14/09/19

Dogma - discuta o indiscutível

      “O meu mandamento é este: Que vos ameis uns aos outros, assim como eu vos amei. Ninguém tem maior amor do que este, de dar alguém a sua vida pelos seus amigos. Vós sereis meus amigos, se fizerdes o que eu vos mando. Já vos não chamarei servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai vos tenho feito conhecer. Não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça; a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda.” João 15.12-16


dogma [substantivo masculino]

1. Teologia - ponto fundamental de uma doutrina religiosa, apresentado como certo e indiscutível. "d. da santíssima trindade"

2. Por extensão - qualquer doutrina (filosófica, política etc.) de caráter indiscutível.


      Sou uma pessoa por princípio anti-dogma, e isso não tem a ver com religião, com minha religião, com o cristianismo, esses, aliás, grosso modo são bem apegados a dogmas. Por quê? Simples, não creio que nada seja indiscutível, que, principalmente em se tratando do cristianismo, tudo tem que ser aceitado como correto e pronto. Não, eu creio num Deus verdadeiro que revela verdades inexoráveis, contudo, e esse é o motivo porque eu não aceito nada como dogma, o ser humano não entende as coisas assim facilmente. Sim, com o universo espiritual nos relacionamos pela fé, isso é imprescindível, isso é o início, mas o conhecimento continua e é aí que Deus chama amigos para uma conversa mais íntima. Os amigos desejam um aprofundamento no conhecimento do divino e podem, muitas coisas, saberem mais que os que simplesmente aceitam coisas como dogmas. 

      Quando pomos certas coisas como discutíveis não duvidamos de Deus, mas dos homens, e principalmente de nós mesmos, que temos uma tendência preguiçosa ao dogma, a aceitar as coisas sem discutir só porque é mais fácil. Não é a verdade de Deus que é discutível, mas aquilo que o ser humano entende, pelo menos a princípio, como sendo a verdade de Deus. Mas podem argumentar, principalmente no meio católico regido por dogmas, que aquilo que é definido como dogma já foi muito discutido, pensado, refletido, para que se chegasse à conclusão que é um dogma, e isso por gente muita mais entendida de Bíblia, cristianismo e teologia que os leigos. Sim, e por isso mesmo que ainda assim algo não deve ser aceito como dogma e deve ser discutido, não com homens, mas entre nós e o Espírito Santo. 

      Muitos não estão preparados para o assunto levantado nesta reflexão, na verdade poucos, ainda que na prática muitos não sigam radicalmente dogmas. Não seguem mas acham que eles são verdades indiscutíveis e se remoem em remorsos por não poderem praticá-los. Quem estabelece dogmas o faz com intenções ruins, isso é fato, o dogma não é um abrigo, uma proteção, mas uma cela, uma prisão, os carcereiros são os líderes que estabeleceram os dogmas, e deixando bem claro, isso nada tem a ver com a pessoa de Deus. Discutir um dogma, repito, não é discutir com Deus, mas com aquilo que homens disseram sobre religião e Deus, é assumir que nenhum homem, por maior que seja sua posição hierárquica numa igreja ou conhecimento teológico, é dono da verdade, ainda que seja um dogma estabelecido há séculos.

      Se você é novo convertido converse com seu pastor a respeito, peça dele orientação, compartilhe tuas dúvidas e confie em sua liderança. Estou sendo antagônico em relação ao que estou refletindo aqui? Não, mas até que alguém cresça no evangelho a ponto de andar com as próprias pernas e comer carne e não mais só beber leite (espiritual), deve-se confiar no líder. Se o líder estiver conduzindo de alguma maneira o neófilo equivocadamente, a responsabilidade será do líder, não minha ou de qualquer um que ensine, seja em púlpitos físicos ou virtuais, algo que leve alguém a se perder. Longe de mim confundir um dos pequeninos que se aproximam de Jesus buscando vida, perdão e cura. Contudo, se você já tem um tempo de caminhada com o Senhor considere este texto discuntindo-o tanto quanto esse mesmo texto diz que  todos os dogmas devem ser discutidos.


