11/09/13

Transparência já!

Infelizmente, nas igrejas locais, querendo parecer espiritual e não sendo de verdade, as pessoas querem mostrar que estão o tempo todo numa atitude de autocontrole, em plena serenidade e total santidade, assim o pecado, principalmente aquele que existe em relação interpessoal, não é admitido, não sendo admitido não é perdoado, não sendo perdoado não é curado, e sem cura não existe crescimento.
Todo mundo que ser gente grande sem passar pelo crescimento necessário, como resultado muitos ficam parecendo anões espirituais, legalistas que dizem que tudo está bem quando não está. Apesar da igreja local poder funcionar como um corpo perfeito, ela não é uma empresa, onde se é preciso ser politicamente correto, mantendo aparências, buscando transferência para outra igreja local, caso a constatação fria de não estar sendo produtivo for feita.
A melhor comparação feita à igreja é de um hospital onde todos somos, ao mesmo tempo, pacientes e enfermeiros, e médico só existe um, Jesus. Nessa relação entre doentes e enfermeiros é preciso transparência, humildade e fé. Transparência para assumir o óbvio, todos precisamos de tratamento, humildade para declarar mesmo os maiores pecados e fraquezas, e fé para crer que Jesus, o médico dos médicos, tem cura para tudo através do perdão.
Ou então é fingir que está tudo bem dando “a paz do Senhor” com hipocrisia e superficialidade.... mas é claro que isso não ocorre com todos.
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10/09/13

Preços à pagar

Algumas pessoas querem seguir na vida sem pagar preços, erram e erram, fazem o que bem entendem, negam-se a seguir conselhos, a ouvir os mais velhos e espirituais, não mudam facilmente, e quando enfim, cansados, humilhados, resolvem fazer as coisas da maneira mais certa, querem que tudo aconteça rapidamente.
Antes de continuar esta reflexão eu preciso dizer duas coisas: a primeira é que eu me considero qualificado para compartilhar isso justamente porque fui um rebelde durante muito tempo. Teimei em errar e em colocar a culpa por isso nos outros, não assumindo o erro e nem buscando mudança perdi tempo e pago até hoje o preço por tanta rebeldia. Glória a Deus por seu amor, que me resgatou a tempo de poder acertar as coisas para ainda poder viver muitos anos de vitória.
A segunda coisa é sobre o fundamento do evangelho: uma vez convertido a Deus, tendo feito acesso ao perdão que há em nome de Jesus, o homem não precisa pagar mais preço nenhum a Deus para poder ser uma nova criatura, limpa e remida. Ele pode a partir daí seguir em paz sem que seus pecados lhe roubem direito às bênçãos espirituais, sejam neste mundo ou no outro.
Mas se é assim, por que então temos que pagar preços? Preços pelo quê? Que preços são esses? O preço é simples, uma única coisa, sob dois pontos de vista diferentes, o preço é o tempo.
Primeiro é o tempo necessário para que nosso caráter mude, entenda e seja convencido de que a maneira de Deus é a melhor maneira, a maneira de vida verdadeira.
Por que essa mudança precisa de tempo? Porque o posicionamento espiritual se faz de uma vez, de forma imediata, contudo nosso emocional, a disposição psicológica, pode demorar anos para mudar. O ser humano adquire vícios, de todas as espécies, esses podem precisar de tempo, muito tempo, mas serem expelidos de nossos corpos e almas.
O segundo preço é o tempo, não o nosso tempo, mas o tempo dos outros, do sistema desse mundo, daqueles que sofreram por causa de nossa rebeldia. Deus é justo, mas é justo com todos, e sendo assim ele não pode fazer justiça a um, sendo injusto com o outro. Deus tem tudo em suas mãos, ele sincroniza tudo, as vidas, os poderes, de modo que tudo aconteça de forma perfeitamente justa. Isso fica claro quando um condenado pela justiça desse mundo se converte, diante de Deus ele não deve mais nada, mas perante o mundo ele poderá ter que passar anos na cadeia para pagar o preço de seu erro com a sociedade.
Na verdade Deus não cobra nada, não nesse mundo, é a vida que cobra, é ela quem dá o troco, a vida tem regras, estabelecidas por Deus, mas que nem ele pode mudar. Contudo, Deus não é juiz cego e duro, sua misericórdia e sua graça podem ser convencidas por um coração humilde que se esforça em mudar e mostrar para seu pai que já está pronto para receber as bênçãos, que está pronto para administrar aquilo que de melhor o Senhor tem para dar para um filho amado.

