangue do cordeiro, que buscam em arrependimento serem seres humanos melhores e que nunca desistem de perseverarem no caminho do evangelho. Deus é Deus das grandes e das pequenas coisas para aqueles que o adoram por tudo que lhes acontece, as coisas grandes, as pequenas, conscientes que nada acontece a eles sem que Deus queira.

12/11/18

A gota d’água para alguém

      “Porque não temos um sumo sacerdote que não possa compadecer-se das nossas fraquezas; porém, um que, como nós, em tudo foi tentado, mas sem pecado. Cheguemos, pois, com confiança ao trono da graça, para que possamos alcançar misericórdia e achar graça, a fim de sermos ajudados em tempo oportuno.” Hebreus 4.15-16

      Tenhamos cuidado, que andando num caminho sem sabedoria, sem respeito para com as pessoas, sem humildade para com tudo, sempre exigindo e nunca ofertando, o bem, sempre se apressando e nunca deixando pra lá, o julgar mal, sempre sem paciência e sem misericórdia, tenhamos cuidado. Que não colhamos o fruto de tanto egoísmo no pior momento, quando mais estivermos fragilizados e necessitados de graça, aquela virtude que oferece sem nada pedir em troca ou sem ver no recebedor algum crédito que o faça merecedor de uma dádiva.
      Tenhamos muito cuidado, podemos achar alguém mais cruel, mas mais honesto em exteriorizar aquilo que tem no coração, alguém que se coloque, mesmo inconscientemente, como a ferramenta do serviço sujo da vida, alguém que reaja violentamente à nossa estupidez, alguém para o qual seremos a gota d’água que enche o copo da ira da justiça. Se isso acontecer, não adiantará a nós reclamarmos, mas só colher o fruto amargo da colheita de semente amarga que tão insistentemente plantamos.
      Não vou encerrar esta reflexão assim, com um palavra dura que eu mesmo sei que mereço ouvir, o consolo está no texto inicial de Hebreus. Não importa no ponto do camino errado que estamos, se no início, no meio ou no fim, importa que o encerremos, agora, para então nos aproximarmos do Senhor confiantes que ele pode perdoar nosso pecado, destruir a semente ruim que levamos no coração, e substituí-la por uma semente doce, para que plantemos e colhamos frutos igualmente doces. 
      Deus não é um juiz frio e distante, não o Deus do cristianismo, o Deus verdadeiro. O Deus do cristianismo se fez homem em Cristo, isso confere a ele conhecimento da natureza humana na prática, assim como muito amor, para entender nossas fraquezas e nos dar uma nova oportunidade. Que não sejamos a gota d’água da ira de alguém, mas um copo transbordante de misericórdia, tratando os outros como gostaríamos de ser tratados, querendo achar e achando o melhor nos corações.

11/11/18

Paixão, amor, sexo e casamento

      “Quão formosos são os teus pés nas sandálias, ó filha de príncipe! Os contornos das tuas coxas são como jóias, obra das mãos de artista. O teu umbigo como uma taça redonda, a que não falta bebida; o teu ventre como montão de trigo, cercado de lírios. Os teus seios são como dois filhos gêmeos da gazela. O teu pescoço como a torre de marfim; os teus olhos como as piscinas de Hesbom, junto à porta de Bate-Rabim; o teu nariz é como torre do Líbano, que olha para Damasco.
      A tua cabeça sobre ti é como o monte Carmelo, e os cabelos da tua cabeça como a púrpura; o rei está preso pelas tuas tranças. Quão formosa, e quão aprazível és, ó amor em delícias! Essa tua estatura é semelhante à palmeira, e os teus seios aos cachos de uvas. Disse eu: Subirei à palmeira, pegarei em seus ramos; então sejam os teus seios como os cachos da vide, e o cheiro do teu fôlego como o das maçãs, e os teus beijos como o bom vinho para o meu amado, que se bebe suavemente, e se escoa pelos lábios e dentes.
      Eu sou do meu amado, e o seu amor é por mim. Vem, ó amado meu, saiamos ao campo, passemos as noites nas aldeias. Levantemo-nos de manhã para ir às vinhas, vejamos se florescem as vides, se estão abertas as suas flores, e se as romanzeiras já estão em flor; ali te darei o meu amor. As mandrágoras exalam perfume, e às nossas portas há toda sorte de excelentes frutos, novos e velhos; eu os guardei para ti, ó meu amado.”
Cânticos 7

