terça-feira, setembro 10, 2013

Preços à pagar

Algumas pessoas querem seguir na vida sem pagar preços, erram e erram, fazem o que bem entendem, negam-se a seguir conselhos, a ouvir os mais velhos e espirituais, não mudam facilmente, e quando enfim, cansados, humilhados, resolvem fazer as coisas da maneira mais certa, querem que tudo aconteça rapidamente.
Antes de continuar esta reflexão eu preciso dizer duas coisas: a primeira é que eu me considero qualificado para compartilhar isso justamente porque fui um rebelde durante muito tempo. Teimei em errar e em colocar a culpa por isso nos outros, não assumindo o erro e nem buscando mudança perdi tempo e pago até hoje o preço por tanta rebeldia. Glória a Deus por seu amor, que me resgatou a tempo de poder acertar as coisas para ainda poder viver muitos anos de vitória.
A segunda coisa é sobre o fundamento do evangelho: uma vez convertido a Deus, tendo feito acesso ao perdão que há em nome de Jesus, o homem não precisa pagar mais preço nenhum a Deus para poder ser uma nova criatura, limpa e remida. Ele pode a partir daí seguir em paz sem que seus pecados lhe roubem direito às bênçãos espirituais, sejam neste mundo ou no outro.
Mas se é assim, por que então temos que pagar preços? Preços pelo quê? Que preços são esses? O preço é simples, uma única coisa, sob dois pontos de vista diferentes, o preço é o tempo.
Primeiro é o tempo necessário para que nosso caráter mude, entenda e seja convencido de que a maneira de Deus é a melhor maneira, a maneira de vida verdadeira.
Por que essa mudança precisa de tempo? Porque o posicionamento espiritual se faz de uma vez, de forma imediata, contudo nosso emocional, a disposição psicológica, pode demorar anos para mudar. O ser humano adquire vícios, de todas as espécies, esses podem precisar de tempo, muito tempo, mas serem expelidos de nossos corpos e almas.
O segundo preço é o tempo, não o nosso tempo, mas o tempo dos outros, do sistema desse mundo, daqueles que sofreram por causa de nossa rebeldia. Deus é justo, mas é justo com todos, e sendo assim ele não pode fazer justiça a um, sendo injusto com o outro. Deus tem tudo em suas mãos, ele sincroniza tudo, as vidas, os poderes, de modo que tudo aconteça de forma perfeitamente justa. Isso fica claro quando um condenado pela justiça desse mundo se converte, diante de Deus ele não deve mais nada, mas perante o mundo ele poderá ter que passar anos na cadeia para pagar o preço de seu erro com a sociedade.
Na verdade Deus não cobra nada, não nesse mundo, é a vida que cobra, é ela quem dá o troco, a vida tem regras, estabelecidas por Deus, mas que nem ele pode mudar. Contudo, Deus não é juiz cego e duro, sua misericórdia e sua graça podem ser convencidas por um coração humilde que se esforça em mudar e mostrar para seu pai que já está pronto para receber as bênçãos, que está pronto para administrar aquilo que de melhor o Senhor tem para dar para um filho amado.

É como diz Lucas 11.5-8, “Disse-lhes também: Se alguém tiver um amigo e for procurá-lo à meia-noite e lhe disser: Amigo, empresta-me três pães, pois um amigo meu chegou de viagem, e não tenho o que lhe oferecer; e se ele, de dentro, responder: Não me incomodes; a porta já está fechada, eu e os meus filhos já nos acomodamos para dormir; não posso levantar-me para te atender; eu vos digo que, mesmo que não se levante para dar os pães por causa da amizade, ele se levantará por causa do incômodo e dará quantos pães o outro precisar.”.
Portando, ”Pedi, e vos será dado; buscai, e achareis; batei, e a porta vos será aberta; pois todo o que pede, recebe; quem busca, acha; e ao que bate, a porta será aberta.” (Lucas 11.9b-10).

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