É como diz Lucas 11.5-8, “Disse-lhes também: Se alguém tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, pois um amigo meu chegou de viagem, e não tenho o que lhe oferecer; e se ele, de dentro, responder: Não me incomodes; a porta já está fechada, eu e os meus filhos já nos acomodamos para dormir; não posso levantar-me para te atender; eu vos digo que, mesmo que não se levante para dar os pães por causa da amizade, ele se levantará por causa do incômodo e dará quantos pães o outro precisar.”.
Portando, ”Pedi, e vos será dado; buscai, e achareis; batei, e a porta vos será aberta; pois todo o que pede, recebe; quem busca, acha; e ao que bate, a porta será aberta.” (Lucas 11.9b-10).

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09/09/13

O segredo de uma felicidade contínua

Existem casamentos que não eram nem para ser começados, de tão destrutivos e equivocados que são, contudo, esperar que uma relação seja perfeita sempre é criancice. A vida humana é essencialmente insatisfatória, isso por causa do pecado, só andando com Jesus é que as coisas se tornam viáveis, enquanto aguardamos o céu, onde tudo será completo. Maduro não é o que acha uma relação perfeita, mas uma relação que evolui e que vai descobrindo em cada fase suas alegrias.
A última novidade sempre parece a melhor das novidades, até que ela envelheça, então seguimos em frente e vivenciamos novas novidades. No flerte analisamos à distância o objeto de afeto, no namoro começamos a andar, ainda encantados com o ser amado, no namoro define-se o desejo pelo futuro, já que o presente maravilhoso do namoro quer perpetuar-se, no casamento regozija-se com os direitos de uma relação assumida e responsável, com os filhos colhem-se os frutos de amor real eternizando em outros seres humanos aquilo que de melhor temos, e aí vêm a vida profissional e conjugal desses filhos, os netos, e seguimos.
Dê o próximo passo, não se satisfaça com a infelicidade, mas não se iluda com essa vida, como foi dito no início, maduro não é o que acha uma relação perfeita, mas uma relação que evolui e que vai descobrindo em cada fase suas alegrias, se não for assim sempre arranjaremos motivos para testar um próximo parceiro, perdendo tempo, sendo infeliz, fazendo outros infelizes, divorciando-se e nunca realmente se casando.
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08/09/13

Perdoar

Perdoar e olhar diretamente para uma pessoa, sem ver, entre essa pessoa e nós, o erro que ela cometeu,
perdoar é libertar a pessoa do erro independentemente se ela assumiu ou não aquilo que ela fez e nos magoou, se ela pediu ou não perdão pra nós ou pra Deus,
perdoar é mudar o que a gente sente por uma pessoa e não necessariamente a pessoa, já que isso é opção dela, e não nossa,
mesmo porque não podemos saber, a princípio, quando e se a pessoa já se consertou ou não em segredo, diante de Deus.

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07/09/13

E você, por onde segue?

Sigam os volúveis sendo levados para lá e cá por qualquer vento de paixão,
sigam os legalistas fazendo uma obra que Deus nunca os mandou que fizessem,
sigam os loucos como escravos da volúpia e do ódio,
sigam os amargos buscando em Deus a vitória sobre inimigos que só existe de verdade dentro de seus corações,
o simples, porém, arrepende-se, se humilha e vê cada vez mais estreito o caminho que o leva à salvação.
E você, por onde segue?

