terça-feira, março 08, 2022

Até que ponto seremos provados? (37/90)

      “Bem-aventurado o homem que suporta a tentação; porque, quando for provado, receberá a coroa da vida, a qual o Senhor tem prometido aos que o amam.” 
Tiago 1.12

      Até que ponto de nossas forças seremos provados nesta vida? Até que tempo seremos provados? Qual será a extensão máxima de nossas provações? Sabemos em algum momento que já fomos provados o suficiente, para que possamos então descansar e só usufruirmos? Ou a existência no mundo constitui provas até nosso último instante de vida no corpo físico? Temos que entender que viver é ser provado, esse é o objetivo da vida, e provados para que sejamos seres humanos melhores no espírito. O ponto, então, não é como encerrarmos provas, escaparmos delas, mas como administrá-las e sermos felizes, fazendo os outros felizes também, saindo do egoísmo para o altruísmo. 
      Alguns são provados para terem e manterem um trabalho simples, mas suficiente para sobreviverem de maneira honesta e independente. Esses não nasceram com muitos privilégios, mas terão que dizer não à tentação exercida pela marginalidade, que oferece lucros financeiros fáceis, sem exigir qualificações profissionais ou morais, obrigando o ser humano a ser desonesto, mas sujeitando-o a penas e cárceres caso seja descoberto e condenado. Como tem crescido essa tentação, sendo prova para uma grande maioria da população desempregada ou mal empregada, desprezada por governos, pessoas que não têm o luxo de se preocuparem com os outros, só com elas mesmas. 
      Outros, por um motivo ou outro, já possuem alguma estabilidade financeira e ganham mais que o mínimo, suficiente para terem filhos e pagarem formações acadêmicas melhores para esses, assim como para usufruírem lazeres e outros prazeres com mais assiduidade e qualidade. Esses são provados, não pela sobrevivência básica no mundo, mas para fazerem escolhas intelectuais, morais e espirituais mais profundas. Não que o outro grupo não tenha também esse tipo de prova, mas esse segundo grupo pode abrir mão de certas obrigações porque pode, digamos assim, pagar por isso, dessa forma pode cuidar não só de si mesmo, mas também de outros mais necessitados. 
      Em maior ou menor proporção todos somos provados dessas duas maneiras, para sermos indivíduos melhores e para ajudarmos os outros a serem. Sair de um grupo para o outro depende de disponibilidade material, sim, mas muito mais de virtude moral, já que quem tem amor pode ajudar o próximo mesmo tendo pouco. Por que temos que temer a Deus em todo o tempo? Porque neste mundo, enquanto no corpo físico, as provas não terminam, só quem teme a Deus o tempo todo está devidamente preparado para tudo. O “universo” pode nos surpreender com provas que não acharíamos que passaríamos, ou pelo menos não mais, fazendo-nos de ajudadores, os ajudados. 
      Quem teme a Deus respeita os homens, todos eles, não diz em seu coração, “quero distância desse pois não preciso dele”. Não sabemos se Deus nos colocará numa prova onde seja justamente uma pessoa que desprezamos a única que poderá nos ajudar. Deus é justo, não pedirá de nós algo que não podemos suportar ou que pode nos humilhar excessivamente, pelo menos isso não é regra, ainda que nos prove para nos ensinar sobre humildade e nos conduzir à santidade, usando qualquer um para isso. Nossas vidas podem sofrer viradas extremas até nosso último instante aqui, como se diz, “o mundo dá voltas” e “ninguém sabe o dia de amanhã”, por isso tenhamos sabedoria. 
     Isso não é um Deus prepotente e exigente tendo prazer em nos ver sofrer, isso é a porta para a melhor eternidade sendo mantida aberta, o máximo possível, para entrarmos. Quanto mais nos aperfeiçoarmos, seguindo o exemplo de vida e morte do Cristo homem, e dando liberdade para o mestre Espírito Santo, mais essa porta nos será aberta. Não, meus queridos irmãos evangélicos, não é uma decisão de fé no momento do batismo cercados de crentes, que nos garante o céu, não se enganem com isso, mas é trabalho persistente. Não viemos ao mundo para conquistarmos direito a férias, se haverá descanso será na eternidade, e mesmo esse não será como muitos acham. 

Esta é a 37ª parte da reflexão
“Quem você será na eternidade?”
dividida em 90 partes, para melhor
entendimento leia toda a reflexão.

José Osório de Souza, março de 2021

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