      Não encontro texto mais claro relacionado a esta reflexão, que nos oriente a discutir dogmas com Deus, que o de João 15 (texto inicial), na verdade discutir dogmas era o que Jesus fazia com os apóstolos, os homens mais próximos de Cristo, seus amigos mais íntimos. Se com as multidões e muitos discípulos Jesus encarnado falava através de parábolas, de simbologias (Mateus 13.10-17), com os amigos Cristo falava às claras, decifrava as profecias, e duvidava dos dogmas dos religiosos judeus da época. Duvidava porque muitos princípios ensinados como verdades absolutas eram superficiais ou apenas legalismos externos para manipular os leigos e empoderar líderes. Dogma é coisa de homem, assim nunca terá a eficiência ou profundidade de um genuíno ensinamento de Deus. Seguem alguns exemplos sobre a superficialidade e o legalismo dos dogmas.

      Superficiais: adultério, por exemplo, que para a lei era o ato em si, para o evangelho não era só ter relacionamento sexual com alguém que tivesse aliança de casamento com outra pessoa, ou ter esse relacionamento tendo aliança com outra pessoa, o simples fato de se desejar e consumar o ato no coração, na mente, já é adultério. Eu disse consumar porque muitas vezes não podemos escapar do primeiro pensamento, mas podemos fugir do segundo que na insistência consuma o ato ainda que seja só em pensamentos e sentimentos (Mateus 5.28). Legalismos: a lei dizia que não se devia trabalhar aos sábados, contudo, para o evangelho isso não poderia ser motivo para não se ajudar um necessitado nesse dia. O amor é superior à lei, é o sábado para o homem, não o contrário (Marcos 2.27).

      A mentira, que é o maior argumento de quem cria e mantém dogmas, é dizer que sem dogmas as pessoas podem se perder, se desviar da doutrina. Quem tem o Espírito Santo nunca se perde, se a igreja católica baseou sua religião em dogmas foi ou porque tinham medo, os líderes, que o Espírito Santo mostrasse às pessoas que sua religião, essa sim, tinha se desviado da verdade de Deus, ou porque muitos de seus seguidores, desviados porque na verdade nunca tinham se convertido, precisavam de algo para obedecer que não a verdade única de Deus, verdade que só é revelada aos verdadeiros convertidos que possuem o Espírito Santo. As pessoas não precisam de dogmas, elas precisam do Espírito Santo, Deus é Espírito e onde há o Espírito há liberdade (II Coríntios 3.17), e o Espírito nunca usa a liberdade para a liberalidade na carne, mas para conhecer mais e mais a Deus.

      Mas não se escusem os evangélicos alegando que dogma é exclusividade de católicos, não é mesmo, aliás a tendência natural da heresia é aproximar as religiões protestantes e evangélicas (e muito mais as pentecostais) do catolicismo, criando essas seus dogmas com as mesmas finalidades dos líderes católicos em séculos de existência oficial. Dogma é ferramenta de poder, é arma, repito, para prender, não para libertar. Mas será que a grande maioria das pessoas está preparada para a liberdade, será que ela quer liberdade? A triste verdade é que não, não está preparada, não quer e nem se interessa em saber o que é. A grande maioria quer ser criada em gaiola, ainda que de ouro, onde a liberdade é restrita mas se tem uma ideia consoladora de abrigo e fazer parte de um grupo. A maioria das pessoas nunca conhece liberdade espiritual em vida, passa a existência trocando de gaiola e ainda que se deixe a gaiola com a porta aberta não voará para fora. 


      Sobre os dogmas se constróem superstições, presos não veem a verdade, fantasiam mentiras, superstições são efeitos dos dogmas. Sobre as superstições se constróem os ídolos, ídolos são as sombras das formas, não representam os reais conteúdos, são só farsas, são as causas que se buscam para as mentiras. Sobre os ídolos se constróem novos dogmas, as novas causas têm novos efeitos, que na verdade não têm nada de novo, a cobra engole seu próprio rabo para se mostrar ardilosamente maior do que é, infinita, mas é menor, como toda mentira, tem um fim em si mesma, enganar e manipular. Muitos religiosos, católicos, evangélicos, outros, não fazem ideia do quanto são controlados pela “cobra que engole o próprio rabo”, pelo “diabo”, pelo mal, ainda que digam só desejarem o bem. O mal não é a negação do bem, mas a negação de Deus, mas só entende isso quem busca a Deus, não os homens, não as religiões, não os dogmas. 

