12/03/22

Não negue o convite para a festa (41/90)

      “Porém, ele lhe disse: Um certo homem fez uma grande ceia, e convidou a muitos. E à hora da ceia mandou o seu servo dizer aos convidados: Vinde, que já tudo está preparado. E todos à uma começaram a escusar-se. Disse-lhe o primeiro: Comprei um campo, e importa ir vê-lo; rogo-te que me hajas por escusado. E outro disse: Comprei cinco juntas de bois, e vou experimentá-los; rogo-te que me hajas por escusado. E outro disse: Casei, e portanto não posso ir. 
      E, voltando aquele servo, anunciou estas coisas ao seu senhor. Então o pai de família, indignado, disse ao seu servo: Sai depressa pelas ruas e bairros da cidade, e traze aqui os pobres, e aleijados, e mancos e cegos. E disse o servo: Senhor, feito está como mandaste; e ainda há lugar. E disse o senhor ao servo: Sai pelos caminhos e valados, e força-os a entrar, para que a minha casa se encha. Porque eu vos digo que nenhum daqueles homens que foram convidados provará a minha ceia.” 
Lucas 14.16-24

      Talvez a parábola do texto inicial, como vários outros textos do novo testamento, principalmente certas cartas de Paulo, se refira só à Israel e os gentios. Tendo os judeus, no papel de suas lideranças religiosas do primeiro século, negado a nova aliança de Cristo, essa foi oferecida a outros povos. Mas a lição serve para todos, faz alguns alertas sérios e mesmo trágicos, com relação ao melhor que podemos desfrutar no mundo, mas principalmente na eternidade. Quando lemos o texto podemos ficar espantados com a atitude dos convidados inicias, podemos dizer que nós no lugar deles não agiríamos da mesma maneira. Normalmente os primeiros convidados a uma festa são parentes e amigos mais próximos, e foram esses que negaram o convite.
      Interpretemos assim a parábola, o dono da festa é Deus, Jesus é o servo que sai fazendo os convites. Os mais próximos são os que se dizem religiosos, principalmente cristãos, que se identificam como conhecedores do evangelho, das doutrinas cristãs, assíduos em cultos e missas, conectados oficialmente a denominações católicas, protestantes e evangélicas. São justamente muitos desses, e aqui não posso generalizar que foram todos, que deram mil desculpas para não poderem ir à festa. O dono da festa deve ter se entristecido, como, justamente aqueles que ele considerava mais próximos a ele, lhe faziam essa desfeita? Negavam convite para algo especial, no qual eram convidados privilegiados, com prioridade sobre outros? 
      Interessante que as desculpas não eram porque coisas ruins tinham lhes acontecido, essas até poderiam ser entendidas, alguém não poder ir a uma festa porque tinha falecido alguém próximo, porque tinha perdido bens, porque estava enfermo, contudo, as desculpas foram porque coisas boas tinham acontecido a eles e eles precisavam administra-las. Saber disso deve ter entristecido ainda mais o dono da festa, mas não tinha jeito, a festa seria dada, alguém precisaria usufruir dela, dessa forma o convite foi aberto. No lugar de convidados, aparentemente mais preparados para uma festa, foram chamados estranhos e marginalizados, pobres e aleijados, mancos e cegos, que talvez, por não poderem trabalhar, fossem pedintes sem teto.
      A abertura do convite é uma simbologia para a abrangência do amor de Deus, que não considera privilegiados religiosos, cristãos oficiais, mas todos são chamados para usufruírem da intimidade do Senhor, mesmo que aparentemente não sejam os mais adequados. Deus não ama pela aparência a alguns, Deus ama todos pelo coração, não faz diferença entre quem conhece a doutrina cristã e quem não sabe nada de cristianismo. Mas o amor de Deus é ainda mais maravilhoso, mesmo os que dizem não por falta de consciência, de entendimento, diferente dos primeiros convidados que disseram não com consciência, Deus acha um jeito de convencer para que festejem com ele, no mundo e na eternidade. Deus não deseja inferno a ninguém. 
      Muitos, que tantos evangélicos marginalizam, condenam ao inferno, tratam com preconceitos, podem experimentar na eternidade uma condição de paz e luz melhor que a de muitos cristãos, a parábola é bem clara sobre isso, quem tem olhos para ver que veja. Poderão experimentar um “céu”, não os que se acham preparados para isso por serem religiosos, nem os que intimamente se acham mais merecedores por sofrerem mais injustiças no mundo, mas os que são convencidos sinceramente pelo amor de Deus, sem qualquer segunda intenção. Esses são aqueles que estão pelos caminhos e valados, meio escondidos no mundo e de igrejas, que podem nem aparentar espiritualidade ou mesmo qualquer anelo por ela, surpresas haverá. 
      O relógio anda, Deus tem eventos a serem cumpridos no tempo, isso faz parte de um plano muito maior, que a maioria não tem noção de como funciona, nada pode impedir isso. Mas tenhamos cuidado, a exortação final é trágica, nenhum daqueles homens que foram inicialmente convidados provou a ceia. Sabe o porquê? Porque esses não negaram só um convite, negaram vários convites. Se convidados desprezam a festa de alguém querido e muito poderoso porque consideram suas alegrias mais importantes, é porque não querem estar com esse alguém, com ou sem festa. Poderiam ir, nem por gosto, mas ao menos por temor, isso pelo menos mostraria que respeitam o dono da festa, mas temor é algo que muitos perderam há muito tempo. 