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06/09/13

Pianos e seres humanos

Fiz no último sábado, dia 31 de agosto de 2013, uma visita a uma loja de pianos, bem, como representante dos pianos mais caros e famosos do planeta lá pude fazer a degustação de pianos de qualidade, tradicionais em produzir o melhor timbre daquele que é considerado o príncipe dos instrumentos musicais. Auxiliaram-me na degustação, profissionais gabaritados, experientes e versados no assunto. Tenho 53 anos, toco piano desde os nove anos, atuo como pianista no Grande Hotel São Pedro, dentre outros lugares. Fiz boa parte do currículo do chamado piano erudito (clássico) que nos permite uma visão séria e respeitosa da música erudita e do piano, contudo, saí da visita da loja com uma conclusão: sei muito pouco sobre pianos.
É preciso dizer que a culpa não é totalmente minha, devido a algum tipo de displicência com o instrumento, sempre procurei me informar sobre ele, assim como estudá-lo. No Brasil, contudo, é difícil o acesso a bons pianos e isso se deve tanto à política de preços e impostos do comércio quanto ao descaso dos locais que contratam pianistas que possuem pianos ruins e mal conservados. É preciso dizer também que passei bom tempo de minha vida tocando como profissional da música chamada popular, aquela executada na noite, nas casas noturnas, clubes e bares, assim como em cerimônias de casamento, formatura, etc, e isso me manteve distante de bons pianos. Aqueles que se dedicam à música de concerto, são mais privilegiados, tem acesso a instrumentos melhores, mesmo que seu campo de atuação seja mais restrito no Brasil.
Contudo, como cristão praticante, entendo que nossa vida está sempre em transformação, e precisamos estar abertos para isso. Caminhamos para evoluir para pessoas melhores, tanto na vida social e afetiva, quanto na vida profissional, assim estamos sempre aprendendo alguma coisa. Aprendi na última visita, por exemplo, que pianos morrem, sim, os materiais com os quais eles são feitos podem se desgastar com o tempo fazendo com que os mesmos percam sua habilidade inicial de compor, cada um com sua função, martelos, feltros, cordas, ferro, madeira, e tudo o mais, um som ideal de piano, ou pelo menos aquele que produziam quando o instrumento saiu da fábrica.
Resumindo, pianos são como seres humanos, pelos menos como seus corpos, já que nós temos uma vantagem sobre qualquer instrumento, máquina ou ferramenta: temos alma. Essa nunca morre, mesmo que o corpo perca a capacidade de demonstrar as nuanças sentidas pelo coração, a alma continua sentindo, e com mais sofisticação ainda, pelo menos pode ser assim para aqueles que amadurecem e conseguem tirar o melhor dessa existência.
Comparações são sempre imperfeitas, só Jesus, em suas parábolas, conseguiu produzir metáforas precisas da existência do homem através da natureza e de outros elementos, mas eu me arriscaria a comparar Deus com um pianista, e nós, homens, com, pianos. Fazendo a degustação no sábado percebi a variação de instrumentos que existem. Alguns produzem timbres mais abertos, outros mais fechados, as teclas respondem de maneira diferente para atacar as cordas e produzir os sons, o mesmo ocorre com a sensibilidade do pedal de sustain, responde com menos pressão ou com mais, com menos ou mais velocidade.
Mas não é só isso, som fechado ou som aberto, a variação de frequências que soam simultaneamente é incrível, grave, média grave, média, média aguda, aguda. Sem falar dos harmônicos, uma das características mais luxuosas de um piano, quando uma simples tecla é acionada uma grande variedade de frequências soam, além da principal que define o tom da nota. Isso também varia bastante de piano para piano.
Não somos nós, homens e mulheres, assim? Tão diferentes, tão sofisticados? Mesmo que a vida nos trate mal, rudemente, estupidamente, ainda seremos a imagem do criador, pequenos deuses que se acham no direito de sonhar, de fazer, de construir, superando limites a cada dia produzindo, cada um de nós, um timbre original, único, como um piano. Quem nos criou, através da engenharia da natureza, procurou fazer o melhor em nós, não nos fez com materiais de segunda e nem para uso vulgar, mesmo que nós mesmos e os outros homens tratem-nos como material de segunda ou nos use de qualquer jeito. Somos todos instrumentos elegantes e nobres, se os pianos merecem nosso respeito, quanto mais o ser humano, cada um com suas peculiaridades.
Com jeito, com o toque certo, no ambiente adequado, cada um de nós pode produzir o melhor som, compor a melhor música, como o Mason & Hamlin, o Samick, o Seiler, o Boston e o Steinway & Sons que toquei na loja.