      Sexo, um assunto que o ser humano dificilmente dá a importância correta, ou dá relevância demais, ou de menos. A grande maioria de nós somos sexualmente desequilibrados, e só aprendemos a verdade sobre o tema no fim da vida, não como escolha, mas como falta de outra opção melhor. O mundo chama sexo de amor, mas na maior parte das vezes está se referindo só à paixão, quando a poesia secular diz, “é preciso amar”, está querendo dizer, “é preciso se apaixonar”. O amor sacrificial e eterno do evangelho nada tem a ver com a busca de prazer egoista e passageira que os homens chamam de amor, e que é apenas sexo superficial. 
      Sexo casual, liberdade para se ter prazer quando, onde é com quem se quer, sem haver necessidade de compromisso, de amor de verdade, mas apenas de desejo, do corpo e da alma, é uma mentira, uma das maiores da agenda do mal. Por quê? Porque na prática é simplesmente impossível. Os que dizem que é possível mentem, em primeiro lugar a si mesmo, e eles sabem disso. Essa prática leva o ser humano a mudar de gênero, passa de homem ou mulher a adúltero ou adúltera. Promíscuo pode ser um adjetivo, pela língua portuguesa, mas moralmente é um tipo de ser, diferente do humano original, é um ser degenerado, cujos valores morais e espirituais foram corrompidos. 
      Os motivos que levam um ser humano a fazer e usar sexo da maneira errada são vários? Acho que não, algo que entrega tanto prazer com certeza é usado para enganar a dor, aquela dor peculiar a todo ser humano. A maioria não quer sexo por dar prazer, mas por fazer esquecer da dor, mesmo que por pouco tempo. Dor pela solidão, pela carência de companhia ou de aprovação, dor que nasce no espírito, que contamina a alma e finalmente acha no corpo uma solução fácil e rápida, nos vícios, nas bebidas e nas comidas, mas principalmente no clímax que uma relação sexual proporciona. Isso confere alguma legitimidade ao sexo errado, mas não para sempre, é preciso crescer, deixar pra lá quem nos machucou, nos distanciarmos dele, nos libertarmos dele, procurar não repetir os mesmos erros dele, nos curarmos das obsessões para então administrarmos sexo e amor de uma maneira melhor.
      É preciso querer fazer as coisas do jeito certo, amar alguém de verdade e num compromisso duradouro, evoluir nesse compromisso, aceitar o envelhecimento físico e não achar que se pode ser jovem para sempre, nem pensar que envelhecimento é ruim. É preciso fazer alianças e ser fiel com elas, um adúltero não será infiel apenas com companheiros de sexo, mas com tudo, ele tem um defeito de caráter que precisa ser resolvido. Não, não é um processo fácil, muitos de nós casam-se e descasam-se, oficialmente ou não, por vezes, antes de assumir que só nós somos responsáveis por mudar nossos caminhos e que não adianta nós fazermos de vítimas e colocar a culpa nos outros, na vida, ou até em Deus. 
      O que Deus pensa sobre sexo? Se quer saber, ele não dá tanta importância como nós damos, ocidentais doutrinados pela moralidade católica, damos, e quando me refiro à moralidade e valores pseudo-espirituais católicos incluo protestantes e evangélicos, não pense você, “crente”, que está livre disso. Nas raízes da grande seita pagã católica está o pensamento herege que prazer é pecado, um desvio natural para quem se afasta do Espírito Santo, como referência verdadeira e espiritual sobre santidade, mas que não tem coragem de quebrar de vez sua ligação com o cristianismo e acaba criando uma religião que ritualiza ícones cristãos, e não o Cristo de fato. 
