04/09/11

Amar é deixar pra lá

Tem pessoas, que não sei bem porque, conseguem nos tirar do sério. Elas conseguem dizer ou agir de uma maneira que nos deixam bem bravos. Por mais que lutemos, que nos preparemos para enfrentar seus ataques, parece que elas têm o dom de atingir exatamente o alvo. Um pouquinho que elas fazem, talvez seja simplesmente a questão delas existirem, nos deixa extremamente irados.
      O sábio Caio Fábio diz que o que nos deixa assim nervosos, não é o que os outros fazem para nos deixar nervosos, mas aquilo que existe em nós que permite que se enerve. Então, usando os termos do pastor filósofo, a moléstia não existe porque os outros nos molestam, não é devido à capacidade dos outros, mas por causa daquilo que há em nós para ser molestados, devido a nossa fraqueza (Tiago 1:13-14).
      "Tudo bem, eu entendi, mas como faço então para anular aquilo que há em mim que me deixa tão vulnerável para me irritar com certas pessoas?"
      O confronto entre os seres humanos é parecido com jogo de pingue-pongue. Uma pessoa lança um ataque, a outra pessoa, que não gostou de ser atacada, cria uma agressão e a devolve, na mesma ou em uma maior proporção, então assim, e só assim, ela se sentirá em vantagem. A pessoa que iniciou o jogo, por sua vez, sentindo-se atacada, devolve outra agressão, igual ou maior, para então se sentir em vantagem.
      Isso pode durar muito tempo, só vai parar quando um dos lados não se sentir agredido, deixar o ataque passar, então não precisará responder. A outra pessoa por sua vez, como não vai receber um ataque, achará que venceu o jogo e não irá, pelo menos por algum tempo, devolver um novo ataque. Conclusão: vence quem deixar o outro achar que foi ele quem venceu, vence quem perde, bem, isso é a cara do evangelho. Dessa forma o jogo de pingue-pongue se transforma num jogo de queimada, isso é, tem-se que desviar da bola para ganhar. Bom, pelo menos em parte, a comparação serve.
      Agora a questão é a seguinte, como não responder ao ataque, como deixar a bola passar e não se sentir incomodado com isso, de forma a encerrar o jogo, deixando com o outro a sensação de vitória? Como perder para ganhar? A resposta é simples, amor, parece uma resposta boba, simplória? Mas não é não.
      Você já teve a experiência de saber que está fazendo tudo certo, já orou, já perdoou, já pediu perdão, já deixou bem claro para todos que você quer acertar, não quer brigar, não quer odiar o sujeito nem se sentir incomodado com ele. Todavia, mesmo assim, o sujeito continua incomodando, e muito. Isso acontece porque você se comprometeu a fazer tudo para resolver o problema, menos uma coisa, amar a pessoa.
      “Aí não”, nós, dizemos, “aí é pedir demais, já perdoei, já me humilhei, mas gostar dela não". Ninguém disse que você tem que conviver com a pessoa, mas amá-la, sim, sabe por quê? Porque esse é o único jeito de você não odiá-la. O ódio extremo só é curado com uma coisa, amor ao extremo, e esse amor somente o Espírito Santo pode nos dar.
      Você não tem que fazer tudo para então perceber que ainda assim você não teve vitória, que a questão ainda te incomoda, ame, no Espírito, como tua primeira opção. Como disse acima, você não tem que conviver com a pessoa, não precisamos ser amigos de todo mundo, nem Deus nos pede isso. Mas amar sim, precisamos amar a todos, contudo, vá pelo caminho mais fácil, aceite isso, em primeiro lugar, queira isso, quebre o orgulho, e depois peça ajuda ao Espírito Santo de Deus.
      O amor nos torna leves e transparentes, de forma que a ira chega até nós mas não fica, nós não a retemos, mas a deixamos passar, para longe. Dessa forma o ódio não bate em nós, ou não rebate, não encontra em nós uma resistência. A resistência, por sua vez, é aumentada quando lutamos sem amor, para não fazer algo. Desse jeito, quanto mais lutamos para não se irar, mais propensos a devolver a ira, ficamos.
      Sem resistência, a ira passa reto, de forma que não volta para a outra pessoa. Só o amor pode quebrar a resistência, deixar a ira passar. Ficará em nós um desejo de responder, sim, mas não com ódio, com amor, pois conseguiremos enxergar a pessoa livre do ódio que ela nos parecia ter. Ela se apresentará para nós, não mais como o inimigo grandioso que achávamos que era, mas como um ser humano igual a nós, que só precisa de amor.

