10/05/19

Vem pra graça você também

      “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça. Pois que? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum. Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça? Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.” Romanos 6.14-18

      Alguns cristãos têm muita dificuldade para entender que foram chamados para viver debaixo da graça de Deus, não da Lei. Debaixo da Lei é impossível de se viver, a Lei não existiu para salvar, mas para evidenciar ainda mais o pecado e a incompetência espiritual humana para salvar somente pela obediência a uma coleção de regras morais e religiosas. Ainda assim, muitos cristãos transformam o evangelho em leis, desprezando o poder do Espírito Santo, distanciando-se da misericórdia de Deus, não entendendo e não se privilegiando da graça do Senhor. Contudo, o que de fato significa a graça de Deus só podem entender e praticar cristãos realmente maduros e espirituais, do contrário ou serão crianças libertinas ou infantes hipócritas, andando como escravos de homens e não na liberdade de Deus. 
      Graça de Deus e a verdadeira liberdade são conceitos intrinsecamente relacionados, se existe um, existe o outro, um não é possível sem o outro, o contrário disso é lei e servidão, e servidão não a regras excelentes, mas à hipocrisia de quem não obedece e nega isso. A carta aos Romanos, provavelmente escrita por Paulo, é O tratado do novo testamento sobre a graça em Cristo substituindo a Lei mosaica, não só para Israel, mas para todos os homens. O texto inicial começa com a afirmação “porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça”, ele deixa claro que a Lei não liberta, antes, prende. Só debaixo da graça há liberdade, não porque não se peça, mas porque temos não somente perdão pleno de pecados mas também forças pelo Espírito Santo para não pecar.
      Respeito todas as verdentes religiosas cristãs, não tenho dúvidas que Deus enxerga filhos sinceros e deles cuida em muitos caminhos religiosos, mesmo em não cristãos, ninguém se engane com relação a isso. Contudo, quantos vivem debaixo de leis e não da graça, não só perdendo tempo com isso, exigindo deles mesmos o que Deus não exige, mas também, muitos deles, achando-se melhores que outros por obedecerem leis que os outros não obedecem. Isso acontecia no primeiro século com os judeus convertidos e acontece hoje em dia com aqueles que têm costumes de roupas e aparência física, corte de cabelo etc, que guardam sábados e outros ritos e dias, leis acrescentadas, migradas ou não da velha aliança judaica, que se não são erradas, são desnecessárias. 
      Viver na graça, contudo, não é ser liberal na área sexual, na bebida e na comida, usufruir prazeres físicos e terrenos em detrimento de busca de virtudes espirituais eternas, como foi dito, graça e liberdade só entendem e vivem os realmente maduros espiritualmente. Caminho para se experimentar a graça, uma maneira de se saber se estamos debaixo da graça ou de leis, é averiguar até que ponto nos importamos com a opinião de homens, e me refiro aqui a homens cristãos, principalmente líderes. Homens não podem usar a vedadeira graça para dominarem sobre outros homens, mas podem usar leis. Já o que obedece leis o faz para ser aprovado por homens, assim como faz porque é mais fácil, leis basta ler e tentar praticar, já a graça se conhece com intimidade com Deus, isso exige consagração e oração.
      Quem decide seguir a Deus e não a homens religiosos será liberto das leis e começará a entender a graça de Deus. Na graça há perdão sempre, há segundas oportunidades sempre, há respeito a individualidades, enquanto que sob a lei homens nivelam todos igualmente e criam manadas que não pensam e não têm vontade própria por serem mais fáceis de serem manipuladas. A graça não separa, mas une, não nos prende em templos e grupos, mas nos faz evangelistas no amor que vivem no mundo para ilumina-lo, mesmo que não façam parte dele. A graça busca mudança interior, e não uniformização exterior, a graça nos faz amigos de Deus, não escravos ou soldados, a graça nos revela um Jesus Deus que se fez homem para que homens pudessem viver em Deus e por Deus uma vida de real liberdade.

