“Tem misericórdia de mim, Senhor, porque sou fraco; sara-me, Senhor, porque os meus ossos estão perturbados.” “Já estou cansado do meu gemido, toda a noite faço nadar a minha cama; molho o meu leito com as minhas lágrimas” “O Senhor já ouviu a minha súplica; o Senhor aceitará a minha oração.” Salmos 6.2, 6, 9
Darei uma interpretação, talvez diferente, do que entendemos quando lemos a passagem acima sem muito aprofundamento, distinguirei súplica de oração. Diálogo com Deus é mais que pedir e agradecer, é um processo espiritual, onde para algumas coisas temos resposta imediata, para outras, não. A razão para isso é que nem sempre estamos prontos para falar com Deus e ouvi-lo. Súplica pode ser só uma disposição emocional, onde sentimos mais que racionalizamos e falamos. Experimentamos isso quando estamos tão ansiosos, tão doloridos, tão confusos, que ainda não conseguimos fazer uma oração mais clara sobre nossa situação e aquilo que queremos que Deus faça por nós. Quem não sabe perguntar não pode ser respondido.
Mas ainda que num nível mais alto, o Espírito Santo sempre nos responda, Deus também tem, em seus mistérios, o momento melhor para nos falar certas coisas. O que chamamos milagre nada mais é que sincronismo entre o ser humano no presente, suas vontades, palavras e ações, com aquilo que Deus já fez, ou disparou, no início dos tempos. Assim, quando estamos prontos e Deus pode, nossa súplica é respondida numa oração que se realiza em diálogo aberto e diferenciado. O conselho é: não desista, busque a Deus como pode, ainda que seja só com gemidos inexprimíveis (Romanos 8.26). Na hora certa poderá falar de forma clara, já terá entendido a si mesmo, assim também poderá entender claramente a resposta de Deus.
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