      Damos importância demais ao sexo quando achamos que Deus só aprova casamento oficializado pela lei ou pela religião, e não o compromisso de dois seres humanos que se amam de fato e estabelecem uma aliança de fidelidade que perdure. Damos importância de menos quando achamos que só porque não era uma relação legalizada ou com cerimônia religiosa prévia, podemos quebrar e estabelecer outra, sem nos sentirmos adúlteros ou “divorciados”. Deus vê e julga conforme o coração, não legalizar relação conjugal não tira da relação uma legitimidade de casamento, até a lei vê dessa maneira, portanto muitos que batem no peito se dizendo apenas namoradores, e não “divorciados”, são na verdade pessoas que já tiveram muitos casamentos, mas ainda não têm um cônjuge de fato. 
      O que diferencia namoro de casamento? Sim, é sexo, a relação mais íntima que um ser humano pode experimentar com outro ser humano. Nesse aspecto sexo é algo muito especial, único, exclusivo, que deveria ser tratado com muito, mas com muito cuidado. Qual o ideal, o mais sábio, o que eu ensino para meus filhos e para os jovens? Ensino que a vida é bem mais que sexo, que eles devem estudar e muito, trabalhar, para que tenham uma vida financeira independente. Liberdade, de verdade, está ligada à independência financeira, e não a “faço porque desejo”, querer é poder quando se pode pagar por isso através de uma vida responsável e que assume o que acredita e suas consequências. 
      “Por isso deixará o homem a seu pai e a sua mãe, e unir-se-á a sua mulher” (Marcos 10.7), a primeira parte desse versículo diz tudo, deixará o homem a seu pai e a sua mãe, isso significa independência, quando isso ocorre não estamos mais sujeitos a orientação direta de nossos pais, ainda que seja sábio e coerente levarmos uma vida semelhante com a daqueles que nos criaram de perto e com amor. Assim, vida profissional é muito importante, nos dá independência e pode nos conduzir por esse mundo, a lugares bem diferentes e distantes da casa de nossos pais. Nesse caminho mudamos assim como muda aquilo que queremos para nós, incluindo o ideal de esposa ou esposo.
      Quando damos prioridade à vida profissional, em nossa juventude, antes do casamento, damos também à vida uma oportunidade de nos apresentar pessoas muito mais adequadas a nós, não só com valores em comum com aqueles recebemos em casa de nossos pais, mas também com os da nossa vida adulta, como profissionais. A pressa em se casar, pressa que muitos líderes religiosos e pais têm com os jovens, tudo por darem a sexo e procriação importância demais, leva casamentos serem feitos entre pessoas que ainda não estão prontas em si mesmas. Assim, quando a vida passa, quando a carreira profissional chama, quando elas mudam, percebem que se uniram a pessoas que nada têm a ver com elas.
      Contudo, que bom seria se nós pudéssemos esperar em Deus, crescendo e nos conhecendo, de maneira a só nos entregarmos totalmente, emocional e fisicamente, para aquela pessoa pela qual estivéssemos totalmente apaixonados, respeitando a nossa integridade e a da outra pessoa. Então, depois de conhecer tal pessoa, e de nos prepararmos financeiramente, nos casássemos debaixo da bênção da sociedade com a qual convivemos, na igreja que comungamos, em paz e desejando experimentar uma aliança fiel até o final de nossos dias neste mundo. Como seria bom se acontecesse dessa maneira para todos nós.

