21/12/19

Jesus, o caminho, a verdade e a vida

      “Disse-lhe Jesus: Eu sou o caminho, e a verdade e a vida; ninguém vem ao Pai, senão por mim.João 14.6

      O texto inicial é um dos textos mais emblemáticos da Bíblia, estabelece referências tão absolutas para Jesus que muitos acabam usando-as como álibis para agirem de forma equivocada. Ele é fácil de entender, e vai contra muita coisa que se diz sobre religiões, quando se coloca todas num mesmo patamar. Quando o senso comum diz “todos os caminhos levam a Deus”, Jesus diz, “eu sou o caminho”, não um caminho, não outro caminho, mas o único caminho. Quando o mundo diz, “cada tem tem a sua verdade”, Jesus diz, “e sou a verdade”, assim como com relação a caminho, não, uma verdade, não outra verdade, mas a única verdade. Finalmente Jesus diz, “eu sou a vida”, assim em tudo o mais só existe morte, simples assim. 
      Mas verdades absolutas sempre são mal entendidas, tanto pelos que as querem usar a seu favor, quanto pelos que não gostam delas, não vou falar da casa dos outros, mas da minha casa, e refletir sobre os enganos que muitos cristãos protestantes e evangélicos cometem a respeito. Um grande problema no mundo atual é definir o que é direito e o que é dever de cada um, a tendência do homem moderno é querer todos os direitos e nenhum dever, muitos cristãos também cometem esse erro, ainda mais quando leem na Bíblia, coleção de livros que eles idolatram, textos como o inicial. 
      Muitos pensam assim, “se eu tenho como Senhor aquele que diz ser o caminho, a verdade e a vida, então tenho direito de discordar de quem pensa o contrário e de confrontá-lo em qualquer situação”, contudo, referências assim tão absolutas e poderosas trazem junto dos direitos, deveres, e deveres muito sérios. Talvez uma explicação de porque muitos crentes serem tão estúpidos e, ainda que não verbalizem isso, sejam nos corações prepotentes e intolerantes, seja o fato deles se acharem donos do evangelho, e não serem servos de Jesus, deles usarem a Deus, ainda que achem que estejam sendo usados por Deus. Muitos crentes agem como muitos políticos, sentem-se donos do poder, e não inquilinos dele para servirem a outros, não a si mesmos. 
      Repito o que já disse antes aqui neste espaço, se membros de todas as religiões têm o dever de serem tolerantes, muito, mas muitíssimo mais os cristãos, e aqui nem estou fazendo juízo de valor, mas simplesmente defesa à coerência. Se nós cristãos nos achamos crentes no Senhor do caminho, da verdade e da vida, mais do que ninguém devemos pensar, falar e agir de modo que mostremos que estamos no mais excelente caminho, com a mais alta verdade e no melhor estilo de vida. Essas referências elevadíssimas só nos encarregam de uma mais elevada responsabilidade, isso é dever, não direitos. Que direitos têm de fato os verdadeiros seguidores de Cristo? 
      Em se tratando do viés cristão, da mensagem central de Jesus, do exemplo de vida que Cristo encarnado deu, temos muito mais o dever de perder do que o direito de ganhar, de dar a outra face que responder à injustiça, de andar mais uma milha que de se rebelar contra o cruel, de dar a túnica e mais outras vestes que exigirmos para nós o melhor desse mundo, de morrer para nós mesmos todos os dias para ganharmos a vida eterna. Isso tudo ao invés de invertermos os valores cristãos e nos acharmos melhores para falar, cantar, gritar e argumentar por termos uma fé mais excelente. Jesus é o caminho, a verdade e a vida, deveríamos dizer isso com muito temor, não com arrogância, e se não estivermos de fato preparados para isso, melhor ficarmos calados.