03/09/11

Se Deus é bom por que tanta dor?

Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço. Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa João 15:10-11

      Desde que me entendo por gente, ouço a seguinte pergunta em resposta à declaração de que Deus é bom: “se Deus é bom por que então existe tanto sofrimento no mundo?” A resposta é simples, porque ser bom significa dar, a quem se ama, a liberdade para aceitar ou não essa bondade. “Se Deus nos ama por que tanta dor?” Porque Deus nos dá liberdade para negar esse amor, para não querer ser amado por ele. Deus não se impõe. É claro que a consequência dessa negação é a dor.
      Nossa alegria não é completa neste mundo porque não obedecemos a Deus. O pior de tudo é que a consequência de nossa desobediência não é somente o nosso sofrimento, mas também o de outras pessoas. Você acha isso injusto? Para Deus acabar com esse sofrimento, ele teria duas opções: ou não permitir a causa, que é a nossa atitude errada, ou então anular a consequência, as reações de nossa ação errada. Se ele não nos permitisse fazer a coisa errada, ele agiria como um déspota, tiraria, de nós, a liberdade de escolha. Se ele anulasse as consequências da coisa errada, ele seria um irresponsável.
      Seria muita irresponsabilidade de Deus, anular a consequência, isso é, permitir que nós façamos o que desejamos para que Ele depois desfaça as consequências disso. Deus não age como pai rico que mima os filhos. Deus é justo e ensina os homens confrontando-os com a verdade. Ele espera que então, suas criaturas, mudem suas ações para que as reações não sejam amargas. Mas antes de tudo, Deus dá ao homem livre arbítrio, para fazer o que quer, esse pode ser o maior privilégio que Deus dá para a humanidade.
      Achei que iria escrever mais sobre esse assunto, penso, porém, que basta. Aceitar o sofrimento do mundo, como não sendo culpa do criador, é aceitar que a responsabilidade é nossa. Além de aceitar de quem é a culpa, temos que aceitar que precisamos conviver com esse sofrimento, de um jeito ou de outro, não tem saída. Mas sempre temos uma chance de estar consolados, se não confiamos em Deus para nos livrar do erro inicial, podemos confiar nele para receber forças para conviver com as consequências desse erro.
      Quer um conselho? Não aja como filho mimado, querendo por a culpa em Deus, depois de ter vivido a vida do jeito que você quis, afinal de contas, colhemos o que plantamos. Se já está sofrendo as consequências dessa vida sem Deus, converta-se a ele, com humildade, ele te perdoará e te dará graça. Essa graça te capacitará, não para conviver com a culpa, já que ela é retirada se você assumir a sua responsabilidade pela situação ruim em que se encontra e aceitar o perdão em nome de Jesus, mas para conviver com as consequências que não podem simplesmente desaparecer.
        Seria irresponsabilidade minha menosprezar a tua dor, a dor de cada um é a dor de cada um, e dor não se compara. Mas Deus é o único que pode dar forças para que nós caminhemos com o nosso sofrimento. Busque-o, com humildade, sem fazer exigências, ele te dará consolo para você superar tua dor. 

02/09/11

Deus se rende ao seu amor por nós

Como posso desistir de você, Efraim? 
Como posso entregar você nas mãos de outros, Israel? 
Como posso tratá-lo como tratei Admá? 
Como posso fazer com você o que fiz com Zeboim? 
O meu coração está enternecido, 
despertou-se toda a minha compaixão.

Oseias 11:8

Milagre, se tu não o fizeste, por que eu te buscaria?

