14/02/18

Temos o que buscamos ter

      "Então me invocareis e ireis e orareis a mim e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis e me achareis quando me buscardes com todo o vosso coração." Jeremias 29.12-13

      "O segredo do Senhor é com aqueles que o temem e ele lhes mostrará a sua aliança." Salmos 25.14

      "Pedi e dar-se-vos-á, buscai e encontrareis, batei e abrir-se-vos-á." Mateus 7.7

      Os que querem entender a Bíblia intelectualmente se esforçam para isso. Estudam teologia, comparam versões do cânone bíblico, leem comentaristas diferentes, se aprofundam em história da antiguidade, de Israel e da igreja primitiva, assim como em geografia do oriente médio, da Palestina, do mundo antigo.
     Da mesma maneira os que querem saber os mistérios de Deus com uma interação diretamente espiritual. Esses buscam com todo o coração os dons espirituais, o de línguas estranhas, e tradução de línguas, de profecia, de visão, de revelação, de discernimento de espíritos. 
      Aqui não estou colocando uma maneira como melhor ou mais agradável a Deus que outra, Deus fala com seus filhos tanto intelectualmente quanto espiritualmente, ninguém se engane com relação a isso. Se buscarmos com sinceridade, trabalho e fé, Deus se revelará de maneira especial e espetacular.

13/02/18

O tempo de Deus

      "O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia, mas é longânime para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se." II Pedro 3.9

      Se prestarmos atenção no texto acima veremos que ele fala de duas coisas diferentes, nos ensina sobre duas atitudes opostas de Deus. Primeiro ele diz que Deus não se atrasa, assim, aqueles que estão aguardando na fidelidade, na obediência, uma resposta de Deus, podem ficar seguros que Deus responderá a tempo.
      Segundo ele diz que Deus não quer que ninguém se perca, assim, para aqueles que estão em caminhos errados, Deus atrasa seu juízo esperando que esses se arrependam e se acertem. Então, Deus adianta a bênção e atrasa o julgamento? Sim, aos olhos humanos parece assim, mas dentro do plano universal de Deus, ele faz tudo no tempo certo.
      Mas agora falo um mistério, para aqueles que aliançados com alguém, seja em ministério, na área profissional ou mesmo no casamento, aguardam uma resposta de Deus para um grupo, não só para si mesmos, mas para mais pessoas. Deus quer abençoar a todos igualmente, assim, se você está fazendo tudo certo, mas a resposta ainda não veio, tenha paciência.
      Deus espera que as outras pessoas, que participam da aliança, irmãos em Cristo, colegas de trabalho ou mesmo cônjuge, se acertem, porque não se acertaram ainda. Dessa forma, na tua paciência, aguardando mesmo por um tempo a mais, Deus está sendo misericordioso. Não sofra, nem pense que Deus se esqueceu de você, antes, participe com Deus do amor que espera para que os outros sejam abençoados também.

12/02/18

Solidão ou perdição?

      "O qual nos tirou da potestade das trevas, e nos transportou para o reino do Filho do seu amor; em quem temos a redenção pelo seu sangue, a saber, a remissão dos pecados; o qual é imagem do Deus invisível, o primogênito de toda a criação" Colossenses 1.13-15

      Solidão ou perdição? Escolha redenção. O homem, todos eles, vivem nesse antagonismo: ficar só ou perder-se na multidão? Em um estado somos aprisionados pelo medo, oprimidos por um sentimento de impotência, de autocomiseração. Em finais de semanas, feriados, festividades nacionais como natal, réveillon e carnaval, essas sensações de despertencer e vazio batem muito forte.
      Então, para não morrer em vida tantos escolhem o lado oposto, perderem-se em meio à multidão. No meio da massa não precisamos ter e sustentar identidade, temos a identidade da massa. Mas isso não é de forma alguma se achar, numa festa ou mesmo num culto, é se perder, se entregar, ser manipulado. Sem forças nas marchas, pomos em ponto morto, tiramos o pé do freio e deixamos a vida nos levar, ou melhor, a morte.
      A palavra redenção significa resgate, um resgate é um pagamento que alguém faz para, por exemplo, liberar a vida de uma pessoa de uma dívida que essa pessoa por si só não teria condições de pagar. Quando Jesus nos resgata ele nos libera de uma dívida espiritual que temos e não podemos pagar. Endividados espirituais somos eternos escravos da solidão e da perdição. Ninguém se engane, só Jesus pode nos redimir, pois só ele pôde pagar o preço da nossa libertação, só Cristo nos liberta da escravidão.
      Não tente achar proteção na solidão, nem liberdade na perdição, escolha a redenção de Cristo. Deixe o preconceito de lado e procure uma igreja evangélica ou protestante, se não se sentir bem em uma, busque outra. Não descanse até sentir a presença real e redentora do Espírito Santo em teu coração através do nome exclusivo de Jesus Cristo.