20/12/19

Jesus, o pão da vida

      “Eu sou o pão vivo que desceu do céu; se alguém comer deste pão, viverá para sempre; e o pão que eu der é a minha carne, que eu darei pela vida do mundo.João 6.51

      Jesus dá a água da vida eterna mas também é o pão da vida. Novamente o evangelho usa de uma metáfora perfeita, comparando plano físico com espiritual, para explicar a eficiência de Cristo em alimentar a alma humana. Esse alimento espiritual, contudo, teve um preço caríssimo, não para nós, mas para Deus pai e Deus filho, Jesus disse que o pão da vida é sua própria carne que seria oferecida na cruz pela vida de toda a humanidade. Isso diferencia o verdadeiro evangelho da visão puramente moral e social que muitos querem dar ao cristianismo, Jesus não foi só um exemplo de amor e tolerância, ainda que tenha vivido um amor e ensinado uma tolerância diferente e maior que qualquer um jamais tenha vivido ou ensinado. Não se prova Jesus só intelectualmente ou mesmo emocionalmente, temos que “comê-lo“.
      Para provar o que de mais poderoso e verdadeiro Jesus tem para oferecer é preciso uma comunhão profunda com Deus, uma fé diferente, numa experiência que só o Espírito Santo pode dar. Para se conhecer o Deus altíssimo temos que “comer da carne” de Jesus, essa simbologia parece estranha, séria? Mas é para ser mesmo, contudo, não é canibalismo, é só um jeito de explicar uma comunhão extrema com Deus, envolvendo todo o nosso ser, como quando comemos algo. Ao se comer um pedaço de pão ele é destrinchado em pequenos elementos, de modo que os melhores elementos desse alimento permanecem em nós, nosso organismo os aproveita para se manter em funcionamento, ainda que alguns outros elementos sejam jogados fora. O pão espiritual da vida que é Jesus, se for de fato o genuíno pão da vida, é aproveitado por inteiro, na íntegra, ele é totalmente excelente e exclusivo. 
      Isso nos ensina também que o cristianismo não é para ser olhado, mesmo admirado ou elogiado, e também nunca pela metade ou superficialmente, ele precisa ser digerido pelo nosso ser, sentido pelas nossas emoções, pensado pelo nosso intelecto, assimilado pelo nosso espírito, só assim fará o efeito proposto por Deus, só assim nos alimentará espiritualmente. Alimentados não temos mais fome, quando comemos do pão da vida que é Cristo não temos mais necessidade de outros alimentos, de outras crenças, de outras práticas, religiosas ou espirituais. O cristão de verdade tem no evangelho puro tudo o que precisa, por isso, ainda que possa conhecer muitas coisas, não precisará de nenhum outro alimento para estar espiritualmente vivo. Bendito seja Deus que nos deu o pão da vida que é o Cristo, Jesus, nosso salvador. 

19/12/19

Jesus, a água da vida

      “Mas aquele que beber da água que eu lhe der nunca terá sede, porque a água que eu lhe der se fará nele uma fonte de água que salte para a vida eterna.João 4.14

      Nesta quarta parte do estudo sobre Jesus, oito reflexões sobre seu ministério, os vários títulos que ele recebeu nos evangelhos. Comecemos por Jesus sendo o que dá uma água diferente, a água da vida, mas mais que isso, ele mesmo é a própria água da vida. Água natural é fundamental para que o ser humano e outros seres sobrevivam, contudo, esse líquido precioso, superior a qualquer outro, ainda que possa ser misturado e usado para vários fins, para desempenhar sua melhor função deve ter certas características. 
      A coisa mais fantástica e reveladora sobre as melhores características da água é que ela é melhor quando é mais transparente, mais sem gosto, mais sem cheiro, resumindo, sua pureza reside em sua limpa discrição, em sua natureza sem aditivos artificiais, nada além daquilo que o melhor da natureza pôde produzir. Sim, sucos são deliciosos, adoçar e misturar à água outros sabores produz bebidas gostosas, contudo, quando estamos com sede, o que mais nos satisfaz é a água, límpida e fresca.
      O diabo, as religiões, os homens, oferecem muitas bebidas para saciarem a sede espiritual do ser humano, algumas mais simples, outras mais sofisticadas, algumas novas, outras envelhecidas, algumas baratas, outras caras, como os vinhos, os destilados, os refrigerantes etc. Só Jesus, contudo, pode dar a pura água espiritual, ninguém mais, e essa bebida nada mais é que a própria presença de Deus vivendo nos seres humanos através do Espírito Santo. Jesus é a água limpa e na temperatura certa, nem congelada, nem fervendo. 
      Essa bênção exclusiva não pode ser comprada, trocada, barganhada de nenhuma maneira e por bem algum, seja material ou espiritual, ela é dada gratuitamente por Deus quando aceitamos Jesus como único e suficiente salvador e Senhor, e então recebemos a moradia eterna do Espírito do altíssimo em nós. Essa água é poderosa, ainda que sejamos limitados para rete-la, visto que temos que tomá-la todos os dias na vida encarnada, ela nos dá o gosto da eternidade e muda nossas vidas para sempre. 
      Depois que provamos da água de Jesus pela primeira vez voltamos a ter sede? Sim, voltamos, enquanto no plano físico sempre teremos uma sede insaciável em nossas almas. Mas o texto inicial diz que não teremos mais sede? Não temos sede enquanto seu efeito está sobre nós, e sentimos uma satisfação única, que nada no universo físico e espiritual pode nos dar. Contudo, o efeito é temporário, para que andemos dependentes do Senhor sempre, é assim porque é providência divina, e é assim a partir do momento que provamos da árvore do conhecimento do bem e do mal.
      Todavia, e esse é o grande diferencial da água da vida de Cristo, depois que provamos dela pela primeira vez nunca mais acharemos satisfação em outro líquido, seja ele qual for. Depois que o gosto da vida eterna entra em nossos espíritos eles desejarão dessa água para sempre, nunca mais acharão prazer maior, sentido de vida, em outra bebida espiritual ou material. A água de Jesus não só mata a sede, mas transforma o espírito, que adquire nova vontade, a vontade de ser igual a Jesus. 
      Isso é a razão de porque os realmente novos nascidos, convertidos, selados com o Espírito Santo, podem passar por muitas coisas nesta vida, errarem muito, mas nunca de fato se desviarão, ou pararão na fé, como dizem outros, ainda que não façam parte de igrejas e denominações sempre acharão na comunhão do Senhor o melhor lugar para se estar. A verdadeira água da vida de Cristo jorra para a eternidade, dá frutos de justiça que durarão para sempre, e que levarão o homem sempre para mais perto de Deus. 