      Se tu fosses um Deus de realidade, de possibilidade, de entendimento humano, por que eu te buscaria? Te busco porque tu és um Deus de milagre, do impossível, do maravilhoso, sem limites, que assombras os homens com seus feitos espetaculares. Desculpem-me vocês, para os quais basta um Deus que cabe dentro da racionalidade humana, que permite exceções porque a regra é impossível de ser vivida, eu os respeito, mas quanto a mim, eu preciso de um Deus de milagre.
      Necessito de um Deus que faz nascer em terra seca, que faz chover no deserto, que aplaina os montes e deles faz um grande vale, verde, com rios caudalosos de água doce, com árvores frutíferas e animais gordos e mansos. Um vale no qual eu trabalharei e viverei dos frutos desse meu trabalho. Um vale com uma família feliz, com uma mulher atenciosa e sábia, com filhos agradecidos e voluntários, que crescerão e também crerão num Deus que faz milagre.
      Esse Deus será louvado por todos aqueles que duvidavam, que em silêncio pensavam, “pobre deste homem, sua oração não será respondida, sua vida não mudará jamais”, esses saberão que Deus não abandona o que nele crê, que Deus tem um coração sensível ao clamar de seu filho fiel. A esse Deus de milagre, toda a honra, toda a glória e todo o louvor, hoje e eternamente.

       (Leia também a postagem "De onde vem a tua salvação").

01/09/11

Do fundo do coração

Eles não clamam a mim do fundo do coração 
quando gemem orando em suas camas. 
Ajuntam-se por causa do trigo e do vinho, 
mas se afastam de mim.
Oseias 7:14

Vocês me procurarão e me acharão 
quando me procurarem de todo o coração.
Jeremias 29:13

Dá a mão, não empurra não

      Muitas vezes a pessoa está se equilibrando, tentando ficar em pé, está fazendo todo o esforço para seguir o caminho do Senhor. O esforço faz com que seu rosto se feche, já que ela está cansada. Ela está reunindo a pouca força que lhe restou para manter alguma dignidade e fidelidade, diante de Deus.
      Então nós passamos do lado, nós estamos bem, a família vai bem, o emprego está legal, estamos vivendo uma boa fase da vida com o Senhor. Nessa posição, nós ficamos um pouco altivos, nos achamos no direito de julgar. Olhamos para a pessoa e pensamos, “esse cara deve estar em pecado, só isso explica a luta tão difícil que ele está atravessando”.
      A situação da pessoa é tão frágil que nós não precisamos nem tocá-la, só o ar deslocado com a nossa passagem arrogante, a perturba. Então, ao invés de ajuda-la nós a prejudicamos, ao invés de estender a mão, nós a empurramos.
      Não julguemos ninguém pela expressão do rosto, pelo pouco falar, pela dificuldade com que segue o caminho. Que possamos enxergar o coração, ver que apesar de fraco a intenção é de permanecer em pé, diante de Deus, e seguir o caminho do Senhor.
      Que ao invés da gente empurrar, que estendamos a mão, num gesto de misericórdia, o mesmo gesto que Deus teve com a gente um dia, ou irá ter. “Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos Oseias 6:6

31/08/11

Vida de equilíbrio

Afasta de mim a vaidade e a palavra mentirosa,
não me dês nem a pobreza nem a riqueza,
mantém-me do pão da minha porção de costume,
para que, porventura, estando farto não te negue,
e venha a dizer: Quem é o Senhor?
ou que, empobrecendo, não venha a furtar,
e tome o nome de Deus em vão.

Provérbios 30:8-9
    
Só a palavra de Deus para conter um ensinamento tão equilibrado sobre a vida.

