16/07/19

Respeite a tua chamada

      “Todas as coisas me são lícitas, mas nem todas as coisas convêm. Todas as coisas me são lícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhuma.” I Coríntios 6.12

      Dentre as situações que mais me causaram indisposições sociais, em primeiro lugar, obviamente, estão aquelas em que eu claramente pequei, contra Deus, contra mim mesmo, contra as alianças que estabeleci por escolha própria, isso infelizmente são experiências comuns a todos nós. Contudo, outras situações deixaram um gosto amargo em meu coração, nessas eu errei não por cometer um pecado explícito, mas por não respeitar a minha chamada pessoal. Para entender isso é preciso entender que cada um de nós tem uma chamada específica, pessoal, em Cristo. Não é porque é certo que deve ser feito, não é porque é lícito, que convém, não é porque podemos fazer que devemos fazer, na verdade só dará certo, só servirá de fato para abençoar, aquilo que se faz debaixo da obediência direta do Senhor. 
      Sobre algumas coisas podemos ter muito conhecimento, até certa vivência, e ainda assim não sermos chamados por Deus para compartilha-las com os outros, são experiências que o Senhor nos permitiu vivenciar somente para o nosso crescimento individual. Na prática ocorre o seguinte, podemos conhecer profundamente um assunto, mesmo praticá-lo, mas se não tivermos respeito pelas pessoas para ensiná-lo, é melhor guarda-lo só para nós mesmos. Muitos pecam por acharem que saber lhes dá legitimidade para ensinar, assim ao invés de abençoarem as pessoas acabam afastando-as do objeto de ensino, elas acabam pegando certo “nojo”, digamos assim, de algo, porque tiveram um professor ruim. 
      O que nos leva a desrespeitar nossas chamadas pode ser a princípio o desconhecimento do que ela é de fato, muitos gostam de cantar, e tanto, que acham que por gostarem podem cantar em público para qualquer um, e em se tratando de igreja, até liderar o louvor. Sim, na privacidade da família ou de amigos próximos quase tudo é possível, mas precisamos ter noção de nossos limites, vergonha na cara, para ser mais claro, e sabermos o que de fato fazemos melhor, o que de fato é a nossa chamada. Mas assim como a ignorância pode nos levar a passar vexame, a arrogância também pode, e é ela que nos leva a cometer o engano de achar que se sabemos intelectualmente, podemos ensinar socialmente, ainda que sem cuidado. 
      Contudo, mesmo os que têm uma chamada legítima para algo podem pecar por desempenha-la no momento ou/e no lugar errado, é preciso paciência para esperar a ordem de Deus para fazer, vencendo a tentação de revelar nossos tesouros para as pessoas erradas ou no momento em que elas ainda não estão preparadas para conhecer e usufruir de nossos tesouros. Isaías 39 relata a passagem onde o profeta Isaías exorta o rei Ezequias por ter mostrado seus tesouros aos babilônios, essa revelação, talvez motivada por vaidade ou por simples irresponsabilidade imatura, mostrou a uma nação perigosa e distante que a nação dos filhos de Deus tinha riquezas a serem cobiçadas. A pressa mesmo em fazer o bem pode nos trazer o mal, sejamos sábios.

15/07/19

Respeite a chamada do pastor

      “Obedecei a vossos pastores, e sujeitai-vos a eles; porque velam por vossas almas, como aqueles que hão de dar conta delas; para que o façam com alegria e não gemendo, porque isso não vos seria útil.Hebreus 13.17