18/12/19

Jesus, o cordeiro de Deus

      “No dia seguinte João viu a Jesus, que vinha para ele, e disse: Eis o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo.” João 1.29

      Cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo, toda a vontade de Deus para os homens está resumida nessa frase. Entendê-la é entender o evangelho, entender o evangelho é entender a Deus, e não só mais uma religião ou conceitos morais de tolerância, justiça e amor cristãos. Se a relevância da palavra cordeiro não for entendida, não haverá salvação, assim não haverá consciência de pecado e muito menos o direito de se ter a presença do Espírito Santo. Sem o Espírito Santo não há luz, não há verdade, não há espiritualidade, ainda que haja moralidade, experiências com seres espirituais e conhecimento profundo de doutrinas, de teologia, de textos sagrados etc. 
      Fico imaginando João Batista, exercendo seu ministério, pregando, batizando, com coragem, em alto e bom som, ver Jesus se aproximar e dizer a frase acima, sem perder seu tom, sem se sentir menor, mas ainda assim declarando a importância e excelência do messias. Ele sabia exatamente o que a frase significava: os homens não precisarão mais sacrificar animais cordeiros, de tempos em tempos, para receberem purificação de seus pecados, bastará a eles que aceitem a Jesus como o cordeiro de Deus, que tirou os pecados de todo o mundo uma única vez com sua morte na cruz. Mas mais que isso, sua ressurreição e partida autorizará a vinda do Espírito Santo que morará para sempre nos corações dos salvos. 
      Quem não sente dor pelos próprios pecados, não quer deixá-los, mas quem quer deixá-los entenderá que só através de Jesus isso é possível, e quem aceita Jesus como o cordeiro de Deus que tira o pecado, recebe o Espírito Santo e passa a ver tudo de maneira diferente. Não, isso não é feito por doutrinação em igrejas através de homens, os homens ajudam, são usados, mas quem faz a obra transformadora e real é o Espírito Santo, quem entende o mistério de Cristo, o cordeiro de Deus, prova isso. Jesus, na simbologia do cordeiro animal da antiga aliança, foi o cordeiro puro oferecido sem mácula para morte, só ele, mais ninguém, teve essa experiência, tem esse poder, e pode salvar o mundo. 