11/02/18

Extremismos e Extremistas

      Religiões ou partidos políticos extremistas, são apenas ferramentas, não se realizam em si mesmos, a não ser como ideologias teóricas. Essas ideologias precisam de homens extremistas para existirem objetivamente, e daí cometerem toda espécie de intolerância, estupidez e violência. 
      Homens extremistas o são na essência, buscam ferramentas extremistas porque não conhecem outra linguagem e serão extremistas, mesmo que eruditos, inteligentes e talentosos, em tudo. Tanto faz o lado político que escolham, direita ou esquerda, a religião ou a aversão a ela, a fé ou o ateísmo, tanto faz a bandeira, o assunto, a área.
      Convertidos, extremistas, mesmo em religião, não se tornam melhores cristãos por serem extremistas, depois que se convertem podem levar a obsessão para o evangelho. Após serem libertos dos pecados mais básicos, precisarão ainda de um tempo de amadurecimento para se livrarem do extremismo e provarem a simplicidade do evangelho genuíno.
      Extremismo só se cura com auto conhecimento e com assunção humilde da humanidade inerente a todos nós. Aceitar os próprios limites, reconhecer os próprios erros e ver-se com integridade, é interpretar os outros, o mundo a realidade exterior com lucidez e com misericórdia. 
      Tolerância começa tendo-a com nós mesmos, quem não se tolera, será intolerante com os outros. Quem não se tolera tentará se enganar, ver em si mesmo algo tolerante, alguém melhor, portanto exigirá de si mesmo mais do que pode e precisa ser. A mesma atitude intolerante terá com os outros, com a leitura de sociedade, de política, de religião, dentre outros temas, mas especialmente esses dois. 
      Grandes facínoras comunistas ou fascistas, assim como muitos, não todos, fundadores de religiões e líderes religiosos, são homens que não tiveram a humildade para se conhecerem e se aceitarem. Assim usam ideologias extremistas para compensarem um desequilíbrio pessoal. Tentam controlar o mundo, os países, as congregações, porque não conseguiram controlar a si próprios. 
      Quantos genocídios, quantas heresias, quanto terrorismo, quanta mentira, quanta vergonha não existiriam se homens se conhecessem e se aceitassem. Assim muitos seguem não só enganando, mas principalmente se deixando enganar, por políticos e pastores, principalmente, por acharem no extremismo de uma ótica egocêntrica, egoísta e mentirosa, a verdade.
      Extremismo é sempre mentiroso, farsante, transforma ladrões e homicidas em ídolos, que mesmo julgados como tais, serão vistos como mártires por outros extremistas. Por quê? Porque extremistas não aceitam que digno de obediência, de reverência, de confiança irrestrita, incondicional e eterna, só Deus. Só na luz de Deus podemos nos conhecer, nos assumir, nos perdoar e seguir equilibrados, respeitando tudo, sem necessidade de usar extremismos.
      Uma palavra final aos cristãos: muito cuidado! O meio das igrejas cristãs sempre foi fértil para criação de extremismos, mesmo que em sua grande maioria, sem violência. Sim, infelizmente o mundo atual tem sofrido principalmente com extremistas do mundo e de religião originalmente árabes, um extremismo violento, desumano e homicida.
      Uma característica fundamental do extremista é que ele tem a necessidade obsessiva de fazer discípulos, e é aí que o cristão pode confundir as coisas. No afã de obedecer a chamada missionária, pode querer convencer os outros sem sabedoria. Mas uma coisa é compartilhar algo de bom que se experimentou com aqueles que ama para que eles também tenham a boa experiência. Outra coisa é compensar uma insegurança tentando convencer os outros porque na verdade queremos é convencer a nós mesmos, que talvez não sejamos convertidos, mas convencidos (ou nem isso).
      Nós, evangélicos e protestantes, tenhamos cuidado, que em nome da posse da verdade e do serviço do Senhor do universo, que são verdades, não troquemos o Espírito Santo de amor, paz e justiça, por só mais um mero e humano extremismo. Lembro o velho e verdadeiro ditado: Jesus não precisa de advogado, mas nos dá o doce privilégio de sermos suas testemunhas. Não queiramos convencer ninguém, mesmo porque o evangelho não é um produto nosso que precisamos vender a qualquer custo. Vivamos de forma simples e autêntica e Cristo fará a obra.