09/05/19

“Eu sabia mas não vivia”

      “Porque, assim como o relâmpago sai do oriente e se mostra até ao ocidente, assim será também a vinda do Filho do homem.” Mateus 24.27

      “Mas daquele dia e hora ninguém sabe, nem os anjos que estão no céu, nem o Filho, senão o Pai. Olhai, vigiai e orai; porque não sabeis quando chegará o tempo.Marcos 13.32-33

      “Porque o mesmo Senhor descerá do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro. Depois nós, os que ficarmos vivos, seremos arrebatados juntamente com eles nas nuvens, a encontrar o Senhor nos ares, e assim estaremos sempre com o Senhor.” I Tessalonicenses 4.16-17

      Temo que muitos depois que o arrebatamento tiver ocorrido farão está triste constatação, “eu sabia, mas não vivia”, cristãos, frequentadores de igrejas ou desviados brigados com Deus, mas também muitos pastores e teólogos, estudiosos e entendidos da Bíblia. Quem de fato será arrebatado? Tenho certeza que os inocentes serão, crianças e deficientes intelectuais, por exemplo, mas quanto aos demais só sabe Deus o pai. O arrebatamento não é o fechamento do céu, digamos, assim, mas é um livramento inicial de uma situação terrível que todo o planeta Terra passará para os que realmente precisam ser livrados ou merecem ser livrados. Haverá salvação após o arrebatamento, mas o preço para isso será muito alto. 
      Sábio, contudo, é estarmos o melhor preparados sempre, não basta ser noiva e virgem, como diz a parábola das dez virgens em Mateus 25, é preciso também estar com a lâmpada cheia de azeite, eis a chave do grande mistério sobre quem será arrebatado. O que representa o azeite? Uns dizem que é unção, outros que é o batismo no Espírito Santo ou os dons espirituais, outros ainda podem dizer que é o verdadeiro conhecimento da verdade de Deus. Eu penso que é uma sincera e profunda intimidade com o Altíssimo, uma amizade com Deus, como a de Enoque ou Abraão. Os arrebatados não participarão das bodas do cordeiro? Quem convidamos para uma festa especial senão aqueles que são nossos amigos mais íntimos?
      Assim, mesmo que os dias estejam difíceis, ainda que os homens te desapontem, mesmo que as igrejas se percam em hipocrisias e heresias, e ainda que o mundo e os anjos caídos te ofereçam os mais deliciosos manjares, as melhores explicações, as maiores honras, busque Deus. No silêncio de seu quarto, na sala, enquanto a família dorme, clame ao Senhor. Arrependa-se, tome posse de perdão, perdoe e adore a Deus, com todo o teu coração e com todo o teu entendimento. Derrame-se diante do pai que cuida de ti, que te compreende, que nunca te abandonou, que sempre foi teu amigo, não desista da fé pura e simples do evangelho, achegue-se a Deus mais e mais, ele é fiel e te livrará de todo o mal. 

      “Porém tu, ó Israel, servo meu, tu Jacó, a quem elegi descendência de Abraão, meu amigo; Tu a quem tomei desde os fins da terra, e te chamei dentre os seus mais excelentes, e te disse: Tu és o meu servo, a ti escolhi e nunca te rejeitei. Não temas, porque eu sou contigo; não te assombres, porque eu sou teu Deus; eu te fortaleço, e te ajudo, e te sustento com a destra da minha justiça.Isaías 41.8-10