Abba, pai

Somente uma vez eu saí de um culto no meio de uma pregação, isso faz algum tempo, foi a vinte e cinco anos atrás, por aí. Eu estava numa pregação para jovens, em um grupo ligado a uma grande e tradicional convenção de igrejas protestantes. Quem pregava era um pastor líder dos jovens da região. Eu me “revoltei” quando ouvi o pregador dizendo que chamar Deus de paizinho era uma falta de respeito. Julgar o pastor, tentando identificar o motivo que o levou a pensar dessa maneira, não convém. Mas eu posso pensar diferente e deixar registrado isso.
      A palavra “ab”, usada no tempo do antigo testamento, se transliterou para “abba”, usada no novo testamento, e significa pai em hebraico. Para os israelitas do antigo testamento, Deus era pai apenas deles, mesmo que a palavra “ab” fosse usada para outros fins, além de pai (os escravos chamavam seus senhores de “ab” também). No novo testamento a palavra começou a ser usada como pai de adoção, já que Deus foi apresentado como “abba”, pai, de todos os homens da terra que o aceitassem assim mediante o evangelho.
      O diminutivo paizinho denota uma intimidade com esse Deus pai, uma forma carinhosa de chamar aquele que cuida dos homens paternalmente. Essa forma de tratamento traduz a ótica neotestamentária de Deus, não mais o juiz da lei, do olho por olho, dente por dente, mas o pai misericordioso, cheio de graça, que se aproxima de todos os homens, de uma forma bem mais íntima, dando a eles a porção de seu Santo Espírito (a palavra em hebraico aparece três vezes no novo testamento, em Romanos 8:15, em Gálatas 4:6 e em Marcos 14:36, as outras citações estão em outra língua). Lembre-se que no antigo testamento não eram todos que tinham o Espírito Santo e nem durante todo o tempo. Existiam exceções, gente como Davi tinha bastante proximidade de Deus, assim como intimidade com a unção do Espírito.
      Não há nada de errado em se usar o termo paizinho, desde que essa intimidade seja margeada por outro princípio que rege nossa comunhão com Deus, o temor. É preciso entender temor não como medo, um sentimento de amedrontamento, que faz-nos distanciar de algo por acharmos que a proximidade pode nos trazer dano, nos fazer mal. O que nos dá o entendimento correto de o que é esse temor é o conceito de santidade. Deus é santo e para que nos aproximemos dele precisamos também estar em santidade. Nesse aspecto o novo testamento nos dá um privilégio que as pessoas do antigo testamento não tinham. Somos santificados mediante confissão de pecados e fé na propiciação plena de perdão através de Jesus, diferente do perdão através do sacrifício imperfeito de animais, que se fazia debaixo da lei. Confiança de que podemos nos aproximar de Deus com toda a intimidade mediante um coração limpo é o que define o caminho de nosso relacionamento com o Senhor.
      Porém, o motivo que me levou a escrever este texto não foi me justificar diante da opinião diferente do tal pastor. O propósito foi alertar sobre o perigo que corremos quando começamos a nos distanciar de Deus, seja lá por qual motivo for. O inimigo de nossas almas tem muito interesse que isso aconteça. Algumas religiões, dentre elas a instituição cristã mais antiga, tem interesse neste distanciamento, se bem que já permitiu que essa distância fosse maior quando fazia a liturgia do culto em uma língua morta que ninguém praticamente entendia. Esse distanciamento interessa para quem quer manter o controle sobre a doutrina, impede os religiosos de esboçarem opinião e fazerem crítica.
      A relação com Deus é estabelecida através de diálogo, Deus fala, nós ouvimos, nós falamos, Deus ouve. Não é um monólogo do homem abrindo seu coração para um deus distante e implacável, e nem um monólogo de um deus que fala e tem que ser ouvido e obedecido, em silêncio total. Contudo esse diálogo é concedido através da misericórdia de Deus. Facilmente nós endurecemos o coração e paramos de buscar o Senhor. Essa pessoalidade, que foi revelada aos homens pelo evangelho, difere bastante do deus distante e sem forma que o esoterismo e os meio ateus concordam em existir.
      Não deixe de conversar com Deus, de senti-lo como pessoal e como um Deus que se manifesta com formas humanas, com olhos, ouvidos, boca, braços e mãos, e acima de tudo, com um coração. A nossa alma precisa desse entendimento e Deus não nos proibiu de tê-lo. A Bíblia se refere a Deus assim, com antropomorfismos, ela também diz que fomos criados à semelhança de Deus. É perigoso ver Deus diferente, isso só nos afasta dele. Mas o melhor de tudo é saber que Deus é pai daqueles que o seguem, não de todos. Como pai, ele nos ama e aceita-nos como somos, mas como um pai melhor do que são nossos pais carnais, deseja que nós cresçamos, sendo cada dia mais e mais parecidos com ele.

30/08/11

...ainda assim permaneceremos fiéis

Sadraque, Mesaque e Abede-Nego responderam ao rei: 
"Ó Nabucodonosor, não precisamos defender-nos diante de ti. 
Se formos atirados na fornalha em chamas, 
o Deus a quem prestamos culto pode livrar-nos, 
e ele nos livrará das suas mãos, ó rei. 
Mas, se ele não nos livrar, saiba, ó rei, 
que não prestaremos culto aos seus deuses 
nem adoraremos a imagem de ouro que mandaste erguer"

Daniel 3:16-18

Repetindo parte do texto da postagem "Atrevidos?", podemos dizer isso?
Se Deus não nos livrar, ainda assim permaneceremos fiéis? Realmente?