Esta é a 41ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021

11/03/22

Que morte merecemos? (40/90)

      “Aqueles que confiam na sua fazenda, e se gloriam na multidão das suas riquezas, nenhum deles de modo algum pode remir a seu irmão, ou dar a Deus o resgate dele.” 
Salmos 49.6-7

      A morte do corpo é inexorável, todos vão prová-la, indiferente de qualquer coisa, status social, nível financeiro, intelectual, raça, idade e mesmo religião, ela não pode ser trocada por bens materiais, não podemos comprar a vida para nos livrarmos da responsabilidade de vivê-la corretamente. A morte pode acontecer de diversas maneiras a seres humanos diferentes, pode vir cedo demais, ou antes do tempo melhor, pode ser no tempo certo, pode ser sofrida e demorada, pode ser abrupta e fulminante, pode ser tranquila também. Pode ser por um acidente, por uma violência, por um descaso, mas pode ser somente a parada do funcionamento do corpo, que mesmo que tenha sido bem tratado, respeitado, teve sua “data de validade” vencida. Ela é a única certeza que todos podem ter em suas jornadas neste mundo, ainda que seja só a passagem do plano físico para o espiritual. O plano espiritual será aquilo que construirmos dele no plano físico, efeito espiritual de uma causa no plano material. Só entende a vida quem entende a morte, e vice-versa. 

      “Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.” 
Salmos 23.6

      Que morte merecemos? A morte que precisamos ter. O entendimento inicial é que nossa passagem do plano físico para o espiritual, nossa morte no corpo, seja de acordo com o bem que plantamos na vida, seguindo o ensino do Salmo 23. Quem temeu a Deus, obedeceu ao Senhor, trabalhou pelas prioridades corretas, não foi ganancioso ou vaidoso, buscando nos bens materiais uma honra maior para aparentar para os homens, mas se aproximou mais de Deus, e ainda mais à medida que os anos passaram, esse merecerá uma morte tranquila, rápida, com o mínimo de sofrimento. Quem equilibra corpo, alma e espírito não permite que se instale em si doenças mais terríveis, sejam físicas ou emocionais, mas mesmo que tenha vivido algum tempo de maneira errada, se humilhou-se a tempo de todo o coração diante do Senhor, também achará no Espírito Santo cura e vitória que o preparem para uma boa morte. O justo vive bem, principalmente no fim, porque plantou para isso, sua luz ainda que pequena no início, será grande no final, consequentemente viverá muito e terá uma passagem serena. 

      “O Senhor me castigou muito, mas não me entregou à morte.” 
Salmos 118.18

      Contudo, podemos ter um entendimento mais profundo sobre a morte, baseados no seguinte questionamento: quem conhece o plano real de Deus para cada ser humano? Ou então, o que precisamos passar neste mundo, até nosso último suspiro, para chegarmos ao melhor de Deus para nossas vidas, o melhor que levaremos à eternidade? Essa pergunta não é tão fácil assim de ser respondida, uma coisa eu creio que seja certa, todos nós passamos por este mundo, num instante de tempo comparado a toda eternidade, para que tenhamos a oportunidade de abrirmos mão de nós mesmos e darmos prioridade para o outro e para Deus, viver bem de fato nada mais é que morrermos para nós mesmos. A vida é um confronto com morte para que tenhamos direito à vida, vivemos para morrer, quem não vive preparando-se para morte, morre, porque morre a segunda morte que é espiritual ainda vivo fisicamente. A morte do ego, todavia, é algo pessoal, específico para cada um de nós, e alguns podem precisar de uma morte demorada e doída para que possam abrir mão do ego e terem direito à vida eterna em Deus. 