08/05/19

Mais sobre gostar e amar

      Outra palavra que sempre repito aqui, porque a repito sempre para mim mesmo, às vezes a solução não está em insistir em gostar de alguém , por mais que isso pareça espiritual. Às vezes a solução que cura é assumir de forma clara que não gostamos, Deus não exige de nós que gostemos de todos, amar, sim, mas isso é diferente de gostar. Assim não nos sintamos obrigados a gostar de alguns, principalmente familiares. Um não gostar honesto é muito melhor, principalmente para a nossa saúde emocional, que um falso amar. Amar é abençoar a pessoa espiritualmente, orar pela pessoa, desejar o bem para ela. Gostar é concordar com a pessoa, apreciar seu modo de vida, suas palavras, principalmente sentirmo-nos bem com o jeito como a pessoa nos trata. Contudo, é principalmente de familiares mais próximos, que nos sentimos obrigados a gostar, e isso é certo e normal, a Bíblia nos orienta a respeitar e honrar a família, principalmente pais. 
      Mas nem sempre, infelizmente, isso é possível, alguns familiares se fazem piores inimigos que estranhos que nenhum laço de sangue têm conosco, dessa forma assumir diante de Deus que não gostamos de certas pessoas é libertador, o Senhor nos permite isso, aprova isso. Deus nos conhece, sabe de nossos limites, tentar parecer espiritual dizendo certas coisas não leva a nada. Um não gosto sincero, todavia, é um um caminho reto e melhor para um amor genuíno, já que começamos com a verdade, não tem nada que o Senhor mais ame, que seja melhor terreno para cultivo e nascimento de virtudes, que a verdade. Muitos de nós sofremos por muito tempo, no desejo sincero de sermos espirituais e obedientes a Deus, tentando sentir o que não conseguimos, ser o que não somos, cristãos puros e fortes que podem amar a todos e não guardar mágoas de ninguém.
      Isso às vezes é só uma vaidade “espiritual”, por mais antagônico que isso pareça, não queremos admitir para nós mesmos que não somos cristãos suficientes para amar a todos, ou que alguém não é importante o suficiente para que não consigamos amá-lo. Nessa disposição adoecemos e não achamos paz, simplesmente porque tentamos fazer algo legítimo, mas do jeito errado, do nosso jeito, sozinhos. Só tem cura quem admite doença, só é internado no hospital quem se interna, só tem alta os que se sujeitaram ao tratamento adequado administrado por profissionais competentes. Depois que assumimos o que de fato sentimos e somos, achamos consolo em Deus, Deus só é autorizado a trabalhar em nossas vidas depois que permitimos. 
      O primeiro passo é dizer não gosto desta pessoa, mas depois disso, o cristão espiritual terá o coração aberto para que Deus o fortaleça para amar. Amor só nasce na paz, paz estabelece-se com a verdade. De alguns, todavia, mesmo que façamos tudo certo, nunca conseguiremos gostar, e isso acontece porque não depende de nós, isso acontece porque alguns não gostam de nós e muito menos nos amam, e não nos amam porque não se amam e nem a Deus, mesmo que não admitam, mesmo que sejam ou se digam ser cristãos. Desses convém nos distanciarmos, entregarmos suas vidas nas mãos de Deus e entendermos que são problemas que não nos pertencem e que nada podemos fazer para resolver. Deus entende isso, sabe quando um filho seu foi ao seu limite, por isso dá forças para que ele siga em paz, bem longe do que na verdade não ama e não quer ser amado.

07/05/19

Deus nos toma para si

      “E andou Enoque com Deus, depois que gerou a Matusalém, trezentos anos, e gerou filhos e filhas. E foram todos os dias de Enoque trezentos e sessenta e cinco anos. E andou Enoque com Deus; e não apareceu mais, porquanto Deus para si o tomou.” Gênesis 5.22.24
       “Ora, o homem natural não compreende as coisas do Espírito de Deus, porque lhe parecem loucura; e não pode entendê-las, porque elas se discernem espiritualmente. Mas o que é espiritual discerne bem tudo, e ele de ninguém é discernido. Porque, quem conheceu a mente do Senhor, para que possa instruí-lo? Mas nós temos a mente de Cristo.I Coríntios 2.14-16