      O ser humano é algo especial, na Terra, no universo, em seu corpo físico, em sua alma, em seu espírito, mas só ele tem o poder de libertar a si mesmo, de querer e conhecer Deus, seu único criador que pode também se tornar seu pai, caso ele escolha isso. O mais profundo do homem busca na verdade a Deus, nada mais pode satisfazê-lo, mas para isso o ser humano tem que se desvencilhar das ilusões. Todo prazer passageiro, que precisa ser realiamentado com frequência, é ilusão, seja material, emocional, intelectual ou espiritual. Ilusão é vicio, não é prazer, pois é o exagero que nunca satisfaz, o verdadeiro prazer é único e eficiente, para sempre. Para crescer tem-se que ultrapassar a dor, ser livre não é vivenciar um prazer ilimitado do sim, mas superar a dor do não e poder escolher, antes de ser escolhido, por ninguém a não ser pelo Deus verdadeiro. 

      A dor da solidão é a maior das dores, ninguém está isento dela, por isso o dogma é tão sedutor, dá a sensação de pertencimento, de sermos protegidos por algo maior que outros escolheram por nós, mas isso é só um vício, uma cela. É preciso estar só para se querer, procurar, descobrir e manter-se na presença de Deus, onde não há dogma, ainda que resida a mais alta das santidades, a mais clara das luzes, a mais prazerosa das liberdades, o único lugar onde nos sentimos plenamente e eternamente realizados. Quem está na presença de Deus dá frutos e frutos que permanecem, se dizemos ser religiosos fiéis mas nossa realidade de vida não está funcionando, estamos vivendo uma mentira, nos enganando. Dogmas não libertam, não dão frutos, só matam e escravizam, se alguém lucra com isso são os outros, que nos dogmatizam, não nós. 

      Textos bíblicos interpretados pelo Espírito Santo são perfeitos e o final do texto inicial nos dá o critério para avaliarmos nossas vidas e sabermos se estamos seguindo a Deus ou só tentando, ainda que inutilmente, obedecer dogmas, “não me escolhestes vós a mim, mas eu vos escolhi a vós, e vos nomeei, para que vades e deis fruto, e o vosso fruto permaneça”, até vou desconsiderar o final do versículo, “a fim de que tudo quanto em meu nome pedirdes ao Pai ele vo-lo conceda”, não por não ser verdade, de forma alguma, mas por ser usado erroneamente por muitos atualmente que querem obedecer só para receber algo em troca (veja na reflexão da última 5ª feira a respeito). Dogmas não funcionam, só alimentam superstições e ídolos, levarão nossas vidas para uma sala pequena, escura e fechada. Busquemos a Deus e sejamos livres para dizer não ao pecado, aos homens, às religiões e seus dogmas. 

13/09/19

Lidar com a vida é lidar com problemas

      “Não vos inquieteis, pois, pelo dia amanhã, porque o dia de amanhã cuidará de si mesmo. Basta a cada dia o seu mal.Mateus 6.34

      A vida é um grande problema desde que o homem escolheu pecar, o Adão mítico fez isso mas todos nós, num determinado momento, também fazemos, cometemos nossos pecados originais e passamos a depender da salvação de Cristo para podermos ser filhos que Deus salva, cura e cuida. Não saber viver é não saber lidar com problemas, muitos muitas vezes sem solução, assim mais que saber resolver problemas é preciso saber viver com os problemas sem solução. Achar que tudo pode ser resolvido conduz-nos à insanidade religiosa, achar que nada pode ser resolvido conduz-nos a uma indiferença imoral. 
      Não, Deus não resolve todos os problemas para o homem, em suas vidas individuais ou no mundo, na sociedade como um todo, problemas que o próprio homem, não Deus, criou. Milagres são eventos especiais, e os verdadeiramente extraordinários, sob o ponto de vista humano, não são frequentes, ainda que o maduro espiritualmente saiba que vive num milagre constante à medida que anda sincronizado com a vontade do Altíssimo, e isso é ordinário, não extraordinário. Deus não funciona da maneira como muitos cristãos pensam, entendem da Bíblia e são ensinados por muitos púlpitos, não funciona mesmo. 
      Mas talvez o maior ato de fé seja termos que resolver a vida como reles seres humanos, e ainda assim glorificarmos a Deus a cada segundo por termos forças para fazer isso. Deus desceu à Terra uma vez, como Jesus, e salvou toda humanidade espiritualmente falando, e isso bastou, cabe a nós vivermos o melhor que possamos com a salvação em Cristo, essa é a realidade. Conseguir ser humilde e dependente de Deus mesmo sabendo que ele não descerá de novo à Terra para resolver nossos problemas é o que nos faz conhecer as verdades sobre a vida, sobre o universo, sobre o mundo espiritual, sobre Deus.
      Isso nos faz andar num equilíbrio, entre uma vida ociosa no mundo, ainda que frequente na religião, por acharmos que nossa religiosidade pode ganhar não o céu, mas o mundo, e uma vida de trabalho excessivo no mundo, desprezando a religião, por achar que Deus não existe e que os que creem nele são vagabundos e ignorantes. Mas não se desespere se a afirmação desta reflexão te surpreendeu, você pode ou simplesmente despreza-la, ou aceitar a verdade, fazendo a cada dia o teu melhor e ainda assim tendo humildade para adorar a Deus como criador e Senhor sobre tudo convicto que terá que dar a ele satisfação na eternidade. 