      “Preciosa é à vista do Senhor a morte dos seus santos.
 Salmos 116.15

      Aqueles que verdadeiramente obedecem e adoram a Deus são especiais para Deus, porque estão em Cristo, fazem parte dele, conheceram sua luz, para ela olharam e nela fizeram refúgio, contra o mal, as trevas e a morte, dessa forma para a luz irão quando seus espíritos forem desprendidos dos corpos. A morte só é violenta para os violentos, só é enganosa para os enganadores, só será uma surpresa ruim para os que amaram a mentira e não foram humildes o suficiente para se revelarem em verdade. Livrar-se de uma morte ruim não é fácil, pode custar um vida longa e difícil, nossos corações orgulhosos e egoístas, muitas vezes viciados nos apetites da carne e nas vaidades, podem precisar de muita vergonha, perdas e humilhações para se renderem a Deus. Tenhamos a lucidez de entendermos o que Deus tem para nós e obedeçamos isso enquanto há tempo, para que mereçamos uma morte em Cristo que alegre o Pai, e Deus contempla o final da vida física de um filho obediente, que foi útil para abençoar outros seres, que achou a luz, nela ficou e nela será espiritualmente consumado por seu amor. 

      “E digo-vos, amigos meus: Não temais os que matam o corpo e, depois, não têm mais que fazer. Mas eu vos mostrarei a quem deveis temer; temei aquele que, depois de matar, tem poder para lançar no inferno; sim, vos digo, a esse temei.” 
Lucas 12.4-5

      Inferno se constrói aqui e se leva para lá, quando não se humilha diante de Deus e não se conhece a Jesus como salvador. O pior tipo de inferno, se é que há tipo de inferno, é aquele construído na alma de um suicida. O suicida não quer exterminar o corpo, ele tenta calar o espírito que sofre dentro dele, ainda que o espírito não possa ser morto em sua substância, só em sua moralidade, e ele pode fazer isso ainda em vida física à medida que foge da luz, da verdade, de Deus, e nega a si mesmo cura e paz. O arrogante e vaidoso, que quer viver de aparência para mostrar aos outros o que não é e nem precisa ser, mortifica seu espírito, e se não conseguir manter a farsa matará o corpo para tentar acabar com sentimentos e pensamentos de dor, isso só apressará um inferno terrível. O que se mata não amaldiçoa somente a si, mas à sua família, que ficará e terá que conviver emocionalmente com uma perda estúpida, que aconteceu antes do tempo melhor, e com consequências materiais que terá que administrar, como dívidas e alianças profissionais quebradas. Se o suicida pensasse um pouco em quem terá que continuar vivendo, se tivesse ao menos algum amor pelos outros mais que por si, não cometeria tal insensatez. 

      “Porque para mim o viver é Cristo, e o morrer é ganho.” 
Filipenses 1.21 

      Longe de nós nos compararmos a Paulo, pelo menos, longe de mim, para podermos afirmar com total propriedade o texto acima. Mas Deus, em sua graça, permite aos seres humanos, indiferentemente de suas vocações, trabalhos seculares e ministérios eclesiásticos, viverem em Cristo e serem felizes. Para que isso aconteça precisamos ser obedientes até o fim, nos libertarmos de ilusões, sejam elas quais forem, as materiais e também as religiosas, e existe muita ilusão em igrejas cristãs. Mas quem de fato viver em Deus, confiando nele e pagando todos os preços para agradá-lo, entenderá que tanto faz morrer ou viver, dos dois jeitos estamos na luz do Altíssimo, protegidos por ele, cuidados pelo seu amor, honrados pelo Senhor e criador de todas as coisas. Quem vive para abençoar o próximo servindo a Deus, será servido pelos anjos do Senhor na eternidade, mas quem descobre que servir ao próximo é sua maior vocação, tem no mundo alegria semelhante a que terá no céu, e eis um dos grandes mistérios da existência, entender que o espiritual importa mais que o material. 

Esta é a 40ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021

10/03/22

Que legado deixaremos? (39/90)

      “Melhor é a boa fama do que o melhor ungüento, e o dia da morte do que o dia do nascimento de alguém.” 
Eclesiastes 7.1