      O que têm em comum essas duas passagens bíblicas? O que tem Enoque em comum com o salvo em Jesus Cristo, selado com o Espírito Santo? Enoque é um mistério, andou com Deus e sumiu pois Deus o tomou, o que exatamente significa isso? Os cristãos interpretam como alguém que foi arrebatado ainda encarnado, ainda em vida material, para o céu espiritual. Deus o tomou antes da morte porque ele, ao que parece, tinha alcançado neste mundo tudo o que podia em termos espirituais e assim ganhou direito, antes do tempo da maioria, de estar eternamente com o Senhor no céu. 
      Para os esotéricos, ocultistas, cabalistas, Enoque é um personagem singular, que alcançou uma evolução espiritual diferenciada entre os humanos, que pôde ter recebido conhecimentos sobre mistérios do universo, dos seres espirituais. O livro apócrifo atribuído a ele contém ensinamentos que não se encontram no cânone de 66 livros da Bíblia protestante, e entre outras coisas fala de anjos e arcanjos com informações que vão além das conhecidas pela maioria dos cristãos, se é verdade ou não, se é do Enoque bíblico do livro de Gênesis ou não, não se tem certeza. 
      Na primeira carta de Paulo à igreja de Corinto o apóstolo-teólogo diferencia o homem natural, não convertido, do homem espiritual, convertido e na plenitude do Espírito Santo. Paulo diz que o homen natural não pode compreender as coisas espirituais, assim entendemos que o não convertido, o não restaurando pelo sangue de Cristo e que portanto não possui a ótica do Espírito Santo, esse ser humano pode ler a palavra de Deus registrada na Bíblia, pode até gostar dela e respeitá-la, pode mesmo se esforçar e praticar muitos dos ensinos morais do evangelho, pode ser um religioso praticante e sincero de uma igreja cristã, mas na verdade não entende de fato a relevância das palavras de Jesus. 
      O homem natural, por mais que considere o cristianismo, sempre o achará só mais uma religião, não verá nele a exclusividade de entregar ao homem salvação e comunhão com Deus, o homem natural nem acha que precisa ser salvo, muito menos que haja necessidade de existir um salvador. Já o salvo e selado com o Espírito Santo tem a mente de Jesus, entende o mistério da redenção, e leva uma vida, luta por valores, faz escolhas que para o homem natural parecem loucura, visto que esse não pode entender o homem espiritual. O homem espiritual quer agradar a Deus, deseja estar sempre limpo diante do Senhor, por isso se arrepende e sofre com o pecado, o pecado já não é algo natural para ele, como é para o homem natural.
      O ponto em comum que o cristão verdadeiro tem com Enoque é que ainda que o cristão ande fisicamente no mundo, ainda que caminhe entre os homens em carne e osso, existe como se não existisse. O cristão não é deste mundo, não mais, mesmo que seja conhecido, não pode ser entendido, é um homem espiritual, e é assim que tem que ser. Ainda que como novos nascidos em Cristo tenhamos direito a vidas dignas, com o conforto material necessário para uma existência feliz, e que para isso possamos nos sair bem nas escolas, nas universidades, nas empresas, na vida secular, não devemos e não precisamos levar tão a sério este mundo, suas vaidades, suas ilusões, seus prazeres. 
      O Senhor nos arrebatou espiritualmente no momento em que nascemos de novo, e nossos corpos são templos de Deus, aguardando a eternidade onde estaremos para sempre junto do Senhor. Cada um de nós será um tijolo de matéria transformada que formará um imenso e infinito templo de Deus. Assim, nunca nos coloquemos debaixo do mesmo jugo que o homem natural, se pecarmos, somo perdoados por Deus e o homem natural que não entende isso não tem o direito de nos julgar ou culpar, se fomos perdoados por Deus, andemos seguros, com o desejo de não pecar mais, mas em paz. O homem natural vai nos entender? Não, e é assim que tem que ser se fomos, a exemplo de Enoque, tomados por Deus para com ele vivermos, como que invisíveis para o mal, a falsidade e as mentiras deste mundo.

06/05/19

Misericórdia quero!

      “Mas, se vós soubésseis o que significa: Misericórdia quero, e não sacrifício, não condenaríeis os inocentes.Mateus 12.7

      Não sei quanto a você, mas eis acima um versículo que preciso ler sempre, como eu tenho a tendência de julgar mal as pessoas, de condená-las, de ser duro, de procurar culpados, tratar os outros da mesma maneira como eu me senti tratado. Veja que eu disse “me senti”, pois além de querer dar um retorno ruim, muitas vezes quero fazer isso tendo como justificativa eu achar ter sido tratado de maneira ruim, sem que isso seja de fato verdade. Muitas vezes me coloco como vítima sendo que na verdade o inocente é o outro, que está sendo injustiçado por mim. Fiz questão de colocar esse início de reflexão na primeira pessoa, assim se este texto não servir pra você, que bom, mas ao menos serviu para mim, eis algo que precisamos fazer mais, usar enxada ao invés de pá, trazer a exortação para nós e não a jogá-la nos outros.
      Sei que já disse isto aqui, mas preciso repetir, misericórdia muitas vezes nem abençoa objetivamente o outro, pois muitas vezes ele nem fica sabendo que está precisando de misericórdia ou que nós estamos dando isso a ele. Misericórdia abençoa em primeiro lugar e principalmente o misericordioso, uma unção gostosa de humildade, de generosidade, de bondade, desce ao coração do que vê o outro com misericórdia, trazendo cura, deixando paz, libertando de mágoa, de vingança, deixando a alma leve e limpa. Assim, sejamos misericordiosos, sejamos misericordiosos, sejamos mais misericordiosos, que eu seja mais misericordioso, dando o que quero receber, tomando a iniciativa da comunhão, do diálogo, sempre que for possível no Espírito Santo. 
      O texto inicial é de um evangelho, palavra de Jesus, mas é citado também em Oseias no antigo testamento, e ele deixa claro, principalmente para o povo de Israel que tem na lei e nos sacrifícios da velha aliança a base de sua religiosidade, que misericórdia é mais importante que sacrifício. Repito, quantos sacrifícios fazemos para simplesmente não exercer misericórdia, sacrifícios que não têm valor pra Deus, principalmente quando o que Deus deseja de nós não são sacrifícios, mas somente que tenhamos misericórdia de alguém, a mesma misericórdia que também queremos e necessitamos receber. Não nos esqueçamos disso, nos lembremos sempre, sejamos misericordiosos, vencendo o medo, o rancor, agindo com misericórdia.

