03/04/21

Deus viu minha sinceridade

      “Quanto a mim, tu me sustentas na minha sinceridade, e me puseste diante da tua face para sempre.Salmos 41.12

      O início de minha juventude, meu primeiro amor, meus encantamentos ingênuos, e minha primeira iniciativa em entender as grandes questões da existência humana, o mundo espiritual, a morte, o divino, Deus via, atentamente, não me julgava pelos caminhos que eu tomava, nos quais eu seguia por serem só o que meus pais tinham me ensinado. Contudo, em amor Deus enxergava minha intenção mais profunda, minhas primeiras preces, minha incursão, ainda que equivocada, numa religião, o Senhor sabia que havia em meu coração boa sinceridade e já se agradava de mim, eu não me acomodava ao pecado, ainda que fosse oprimido por ele, sentia sua dor e queria me livrar dele, por isso Deus me entendeu e mais se mostrou a mim. 

02/04/21

Deus me conhece desde sempre

      “Como também nos elegeu nele antes da fundação do mundo, para que fôssemos santos e irrepreensíveis diante dele em amor” Efésios 1.4

     Em minha infância, quando eu só queria me divertir, brincar, ouvir histórias fantásticas, ser inocente e receber proteção, Deus me amou e me viu, depois, em minha adolescência, quando enfrentava a dor da primeira mudança, aquela que me tiraria da ausência de culpa e me levaria para as primeiras responsabilidades morais, o Senhor se aproximou de mim, respeitando minhas primeiras escolhas sob o livre arbítrio. Depois, enquanto eu estudava para ter uma profissão, e me esforçava para fazer certo aquilo que me diziam que era minha incumbência na vida, Deus cuidou de mim e por mim intercedeu, eu era só um esboço, incompleto e estranho, aos meus olhos, mas o Senhor já me protegia de males que eu nem sabia existirem. 

01/04/21

Deus me amou antes que eu o amasse

      “Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro.I João 4.19

      Muito antes que eu buscasse a Deus com inteligência, ainda antes que eu tivesse dentro de mim um desejo de conhecê-lo, antes mesmo que eu soubesse o que é pecado, e o quanto isso desagrada a Deus e me separa dele, Deus me amou, não me vendo com eu era, mas como eu poderia ser, não meu homem físico, emocional ou intelectual, mas meu homem espiritual, totalmente restaurado, curado e limpo pelo Espírito Santo em Cristo Jesus. Deus me amou e agiu, tomou a iniciativa, muito antes mesmo de eu nascer neste mundo, Deus planejou minha melhor versão quando eu não era projeto nem de meus pais, Deus me construiu em seu amor e me quis, me atraiu e me expressou, em sua luz. 

31/03/21

Surpreenda-se com o bem

      “E não nos cansemos de fazer bem, porque a seu tempo ceifaremos, se não houvermos desfalecido.Gálatas 6.9

      Só os bons se surpreendem com o bem, eles esperam o melhor e creem no bem mais alto e mais poderoso, dessa forma, quando o bem vem, se maravilham vendo que a vida pode ser generosa, as pessoas humildes e Deus vivo e misericordioso. Já os maus sempre esperam o mal, e mesmo que ele não aconteça eles o veem, porque são incrédulos, e em suas malícias dizem, “eu sabia que isso ia ocorrer, nunca confiei nessa pessoa, ela sempre foi falsa”, se acostumaram com o mal que existe dentro deles. Para esses a vida é um tédio, um grande abismo, vazia e sem novidades.
      Vemos nos outros o que temos dentro de nós, mas ainda que saibamos que o outro é mau, se temos o bem em nós não somos enganados pelo mal, nós cremos que a pessoa malvada pode mudar. Sempre estamos prontos para nos surpreender com um milagre de Deus, melhorando as coisas, levando as pessoas ao arrependimento, conduzindo as situações difíceis à solução e à paz, acreditando na maior verdade de todas, o bem sempre triunfa. Quem tem Deus em si, tem o bem, para esse a vida é uma aventura maravilhosa, rumo ao Altíssimo, onde há amor e luz.
      Sem essa esperança benigna não temos vida de oração, a falta de vontade de orar é a ausência de fé que as coisas possam mudar e para melhor, esperança não é ilusão. Ilusão pode até acreditar que coisas boas vão acontecer, mas coisas que na verdade não precisamos, que são só prazeres passageiros para tentar saciar nosso coração descrente no bem maior, ilusão sempre acaba em desilusão. Mas esperança em Deus termina em felicidade duradoura, se nós não podemos controlar a vida e o mundo, Deus pode, e seu controle sempre conduz tudo e todos no tempo certo para o bem.