10/02/18

Espírito de confusão (Post 2)

      Esta reflexão, uma das postagens mais acessadas do blog, foi postada pela primeira vez em 3 de outubro de 2012, estou postando pela 2a. vez com adendos.

    “Depois ele entrou numa casa, e novamente aglomerou-se uma multidão, de modo que não podiam nem mesmo comer. Quando seus familiares souberam disso, saíram para impedi-lo, pois diziam: Ele está fora de si. E os escribas que tinham descido de Jerusalém diziam: Ele está possuído por Belzebu. É pelo chefe dos demônios que expulsa os demônios.
Então Jesus os chamou e lhes disse por parábolas: Como pode Satanás expulsar Satanás? Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não poderá subsistir. Se uma casa estiver dividida contra si mesma, tal casa não poderá subsistir. E se Satanás se opõe a si mesmo e está dividido, não poderá subsistir; mas chegou o seu fim. Pois ninguém pode entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem que primeiro o amarre; então lhe saqueará a casa.
Em verdade vos digo: Todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, bem como todas as blasfêmias que proferirem, mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca mais terá perdão; mas será culpado de pecado eterno. Pois diziam: Ele está possuído por um espírito impuro.
Marcos 3.20-30

      Existe um tipo de espírito de confusão que é possessão demoníaca explícita, quando ocorre simula os dons genuínos do Espírito Santo. Nesse tipo de confusão, que pode atrapalhar cultos, as pessoas podem ficar confusas sobre se o dom de línguas ou de profecia, por exemplo, é ou não de Deus. Nesse caso, o demônio do possesso deve ser repreendido por servos de Deus limpos na autoridade do nome de Jesus, como se faz em qualquer possessão. Contudo, é preciso maturidade espiritual e prontidão para não ser enganado por tal espírito.
      Contudo, o espírito de confusão que vou me ater nesta reflexão, é um clima, um ambiente mais generalizado de confusão, que ocorre quando se reúnem a falta de vigilância dos cristãos com a atuação demoníaca de opressão, que sempre procura oportunidade para agir. Numa situação assim, as coisas ficam confusas, parecem não terem sentido, não terem controle, e o pior e que parece que tudo de ruim acontece de uma só vez, ao mesmo tempo. Na experiência de Jesus, veja bem o desencadeamento da confusão:

1º. Ele entrou numa casa para fazer uma refeição e as pessoas invadiram a casa, impedindo-o.
2º. Os familiares, que eram os que deveriam dar a ele algum apoio, disseram que ele estava fora de si, será que isso queria dizer que eles achavam que ele estava louco?
3º. Os escribas, que tinham se dado ao trabalho de vir de Jerusalém até aquele lugar, naquele momento, diziam que ele estava possesso pelo Diabo.