      Que legado deixaremos quando partirmos deste mundo? Depende de para quem deixaremos. Alguns deixam reputações honradas para o mundo, para colegas de trabalho, mesmo para irmãos da igreja. Por esses alguns serão lembrados nos velórios como bons amigos de bares, colegas honestos de trabalho, mesmo bons cristãos em templos, e isso tudo pode ser verdade. Muitos funcionam bem publicamente, são atenciosos, educados, mesmo afetuosos, esses talvez tivessem que se limitar a esses círculos, durante o dia e só socialmente, como profissionais, não se envolvendo com famílias, cônjuges e filhos. 
      Contudo, muitos se casam, constituem famílias, e voltam à noite para seus lares. Como esses serão lembrados por maridos, esposas, filhos e outros familiares próximos? Muitas vezes os amigos do mundo são os inimigos da família, no lar não têm paciência com cônjuges, nunca têm tempo para os filhos, não conseguem praticar amor justamente com quem mais importa. Sim, quem mais importa em nossas vidas são nossas esposas, nossos maridos e nossos filhos, esses existem por escolha nossa e são o que fazemos deles, são nossa maior responsabilidade e consequentemente representam nosso legado mais importante.
      Alguns podem dizer que não se importam com o que os outros pensam, de fato isso está certo, a opinião de quem nunca se importou em nos conhecer melhor, em entender nossas lutas e escolhas, não importa, não se de fato estamos procurando no tempo presente viver com temor a Deus. Quem segue a Jesus tem o passado perdoado, e mesmo se não for entendido pelos de fora pode ser alguém do bem, que convive com família em humildade e amor. Mudança legítima quem vê é a família, “mas, se alguém não tem cuidado dos seus, e principalmente dos da sua família, negou a fé, e é pior do que o infiel.” (I Timóteo 5.8).
      Depois do que Deus pensa de nós e do que nós pensamos de nós, e isso é muito importante, nos perdoarmos e nos gostarmos, importa o que cônjuges e filhos pensam de nós. É claro que o ideal seria podermos dar bom testemunho a todos, e depois de partirmos deixarmos legados de boas lembranças nos corações do maior número de pessoas possível, sejam nos lugares que forem. Nunca nos esqueçamos que Deus tudo vê e considera, não estamos protegidos do olhar do Senhor só por estarmos longe do templo da igreja, “seja a vossa eqüidade notória a todos os homens, perto está o Senhor” (Filipenses 4.5).
      Mas a vida é um processo e ninguém precisa começar de cima, a realidade é que muitos de nós começam embaixo, e infelizmente muitos nos julgam só pelo nosso começo. O justo, contudo, não deve ser julgado pelo seu início, mas pelo seu fim, e o realmente justificado por Cristo sempre terá no final de sua vida, ao menos nesse momento, um tempo de vitória plena, creio assim e experimento isso em minha vida. “Mas a vereda dos justos é como a luz da aurora, que vai brilhando mais e mais até ser dia perfeito” (Provérbios 4.18), tenho certeza que deixarei um bom legado no coração de minha esposa e de minhas filhas. 
      Quer deixar um bom legado? Não precisa deixar bens materiais, mas não deixe dívidas, não precisa mudar o passado, isso não pode ser feito, mas viva um presente de qualidade que permaneça depois de você partir. Você não precisa nem anular certos erros, mas deixe um pedido de perdão, deixe a humildade de quem reconhece os limites, o egoísmo, a vaidade e a arrogância que cada um de nós carrega dentro de si. Entregue sua vida nas mãos de Deus e peça que ele resolva o que você não pode resolver, Deus tem seus caminhos e pode manifestar um legado para você que você nem imagina ter ou merecer.

Esta é a 39ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021

09/03/22

Expiação ou missão? (38/90)

      “Portanto, irmãos, procurai fazer cada vez mais firme a vossa vocação e eleição; porque, fazendo isto, nunca jamais tropeçareis.” 
II Pedro 1.10