      Não somos obrigados a nada, e em se tratando da obra de Deus, dos ministérios desenvolvidos dentro das igrejas, convém que façamos somente o que Deus manda. Fazer por vaidade, por insegurança, na pressa, ainda que na melhor das intenções, acaba mais atrapalhando que ajudando, a quem? Àqueles que de fato estão fazendo sob ordem do Senhor. Dessa forma, tenhamos calma, paciência, domínio próprio, humildade para esperar em Deus, e só fazer sob ordem dele. 
      Também não julguemos mal, nem critiquemos, muitas vezes por pura inveja, quem está fazendo a obra de Deus debaixo de sua vontade no momento em que nós não estamos fazendo algo, ainda que achemos, em nossa presunção, que poderíamos fazer melhor, e isso é o mais difícil. Quem tem chamada para liderar e ensinar dentro de igreja, tem muita dificuldade para ficar parado, e muitas vezes essa situação é necessária, nos prova, nos dá crescimento, coloca nós, as pessoas e Deus nos lugares certos. 
      Contudo, respeitemos com todo coração, os pastores verdadeiros do Senhor, que perseveram no tempo, que suportam perseguições, que padecem com suas famílias muitas vezes necessidades para fazerem a obra de Deus com poder, em santidade e de verdade. Esses dificilmente podem parar, esses têm que depender de Deus plenamente para terem forças para cumprirem suas chamadas sem pausas. Se Deus cobra os que atrapalham os inocentes, muito maior cobrança terão os que agem de maneira inconveniente com os genuínos pastores de ovelhas do Senhor. 
      Nesse caso, o texto “o Senhor me guarde, de que eu estenda a mão contra o ungido do Senhor” (I Samuel 26.11), usado atualmente tantas vezes de forma equivocada por maus pastores, é orientação do Espírito Santo para os verdadeiros servos do Senhor. Muitos se esquecem que o tal ungido ao qual Davi se referiu era Saul. O texto é muito mais uma aprovação a Davi que não se apressou em punir o rei que a Saul, naquele momento já destituído da aprovação (e da unção) de Deus. No contexto bíblico quem se coloca como o ungido se põe no lugar de Saul, não de Davi, para interpretar a passagem de forma direta e histórica.

14/07/19

Um minuto de mil anos

      “Nenhum homem há que tenha domínio sobre o espírito, para o reter, nem tampouco tem ele poder sobre o dia da morteEclesiastes 8.8a

      A vida passa depressa, dura um minuto, um minuto de mil anos, sim, isso é poesia, não é teologia ou ciência, mas a vida também é poesia, tanto quanto teologia, tanto quanto ciência, a ciência é a ampulheta, a teologia, a areia e a poesia está nos olhos do observador. 
      Quem habita o corpo o vê envelhecer, as enfermidades virem e ficarem, assiste o ânimo diminuir, a dor se expandir, e o que parecia fácil e desvalorizado se tornar difícil, a alma e o espírito que habitam o corpo continuam vivas, ainda que o corpo inicie-se na morte. 
      Quando nos aproximamos do final tudo parece ter durado um minuto, mesmo que certos momentos tenham sido retidos na mente como eternos, e a mente só guarda o que o corpo sentiu intensamente, com paixão, seja no prazer ou na solidão.
      No final ainda se quer amar como nunca, criar com origininalidade, sentir o impossível, dizer o inefável, mas falta cabeça para pensar, faltam mãos para tocar, faltam pernas para andar, ainda que sobeje coração para sonhar, espírito para crer, imaginação não acaba. 
      No final a ciência não fará diferença, e mesmo a teologia terá suas muralhas derrubadas, no final não haverá limites para o que está mais do que nunca limitado, e essa é a grande agonia do fim, no final só haverá poesia.
      Se o jovem arroga construir poesia, só o velho pode vivência-la de fato, se o jovem deseja a morte, só o velho a merece de fato, ainda que lute para não aceitá-la, se o jovem sente-se eterno por estar próximo da eternidade antes de antes de seu nascimento, só o velho, distante dela, conhece-a de fato. 
      O velho experimentou a fé inexplicável, e testemunhou a ciência falhar quando ele mais precisou dela, o velho entendeu que religião não é desculpa ou fuga dos ignorantes, mas o único poço que alimenta aquilo que nunca vai morrer.
      Contudo, no final se conhece a maior virtude de Deus, a poesia, o criador faz tudo com arte, se fosse só com ciência o universo seria funcional, não belo, no ultimo segundo dos mil anos se terá a chance de se ter lucidez para entender que se vive só para rimar dois versos, eu e Deus. 