12/09/19

Felizes por obedecer, isso deveria bastar

      “Porém Samuel disse: Tem porventura o Senhor tanto prazer em holocaustos e sacrifícios, como em que se obedeça à palavra do Senhor? Eis que o obedecer é melhor do que o sacrificar; e o atender melhor é do que a gordura de carneiros.” I Samuel 15.22 

      A maior recompensa por obedecer a Deus é obedecer a Deus, o que vem depois disso não importa para quem quer obedecer ao puro Deus com o coração realmente puro, se há ou não recompensa Deus é quem sabe, podermos obedecer já é uma honra sem tamanho que deve nos alegrar e satisfazer desmesuradamente. Obedecer a Deus já é um fim em si mesmo, o verdadeiramente espiritual entende isso. 
      Se Deus dissese, “não darei nada mais a ninguém no plano físico, só no plano espiritual, neste mundo cada um receberá de acordo com suas obras, a fé só concederá de agora em diante perdão, proteção espiritual e salvação na eternidade, mais nada”, você continuaria orando a Deus, louvando a Deus, buscando santidade, frequentando igrejas, dando dízimos? De verdade, você continuaria, mesmo?
      Pois o correto é vivermos assim, desinteressados em receber recompensas materiais (e sob uma instância até espirituais), ainda que Deus nos dê as coisas, ainda que a palavra nos faça diversas promessas de prosperidade. Contudo, vivemos tempos tristes, a maioria só quer fazer trocas com Deus, vai a igrejas por isso, e muitos pastores vendem isso pois sabem que se pregarem diferente templos se esvaziarão. 

11/09/19

Quantos “pastores” nunca foram pastores

      “Hipócritas, bem profetizou Isaías a vosso respeito, dizendo: Este povo se aproxima de mim com a sua boca e me honra com os seus lábios, mas o seu coração está longe de mim. Mas, em vão me adoram, ensinando doutrinas que são preceitos dos homens. E, chamando a si a multidão, disse-lhes: Ouvi, e entendei: O que contamina o homem não é o que entra na boca, mas o que sai da boca, isso é o que contamina o homem. Então, acercando-se dele os seus discípulos, disseram-lhe: Sabes que os fariseus, ouvindo essas palavras, se escandalizaram? Ele, porém, respondendo, disse: Toda a planta, que meu Pai celestial não plantou, será arrancada. Deixai-os; são condutores cegos. Ora, se um cego guiar outro cego, ambos cairão na cova.Mateus 15.7-14