17/12/19

Jesus, filho amado em quem Deus se compraz

      “Então veio Jesus da Galiléia ter com João, junto do Jordão, para ser batizado por ele. Mas João opunha-se-lhe, dizendo: Eu careço de ser batizado por ti, e vens tu a mim? Jesus, porém, respondendo, disse-lhe: Deixa por agora, porque assim nos convém cumprir toda a justiça. Então ele o permitiu. E, sendo Jesus batizado, saiu logo da água, e eis que se lhe abriram os céus, e viu o Espírito de Deus descendo como pomba e vindo sobre ele. E eis que uma voz dos céus dizia: Este é o meu Filho amado, em quem me comprazo.” Mateus 3.13-17 

      Até Jesus foi batizado por João Batista, novamente, até Jesus passou por rituais humanos, sociais ou religiosos. Contudo, Jesus reconheceu, na experiência do batismo nas águas, a palavra de um revolucionário, que pregava algo diferente da religião judaica tradicional, ainda que os textos dessa religião já haviam profetizado sobre João e sobre Jesus. Jesus sempre soube o momento de dizer não aos homens para dizer sim a Deus. Em termos técnicos, não existe ministério de João Batista e ministério de Jesus, ambos eram um, com uma introdução, um processo e um fim, João Batista era a introdução do maravilhoso ministério da nova aliança que nascimento, vida, morte e ressurreição de Cristo estabeleceria. 
      Deus pai, contudo, em sua maravilhosa sabedoria, em sua harmoniosa forma de trabalhar a revelação de sua vontade aos homens, permitiu que o Espírito Santo, de forma material visível, como uma pomba, descesse sobre Jesus durante o batismo nas águas. A metáfora encontra o real simbolizado, o material acha o espiritual, João Batista batiza Jesus, o Espírito do pai paira sobre Jesus (Jesus já era cheio do Espírito desde seu nascimento), o altíssimo aprovando tudo diz: “Este é o meu Filho amado em quem me comprazo.“. Que palavra maravilhosa, felizes os que a testemunharam pessoalmente, mas mais bem-aventurados nós hoje, que não vimos, mas cremos e recebemos o Espírito Santo. 
      Ah se os judeus oficialmente tivessem entendido o recado, se tivessem crido que Jesus era o messias predito em seus textos religiosos, se ao invés de invejarem a autoridade legítima do filho, tivessem glorificado o pai e recebido a salvação que só Jesus pode dar. Mas tudo estava predito, mesmo a perseguição, a injustiça, que fariseus e outros líderes deram a Cristo. O pior não é o justo ser perseguido pelo mundo, ou mesmo por seguidores, muitas vezes de conhecimento raso de suas doutrinas, o pior é o justo ser perseguido pelos líderes, que se dizem conhecedores profundos de sua religião, os que mais deveriam honrar aquele que só está fazendo a vontade do pai, o Deus que tais líderes dizem seguir. 

16/12/19

Jesus, batiza com o Espírito Santo

      “E João andava vestido de pêlos de camelo, e com um cinto de couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre. E pregava, dizendo: Após mim vem aquele que é mais forte do que eu, do qual não sou digno de, abaixando-me, desatar a correia das suas alparcas. Eu, em verdade, tenho-vos batizado com água; ele, porém, vos batizará com o Espírito Santo.Marcos 1.6-8

      Para que uma palavra tão espiritual fosse entregue foi preciso que um homem absolutamente desprendido dos valores materiais a entregasse. O texto inicial estabelece um antagonismo muito forte, descreve um homem rude, um ermitão excêntrico, como dissemos nas outras reflexões, “vestido de pêlos de camelo e com um cinto de couro em redor de seus lombos, e comia gafanhotos e mel silvestre”, que revelava que os homens seriam batizados com o Espírito Santo de Deus, a essência do divino espiritual, Espírito que permaneceria no homem salvo para sempre. Um homem mau vestido e alimentado de forma natural no deserto, anunciava uma comunhão eterna entre o pai espiritual com a humanidade, é realista, é espiritual, é poético, é exclusivo do ministério de João Batista, mas revela o centro do melhor da vontade de Deus para os homens. 
      Mas se João Batista precede Jesus, isso não seria uma lição nos ensinando que só achamos Jesus de fato depois de nos colocarmos primeiramente como João Batista? Que só provamos o melhor do Espírito depois de negarmos a carne em todas as suas facetas? Contudo, muitos querem Jesus sem João Batista, isso é impossível. O resultado só pode ser um falso cristão, um herege, qua ainda acha que a prosperidade dos reis e príncipes do antigo testamento da velha aliança é o plano de Deus para os homens debaixo da nova aliança, seguindo mentiras como a teologia da prosperidade e outros triunfalismos materiais, não o genuíno evangelho espiritual de Jesus. O batismo em água (ou com água) de João, constituía uma metáfora do batismo no Espírito Santo (ou com o Espírito Santo) que Deus nos daria através de Jesus. 