      Algumas religiões explicam a passagem do ser humano pelo mundo em duas experiências, expiação e missão. Nós cristãos protestantes, na prática de nossa doutrina, entendemos essa passagem sob dois resultados, salvação e perdição. Reflitamos um pouco sobre esses quatros termos. Algumas pessoas parecem ter nascido para sofrer, e se não é de fato assim, algumas pensam que é assim pelo menos com elas, contudo, quem faz uma avaliação lúcida do mundo entende que existe muito sofrimento e muitos parecem sofrer sem merecerem. Muitos experimentam pobreza, falta de infraestrutura básica para uma vida digna, limites de oportunidades para estudar e trabalhar, que os prenderão a existências limitadas. Cristãos evangélicos precisariam olhar além de seus próprios umbigos e aceitarem, que muitos sofrem sem terem noção de que podem buscar a Deus do jeito que eles buscam, sofrem e não têm condições físicas nem intelectuais para fazerem decisões morais e espirituais de mais qualidade. 
      Muitos cristãos estão escondidos dentro de templos, cegos sobre o que de fato ocorre na vida de gente de países distantes, e mesmo das periferias de suas cidades. Se a coisa realmente funcionasse como eles acham que funciona, não haveria tanta injustiça no planeta sendo provada por pessoas sem condições de lutarem por justiça. Que justiça há num conceito do “divino justo” que permite que alguns nasçam com e em certas condições, e em níveis de privilégios, enquanto outros não? De fato, parece, e eu repito, parece que muitos nasceram nesse mundo só para sofrerem e com isso expiarem pecados. Mas não podemos negar que outros sofrem por escolha, até receberam condições de terem alguma dignidade na vida neste mundo, mas ainda assim fazem escolhas erradas, sejam materiais, morais ou espirituais, que terão como efeitos o sofrimento. Muitos são orgulhosos e colocam a culpa de seus problemas nos outros, no mundo e mesmo em Deus, não assumindo responsabilidades por seus erros e consequentes dores. 
      Mas sob outra ótica, alguns podem ser salvos e outros não. Alguns aceitam a salvação que o cristianismo oferece e outros a negam, simples assim? Sim, se analisarmos a passagem neste mundo sob esse ponto de vista muitos se convertem em igrejas cristãs, sejam católicas, protestantes, evangélicas ou outras, e se tornam filhos de Deus, e outros não, assim, de acordo, e repito, com a doutrina cristã, alguns irão para o céu e outros para o inferno. Os que se “convertem”, além de irem para o melhor de Deus no plano espiritual, terão neste mundo uma proteção maior do Senhor no plano material, assim poderão vivenciar aqui menos sofrimento físico. Para esse ponto de vista eu faço uma pergunta: o que realmente mostra que alguém é filho de Deus ou não? São compromissos com religiões, com homens, mesmo com o cristianismo, ou são frutos de justiça e amor, fatos que comprovam a teoria? Bem, existe muita gente que não tem ligação oficial com o cristianismo, mas dá melhores frutos que cristãos. 
      Contudo, nos olharmos não como expiando erros e defeitos, mas como missionários de passagem por uma terra distante de nosso verdadeiro lar, talvez seja o ponto de vista mais espiritual de todos. Esse olhar não procura culpados nem se faz de indiferente, mas busca fazer a diferença, cada indivíduo do seu jeito para ser melhor no mundo. Quem cumpre uma missão também expia pecados? Sim, é um jeito de anular o mal que se fez e que outros fizeram, principalmente com ações e não só com orações. Acima de tudo, o missionário se põe como um ser maduro que tanto trabalhará materialmente como acionará o divino e o mundo espiritual. Com missionário não me refiro àqueles que trabalham com evangelismo em igrejas cristãs, trazendo adeptos para suas religiões, pelo menos não me refiro necessariamente a esses. Me refiro a todos aqueles que desempenham trabalhos honestos no mundo, religioso mas em grande parte secular, não só para sobrevivência e prosperidade pessoal, mas também para beneficiar os outros. 
      Missionário é todo ser humano que venceu as barreiras do egoísmo e da vaidade e foi além de suas próprias necessidades, isso sempre agradará a Deus e contribuirá para que a humanidade evolua. Se a visão de quem vê sua vida como um missionário abranger todos os planos, material, moral e espiritual, seja para si mesmo, para os outros como para Deus, sua missão terá mais eficiência pois contemplará o ser humano e tudo o mais de maneira mais completa, não só no plano físico como também no espiritual. Quem pode estar no mundo como missionário? Todos os seres humanos, mas o cristão, pelo que ele conhece do evangelho, deveria ser aquele com mais condições para isso, pelo menos na teoria, infelizmente, na prática não acontece assim. Evangélicos estão nos templos cantando um Cristo salvador, cheio de amor e que pode abençoar toda a humanidade, mais que qualquer outra religião, mas ainda assim estão, muitos deles, ocupados só com prosperidade material e pessoal. Para que você está no mundo? 

Esta é a 38ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021

08/03/22

Até que ponto seremos provados? (37/90)