30/03/21

Sacrifícios do jeito certo

      “Os sacrifícios para Deus são o espírito quebrantado; a um coração quebrantado e contrito não desprezarás, ó Deus.Salmos 51.17

      Somos existências em dívidas, se não fosse assim não estaríamos neste mundo, ainda que em Cristo tenhamos o perdão que nos livra de condenação espiritual eterna e nos dá paz e direito à comunhão mais alta com Deus, no plano físico nós crescemos trabalhando e nos sacrificando. Contudo, só têm valor como evolução espiritual sacrifícios feitos do jeito certo, esse jeito não é a ação material externa, mas a intenção no coração, se ela for errada anulará qualquer benefício espiritual que possa receber aquele que se sacrifica, ainda que por ele seja abençoado o que recebe o sacrifício. 
      Sacrifícios é tudo aquilo que fazemos além do que nos é fácil fazer, que não nos custa nada ou só pouca coisa, assim é algo que exigirá de nós um passo a mais, não necessariamente de nossas forças físicas, mas de nossas forças morais e espirituais, vencendo orgulho próprio e egoísmo. A melhor intenção, aquela que Deus se agrada, leva-nos a fazer algo pelo bem alheio, pelos outros e em Deus, não para nós mesmos, e como efeito oposto nos abençoa. Contudo, se fazemos por nós, e exigirmos dos outros um retorno por isso, o sacrifício não nos abençoará espiritualmente.
      Quem cobra dos homens não recebe de Deus, porque se cobrou já recebeu sua recompensa, não a justa que Deus dá, mas a injusta, e que também é recompensa, aquela que vem da tristeza do homem que recebeu algo e depois foi cobrado injustamente. Às vezes é melhor não dar nada que dar e cobrar, isso só faz aumentar a dívida do que recebeu, que se precisou receber é porque não tinha e que depois, sendo cobrado, deverá o que não tinha e o que recebeu e lhe foi cobrado. Parece complicado esse raciocínio? Mas é simples, ame, quem ama nunca perde, ganha e em dobro. 

29/03/21

Luz, amor e paz

      “A minha boca falará de sabedoria, e a meditação do meu coração será de entendimento. Inclinarei os meus ouvidos a uma parábola; declararei o meu enigma na harpa.Salmos 49.3-4