Podemos ver como a confusão que a princípio parece até algo normal, trivial, que começa num âmbito humano, até por causa de um motivo legítimo (no caso de Jesus, ele queria se alimentar), vai aumentando, se generalizando, alcançando esferas de maior relevância até que finalmente alcança seu objetivo maior: glorificar o inimigo de nossas almas negando totalmente a autoridade legítima do Cristo. Em meio a um espírito de confusão, o cristão fiel se vê sozinho, perseguido por todos, pelas pessoas em geral, pelos mais próximos, amigos e parentes, pelos poderosos e enfim pelo Diabo, essa foi a experiência de Jesus relatada na Bíblia.
Jesus desmascarou esse espírito através de uma explicação racional, lúcida, lógica: “Se um reino estiver dividido contra si mesmo, tal reino não poderá subsistir” (Marcos 3.24). A lição é que quando em meio a essa situação devemos agir, não com a emoção, mas com a razão, e uma razão baseada na palavra de Deus.
Em meio a um espírito de confusão, o que mais é desestabilizado é a nosso emocional, veja que Jesus tentava se alimentar, numa casa cheia de gente, repreendido pelos parentes, e envergonhado na frente de seus principais inimigos, os escribas, que o atacavam cruelmente. Mas ele foi à raiz do problema, para aquele que estava recebendo a honra final naquela situação, o Diabo. Ele não se confrontou com as pessoas, não começou um conflito com os poderosos, mas desmascarou Satanás.
      Se o Diabo é espírito, para desmascara-lo não é preciso escândalo, na verdade, as pessoas nem precisam ficar sabendo. Uma atitude sábia é se retirar, buscar alguma privacidade, mesmo que seja num banheiro, e verbalizar uma oração em voz alta, não necessariamente aos berros. Repreenda os demônios não só em pensamento, mas em voz audível, para que eles ouçam, mas repito, para que eles ouçam, não as pessoas. 
      Uma oração simples e convicta repreenderá  os espíritos malignos, estabilizará o emocional daquele que ora para que tenha forças para enfrentar o ambiente social e humano confuso. Se tiver que responder às pessoas, fale pouco, não tente convencê-las e nem compre suas construções fantasiosas. Não argumente com a confusão, fique em paz e confie em Deus.
Contudo, no final do texto, Jesus faz uma exortação importante, na verdade uma aparente exceção a toda a regra do Evangelho que diz que o perdão está acessível a todas as pessoas através de seu nome: “Em verdade vos digo: Todos os pecados serão perdoados aos filhos dos homens, bem como todas as blasfêmias que proferirem, mas quem blasfemar contra o Espírito Santo nunca mais terá perdão; mas será culpado de pecado eterno. Pois diziam: Ele está possuído por um espírito impuro.” (Marcos 3.28-30).
Aquele que pecar contra o Espírito Santo, aquele que disser que é do Diabo algo que é de Deus, esse nunca terá perdão. Isso deixa bem claro que só existe salvação por meio de Jesus, salvação completa e eterna, e que se isso for negado, nenhuma salvação é possível. Tudo o que nega essa salvação, é blasfêmia contra o Espírito Santo. Quantas religiões, filosofias e princípios não oferecem ao homem outras maneiras de evolução e de purificação que não através do nome de Jesus? Pois bem, tudo isso é blasfêmia imperdoável.
Mas acredito que a maior das blasfêmias é dizer que Deus é o culpado pelos sofrimentos da humanidade, é dizer que Deus é injusto, que Ele não existe ou que se faz de indiferente diante de toda a dor e injustiça que os homens sofrem. A pior blasfêmia é jogar em Deus uma culpa que é nossa.
Concluindo, para se livrar do espírito de confusão, a primeira coisa é agir com calma, não se deixar levar pela confusão, agir racionalmente através da palavra de Deus. A segunda coisa é confiar no poder do nome de Jesus, para perdoar e transformar a natureza humana, assim como para calar, expulsar e destruir a atuação do Diabo.
É importante discernir a presença do espírito de confusão rapidamente, porque quando ele ocorre podemos ficar entorpecidos por ele, sem saber o que está acontecendo, presos numa rede emocional e espiritual por tempo demais. É preciso identificá-lo, tão depressa quanto possível, e então destruí-lo, pela palavra de Deus, através do nome de Jesus em uma disposição emocional lúcida e objetiva.


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Adendos

      Esta reflexão foi postada originalmente em 3 de outubro de 2012, é uma das postagens mais acessadas do blog. Talvez porque trate de dois assuntos muito sérios: espírito de confusão e pecado sem perdão ou o pecado contra o Espírito Santo. Gostaria, inicialmente, de fazer uma complementação ao assunto pecado sem perdão.
      Em primeiro lugar é preciso aceitar que isso está na Bíblia e foi dito por Jesus, não é invenção ou elucubração do dono do blog. Em segundo lugar, como sempre devemos fazer com a interpretação do cânone bíblico, estejamos abertos às aparentes exceções, mas prontos a buscar e aceitar a coerência e a coesão das doutrinas baseadas na Bíblia. Se um texto em particular parecer ir para um caminho diferente em termos de doutrina, daquele que vai a maioria, senão todos os outros textos, é preciso cuidado e sabedoria. 
      Com relação a perdão, a doutrina do evangelho nos ensina que todo pecado pode ser perdoado no nome de Jesus, enquanto estivermos vivos. A doutrina consensada pelos cristãos evangélicos e protestante, e aqui não incluímos católicos e ortodoxos, é que depois de mortos não temos oportunidade de redenção e perdão, assim não existe reencarnação, como é inútil interceder pelos mortos.
      Então, como entender as palavras de Cristo sobre pecado contra o Espírito Santo? Em oração, respeitando cada caso e sempre pedindo discernimento a Deus. Mas eu entendo que pecado sem perdão é algo que é feito de forma definitiva, sem arrependimento, é negar-se ouvir e obedecer uma orientação direta de Deus. Se Jesus disse isso em relação aos que o acusavam, é porque sabia que eles não voltariam mais atrás de seus posicionamentos hereges e maus. Jesus sabia que eles tinham pecado contra o Espírito Santo.
      É importante que entendamos também que Jesus precisava deixar bem claro para os apóstolos e discípulos, que ele cumpriria a obra de salvação, morreria, ressuscitaria e subiria ao céu espiritual, mas mandaria o Espírito Santo que teria a mesma sabedoria e autoridade que ele para ensinar as coisas concernentes ao Reino de Deus. Quem ouve a voz do Espírito Santo, e não de homens ou de religiões, é salvo, quem não ouvi, já está condenado.