(Obrigado Paulo Cavalcanti e Luiz Carlos Uhlik pela experiência maravilhosa que me concederam na Gluck Pianos.)
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05/09/13

Você sabe realmente o que é CURA INTERIOR?

O termo “cura interior” ficou mais conhecido no meio evangélico brasileiro nos anos 1990, é refere-se a uma ótica cristã de ferramentas de cura psicológicas. A cura interior tem como objetivo a cura da relação que temos com a gente e com as pessoas. Ela atua na relação de nossa personalidade com o grupo social. Questões como autoestima, complexo de inferioridade, perdão, fobias e ansiedades, são tratadas à luz da Bíblia, através da atuação do Espírito Santo.
É claro que tudo está ligado, tanto na área espiritual quanto na área psicológica, existem relações de causas e feitos em ambas as áreas, o diabo se aproveita das fraquezas e fracos, nós damos ouvidos ao diabo. Contudo, cura interior vai além do expulsar do demônio pela fé no nome de Jesus. O inimigo sai com a palavra de autoridade e mantêm-se distante com uma vida de fidelidade, mas a alma, a psique precisa de um processo de cura que pode demorar muito mais.
O fundamento da cura interior é o perdão, que se manifesta em três esferas: perdão que se recebe de Deus pelos pecados cometidos contra Deus, contra si mesmo e contra os outros, perdão que se dá a si mesmo, também pelos pecados cometidos contra todos, e perdão que se dá aos outros, pelos pecados que os outros cometeram contra nós. Assumir as culpas é a base madura e humilde para a cura, já que são as culpas que distorcem a visão que temos de nós e dos outros, e como consequência cria complexo de inferioridade em nossos corações.
Já refletimos sobre isso aqui no blog uma vez, mas repedindo, não existe complexo de superioridade, existe apenas complexo de inferioridade. O que muda é a maneira como se reage ao complexo: intimidando-se, e portanto se colocando como inferior, ou agredindo, tentando se colocar como superior, as duas maneiras são formas de se vencer, equivocadamente, um complexo de inferioridade, uma agride a si mesmo e a outra ao outro.
Outro fundamento da cura interior é a autoaceitação, que leva a uma visão honesta de si mesmo, aceitando os limites e satisfazendo-se com os pontos fortes. Essa visão faz com que nos sintamos felizes com o que somos e com o que podemos alcançar com o que somos. Felizes, respeitaremos as características diferentes dos outros, tantos os limites como pontos fortes, não nos achando arrogantemente melhor e nem humilhantemente inferior. A visão honesta de si e dos outros leva a uma vida equilibrada e satisfatória.
Apesar de usar ferramentas psicológicas, o processo da cura interior só é possível através da atuação do Espírito Santo, feita não somente com inteligência e autoconhecimento, mas com muita oração e fé, já que a cura é da alma e do espírito. Bem, essa reflexão foi apenas uma introdução ao assunto, cura interior precisa ser uma prioridade das igrejas, mas é desprezada por muitos porque é um processo e como tal custa tempo e trabalho. Cura interior é um milagre de Deus, mas que leva mais tempo que uma disposição de fé feita durante um culto especial, sem amor e paciência ela não pode ser operada.
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