10/11/18

Êxodo 14

      Uma das passagens mais épicas do cânone bíblico, se não o maior milagre realizado, o mais famoso. Havia necessidade de tanto alarde? Sim, havia, foi a libertação de um povo, que agora, mais que uma família, era uma nação, partindo para a terra prometida por Deus. Esse acontecimento, da maneira que Deus fez, marcou a história de uma nação escolhida pelo Senhor para mostrar ao mundo, seja pela antiga aliança, seja pela nova e eterna em Cristo, a salvação. O que podemos aprender sobre as nossas vidas, nossas lutas, e a maneira como Deus age, com o capítulo 14 do livro de Êxodo?

- A estratégia de Deus:

      “Então falou o Senhor a Moisés, dizendo: Fala aos filhos de Israel que voltem, e que se acampem diante de Pi-Hairote, entre Migdol e o mar, diante de Baal-Zefom; em frente dele assentareis o campo junto ao mar. Então Faraó dirá dos filhos de Israel: Estão embaraçados na terra, o deserto os encerrou. E eu endurecerei o coração de Faraó, para que os persiga, e serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, e saberão os egípcios que eu sou o Senhor. E eles fizeram assim.” (versos 1-4)


      Diante de um problema em nossas vidas, Deus tem um plano para resolvê-lo, um plano que glorificará seu nome e deixará bem claro diante de todos, que ele é real, vivo, poderoso e age em prol daqueles que nele confiam. Tenhamos certeza disso, quando diante de um problema e perante o Deus que chamamos de Senhor e pai. Para realizar esse plano, Deus usa de estratégia, manobras inteligentes e que às vezes, à primeira vista, não parece a nós, seres humanos limitadíssimos, simples. Deus é complicado? Não, ele é complexo, e sobre algo que nos parece ser só um problema presente nosso, ele pode atingir objetivos bem mais abrangentes, no espaço e no tempo. Assim, algo que pode nos parecer um retrocesso, uma volta atrás no caminho, pode ser uma estratégia do Senhor, para confundir os que se colocam como nossos inimigos. Veja que o coração do faraó estava duro porque o próprio Deus o endureceu, quem não anda com Deus com certeza não consegue entender isso e talvez até se revolte contra o Senhor num visão espiritual mais curta.


- O que se coloca como inimigo do povo de Deus é enganado pela própria arrogância:


      “Sendo, pois, anunciado ao rei do Egito que o povo fugia, mudou-se o coração de Faraó e dos seus servos contra o povo, e disseram: Por que fizemos isso, havendo deixado ir a Israel, para que não nos sirva? E aprontou o seu carro, e tomou consigo o seu povo; E tomou seiscentos carros escolhidos, e todos os carros do Egito, e os capitães sobre eles todos. Porque o Senhor endureceu o coração de Faraó, rei do Egito, para que perseguisse aos filhos de Israel; porém os filhos de Israel saíram com alta mão. E os egípcios perseguiram-nos, todos os cavalos e carros de Faraó, e os seus cavaleiros e o seu exército, e alcançaram-nos acampados junto ao mar, perto de Pi-Hairote, diante de Baal-Zefom.” (versos 5-9)


      O faraó, que depois das pragas enviadas por Deus, tinha autorizado Israel a partir do Egito, arrepende-se. O mal é assim, sem palavra, traiçoeiro, os que se colocam como nossos inimigos, e que deixam que o mal domine seus corações, se tornam iguais, neles não devemos confiar nunca. Mas Deus não estava provando somente a fé de Israel, Deus também provaria o Egito. Se eles tivessem sido humildes e deixado Israel ir, a perda que eles tiveram com as pragas já teriam sido suficientes, mas como insistiram em perseguir o povo de Deus provariam uma derrota ainda maior e mais humilhante. 


- A nossa incredulidade e dureza de coração:


      “E aproximando Faraó, os filhos de Israel levantaram seus olhos, e eis que os egípcios vinham atrás deles, e temeram muito; então os filhos de Israel clamaram ao Senhor. E disseram a Moisés: Não havia sepulcros no Egito, para nos tirar de lá, para que morramos neste deserto? Por que nos fizeste isto, fazendo-nos sair do Egito? Não é esta a palavra que te falamos no Egito, dizendo: Deixa-nos, que sirvamos aos egípcios? Pois que melhor nos fora servir aos egípcios, do que morrermos no deserto.” (versos 10-12)


      Mas se os inimigos são provados para serem ainda mais derrotados, os filhos são provados para que amadureçam e cresçam na fé. Mesmo depois de tudo que Deus tinha feito no Egito para libertar Israel, ainda assim o povo enfraqueceu e desacreditou. Que criancice a de Israel falando o que falou a Moisés, culpando-o, e achando melhor viver trabalhando em escravidão que ser livre pela fé. Assim somos nós, nunca aprendemos, por mais que o Senhor nos abençoe, quando um novo problema surge nós esquecemos o passado e só vemos um futuro ruim.