      O problema não está somente nas pessoas que gostam de púlpito, de microfone, de títulos nas igreja, porque acham que isso reflete espiritualidade, o problema se estende quando as pessoas embaixo, sentadas nas cadeiras, assistindo tais equivocados, acabarem achando que isso é o objetivo maior no cristianismo. Cegos dirigindo cegos, enquanto isso, quando o show que muitos chamam de culto se enecerra, poucos praticam de fato o amor entre as pessoas, andando entre elas, parando, conversando, se ocupando em conhecer e ajudar semelhantes.
      Grande parte das lideranças atuais de igrejas evangélicas se portam como imperadores, com algo especial que lhes confere direitos e não deveres, direitos de falar, de ensinar, de mandar, mas sem o dever de se colocarem no mesmo nível das pessoas e interagirem com elas. (E a comparação com imperador é tão precisa que muitos querem passar o poder que têm aos filhos, por proximidade conveniente, não por chamada de Deus). Não, está reflexão não é julgamento ou murmuração, é uma palavra que reflete uma triste realidade, que precisa ser confrontada pelo Espírito Santo. 
      Quantos hoje ganham título de pastor sem terem a mínima ideia do que isso signifique, sem que saibam o que é ser um genuíno pastor do evangelho de Cristo, mas todos achamos o que buscamos, se é vaidade acharemos em outros homens também vaidosos a proposta de negócio para comprar nossas almas em troca de nossas vaidades. Jesus é direto, “toda a planta, que meu Pai celestial não plantou, será arrancada”, assim quem fugiu de sua realidade, muitas vezes menor com medo de passar vergonha, passará vergonha muito maior. 
      É preferível nos sentirmos humilhados quando assumimos nossos limites, nossa verdade, aquela que diz que não nascemos para estar em posições altas e mais visíveis, que depois sermos humilhados em público sendo retirados de uma posição que nunca foi nossa. Leia o texto inicial, se possível todo o capítulo 15 de Mateus, como faço aqui na maioria das vezes, não vou fazer estudo bíblico explicando a passagem tim-tim por tim-tim, acho que a grande maioria de frequentadores de cultos atualmente não precisam mais disso, não com tanta igreja, não com toda a internet. 
      Por menos pastores, por menos igrejas, por menos estudos bíblicos, o povo evangélico atual está saturado de Bíblia e cristianismo, na cabeça, muitas vezes até num sentimento (equivocado), um povo que fala como crente, que canta como crente, que ora como crente, que se veste como crente, mas que não vive de fato como crente. Um povo equivocado porque é ensinado por púlpitos equivocados, por “pastores” que nunca foram pastores. Voltemos para Jesus, o verdadeiro e eterno pastor, voltemos com humildade e sem buscar títulos, mas só agradar a Deus, tendo na alegria de obedecer a retribuição pela obediência, mais nada. 

10/09/19

Quem de fato é humilde só Deus sabe

      “A soberba do homem o abaterá, mas a honra sustentará o humilde de espírito.Provérbios 29.23

      Deus abençoa o humilde, se aproxima dele, o defende, mas quem sabe quem é humilde, o que demonstra que alguém é humilde de fato? Indo direto para a conclusão da reflexão, só Deus sabe verdadeiramente quem é humilde, só Deus. 
      Não julguemos por aparência, muitos que se fazem de bobos escondem no coração o orgulho, muitos que se fazem de ungidos e espirituais nos púlpitos alimentam vaidades, querem honra própria e ainda que se achem ungidos e espirituais não conhecem a verdadeira humildade. Ser humilde é negar a si mesmo, fazer calar aquilo que de alguma maneira pode colocar o homem numa evidência que ofusca a glória de Deus. 
      Humildade pode ser algo subjetivo e pessoal, o que pode ser prática de humildade para um, pode não ser para outro, assim se não devemos julgar ninguém, muito menos devemos definir alguém como sem humildade ou com. Que Deus julgue, discipline e honre, quanto a nós, nos ocupemos em sermos humildes, fazemos isso sempre que damos oportunidade para que o outra apareça antes que nós, esperando somente de Deus reconhecimento por isso. 
      Olhemos para Jesus encarnado, só com ele podemos aprender o que é verdadeiramente ser humilde, e não nos cansemos de tentar ser humildes, a principal característica do humilde é depender única e exclusivamente do perdão de Deus que nos limpa de todas as nossas arrogâncias. 

09/09/19

De acordo com cada um

      “Tudo quanto te vier à mão para fazer, faze-o conforme as tuas forças, porque na sepultura, para onde tu vais, não há obra nem projeto, nem conhecimento, nem sabedoria alguma.” Eclesiastes 9.10

      Deus deseja que todos nós cresçamos, melhoremos, e esse processo de evolução ocorrerá enquanto vivermos, até nosso último momento no plano físico, essa é a primeira coisa que temos que entender. A segunda coisa é que ninguém é referência para ninguém, pode até inspirar, ensinar, motivar, mas Deus não cobra de mim conforme o que cobrou do outro caminhou. Para cada um de nós o Senhor tem metas, e nos cobrará conforme essas metas, particulares, pessoais, exclusivamente nossas. 
      Vou construir uma metáfora para explicar melhor: Deus não cobra do paraplégico o que cobra daquele que tem funcionamento normal dos membros e pode, por exemplo, andar e correr sem limitações. Todavia, ainda assim, ele cobrará do paraplégico um crescimento, não de correr com liberdade, mas pelo menos de manejar bem muletas ou cadeira de rodas para que possa se movimentar e ter alguma liberdade de ir e vir. Dessa forma, ninguém tem desculpas para permanecer parado, para desistir e nada fazer, dentro dos limites pessoais de cada um somos desafiados por Deus a seguir e crescer. No final o Senhor cobrará de nós o que nos é devido, de cada um de acordo com o que cada um de nós pode melhorar. 
      O que Deus está pedindo de você? Não, não olhe para o outro, não se compare ao outro, muito menos inveje o outro, conheça-se, aceite-se, assuma-se, goste-se, e faça tudo isso em Deus, pedindo que ele te mostre o que voce precisa fazer para ser um ser humano melhor. Você não precisa sair correndo, disputar maratonas, talvez só precise aprender a manejar um par de muletas, mas elas já serão suficientes para você sair da passividade, deixar de usar seus limites como álibi para não fazer nada e cumprir a vontade de Deus para sua vida, ser hoje alguém melhor que foi ontem, e assim a cada dia.