05/05/19

Casar e seguir casado hoje

      “E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.Lucas 10.27

      Casar em Deus e depois manter o casamento em Deus é muitas vezes difícil, principalmente nos dias de hoje de tanta infantilidade de gente que não quer crescer e só pensa no próprio prazer, apoiada por uma mídia que empodera o indivíduo, desrespeita a família para manipular e caluniar a tradição judaica cristã. Muitos, mesmo dentro de igrejas evangélicas, casam errado e na maior parte das vezes porque se apressam, e infelizmente incentivados por pais e pastores que preferem casar imaturos que dar lugar para vida sexual fora do casamento. Depois acontecem os divórcios, situação que muitas igrejas também não administram de forma correta, piorando ainda mais uma situação que começou errada. 
      Mas os que conseguem amadurecer em Deus e casarem-se certo, têm então o desafio de manter esse casamento, uma manutenção duradoura só é possível à luz do evangelho. O Espírito Santo ensina ao homem e à mulher atuais que um casamento é a harmonia de duas partes inteiras, não é a união de duas metades, e, repito, no Espírito Santo, isso é possível, dois seres humanos inteiros chegarem a um entendimento pra viverem juntos, criarem filhos e serem felizes. Isso é viável sem que nenhuma parte seja reprimida ou domine sobre a outra, achando na autoridade maior do altíssimo humildade e respeito para que todos sirvam sem que ninguém seja senhor além do Senhor Deus.
      Sim, abre-se mão, mas não de identidade, de individualidade, mas de egoísmos, num casamento feliz o prazer é compartilhado junto, assim como sonhos e dificuldades. Num casamento em Deus o diálogo é sempre aberto, honesto, mas chegando sempre a um entendimento, através de perdão e decisão de transformação. Nesse aspecto que reafirmo que casamento não é a aliança de duas metades, mas de dois inteiros, e isso funciona com mudança de ambos, com deixar de ser o que se foi numa criação familiar anterior errada, numa vida de solteiro mimada, para melhorar e fazer feliz o outro. Nisso se acha no homem e na mulher diferenças maravilhosas, sem que um se considere com mais direitos que o outro. 
      Casamento é o lugar onde mais Deus trabalha em nossas vidas para nos amadurecer, nos ensinando a dividir obrigações, dentro e fora do lar, em partes iguais. Quem conquista um casamento feliz e estável será um profissional melhor, uma ovelha melhor, um amigo melhor, e mesmo um filho e irmão melhor, já que um bom presente melhora até nossos relacionamentos familiares do passado. Casar é bom e fazer um casamento continuar bom no tempo é melhor ainda, isso é real, é a vontade de Deus, e é objetivo de vida de homem e mulher de bem que têm caráter e que querem ser mais que crianças, que adolescentes, que jovens, que namorados, que filhos, mas esposo, esposa, pai e mãe, felizes e agradáveis ao Senhor. 
      No início deste texto poderíamos usar várias passagens bíblicas para ilustrar o tema, passagens que se referem diretamente a casamento, contudo, foi usado um texto sobre o amor, cujo princípio abraça grande parte dos mandamentos mosaicos. Por que isso? Porque o cristão moderno entende um pouco mais a vontade de Deus para o casamento, para o homem e para a mulher, assim essa passagem está mais de acordo com o plano do Senhor que muitas, contidas na Bíblia, mas que se referem a um contexto histórico e sociológico diferente, onde o ser humano, mesmo cristão, ainda via de forma equivocada muitos ensinamentos de Deus. Deus não muda, o homem sim, os realmente espirituais compreenderão isso. 
      Hoje podemos entender que homem não deve dominar sobre mulher, que mulher não é inferior ao homem, que a liderança do casamento é compartilhada, e que ambos têm obrigações financeiras e domésticas iguais, tanto dentro de casa como no mundo. Assim a orientação mais adequada para um casamento feliz não é tomar ao pé da letra textos como I Timóteo 2.11-12, “mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio”, mas os que ensinam sobre um amor igualmente recíproco entre seres humanos, seja entre homens, entre mulheres, entre homens e mulheres, dentro ou fora de casamento.