      Para finalizar, para agir com responsabilidade, preciso também fazer uma complementação ao assunto espírito de confusão. Os seres humanos podem experimentar uma situação que também pode gerar um sentimento de se estar perdido, confuso, impotente, situação que pode estar ligada a enfermidades psiquiátricas. Depressão e outros transtornos emocionais podem nos levar a ter dificuldades para conviver com a realidade e com a sociedade.
      Bem, se a doença psicológica é causa ou consequência de ações espirituais do mal ou de falta de sabedoria do ser humano para enfrentar seus limites e viver com equilíbrio, o que eu posso dizer é que é um pouco de tudo. Mas se nós, cristãos sinceros, e mesmo pastores e líderes que servem a Deus com esforço, estivermos doentes, o melhor é parar e descansar, procurando obviamente ajuda de bom profissional da área médica, primeiro um psiquiatra depois um psicólogo, nessa ordem. Cristão mentalmente doente tentando estabelecer guerras espirituais só verá sua doença piorar. 
      Tenhamos humildade, procuremos ajuda e descansemos em Deus, colocar no Diabo a culpa por uma enfermidade nossa, principalmente na área psicológica, é dar vitória ao Diabo. Assim, se a confusão estiver grande demais e descontrolada, o problema pode não estar nas pessoas, no ambiente, na igreja ou mesmo no Diabo, mas em nossas cabeças. Essas cabeças poderão, nesse caso, serem restabelecidas muito mais com descanso, medicação e terapia, que com expulsão de espíritos malignos.
      Espírito de confusão não é exclusividade do meio pentecostal, mais avivado ou que busca e usa dons espirituais. Infelizmente, a depressão que tem sido um mal do nosso tempo, tem aprisionado muitos cristãos, principalmente pastores e reverendos de igrejas tradicionais como batistas e presbiterianas. Enquanto o erro na busca de uma interação só emocional com Deus tem alienado e infantilizado pentecostais, o erro de uma interação só intelectual, esfriando o Espírito Santo, tem levado tradicionais à depressão.
      Equilíbrio é sempre a melhor escolha para nos livrar de todo tipo de confusão e pecado contra o Espírito Santo.