15/12/19

Jesus, salvação de Deus

      “Sendo Anás e Caifás sumos sacerdotes, veio no deserto a palavra de Deus a João, filho de Zacarias. E percorreu toda a terra ao redor do Jordão, pregando o batismo de arrependimento, para o perdão dos pecados; Segundo o que está escrito no livro das palavras do profeta Isaías, que diz: Voz do que clama no deserto: Preparai o caminho do Senhor; Endireitai as suas veredas. Todo o vale se encherá, E se abaixará todo o monte e outeiro; E o que é tortuoso se endireitará, E os caminhos escabrosos se aplanarão; E toda a carne verá a salvação de Deus.Lucas 3.2-6

      Nesta terceira parte do estudo sobre Jesus, quatro reflexões sobre o ministério de João Batista relatado nos evangelhos. No início eu ia colocar essas reflexões na parte das reflexões sobre o ministério de Jesus, sobre o início do ministério, contudo, João Batista é especial demais para não merecer uma parte mais específica nesse estudo. Quem testemunha de quão especial foi João Batista é o próprio Cristo:

      “E, tendo-se retirado os mensageiros de João, começou a dizer à multidão acerca de João: Que saístes a ver no deserto? uma cana abalada pelo vento? Mas que saístes a ver? um homem trajado de vestes delicadas? Eis que os que andam com preciosas vestiduras, e em delícias, estão nos paços reais. Mas que saístes a ver? um profeta? Sim, vos digo, e muito mais do que profeta. Este é aquele de quem está escrito: Eis que envio o meu anjo diante da tua face, O qual preparará diante de ti o teu caminho. E eu vos digo que, entre os nascidos de mulheres, não há maior profeta do que João o Batista; mas o menor no reino de Deus é maior do que ele.Lucas 7.24-28

      Mais que mais um falastrão (e como existem pregadores falastrões hoje em dia), mais que um falso profeta, ou mesmo que um profeta comum, mais que um excêntrico ermitão, mas conforme as palavras de Jesus, um anjo que o antecederia para preparar seu caminho, o maior dos profetas, e isso inclui todos os grandes do velho testamento, Isaías, Jeremias, Ezequiel, Daniel e tantos outros. Contudo, para deixar bem claro o poder e a diferença que haveria no reino de Deus que seria estabelecido pela sua obra, pelo evangelho, Jesus disse que ainda assim o menor desse novo reino seria maior que João, isso não diminui o valor de João Batista, não é para isso, mas é para aumentar o valor do salvo pela nova aliança de Cristo, a salvação de Deus. 
      João Batista sabia disso, desde o início de seu ministério, sabia que seria menor que Jesus, e nunca fez nenhuma questão de melhorar esteticamente sua proposta profética, sua forma pessoal, o que importava era o conteúdo único da palavra que o Espírito Santo lhe dava, “Preparai o caminho do Senhor; Endireitai as suas veredas. Todo o vale se encherá, E se abaixará todo o monte e outeiro; E o que é tortuoso se endireitará, E os caminhos escabrosos se aplanarão; E toda a carne verá a salvação de Deus”. Novamente a providência divina manifesta paciência, por que João Batista teve que vir, não bastava vir Jesus é já dar o recado final? Deus sempre nos avisa antes, com jeito, principalmente quando algo importante está para ocorrer. 
      O ministério de João Batista, apesar de ter sido manifestado com palavra duras, foi uma ação do amor de Deus pai para preparar os homens para o que viria, para ninguém dizer que não tinha sido avisado antes, e como já foi dito aqui outras vezes, Deus sempre avisa para que ninguém se ache inocente por desinformação. A palavra de João, contudo, antecede uma palavra de milagres, que transformaria as pessoas, que faria do torto, reto, e do reto, justiçado, mas que acima de tudo, seria uma palavra que todos teriam a chance de ouvir.  Hoje, dois mil anos depois, em pleno século XXI, o evangelho já foi bastante divulgado, por isso o fim está mais próximo, quase todos já sabem o que precisam saber: Jesus, salvação de Deus!