04/05/19

Objetivo diabólico maior

      “Então vos hão de entregar para serdes atormentados, e matar-vos-ão; e sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome. Nesse tempo muitos serão escandalizados, e trair-se-ão uns aos outros, e uns aos outros se odiarão. E surgirão muitos falsos profetas, e enganarão a muitos. E, por se multiplicar a iniqüidade, o amor de muitos esfriará. Mas aquele que perseverar até ao fim será salvo.Mateus 24.9-13

      Não nos enganemos, o principal objetivo do diabo não é ser mal, pior que Deus, mas melhor que Ele, mais sábio, mais liberal, mais tolerante, mais moderno, mais amoroso. Os mitos de várias religiões registram isso há milhares de anos, como por exemplo o mito grego de Prometeu, que já falamos aqui no blog. Seja em um Titã dando ao homem o fogo, ou em Lúcifer dando o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal à humanidade, o mistério que nos revelam essas metáforas é que o diabo pretende dar ao homem o que Deus não quer dar, a ciência, que permitiu o desenvolvimento do ser humano no planeta Terra. Bem, essa pela menos é a interpretação que o diabo faz desses eventos mitológicos, é a maneira como ele quer ser conhecido pelos que o buscam através da alta magia, do esoterismo mais elevado, é sua estratégia mais profunda.
       O ponto, contudo, nesta reflexão, é entender que no final dos tempos o diabo não se levantará contra Deus com perseguições violentas e explicitamente físicas, como fez nos primeiros séculos no império romano, no coliseu, nas chacinas terríveis de cristãos, não, não será assim. Se bem que o mesmo império que perseguiu, acabou abraçando e adaptando o cristianismo ao seu paganismo, no final, contudo, não será assim, aliás, essa estratégia já tem acontecido há algum tempo, iniciou-se no século XIX com o renascimento da magia e do ocultismo, o nascimento da pregação da “nova era”. Muitos cristãos, insensíveis a esse entendimento, têm interpretado o final dos tempos de forma equivocada, ensinados por pastores e pseudo teólogos que não buscam um entendimento no Espírito Santo, mas uma ótica conveniente às suas vaidades e desvios. Assim, enquanto se preparam para uma perseguição que não ocorrerá, estão totalmente despreparados para a realidade, que já bate nas posrtas das igrejas cristãs. 
      O diabo alegra-se com isso, isso facilita seu trabalho, na confusão criada pela mentira, a luz se apaga e as trevas ganham espaço. É tão verdade que a estratégia do diabo tem ficado mais sofisticada que aquilo que era escondido em ordens secretas e de conhecimento exclusivo de “iniciados”, hoje é compartilhado em livros acessíveis a qualquer um, e mais ainda, em PDFs gratuítos disponíveis para download na internet. Definitivamente o diabo não esconde mais sua religião maior, baseada no Hermetismo e nos esoterismos oriental, o Hinduísmo, e ocidental, a Cabala judaica, fundamentos de toda bruxaria. A igreja católica inquisidora não existe mais para queimar magos, cabalistas e ocultistas, e a igreja protestante não tem força política para fazer isso, mesmo que seja uma enorme estupidez. Perseguições violentas e extremas só fazem criar mártires, isso aconteceu com o cristianismo e também com membros de ordens secretas, vide “cavaleiros templários”, o diabo não usará está arma novamente.
      Contudo, enquanto os adoradores de arcanjos têm aprimorado seus conhecimentos, aprofundado suas experiências, muitos cristãos têm se tornado mais infantis, superficiais e até pagãos, à medida que adoram a forma, e não a força, a aparência, e não o interior, a matéria, e não o espírito, seja nos santos dos católicos ou nas ideologias materialistas e humanistas dos protestantes evangélicos. Ainda assim, crianças espirituais se acham ungidas e prontas para a volta de Jesus, só porque falam mais em línguas estranhas ou porque conhecem mais a fundo a Bíblia. A perseguição que se iniciará no arrebatamento, o primeiro evento do final, pegará a muitos de surpresa, muitos que esperavam um coisa e veio outra, uma perseguição que já estabeleceu suas bases nos poderes desse mundo e muitos ainda não entenderam. Tantos cristãos preocupados em não terem a “marca da besta” em seus corpos, quando já foram marcados ideologicamente em suas mentes, mesmo que se achem crentes corretos. 