      Quando você anda pelas ruas do centro comercial de sua cidade, ou por um shopping center cheio num sábado à noite, todas as pessoas que você vê, que passam por você, disputando espaço e olhando vitrines, mais aquelas dentro das lojas e restaurantes, rindo, falando, querendo comprar, vender, todas essas pessoas Deus ama e têm direito à felicidade. Deus não diferencia ninguém pelo poder aquisitivo ou pela aparência externa, são todas suas criaturas que precisam conhecê-lo mais, receberem cura, perdão, para que aprendam sobre a razão da vida, de onde vieram e para onde irão. Todas essas pessoas necessitam da luz do altíssimo, do amor em Cristo e da paz que temos somente inundados e movidos pelo Santo Espírito. 
      Do fundo do teu coração, quais são as tuas palavras que sobem a Deus pelas pessoas? São palavras de rancor, de vingança, de reclamação? Palavras que fazem exigências de homens e de de Deus para que os homens se adequem à tua vontade e te sirvam? Nossas bocas só externam o que existe dentro de nós, se em nosso interior houver orgulho, nossas palavras serão de egoísmo, e nossas vidas e as dos outros não nos satisfarão, por mais que tenhamos sempre desejaremos mais e não seremos felizes. O humilde vê o lado bom em tudo, acha gratidão no coração, sente-se mais que satisfeito pela vida que tem e deseja o melhor do Senhor mesmo para aquele que se opõe a ele como inimigo, o humilde não tem inimigos dentro de si. 
      “De todo o meu coração, Senhor, oro para que as pessoas recebam a tua luz mais alta e mais clara, para que então, iluminadas, possam se permitir serem acolhidas pelo teu amor, e assim, amadas, acharem a paz que têm só os que se acham satisfeitos pelo Senhor, e por mais nada ou ninguém. Se enquanto isso eu puder ser servo, ainda que um dos mais pequenos, que de alguma forma contribui para que teu nome seja louvado e as pessoas sejam abençoadas, eu agradeço e me sentirei muitos feliz. Contudo, se eu não for nem digno disso, que eu possa fechar minha boca e me calar, enquanto abro meus ouvidos para ouvir tua voz, e meus olhos para ver as belezas que se realizam no universo sob o comando de tua palavra de vida eterna”.

28/03/21

Quem sou eu pra falar de Deus?

      “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.Êxodo 20.7

       “É costume judaico não pronunciar o nome YHWH, costume que não existiu sempre: o uso do nome YHWH era habitual no tempo da Bíblia hebraica (ver por exemplo Livro de Rute 2:4) e a Mishná ainda prescreveu seu uso em juramentos, mas na época do Talmude (Guemará) já estava proibido pronunciar o nome. Alguns até pensaram que pronunciar de qualquer manera o nome era uma violação do mandamento de não tomá-lo em vão, em vez de entender o mandamento em relação aos juramentos. Um rabino citado no tratado Sanhedrin 10:1 declarou que quem pronuncia o nome divino como está escrito não participará do mundo vindouro. Por isso na leitura a voz alta Adonai (Senhor) substituiu YHWH em hebraico e foi adotado pelos tradutores nas diversas línguas estranjeiras (em griego Kύριος; em latim Dominus). Depois de introduzir os sinais vocálicos, os massoretas, para lembrar ao leitor que ele devia dizer "Adonai" (Senhor), deram a YHWH as vogais de Adonai em vez das suas próprias. Fonte Wikipedia