- No meio da batalha convém acreditar e obedecer:


      “Moisés, porém, disse ao povo: Não temais; estai quietos, e vede o livramento do Senhor, que hoje vos fará; porque aos egípcios, que hoje vistes, nunca mais os tornareis a ver. O Senhor pelejará por vós, e vós vos calareis. Então disse o Senhor a Moisés: Por que clamas a mim? Dize aos filhos de Israel que marchem. E tu, levanta a tua vara, e estende a tua mão sobre o mar, e fende-o, para que os filhos de Israel passem pelo meio do mar em seco. E eis que endurecerei o coração dos egípcios, e estes entrarão atrás deles; e eu serei glorificado em Faraó e em todo o seu exército, nos seus carros e nos seus cavaleiros, E os egípcios saberão que eu sou o Senhor, quando for glorificado em Faraó, nos seus carros e nos seus cavaleiros. E o anjo de Deus, que ia diante do exército de Israel, se retirou, e ia atrás deles; também a coluna de nuvem se retirou de diante deles, e se pós atrás deles. E ia entre o campo dos egípcios e o campo de Israel; e a nuvem era trevas para aqueles, e para estes clareava a noite; de maneira que em toda a noite não se aproximou um do outro.” (versos 13-20)


      O Senhor pelegerá por vós e vós vos calareis, uma das frases mais poderosas da Bíblia. Naquele episódio, a batalha seria vencida só por Deus, ao povo bastaria apenas crer e obedecer. Não era algo que o homem poderia fazer, algo mais ativo, e em algumas ocasiões de nossas vidas nós estamos totalmente impotentes. Eu disse algumas, porque na maior parte das vezes Deus, em sua graça, faz uma sociedade conosco, ele faz a parte dele à medida que nós fazemos a nossa. Mas nessa experiência de Israel, bastaria a eles ter fé. A solução da questão seria através de uma ação extraordinária do Senhor? Sim. Sobrenatural? Não sei, e nem importa, se algum fenômeno geológico ocorreu coincidentemente no momento que Israel precisou atravessar o mar, Israel não sabia disso, mas quem disse que coincidência não é milagre? Eu quero mais é experimentar coincidências assim quando orar a Deus pedindo solução de um problema. Acho muito bonito o antagonismo da nuvem, para os egípcios era trevas, para Israel era luz, que metáfora maravilhosa da ação de Deus. A libertação do Senhor confunde os incrédulos, mas alegra e conduz os crentes à vitória.


- O milagroso livramento do Senhor:


      “Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o Senhor fez retirar o mar por um forte vento oriental toda aquela noite; e o mar tornou-se em seco, e as águas foram partidas. E os filhos de Israel entraram pelo meio do mar em seco; e as águas foram-lhes como muro à sua direita e à sua esquerda. E os egípcios os seguiram, e entraram atrás deles todos os cavalos de Faraó, os seus carros e os seus cavaleiros, até ao meio do mar. E aconteceu que, na vigília daquela manhã, o Senhor, na coluna do fogo e da nuvem, viu o campo dos egípcios; e alvoroçou o campo dos egípcios. E tirou-lhes as rodas dos seus carros, e dificultosamente os governavam. Então disseram os egípcios: Fujamos da face de Israel, porque o Senhor por eles peleja contra os egípcios.

      E disse o Senhor a Moisés: Estende a tua mão sobre o mar, para que as águas tornem sobre os egípcios, sobre os seus carros e sobre os seus cavaleiros. Então Moisés estendeu a sua mão sobre o mar, e o mar retornou a sua força ao amanhecer, e os egípcios, ao fugirem, foram de encontro a ele, e o Senhor derrubou os egípcios no meio do mar, Porque as águas, tornando, cobriram os carros e os cavaleiros de todo o exército de Faraó, que os haviam seguido no mar; nenhum deles ficou. Mas os filhos de Israel foram pelo meio do mar seco; e as águas foram-lhes como muro à sua mão direita e à sua esquerda. Assim o Senhor salvou Israel naquele dia da mão dos egípcios; e Israel viu os egípcios mortos na praia do mar. E viu Israel a grande mão que o Senhor mostrara aos egípcios; e temeu o povo ao Senhor, e creu no Senhor e em Moisés, seu servo.” (versos 21-31)


      Qual milagre Deus fará para livrar você? Não importa, mas acredite, se isso for preciso e só isso for o suficiente, o Senhor fará. Dessa forma não se preocupe com a aproximação dos inimigos, se você está obedecendo uma ordem de Deus continue firme. As águas se levantam nos teus lados, como paredes sobrenaturais? Isso parece terrível, te assusta? Não tema, é Deus agindo, e elas continuarão assim enquanto for necessário, depois que você passar elas voltarão ao seu curso natural. Então, aquilo que foi livramento para você será o castigo dos que te perseguem, a vingança do Senhor contra aqueles que desejam, de alguma maneira, oprimir e aprisionar os filhos legítimos de Deus. Mas depois dessa grande libertação, ao filho obediente, só resta entrar em Canaã e ser feliz. 