Molhem o altar

      Foram reunidos os profetas de Baal e Elias. A proposta de Elias era a seguinte: preparem dois altares, ponham lenha e novilhos sobre eles. Então cada um clamará a seu deus para que mande fogo do céu e queime o altar. Os profetas de Baal clamaram ao seu deus por algum tempo, e nada de cair fogo do céu. Então chegou a vez de Elias. Contudo antes de clamar, ele pediu que jogassem água no altar reconstruído do Senhor.
      “Depois arrumou a lenha, cortou o novilho em pedaços e o pôs sobre a lenha. Então lhes disse: "Encham de água quatro jarras grandes e derramem-na sobre o holocausto e sobre a lenha". "Façam-no novamente", disse, e eles o fizeram de novo. "Façam-no pela terceira vez", ordenou, e eles o fizeram pela terceira vez. A água escorria do altar, chegando a encher a valeta”, I Reis 18:33-35.
      Como assim, então ao invés de facilitar a situação, ou mesmo deixa-la do jeito que estava, para que o pedido fosse respondido, Elias mandou que jogassem água sobre o altar de Deus? Quer dizer, ele pediu para que deixassem seu altar ainda mais difícil de ser queimado?
      “À hora do sacrifício, o profeta Elias colocou-se à frente e orou: "Ó Senhor, Deus de Abraão, de Isaque e de Israel, que hoje fique conhecido que tu és Deus em Israel e que sou o teu servo e que fiz todas estas coisas por ordem tua. Responde-me, ó Senhor, responde-me, para que este povo saiba que tu, ó Senhor, és Deus, e que fazes o coração deles voltar para ti"”, I Reis 18 36-37. Então Elias clamou e Deus enviou fogo do céu e queimou o altar até secar toda a água.
      O assunto do fogo sobre o altar foi apenas para provar a legitimidade do Deus de Elias. Depois disso ele fez o pedido a Deus, que responderia a verdadeira necessidade do rei Acabe e do povo, chuvas. A terra enfrentava um período grave de seca. Elias orou a Deus e a chuva veio. Deus demonstrou duas coisas: primeiro que ele tem poder para mudar o clima, segundo, que Elias era seu profeta. Deus não somente testemunhou sobre o seu poder como também honrou ao seu profeta Elias.
      Mas e a coisa de jogar água e mais água sobre o altar? Para que foi aquilo? Para que dificultar a intervenção divina? A resposta é para que fosse comprovado o poder de Deus sobre tudo. O coração de Acabe estava muito endurecido, somente um milagre legítimo de Deus, sobre o qual não restasse qualquer dúvida sobre quem o fez, convenceria o coração incrédulo do rei.
      Muitas vezes Deus aumenta a nossa tribulação e nós não entendemos. A coisa ao invés de melhorar piora ainda mais. Infelizmente isso pode ser necessário, devido à incredulidade daqueles que nos cercam, e que conhecerão o poder de Deus através do que ele operar em nossas vidas. As tribulações são somente teatros que Deus monta para que o seu poder seja manifestado em nós. Leia todo o capítulo 18 de I Reis para entender todo o contexto do fogo sobre o altar, da dureza de Acabe e sua idolatria, e da perseguição aos profetas de Deus. Algo muito sério precisou ser feito para que toda essa situação mudasse.

29/08/11

Adocicar tua amargura

      “Depois fez Moisés partir os israelitas do Mar Vermelho, e saíram ao deserto de Sur; e andaram três dias no deserto, e não acharam água. Então chegaram a Mara; mas não puderam beber das águas de Mara, porque eram amargas; por isso chamou-se o lugar Mara. E o povo murmurou contra Moisés, dizendo: Que havemos de beber? E ele clamou ao Senhor, e o Senhor mostrou-lhe uma árvore, que lançou nas águas, e as águas se tornaram doces. Ali lhes deu estatutos e uma ordenança, e ali os provou” Êxodo 15:22-25