      “Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.” 
Tiago 1.12

      Até que ponto de nossas forças seremos provados nesta vida? Até que tempo seremos provados? Qual será a extensão máxima de nossas provações? Sabemos em algum momento que já fomos provados o suficiente, para que possamos então descansar e só usufruirmos? Ou a existência no mundo constitui provas até nosso último instante de vida no corpo físico? Temos que entender que viver é ser provado, esse é o objetivo da vida, e provados para que sejamos seres humanos melhores no espírito. O ponto, então, não é como encerrarmos provas, escaparmos delas, mas como administrá-las e sermos felizes, fazendo os outros felizes também, saindo do egoísmo para o altruísmo. 
      Alguns são provados para terem e manterem um trabalho simples, mas suficiente para sobreviverem de maneira honesta e independente. Esses não nasceram com muitos privilégios, mas terão que dizer não à tentação exercida pela marginalidade, que oferece lucros financeiros fáceis, sem exigir qualificações profissionais ou morais, obrigando o ser humano a ser desonesto, mas sujeitando-o a penas e cárceres caso seja descoberto e condenado. Como tem crescido essa tentação, sendo prova para uma grande maioria da população desempregada ou mal empregada, desprezada por governos, pessoas que não têm o luxo de se preocuparem com os outros, só com elas mesmas. 
      Outros, por um motivo ou outro, já possuem alguma estabilidade financeira e ganham mais que o mínimo, suficiente para terem filhos e pagarem formações acadêmicas melhores para esses, assim como para usufruírem lazeres e outros prazeres com mais assiduidade e qualidade. Esses são provados, não pela sobrevivência básica no mundo, mas para fazerem escolhas intelectuais, morais e espirituais mais profundas. Não que o outro grupo não tenha também esse tipo de prova, mas esse segundo grupo pode abrir mão de certas obrigações porque pode, digamos assim, pagar por isso, dessa forma pode cuidar não só de si mesmo, mas também de outros mais necessitados. 
      Em maior ou menor proporção todos somos provados dessas duas maneiras, para sermos indivíduos melhores e para ajudarmos os outros a serem. Sair de um grupo para o outro depende de disponibilidade material, sim, mas muito mais de virtude moral, já que quem tem amor pode ajudar o próximo mesmo tendo pouco. Por que temos que temer a Deus em todo o tempo? Porque neste mundo, enquanto no corpo físico, as provas não terminam, só quem teme a Deus o tempo todo está devidamente preparado para tudo. O “universo” pode nos surpreender com provas que não acharíamos que passaríamos, ou pelo menos não mais, fazendo-nos de ajudadores, os ajudados. 
      Quem teme a Deus respeita os homens, todos eles, não diz em seu coração, “quero distância desse pois não preciso dele”. Não sabemos se Deus nos colocará numa prova onde seja justamente uma pessoa que desprezamos a única que poderá nos ajudar. Deus é justo, não pedirá de nós algo que não podemos suportar ou que pode nos humilhar excessivamente, pelo menos isso não é regra, ainda que nos prove para nos ensinar sobre humildade e nos conduzir à santidade, usando qualquer um para isso. Nossas vidas podem sofrer viradas extremas até nosso último instante aqui, como se diz, “o mundo dá voltas” e “ninguém sabe o dia de amanhã”, por isso tenhamos sabedoria. 
     Isso não é um Deus prepotente e exigente tendo prazer em nos ver sofrer, isso é a porta para a melhor eternidade sendo mantida aberta, o máximo possível, para entrarmos. Quanto mais nos aperfeiçoarmos, seguindo o exemplo de vida e morte do Cristo homem, e dando liberdade para o mestre Espírito Santo, mais essa porta nos será aberta. Não, meus queridos irmãos evangélicos, não é uma decisão de fé no momento do batismo cercados de crentes, que nos garante o céu, não se enganem com isso, mas é trabalho persistente. Não viemos ao mundo para conquistarmos direito a férias, se haverá descanso será na eternidade, e mesmo esse não será como muitos acham. 

Esta é a 37ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021

07/03/22

Que pessoas vos convêm ser? (36/90)

      “O Senhor não retarda a sua promessa, ainda que alguns a têm por tardia; mas é longânimo para conosco, não querendo que alguns se percam, senão que todos venham a arrepender-se. Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão.
      Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão? Mas nós, segundo a sua promessa, aguardamos novos céus e nova terra, em que habita a justiça.” 
II Pedro 3.9-13