      Dia trinta de abril deste ano (2021), o “Como o ar que respiro” completará dez anos de vida, são mais de trezentas reflexões por ano, praticamente pude compartilhar textos quase que diários na maior parte desse tempo, isso faz com que eu me pergunte: quem sou eu para falar de Deus? A resposta em meu coração é imediata, dada em oração, “Senhor, tem misericórdia de mim, da meditação do meu coração, das palavras em minha boca e nos meus textos”. Contudo, cabe a todos nós cumprirmos nossas vocações sem nos vangloriarmos por isso, como não fazendo nada mais que nossa obrigação, ainda que fazendo não obrigado, mas com amor. Mas a pergunta procede, principalmente a nós evangélicos, que tanto falamos e cantamos de Deus: temos de fato noção do quão sério é usar o nome de Deus ou nos acostumamos com a religião de tal maneira que dizemos de forma automática?
      Os judeus escrevem o nome de Deus, seja YHWH, só com as consoantes (lembrando que o idioma de Israel só grafava as consoantes, os pontos adicionados às consoantes seriam as vogais), ou com as vogais, Iavé, Jeová, Ieoua, contudo, eles não o pronunciam, em seu lugar dizem Adonai, que quer dizer Senhor. Isso é uma maneira extrema de obedecer a um dos mandamentos, citado no texto inicial, será exagero? Bem, Jesus nos ilumina pelo evangelho e nos ensina que a má intenção é mais relevante que a má ação, ainda que a boa intenção deva ser provada pela boa ação. Seja como for, Cristo diz que o que está no coração é o que importa, pois ainda que alguns tentem falsear as ações, disfarça-las, o que está no coração é o que vale, ainda que a aparência seja santa, se o coração não for, não há santidade de fato no ato, e Deus vê o coração, não só o exterior como os homens. 
      Certa vez, nos anos 1980, num retiro de jovens, ouvi um pastor pregar que chamar Deus de paizinho é falta de respeito, pobre homem, quanto equívoco, além de psicoterapia ele precisava conhecer melhor a Bíblia, ainda que fosse formado num competente seminário tradicional protestante. Mas muitos ainda hoje acham falta de respeito ir a um culto sem uma roupa mais social, ternos para os homens e vestidos para as mulheres, saibam esses que Deus os ama profundamente, respeita seus costumes e aceita seus sacrifícios, ainda que ame igualmente os que pensam diferentemente. O ser humano ama os polos, são mais confortáveis, mais fáceis de serem entendidos, assim vemos mais extremos por aí, seja onde for. Já equilíbrio exige inteligência, discernimento, desse a maioria foge, dá trabalho ser equilibrado, e não é coisa de covarde, chamado atualmente de “isentão do centro” por alguns. 
      Quem sou eu para falar de Deus? Sou lavado pelo sangue de Cristo, o cordeiro de Deus que tira o pecado do mundo! (Oh glória!) Isso basta? Não, é preciso também sabedoria, e atenção aos que usam promessas da Bíblia como álibis para agirem com fé irracional, para pregarem irresponsabilidades. Somos limpos para sermos úteis a Deus, somos úteis obedecendo, só obedece quem ouve a voz do Senhor, e se para ser lavado pelo sangue de Jesus basta uma oração de fé, para ser útil é preciso conhecer a Deus, isso pode demorar anos. Abraão teve o filho da promessa, do qual sairia uma nação, em sua velhice, Moisés só começou a cumprir sua chamada aos oitenta anos, e mesmo Jesus só iniciou seu ministério aos trinta, não que Deus não chame e use jovens, mas temos muitos exemplo na Bíblia de que os homens precisaram ser moldados pelo tempo para serem úteis, essa parece ser a regra. 
      Santidade, quanto mais noção temos dela, mais longe dela nos sentimos, quanto mais a vivenciamos, mais parece que não a temos, Deus é a posição mais alta de santidade, e seu nome não é só uma denominação, aliás o nome de ninguém é, seja homem, espírito, anjo ou diabo. O nome de Deus é uma porta que se abre, dizê-lo é usar uma chave, diferente dos homens que quando chamados podem não nos atender, ou fingirem que atendem, quando de fato não prestam atenção ao que dizemos, ou se prestarem depois não convertem em ação aquilo que ouviram, Deus sempre age quando é chamado. Por isso não devemos falar o nome de Deus de qualquer maneira, e muito menos usá-lo para legitimar juramentos, intenções ou obras. Temos que ter muito cuidado com o nome que dizemos invocar, também pelo testemunho que isso passa para os outros seres, tanto humanos quanto espirituais. 
      Já foi dito que o que fala se compromete, o que muito fala, muito se compromete, por outro lado não basta se calar e achar que com isso se é sábio, muitos são quietos, mas julgam tudo em seus corações, desconfiam de tudo, são céticos e maliciosos. Quem sou eu para falar de Deus? Humildemente posso responder que sou alguém atraído pelo Senhor para falar dele, ciente de meus limites e pronto a mudar de opinião se necessário, mas convicto que faço não para obter fama ou grana, senão iria atrás de editoras para publicarem meus textos. Compartilho minhas reflexões aqui, gratuitamente, para quem quiser ler, sempre esperando em Deus que minhas palavras possam, no mínimo, levar as pessoas a pensarem mais sobre muitas coisas, e não aceitarem tradições, dogmas e religiões pelo que os homens dizem, mas pelo que o Espírito Santo de Deus de fato ensina e capacita-nos a viver.