         Muitas vezes somos exagerados e pessimistas, bem, eu pelo menos sou assim, se algo dá errado, tenho a tendência de desistir, logo de cara. Quero outra coisa, não acredito mais que aquilo pode dar certo. Israel teve sede, achou água, mas a água era amarga. Pronto, bastou para que o povo desistisse daquela água, e mais, desistisse de Deus. Mas o mesmo Deus que fez o povo achar água não poderia também adocicar a água amarga, torná-la potável?
      Ocorre que a gente cria uma memória de derrota e simplesmente condena algo à ruína eterna, nunca mais poderá ser mudado, sempre será ruim. É assim com amizades, com a profissão, e pode ser até com o casamento. Amargou não será doce nunca mais, e fica pra sempre a amargura em nosso coração.
     Deus pode adocicar tua amargura, sim, ao invés de dar uma outra opção, dar algo novo, ele pode transformar o que é velho em novo. Podemos estar orando para Deus nos dar uma outra coisa, enquanto o que ele quer é mudar aquilo que já temos na mão e está arruinado.
      Remir significa justamente isso, libertar do cativeiro, pagar o resgate, conceder alforria, e foi o que Jesus fez em sua obra redentora, remissão. Ele remiu algo que estava perdido, toda a humanidade. Então não desista, Deus pode transformar tuas águas amargas em doces, aquilo que você já desistiu, pode ser uma solução ainda viável para Deus, basta que você creia. Será que não é o teu caso?

28/08/11

Mais sobre pecado que não pode ser perdoado...

Pecado que não pode ser perdoado é o pecado que não foi confessado. Não é Deus que para de nos perdoar, somos nós que não confessamos mais. Fazemos isso porque não conseguimos mais nos perdoar, então o perdão de Deus deixa de ter valor. "Livra-nos Senhor de chegarmos a tal ponto de endurecimento de cerviz". 

Que é a verdade?

Perguntou-lhe, pois, Pilatos: Logo tu és rei? Respondeu Jesus: Tu dizes que eu sou rei. Eu para isso nasci, e para isso vim ao mundo, a fim de dar testemunho da verdade. Todo aquele que é da verdade ouve a minha voz. Perguntou-lhe Pilatos: Que é a verdade? E dito isto, de novo saiu a ter com os judeus, e disse-lhes: Não acho nele crime algum”, João 18:37-38

      Jesus falava pouco, mas fazia muito, e antes disso, orava bastante. Que exemplo para gente como eu, um falador compulsivo, que sempre tem uma explicação na ponta da língua para tudo.
      Foi Pilatos, embasado nas acusações dos judeus, quem disse que Jesus era rei. Disse isso, porque para o judeu essa afirmativa se constituía em uma heresia, uma afronta à sua religião.
      Mas Pilatos, como um bom político, queria agradar a maioria mas era sensato. Jesus respondeu, como sempre, não à pergunta aparente, mas àquela verdadeira, que estava escondida atrás das palavras de Pilatos. Jesus disse que ele falava a verdade, não era um mentiroso como diziam os judeus. Ele tinha vindo para ser rei, e um rei muito maior que o líder política nacional que os judeus esperavam, um rei espiritual, para toda a humanidade, de todos os tempos.
      Porém, Pilatos encerra o diálogo com uma pergunta genérica, “o que é a verdade?” Para essa pergunta, parece-nos que não houve resposta, todavia é o próprio Pilatos quem responde depois, talvez sem ter consciência disso, quando afirma: “não acho nele crime algum”. O conhecimento da verdade não está ligado a explicações filosóficas e nem a definições científicas, mas à consciência moral, mais ainda, ao estado do homem interior.
      A resposta é que a verdade é Jesus, quem tem a verdade é aquele a quem não lhe pode ser imputado pecado algum. Para nós fica a herança, se temos Jesus, se temos o perdão em seu nome, não temos pecado a nos acusar, portanto temos a verdade. A verdade tem aquele que não tem sobre sua cabeça nenhuma acusação.
      É importante que tenhamos cuidado para afirmar entre as pessoas esse testemunho, que nós temos a verdade. Pode soar como loucura, como arrogância. Jesus teve cuidado para dizer isso, ele conhecia o coração das pessoas. Que o Espírito Santo nos oriente, para testemunhar sobre a verdade, no momento certo, para quem tem ouvidos para ouvir, sem ficar jogando pérolas aos porcos. Isso porque somente aquele que é da verdade ouve a voz de Jesus.

      "Eu sou o caminho, a verdade e a vida, ninguém vem ao pai senão por mim", João 14:6

27/08/11

Sentimento de louvor

"Tu, Senhor e Deus nosso,
és digno de receber a glória, a honra e o poder,
porque criaste todas as coisas,
e por tua vontade elas existem e foram criadas"

Apocalipse 4:11