José Osório de Souza, 2/02/2018

09/02/18

Carnaval: nenhum bem tem

      Desculpe-me se você pensa diferente, se já tem opinião oposta formada, se acha que demonizar o carnaval é extremismo, nem perca tempo com este texto. Eu estou convicto que o carnaval nenhum bem tem, por quê? Porque em primeiro lugar é uma mentira divulgada pela mídia, principalmente pela Rede Globo, obviamente para ter lucros financeiros e manipular o povo. Nem caiam no engodo dessa campanha que estão fazendo neste ano, que diz que tem que haver respeito com o não das mulheres, senão é assédio e estupro. Eles só estão tentando dar alguma legitimidade para a promiscuidade, administra-la.
      Em momento algum é "dado nomes aos bois", pecado é chamado pelo nome ou é instado a ser deixado, a realidade do carnaval é outra. Prova disso é que campanha de uso de preservativo é feita nessa época, não para que sexo casual não seja feito, mas para que seja feito com toda a liberalidade, porém com proteção. Proteção pra quê? Para o corpo, não para a alma e o espírito. Carnaval não é alegria, não é festa familiar, não é sob nenhuma circunstância do bem. A ideia é liberdade para prazeres carnais, para ser bem objetivo, sexo, álcool e drogas, e nem venham argumentar que gera emprego, crime, guerra e prostituição também geram emprego.
      É de conhecimento geral que as escolas de samba do Rio de Janeiro têm ligação com jogos ilícitos e tráfico de drogas, mas não é só lá. Em outros lugares do Brasil essa falsa festa tem ligação promíscua com o crime. Carnaval só envergonha o Brasil para o resto do mundo que liga o povo brasileiro com falta de decoro e depravação. O turismo de sexo infantil é altamente divulgado nesse período, doentes e criminosos principalmente da Europa e EUA vêm ao Brasil violentar nossas crianças.
      O que fazer? Comece não dando qualquer espécie de apoio ao carnaval. Não vá às ruas, muito menos a clubes, mas principalmente, não assista a TV Globo e Rede Bandeirantes, emissoras que mais promovem esse evento, nesses quatro dias, aliás, o melhor seria evitar a Globo o ano inteiro. Guarde seus olhos e seus ouvidos, então, sua mente e seu coração, estarão mais protegidos. Gostaria mesmo de fazer a você um desafio: não assista esses canais de forma alguma, entre 6a. feira à noite e a próxima 4a. feira à tarde, nem zapeie pela Globo e Bandeirantes. Será que você consegue, cinco dias num ano sem TV Globo?
      Você já pensou em por que as redes de televisão investem tanto em carnaval, por que colocam tantos repórteres nas transmissões, transmitem eventos carnavalescos quase que 24 horas por dia no período? Quem gosta de carnaval com certeza não fica em casa assistindo, principalmente à noite e na madrugada. Esses saem e participam incansavelmente de blocos e clubes. O carnaval na TV é para "converter" os que não gostam de carnaval, que ficam em casa. Falando de maneira bem clara, a ótica principalmente erótica da carnaval, é apresentada como uma genuína tentação do mal. O carnaval na TV é pra pegar os crentes, que muitas vezes na privacidade do lar são seduzidos por essa "festa da carne" * .
      Eu sou um cristão bem aberto, talvez, liberal demais para alguns, mas minha liberdade passo pelo crivo do Espírito Santo. Não sou falso moralista, nem hipócrita, contudo, carnaval, definitivamente, não tem nada de bom. Mesmo pra quem quer beber algo, sociabilizar e ouvir música secular, ambiente de carnaval não é recomendado. Você pode ouvir uma música melhor, num ambiente mais confortável, onde se pode ouvir o que as pessoas têm a dizer, sem o som ensurdecedor e hipnótico do carnaval atual, que se já não era muito bom no passado, hoje é absolutamente horroroso.
      Algumas igrejas tinham, nem sei se ainda têm, o costume de fazer um bloco ou trio elétrico cristão. Saíam nesse período pelas ruas, cantando música gospel, tentando fazer evangelismo. Eu, pessoalmente, acho essa atitude sem sabedoria, lícita? Mas inconveniente, quem quer ser evangelizado estando no frenesi da adrenalina carnavalesca? Infelizmente e realisticamente, ninguém. As terríveis consequências de escolhas feitas num período onde os demônios têm total legalidade para agir, serão colhidas depois. O ideal são os retiros, e nem precisa ser os explicitamente religiosos, mas ir pra zona rural e buscar descanso no campo. Fuja do carnaval, meu querido e minha querida!
      Outra coisa triste, que precisa ser dita, é que oficialmente a igreja católica não se posiciona contra essa festividade do capeta. Sim, muitos jovens e casais católicos também participam de retiros, nesse período, graças a Deus. Mas uma denominação cristã poderosa como a Igreja Católica podia usar sua influência para desconstruir essa terrível tradição do povo brasileiro. Aliás, essa concessão à carne e ao mal, é só mais uma das barganhas que a igreja romana faz com a carne e com o inimigo, com o objetivo de agradar o mundo e não perder fiéis. O cristianismo verdadeiro não faz trocas com o diabo, sob hipótese alguma.
      Agora, pra finalizar, uma orientação de sabedoria aos cristãos genuínos, convertidos, novos nascidos por Cristo e que buscam viver em todo o tempo com as lâmpadas cheias do óleo santo: não fiquem de bobeira nesse período, nem em cima do muro. Se nossa vigilância urge em todo o tempo, muito mais no carnaval quando um grande número de pessoas estão por aí alcoolizadas, drogadas, sensualizadas. Cuidado com o trânsito, cuidado com o mundo, cuidado com os espíritos malignos, estejamos em oração e não entremos na mentira da mídia, não é um período de vida, mas pra muitos, de morte, tenhamos muito cuidado. Todavia, não sejamos extremistas estúpidos, ainda assim, com tudo que foi dito nesta reflexão, respeitemos quem escolhe ver relevância no carnaval.