09/11/18

Querer e poder

      “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma. Voltei-me, e vi debaixo do sol que não é dos ligeiros a carreira, nem dos fortes a batalha, nem tampouco dos sábios o pão, nem tampouco dos prudentes as riquezas, nem tampouco dos entendidos o favor, mas que o tempo e a oportunidade ocorrem a todos.Eclesiastes 9.10-11

      Alguns, nas igrejas, nos ministérios, querem trabalhar na obra, fazer as coisas, coisas boas, mas coisas que não estão preparados para fazer. Por quais motivos? Alguns por vaidade, para mostrarem que são isso ou aquilo, mas muitos por falta de conhecimento mesmo, por uma ingênua e equivocada interpretação de suas capacidades, até tomam a iniciativa, mas sem preparo. Outros, contudo, possuem as capacidades, a inteligência, mesmo, a chamada de Deus, já estão preparados e há muito tempo, mas não fazem o que poderiam fazer, simplesmente porque não querem. Isso por qual motivo? Por acharem que é muito pouco para eles, que fazer tais cosas é desprestigia-lós, nesses também existe a vaidade, mas também pode existir a descrença, a desesperança, de quem pensa que não vale a pena fazer porque não vai dar em nada. 
      Querer e poder, uns querem, mas não podem, outros podem, mas não querem, é muito triste quando o necessitado do auxílio desses somos nós, vermos quem devia estar servindo a Deus e ao próximo, servindo a si mesmos ou a ninguém. Os primeiros nos dão falsas esperanças, prometem e não cumprem, até começam a caminhar conosco, mas no meio do caminho desistem. Desistem porque não estão preparados para servir. Os segundos nos enganam pela aparência, de cara nós os reconhecemos como capacitados para nos auxiliar, assim a iniciativa é nossa, nos prontificamos a estar com eles, mas eles nos desprezam, podem, mas nada fazem. Esse estão ocupados em aprofundarem-se na teoria, no conhecimento intelectual da Bíblia, mas não em viver, de maneira simples e objetiva, o evangelho.
      “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças”, a primeira parte do texto de Eclesiastes responde à questão com sabedoria e equilíbrio, façamos tudo conforme as nossas forças, isso não estabelece o limite mínimo, mas o máximo, e o máximo relativo a cada um. Cada um tem um limite pessoal máximo de forças e é esse limite que nos será cobrado, não o do outro, mas o nosso. Esse limite será suficiente para que Deus nos use para abençoar aqueles que Deus manda para que abençoemos. Que Deus nos ache assim, voluntários, mas pelo Espírito Santo, capazes, mas com um coração de servo humilde, trabalhando, mas em Deus e para Deus, abençoando os pequeninos do Senhor, tão carentes de quem os pastoreie em amor e os ajude com misericórdia.

08/11/18

Que morte veremos?

      “Em verdade, em verdade vos digo que, se alguém guardar a minha palavra, nunca verá a morte.” João 8.51