13/07/19

Pecados e pecados

      “A soberba precede a ruína, e a altivez do espírito precede a queda. Melhor é ser humilde de espírito com os mansos, do que repartir o despojo com os soberbos.” Provérbios 16.18-19

      Já compartilhei este assunto aqui antes, mais de uma vez, mas preciso fazê-lo outra vez. Pecado é sempre pecado, nos afasta de Deus e do melhor de nós mesmos, tanto para com as pessoas quanto para conosco, contudo, as causas dos pecados são diferentes. Alguns pecados que cometemos vêm das tentações diárias e comuns a todos os seres humanos, nossa área sexual é bastante tentada, e assim será enquanto estivermos vivos e fisicamente sadios, não se equivoque, ser tentado sexualmente, sendo levados a desejar o que não é nosso, ou pelo menos não é nosso naquele momento, tem um lado bom, mostra que estamos vivos. Os demônios que junto de nossas próprias concupiscências nos tentam, não podem realizar os desejos carnais e eles invejam isso dos homens. Outros pecados nascem de traumas, rancores, inseguranças e vícios, físicos e emocionais, ainda não curados. Contudo, existem aqueles que vem de algo denominado pelo apóstolo-teólogo Paulo como espinho na carne, é esse tipo de fraqueza que desejo relembrar aqui nesta reflexão.
      O “espinho na carne”, e eu nem vou citar o texto de II Coríntios 12 de novo, se puder, releia-o, bem, o “espinho” não é o pecado em si, mas uma disposição para o pecado, e uma disposição que se for de fato como o “espinho” de Paulo não tem cura, teremos que conviver com ela, para o nosso bem, enquanto estivermos neste mundo. Sim, para o nosso bem, porque “espinho na carne” é um sistema de alarme que toca quando nosso ego se inflama e deixamos de andar humildemente próximos de Deus. É importante discernirmos pecado de maneira geral de pecado efeito do “espinho”. Se estarmos em determinados lugares, com determinadas pessoas, fazendo determinadas coisas, nos colocam em posição de tentação, confrontam nossas maiores fraquezas, é adequado evitarmos certos lugares, certas pessoas e certas coisas, simples assim. Contudo, se for “espinho na carne” só isso não bastará, vencer o tipo de pecado que somos tentados pelo “espinho” não tem a ver com o que fazemos, mas com o que somos, não tem a ver com o corpo e a alma, mas com o espírito. 
      Paulo orou especificamente três vezes, ele é claro sobre isso no texto bíblico e existe aí uma grande lição, orou e recebeu de Deus a resposta objetiva que ele não seria curado ou livrado desse “espinho”, ele teria que conviver com ele e ponto. Mas o “espinho” não dói o tempo todo, ele se mostra como um alarme, tocaria sempre que Paulo quisesse se achar superior ou melhor que os outros pela intimidade que ele tinha com o Senhor. (Veja que Paulo não foi tentado a se gabar de riquezas ou proezas da carne, valores falsos, mas de uma experiência maravilhosa e puramente espiritual). Assim, muitas vezes, se enfrentamos algumas fraquezas e vemos que mesmo orando, jejuando, vigiando, nos guardando, continuamos fraquejando e pecando, não conseguindo nos livrar de uma ira, de uma mágoa, de um incômodo com algumas pessoas, é porque a solução não é deixar o pecado em si. É necessário que entendamos que o “espinho na carne” está soando o alarme e que precisamos urgentemente voltar a Deus em humildade, aprumarmos nossa fé, e aceitarmos que nada somos sem o Senhor e sua misericórdia. Como sempre na vida espiritual, humildade e mansidão são as soluções, mas em se tratando de “espinho na carne”, é preciso que tenhamos ainda mais humildade e mansidão.
      Pessoalmente já entendi que quando devo ter mais humildade e mansidão é quando preciso aceitar minha total impotência diante de uma situação, de uma relação social, que eu definitivamente não posso mudar, não posso consertar, não posso melhorar, principalmente se o que me colocou nessa situação diante de alguém foi eu mesmo. Quando é o outro podemos usar a desculpa que o problema é insolúvel porque o outro não quer resolver, e infelizmente muitas pessoas fazem isso, colocam a culpa nos outros, assim é mais fácil de viver, ainda que baseando-se numa mentira. Mas quando sabemos que o erro foi nosso, se tivermos alguma lucidez sofreremos com isso, mais difícil de perdoar os outros e perdoarmos a nós mesmos, por quê? Porque isso é algo que ninguém vê, é algo que fica entre nós e Deus, é uma virtude que não pode ser exposta, que não agrada à nossa vaidade. Acertar uma situação só no espírito, tendo só o Espírito Santo de Deus como testemunha, e poder depois seguir em paz, indiferente do que os homens pensam, homens que poderão continuar nos tratando mal por causa de um erro que nós mesmos cometemos, bem, só aceitando o “espinho na carne” com muita humildade e mansidão, esperando em Deus um milagre de reconciliação. 