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*Origens do Carnaval

      Ele é uma herança de várias comemorações realizadas na Antiguidade por povos como os egípcios, hebreus, gregos e romanos. Esses festejos pagãos serviam para celebrar grandes colheitas e principalmente louvar divindades. É provável que as mais importantes festas ancestrais do Carnaval tenham sido as “saturnais”, realizadas na Roma antiga em exaltação a Saturno, deus da agricultura. Na época dessa celebração, as escolas fechavam, os escravos eram soltos e os romanos dançavam pelas ruas. Havia até mesmo uma espécie de “bisavô” dos atuais carros alegóricos. Eles levavam homens e mulheres nus e eram chamados de carrum navalis, algo como “carro naval”, pois tinham formato semelhante a navios. Alguns pesquisadores enxergam aí a origem da palavra “carnaval”. A maior parte dos especialistas, porém, acha que o termo vem de outra expressão latina: carnem levare, que significa “retirar ou ficar livre da carne”.
      Isso porque, já na Idade Média, essas velhas festividades pagãs foram incorporadas pela Igreja Católica, passando a marcar os últimos dias de “liberdade” antes das restrições impostas pela quaresma. Nesse período de penitência para os cristãos (durante os 40 dias antes da Páscoa), o consumo de carne era proibido. A variação da data do Carnaval no calendário se deve justamente à ligação direta com a Páscoa – que, no Hemisfério Sul, sempre acontece no primeiro domingo após a primeira Lua Cheia do outono. Determinada a data do feriado cristão, basta retroceder 46 dias no calendário (40 da Quaresma mais seis da Semana Santa) para se chegar à Quarta-Feira de Cinzas. A comemoração do Carnaval adquiriu diferentes formas nos países católicos que mantiveram a celebração. No Brasil, foi grande a influência do “entrudo”, uma folia feita em Portugal, onde eram comuns as brincadeiras com água.

08/02/18

Meteoro ou Sol?

      A vida é mercado de portas abertas com boas ofertas para consumirmos à vontade quando quisermos? Se acreditarmos e trabalharmos, tudo é possível? Oportunidades aparecerão e nossos sonhos se realizarão? Sinceramente? Penso que não. Algumas oportunidades, as melhores, aquelas que mostrarão ao maior número de pessoas o nosso melhor, acontecem uma, no máximo duas vezes na vida. Se por uma coincidência cósmica, uma providência divina, uma sorte, estivermos atentos e formos diligentes, seremos estrelas brilhantes sobre a terra. Contudo, a maior parte de nós é meteoro, não percebe o sincronismo, perde a chance, brilha fugazmente depois passa o resto da vida na mediocridade, escrevendo textos de arrependimento. Mas se a vida é isso para a maioria, isso que é a vida, meteórica, não solar, assim, aceitemos a verdade com humildade e sigamos em paz.

      Desculpe pela reflexão secular que usei como introdução, entenda-a como um texto no estilo filosófico de Salomão, autor do livro de Eclesiastes. Mas se a achou negativa demais, amarga demais, segue um consolo do Espírito Santo no Salmo 37.5: "Entrega o teu caminho ao Senhor; confia nele, e ele o fará.".
      Sim, Deus recebe a nossa vida e toma conta dela da melhor maneira possível para que nós não nos percamos com algo que não poderíamos administrar. Assim, longe de Deus, alguns chegam a ser Sol, mas pagarão um preço trágico por isso. Outros longe de Deus são meteoros por não tomarem posse do melhor que Deus tinha pra eles. 
      A conclusão é: ser Sol ou ser meteoro, não importa. Importa é seguir com Deus, contudo, a verdade é que nossa existência encarnada é meteórica, mesmo o maior e mais brilhante dos astros, será lançado na terra pela morte. Importa é o que guardamos de bom para a eternidade, lá sim, com Deus seremos luzes eternas, ou trevas eternas, sem ele.