      A vida urge e nos conclama em todo o tempo a compreendê-la. Aqui no mundo ela não é eterna e segue para a desintegração, quem tiver olhos e ouvidos espirituais abertos compreenderá a existência neste plano e poderá retirar dela algo bom e eterno. Sofremos esperando, os que não querem sofrer negam a necessidade da espera fazendo uso de subterfúgios, que potencializam as ilusões da vida material dando uma falsa impressão de eternidade na carne, eternidade que só é viável no espírito. Mas quem tem o Espírito Santo tem a eternidade em si, para a vida, não para a morte, e ainda que veja o corpo morrer pode conhecer e usufruir o Deus eterno de luz e paz. Basta-lhe lutar contra as baixas tendências da carne e deixar subir a vocação mais alta do espírito, que habita essencialmente todos os seres humanos.
      Para Deus o tempo não funciona como funciona para nós, seres encarnados, ele sabe do futuro porque tudo já fez no passado, existindo num eterno presente. Os que sincronizam suas vidas com ele não sofrem com prazos de entrega, nem se surpreendem com recebimentos, se para nós parece demorar é só o Senhor aguardando que nós, na carne, estejamos melhor preparados para receber. Justos e ímpios, salvos ou perdidos? Deus ama a todos igualmente, todos provarão o seu amor em algum tempo, não duvidem disso. São os próprios homens, não Deus, que podem impedir os homens de receberem as bênçãos e serem satisfeitos com a felicidade. Quem ainda não recebeu um bem é porque ainda não se preparou para isso, colocando-se na posição onde todas as bênçãos, espirituais e físicas, podem ser usufruídas. 
      Haverá juízo, um julgamento final? Haverá um momento onde todos os seres humanos serão avaliados por um juiz, mais elevado e puro, para que recebam uma sentença? Sim, não da maneira como muitos, incluindo cristãos e evangélicos, acham que será, mas com certeza confrontará causas e efeitos de todos os seres. Tudo será recompensado, também não do jeito que muitos acham que será, não necessariamente conforme o que foi feito, mas conforme a intenção de quem fez. É assim para que haja justiça e crescimento para o alto, onde habita o pai das luzes, de todo o bem, de todos os espíritos criados e colocados no mundo para serem provados. Esse mundo, apesar de ser tão importante para tantos, será totalmente transformado pelo “fogo”, fogo que também não será o que muitos acham que será. 
      Roupas caras, produtos de embelezamento e estética, comidas sofisticadas, bebidas raras, joias, ouro, pedras preciosas, carros luxuosos, tecnologias de última geração, dinheiro, cartões de credito, lugares seculares e históricos, belezas naturais e construídas pela humanidade em milênios, quadros, instrumentos musicais, toda a arte avaliada em milhões, tudo isso passará. Mas se tudo o que vemos, se tudo o que muitos chamam de a única realidade, se tudo o que tantos pagam preços de sangue para possuir, para que possam se sobrepor sobre pares e gozar de prazeres físicos, se tudo isso acabará, o que de fato levaremos para aquilo que não tem fim? Chegamos ao questionamento que Pedro nos faz em sua carta: que pessoas nos convêm ser, quais os valores que verdadeiramente nos salvarão do “fogo do inferno”? 
      Em santo trato e piedade, aguardando e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que habita a justiça, eis as melhores condições para vivermos um estado de vigilância que nos dê direitos a uma boa sentença no juízo. Santo trato e piedade, é mais que aparência de santidade, que simplesmente obedecer certas regras que muitas vezes só protegem o exterior, é mais que educação e discurso de amor. É vida prática como fruto de um homem interior limpo, é amor que age e serve os semelhantes com misericórdia e caridade. Quem está em Deus sente a urgência da existência e não se faz de morto, não perde tempo, mas toma, a tempo, a iniciativa para fazer o bem, vencendo o orgulho e a vaidade, dando a outra face e de fato andando em humildade, discreta e do coração, como é a verdadeira humildade. 
      A pressa de ver justiça sendo feita neste mundo e principalmente nas próprias vidas, é o que leva muitos a se afastarem de Deus e a se colocarem debaixo de homens e de seres espirituais rebeldes, que se achando maiores que Deus enganam a muitos dizendo que são defensores de seus direitos. Apressemo-nos, sim, mas para conhecermos e obedecermos a Deus, nem a justiça, o amor e a paz estão acima de Deus, quem busca tudo isso e despreza Deus, no final só achará desgosto e tormento. Não se enganem, fins não justificam meios. Sim, podemos e devemos buscar direitos iguais e qualidade de vida para todos hoje, mas cientes que a justiça maior só vem de Deus que só a manifestará plenamente no futuro, nos novos céus e na nova terra. Que pessoas nos convêm sermos, nós que aguardamos o cumprimento da promessa de Deus?

Esta é a 36ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021

06/03/22

Pastor, quem você será na eternidade? (35/90)

      “Milita a boa milícia da fé, toma posse da vida eterna, para a qual também foste chamado, tendo já feito boa confissão diante de muitas testemunhas. Mando-te diante de Deus, que todas as coisas vivifica, e de Cristo Jesus, que diante de Pôncio Pilatos deu o testemunho de boa confissão, que guardes este mandamento sem mácula e repreensão, até à aparição de nosso Senhor Jesus Cristo; a qual a seu tempo mostrará o bem-aventurado, e único poderoso Senhor, Rei dos reis e Senhor dos senhores; aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível; a quem nenhum dos homens viu nem pode ver, ao qual seja honra e poder sempiterno. Amém.” 
II Timóteo 6.12-16