      Que morte veremos? Que morte queremos? Que morte merecemos? Não existe só uma morte, existem várias, seres humanos diferentes provarão mortes diferentes, uns menos mortes que outros. A morte física, nela o coração para, o cérebro não funciona, pode haver a falência generalizada de órgãos, precisamos aceitar que ninguém morre por estar bem, algo ruim acontece ao corpo para que ele deixe de funcionar e haja a morte. Junto dessa realidade vem a dor, o que deixa de funcionar dói, um enfarte causa uma dor terrível, mas se ele for fulminante e ocorrer enquanto dormimos, talvez seja a morte menos doída. 
      A morte emocional, um suicídio lento, que nasce de uma profunda tristeza, causada por muita frustração ou trauma, que leva a uma crise depressiva que finalmente desligada a pessoa de qualquer desejo de prazer, de felicidade, de querer continuar existindo como indivíduo produtivo e positivo. Essa talves seja a pior morte, que trará consequências ao corpo, e que poderá levar a um fim lento e agonizante, senão a um suicídio de fato, rápido, a pior violência que alguém pode cometer.
      A morte espiritual, essa não é escolhida, não é futura, mas é o caminho do ser humano adulto e lúcido que ainda não escolheu ser filho de Deus. Crianças e deficientes intelectuais, assim como inocentes, em vários lugares do mundo, mesmo alguns indígenas, eu acredito que não precisarão fazer a escolha, enquanto permanecerem assim, não provarão morte espiritual. Mas essa é a única morte que as pessoas podem evitar, e que em alguns casos, na geração dos que provarem o arreabatamento, a escolha livrará os homens também da morte física.
      A morte que Jesus se refere no texto incial é, a princípio, a morte espiritual, mas confesso que o que me levou a refletir sobre o tema, foi a morte física. Vivi recentemente a morte de um parente próximo que sofreu por dez meses na u.t.i. antes de partir, foi muito dolorido, para ele e para a família. Muitas coisas passaram por minha cabeça, mas principalmente o medo de ter uma experiência semelhante, longa e dolorida. Assim, perguntei ao Senhor por que alguns têm que sofrer tanto assim para “desencarnar”, a resposta que Deus me deu foi o texto de João 8.51.
      Se Deus tem um propósito com tudo que acontece com todos os seres humanos, nos momentos que antecedem a morte física esse propósito é ainda mais urgente, é a última oportunidade para a pessoa acertar a vida. Quem teimou em não acertar no “dia normal de trabalho” pode precisar de “horas extras” para isso, dessa forma, infelizmente, muitos têm partidas complicadas por conta de toda uma vida complicada que escolheram ter. Se queremos ter uma morte física minimamente dolorosa, tenhamos uma vida correta, dentro do possível que podemos ter. 
      As pendências que levam a “horas extras” dizem respeito a como nos relacionamos com Deus e com nós mesmos, mas muito a como agimos com os outros. Dar e pedir perdão é a única maneira de nos acertarmos com todos, “horas extras” sempre existirão para que exerçamos o perdão que ainda falta. Dessa forma, peçamos e concedamos perdão, e até onde nos for possível, pessoalmente, mas se não assim, ao menos, em nossos corações.
      Eu acredito que todos que fizeram o possível para acertar, que naquilo que podiam, tomaram iniciativa, mas que acima de tudo confiaram no perdão de Deus e obedeceram a voz do Espírito Santo, não provarão mortes físicas complicadas, e mesmo se alguma complicação ocorrer, terão do Senhor o consolo e a força para partirem deste mundo de maneira honrosa, sem humilhação ou solidão. Sejamos humildes antes que a morte nos quebre de vez.

      “Se for possível, quanto estiver em vós, tende paz com todos os homens.” Romanos 12.18

      “Portanto, agora nenhuma condenação há para os que estão em Cristo Jesus, que não andam segundo a carne, mas segundo o Espírito.Romanos 8.1

      “E, como aos homens está ordenado morrerem uma vez, vindo depois disso o juízo, assim também Cristo, oferecendo-se uma vez para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado, aos que o esperam para salvação.” Hebreus 9.27-28

07/11/18

Confessando o pecado

      “Se dissermos que não temos pecado, enganamo-nos a nós mesmos, e não há verdade em nós. Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.I João 1.8-9

      Das bases da nossa fé, um dos fundamentos do evangelho, a porta de entrada para a comunhão com o Deus verdadeiro: assunção do pecado pessoal, confissão dele diante de Deus e posse do perdão por meio do nome de Jesus, para só então seguir em paz. Nunca tente viver sem isso, se o ímpio não pode achar em nada desse mundo ou do outro algo que lhe dê satisfação maior que estar em paz com Deus, aquele que já nasceu de novo e já provou essa purificação, não conseguirá viver sem se acertar com seu Senhor. Confessemos, com todo o coração, com todo o entendimento, sintamos o quanto o pecado desagrada o Espírito Santo que habita-nos, e então creiamos, com fé, que Deus perdoa e esquece, e que nada e nem ninguém pode nos condenar ou culpar depois. Glória a Deus que é fiel e justo para nos perdoar os pecados e nos purificar de toda a injustiça!