08/09/19

O anjo do Senhor

      “O anjo do Senhor acampa-se ao redor dos que o temem, e os livra.” 
     Perto está o Senhor dos que têm o coração quebrantado, e salva os contritos de espírito.” 

Salmos 34.7 e 18


      O Salmo 34 é um dos textos mais confortantes da Bíblia, dá ao que busca e teme a Deus a certeza que o Senhor cuida dele de maneira especial. Mas eu queria chamar a atenção para dois versículos, o primeiro é o que cita o termo “anjo do Senhor”, o texto diz que o anjo acampa-se ao redor daquele que confia em Deus e o livra. É importante citar que a palavra anjo (que significa mensageiro) é usada em vários textos bíblicos, mas o termo “anjo do Senhor” pode ser traduzido como algo que vai além de um ser espiritual do bem, pode significar o próprio Deus ou mesmo Jesus antes de sua encarnação. 

      Seja como for, aprendemos com o verso 7 do Salmo 34 que uma presença espiritual enviada por Deus, do bem e poderosa, pode ficar ao redor, isso é, em todos os lados, alturas e posições em relação ao cristão encarnado, protegendo-o de males físicos e espirituais. Mas até que ponto acreditamos na realidade disso? Não somos só seres físicos, somos espirituais também, precisamos de experiências físicas e também de espirituais, isso não é insanidade, é integridade. 

      Crentes de linha pentecostal podem se habituar tanto a acreditar nisso que podem acabar vulgarizando uma experiência tão maravilhosa, por outro lado, crentes de linha tradicional protestante podem racionalizar tanto o cristianismo que acabam simplesmente não crendo nisso. Meus queridos e minhas queridas, é verdade, eu já senti e vi isso com olhos espirituais mais de uma vez em minha vida, protegendo a mim e àqueles que sinto de Deus de colocar sob minha cobertura espiritual de oração e vigília, anjos existem, são gigantes iluminados, que podem portar grandes espadas. 

      Importante: não cabe ao homem de maneira alguma orar diretamente a anjos, ou determinar diretamente a eles que façam isso ou aquilo, devemos pedir a Deus proteção e o Senhor, de acordo com sua vontade, ordena anjos. Mesmo que sintamos a presença de um anjo, que possamos vê-los com olhos espirituais, convém falar em espírito antes com Deus (em espírito o diabo não ouve), e no nome de Jesus expulsar demônios caso estejam presentes e pedir autorização a Deus para responder caso sejamos indagados pelos anjos. 

      Mas mesmo essa experiência é exceção, não regra, a regra é orar diretamente a Deus pelo poderoso nome de Jesus Cristo. Todo cuidado é pouco visto que o diabo é mentiroso e simulador, e mesmo sendo verdadeiro nenhum bem pode trazer ao homem. Contudo, com todos esses cuidados, o Senhor mostra aos que o buscam sua poderosa proteção usando anjos do bem ao redor de seus filhos, e em se tratando de batalha espiritual isso é de suma importância. 

      Guerra espiritual não se vence com armas humanas, intelectuais ou emocionais, mas espirituais, que depois se manifestam em nossos sentimentos e pensamentos. Eu tive que dar relevância também ao versículo 18 nesta reflexão, ele é a chave para o 7, quem tem proteção especial e poderosa de Deus? O humilde, o verdadeiramente contrito de coração, que não o é só de fachada, para exibir espiritualidade (falsa) só por vaidade ou autopiedade, mas que é de fato, diante de Deus, nas madrugadas solitárias da vida, homem e mulher quebrantado diante do Senhor, clamando dele sua atenção.