      Para entendermos melhor a jornada de Jesus e de outros mestres do primeiro século, é importante conhecermos como funcionava a educação nesse tempo. Parte importante do ensino era itinerante, os alunos andavam com o professor de cidade em cidade, era um costume da época, o professor e seus alunos não eram andarilhos desempregados por causa disso. Alunos podiam ser sustentados pela família, mas os que não podiam dependiam da ajuda dos moradores das cidades com alimentação e moradia, vemos um exemplo disso em Lucas 10.1-16 quando Jesus envia os setenta (veja mais neste link). 
      Jesus era rabino, mestre, era professor, essa era sua profissão, ele escolheu alunos, os discípulos (Mateus 4.18-22). Jesus tinha experiência e conhecimento, obtidos antes do início de seu ministério, para desempenhar sua atividade. Jesus não era só alguém tentando divulgar uma nova religião ou a reforma de uma antiga. Hoje temos esse costume no ensino? Não, hoje o ensino é feito em lugares fixos, há leis que certificam escolas e faculdades como oficiais, entretanto, mistificando a vida de Jesus, muitos pastores tentam romantizar um costume antigo para dar legitimidade a seu despreparo. 
      Hoje, um pastor deveria ser um profissional legalizado, e nessa afirmação usei o termo “profissional” na melhor das interpretações. Profissional no sentido de ser alguém, após ser chamado espiritualmente, preparado intelectualmente em faculdades e seminários teológicos sérios, depois ser devidamente consagrado numa igreja por um grupo de pastores idôneos, para então começar a trabalhar. Infelizmente o termo profissional é interpretado do jeito errado, como empresário vendendo um produto para obter lucro, ainda que não se tenha preparo e muito menos chamada espiritual para tal.
      Não é fácil o trabalho de um pastor que milita a boa milícia da fé, ocupar-se em servir o outro, em tempo integral, atender os pedidos dos que sofrem, ter sempre uma palavra de esperança para dar, estar sempre de pé. Se para viver é preciso resiliência, muito mais para ser pastor, e não só para a própria sobrevivência, mas para ajudar outros a seguirem vivendo em Deus. Existem pastores verdadeiros hoje em dia? Sim, muitos, Deus os conhece e deles cuida, ainda que sejam menos “famosos” entre os homens. Quem deles precisou nunca deles se esquece, louva a Deus por eles, servos leais de Jesus. 
      Pastor, quem você será na eternidade? Seu homem interior estará coerente com o que você pregou? Que você seja um ser humano feliz por estar fazendo o que lhe é pedido por Deus. Se não sentir-se melhor pelo que se faz é consciência que deve haver em todo aquele que decide pelas vidas de muitos em áreas materiais deste mundo, também é consciência que será cobrada de pastor. Esse tem a missão de servir, não de ser servido, de entender que foi chamado por causa de ovelhas que precisavam do alimento que Deus lhe deu para dar a elas, e não para ser sustentado materialmente por elas. 
      Nem sermos líderes religiosos, por si só, nos faz melhores e com mais direitos na eternidade, o pastor não terá entrada no céu na frente de outros só por ser pastor, ninguém se engane. Se estamos fazendo o que Deus quer de nós, temos capacidade do Senhor dada a nós no tempo para fazer isso, por isso, ainda que fazendo com muito amor, não fazemos mais que nossa obrigação. Mas se alguém acha estar fazendo mais que deve, por isso os homens e Deus estão em dívida com ele, e que isso lhe deverá ser pago, se não aqui no céu, entenda melhor sua chamada e como desempenhá-la ou mude de área. 
      Como outras vezes já foi dito aqui, haverá muitas surpresas no exato instante após o corpo físico parar de funcionar e o espírito estiver livre para a eternidade, muitas surpresas serão para melhor, mesmo que se veja que as coisas não são bem como se pensava ser. O humilde sempre acha paz e luz. Contudo, haverá surpresas tristes e outras até piores. Os que experimentarem as tristes passarão por um tempo de aceitação, não do que o céu é, mas do que eles de fato são construído em seus homens interiores no mundo, por anos de escolhas equivocadas sobre o caminho da piedade e do temor a Deus. 
      Haverá, entretanto, os que experimentarão terríveis surpresas, esses se revoltarão por não receberem o que achavam que tinham direito, esses se escandalizarão com a verdadeira eternidade confrontada com as superstições e fantasias que a religião de homens construiu em suas mentes, ainda que o Espírito Santo lhes mostrasse a verdade. Esses terão um inferno para alojar invejas, ódios, vícios, culpas e revoltas contra tudo, principalmente contra Deus, que não sejamos um desses, antes andemos sempre no amor de Deus. Deus sempre nos conduz à verdade, o humilde sempre a encontra e a tempo. 
      “Rei dos reis e Senhor dos senhores, aquele que tem, ele só, a imortalidade, e habita na luz inacessível, a quem nenhum dos homens viu nem pode ver”, lindíssima essa descrição que o texto bíblico inicial faz sobre o Cristo espiritual que nos será revelado na eternidade, me chamam a atenção os termos imortal e luz inacessível, que mistério profundo há nisso. Entendemos de fato o que isso significa? Muitos cristãos não entendem, ainda que creiam que terão vida eterna no céu. Imortalidade não é só nunca morrer, mas ser eternamente atraído pelo amor de Deus à sua mais alta luz e dizer sim. 

Esta é a 35ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021