12/07/19

Vingança: retire-a de tua agenda

      “Abençoai aos que vos perseguem, abençoai, e não amaldiçoeis.” Romanos 12.14

      Todos nós desejamos, em algum momento de nossas vidas, sermos vingados, principalmente quando alguém age com muita injustiça para conosco, nos maltrando de maneira desproporcional, nos dando um mal que nós absolutamente não merecemos, não se dando ao trabalho de conversar conosco, de nos conhecer melhor, de nos dar uma chance, mas nos julgando mal e deixando em nós feridas difíceis de serem curadas. Mas o evangelho nos ensina de maneira clara que não devemos nos vingar, e mais que isso, que não devemos desejar vingança, mesmo que ela pareça justa, o evangelho nos ensina que o desejo de toda reação ao mal devemos entregar nas mãos de Deus para que ele aja da maneira que lhe aprouver. E Deus, o Deus da nova aliança, do novo testamento, que revelou sua vontade maior, melhor e eterna por Jesus, ele se vinga? Não, Deus não se vinga. 
      Alguns podem dizer, “mas na Bíblia existem muitos textos falando sobre Deus se vingar, mostrando homens de Deus pedindo vingança sobre seus inimigos”, bem, esse é só mais um motivo para que leiamos, entendamos e pratiquemos a Bíblia sob a ótica do Espírito Santo do novo testamento, e não pela visão que os escritores do antigo testamento tinham. Infelizmente, interpretando a Bíblia erradamente, muitos têm praticado um cristianismo no mínimo imaturo, e na pior das situações, herege. Repetindo o que tantas vezes já foi dito aqui no “Como o ar que respiro”, a Bíblia deve ser obedecida à luz do Espírito Santo do novo testamento, respeitando o contexto histórico, nunca ao pé da letra e muito menos sob a interpretação dos costumes do velho testamento.
      Se o homem não deve alimentar a vingança antes extingui-la totalmente, para o bem não do que fez o mal, mas do que o sofreu, e se Deus não se vinga, já que isso não faz parte da essência do altíssimo, existe alguém que se vinga sempre, proporcionalmente, no tempo certo, quem? A vida, ou o universo como dizem muitos, e ela faz isso debaixo de leis universais, imutáveis e que valem para todos, leis criadas por Deus. O bom cristão sabe disso, mas ainda assim não vive pensando ou querendo isso, contudo, sente, não alegria, mas temor de Deus quando vê a justiça sendo feita e o homem mal e irresponsável receber por aquilo que ele mesmo plantou. É triste, mas já testemunhei muitas vezes o “mundo dar voltas” e principalmente gente que zombou de cristão, ainda que naquele momento o cristão estivesse errado e debaixo de disciplina do Senhor, colhendo fruto amargo por ter feito um filho de Deus sofrer. Console-se em Deus, cada lágrima que você derramou Deus viu, a justiça será feita, mas perdoe e não pense em vingança, para o seu bem. 

11/07/19

Viver o cristianismo, mas para quem?