      Quem de fato terá direito ao arrebatamento, a primeira leva, digamos assim, dos escolhidos por Deus para ser livrada do final terrível do planeta? Os verdadeiramente inocentes? Sim, com certeza, crianças, doentes mentais e muitos que mesmo doutrinariamente equivocados o são na ignorância, dentro de seus limites de entendimento espiritual, emocional e intelectual, e que ainda assim vivem com temor a Deus, e existem muitos nessa condição, talvez a maioria, os pequeninos de Deus, guardados pelo altíssimo com muito amor. Cuidem-se os que sabem mais, principalmente pregadores, desses será cobrado mais, coerência entre o que falam e o que vivem, mas mais ainda entre o que pregam para os outros viverem. Contudo, os verdadeiros profetas de Deus, não esses estereótipos do antigo testamento, que na maior parte das vezes são mais pessoas com transtornos psiquiátricos que profetas, eles existem nos tempos atuais, perseguidos por igrejas protestantes evangélicas oficiais, seguem solitários exortando os cristãos sobre a verdade. 
      O segredo por trás de o que será o fim, como será a perseguição e quem será perseguido, está em entender o texto “sereis odiados de todas as nações por causa do meu nome”, o que é de fato não negar o nome de Jesus, o que é o nome de Jesus, para mim e para você, de verdade? Para muitos defender o nome de Jesus é ser assíduo em templos, para outros é ter cargos em igrejas, para uma grande parte é interpretar a Bíblia ao pé da letra e crer no que muitos pastores dizem ser a vontade de Deus. Para muitos é lutar contra o pecado, é não consumir bebidas alcoólicas, é condenar divórcio e homossexualidade, para outros é se vestir de maneira diferenciada, não compartilhar arte secular, é ter uma identidade cultural diferente da do “mundo”. Muitos dos que pensam e agem assim são os inocentes citados acima, são respeitados por Deus e colherão bons frutos de sua sinceridade realmente pura, não nos enganemos, Deus conhece o que eatá na profundidade do coração humano.
      Muitos até têm posições que achamos extremas, mas eles as têm para si mesmos, dentro de templos, e não incomodam quem pensa diferentemente, nessa humildade há sabedoria. A questão é não julgarmos, existem outros que têm a cabeça mais aberta, enxergam a espiritualidade de uma maneira mais ampla, veem pontos em comum do cristianismo com outras religiões. Mas também têm o coração mais aberto, entendem que Deus pode achar “filhos de Abraão” mesmo em quem não vive no centro da doutrina comum e principal das religiões cristãs. Muitos sabem que Deus salvará e até arrebatará pessoas que aparentemente estão totalmente fora do arquétipo de evangélico ou protestante atuais. Que ninguém, contudo, ninguém se considere melhor que ninguém, mais espiritual, no direito de gritar isso ou aquilo, antes, o que pensa conhecer a Deus que mostre na prática de vida obras realmente dignas de seres humanos arrependidos e perdoados por Jesus. 
      Tenhamos cuidado, nos tempos atuais o indivíduo tem prioridade, as pessoas não são consideradas só por fazerem partes de coletivos, de bandos, tendo poucas e definidas escolhas de vida para fazer e nas quais serem felizes, a diversidade é a nova lei, lei que o “diabo”, ou o que pensamos ser ele, sabe usar a seu favor. Assim, mesmo entre os salvos, o que é ser odiado pelo nome de Jesus para um pode ser diferente do que é para outro, para alguns algo fácil de suportar pode ser muito duro para outros. Eu sei o que o nome de Jesus é para mim, andando com ele por mais de quarenta anos, posso dizer que o sigo, naquilo que é principal, não por fé, mas por conhecimento, já experimentei a ação do Senhor de forma clara e incontestável vezes demais para depender só de uma fé básica. Mas sim, para continuar caminhando com Jesus, crescendo, enfrentando novos desafios, sigo por fé, uma fé que sei que não será desconsiderada por Deus, nisso aprendi a conhecer a estratégia do diabo além do óbvio e a me preparar para o final.