      Penso que a grande maioria de nós passa muito tempo da vida querendo ser bom cristão, querendo praticar um cristianismo de qualidade, contudo, para as pessoas erradas. Bem, na verdade qualquer pessoa, incluindo nós mesmos, é errada, para ser nosso objetivo e motivo para ser um ser humano melhor, por várias razões. Em primeiro lugar porque a maioria das pessoas está ocupada com ela mesma, não com os outros, não nos iludamos, na verdade poucos dão a nós alguma importância e mesmo esses não nos conhecem com profundidade. Em segundo lugar porque ninguém é justo nem conhece de verdade a sinceridade dos outros, muitos nos julgarão para sempre por erros que cometemos no passados, mesmo que nos aceitem sempre nos julgarão para pior.
      A verdade é que devemos querer ser bons para Deus e para mais ninguém, só Deus pode nos mostrar o que é ser bom, como ser bom e finalmente nos recompensar de maneira misericordiosa pelo nosso esforço de ser bom. Isso parece fácil de escrever, mesmo de entender e de concordar, mas é muito difícil de se praticar, principalmente à medida que vivemos e somos confrontados com tanta falsidade, crueldade, falta de generosidade e distância humanas. Isso depende de uma vida realmente de fé, de crer no invisível, de esperar pela eternidade, de confiar em valores interiores, que os homens não veem, só Deus. 
      Toda essa realidade humana nos cansa, nos desanima, mas também nos revela mesmo de forma dura e dolorida que só Deus merece o nosso melhor, o nosso foco, a nossa sinceridade, a nossa boa vontade de realmente praticar um cristianismo de qualidade. Não para que os homens vejam, aprovem e nos honrem, não para que isso faça qualquer diferença para os outros, mas simplesmente para agradar a Deus, o altíssimo, o eterno, onisciente, onipresente e onipotente. Se não entendermos e vivermos isso de fato em um determinado momento de nossas existências aqui neste mundo, nunca viveremos um cristianismo genuíno, mas só seremos farsantes, interpretando papéis para uma plateia vazia e que não quer nos aplaudir, não com sinceridade, mas só nos escravizar. 
      Vivamos para Deus, em Deus e por Deus, só isso vale a pena e nos conduz em vitória e em esperança, motivados até o fim para sermos seres humanos melhores. Quem vive para Deus não desiste de ser cristão porque os irmãos não o amam como ele precisa, porque o pastor não o valoriza como ele quer, porque a igreja não é pura e verdadeira como o evangelho orienta que deve ser. Quem vive para Deus não desiste de ser um bom cristão no mundo, mas também dentro das igrejas, mas se importa somente com o que o Senhor pensa, quer, é e faz para ele. Não posso encerrar essa reflexão sem citar Hebreus 12.2-3:

      “Olhando para Jesus, autor e consumador da fé, o qual, pelo gozo que lhe estava proposto, suportou a cruz, desprezando a afronta, e assentou-se à destra do trono de Deus. Considerai, pois, aquele que suportou tais contradições dos pecadores contra si mesmo, para que não enfraqueçais, desfalecendo em vossos ânimos.

10/07/19

A eterna renovação da vida

      “Mas quando apareceu a benignidade e amor de Deus, nosso Salvador, para com os homens, Não pelas obras de justiça que houvéssemos feito, mas segundo a sua misericórdia, nos salvou pela lavagem da regeneração e da renovação do Espírito Santo, Que abundantemente ele derramou sobre nós por Jesus Cristo nosso Salvador; Para que, sendo justificados pela sua graça, sejamos feitos herdeiros segundo a esperança da vida eterna.Tito 3.4-7

      Diz-se que a morte é feminina (é mulher, para os esotéricos) porque ao mesmo tempo que ela dá a luz à vida física ela enclausura a matéria no corpo e o corpo está fadado à morte a partir do momento em que nasce. Assim, como também se diz, a morte é a única certeza da vida, contudo, o espírito que habita o corpo não é um espírito de morte, mas de vida, já que ele é eterno, por isso sempre há espetanca, sempre há uma deliciosa expectativa de usufruir a vida à luz do dia. O nascer do sol a cada manhã entrega essa benção ao ser humano, lhe oferece uma nova chance, uma outra oportunidade, para ser feliz, renovando as forças e revivicando as motivações. 
      Veja que até aqui não falei dos novos nascidos em Cristo, que são selados com o eterno Espírito Santo de vida de Deus, o espírito humano original já é um sopro de vida do altíssimo, mesmo que ainda não restaurado pela obra de salvação messiânica, esse já confere ao homem esperança e renovação, se não fosse assim a humanidade não teria resistido à primeira geração de seres humanos separados de Deus pelo pecado. Sim, sem Cristo sempre há morte porque ainda que o corpo se renove o espírito está morto, mas a misericórdia de Deus entrega oportunidades para viver um novo e melhor dia a todos. 
      Em Jesus nossa renovação é verdadeira e certa, porque não se baseia em paixões ou mentiras, nem só nas coisas do plano material, mas no pai eterno dos espíritos e naquilo que há de melhor e mais alto não só para uma vida, mas para a eternidade. Glórias a Deus que nos renova todos os dias, ainda que os anos passsem, que nossos corpos envelheçam, que o homem seja mal, falso e injusto, e o diabo mentiroso, astuto e enganador. Glórias a Deus que nos permite viver numa eterna renovação de vida.