domingo, maio 05, 2019

Casar e seguir casado hoje

      “E, respondendo ele, disse: Amarás ao Senhor teu Deus de todo o teu coração, e de toda a tua alma, e de todas as tuas forças, e de todo o teu entendimento, e ao teu próximo como a ti mesmo.Lucas 10.27

      Casar em Deus e depois manter o casamento em Deus é muitas vezes difícil, principalmente nos dias de hoje de tanta infantilidade de gente que não quer crescer e só pensa no próprio prazer, apoiada por uma mídia que empodera o indivíduo, desrespeita a família para manipular e caluniar a tradição judaica cristã. Muitos, mesmo dentro de igrejas evangélicas, casam errado e na maior parte das vezes porque se apressam, e infelizmente incentivados por pais e pastores que preferem casar imaturos que dar lugar para vida sexual fora do casamento. Depois acontecem os divórcios, situação que muitas igrejas também não administram de forma correta, piorando ainda mais uma situação que começou errada. 
      Mas os que conseguem amadurecer em Deus e casarem-se certo, têm então o desafio de manter esse casamento, uma manutenção duradoura só é possível à luz do evangelho. O Espírito Santo ensina ao homem e à mulher atuais que um casamento é a harmonia de duas partes inteiras, não é a união de duas metades, e, repito, no Espírito Santo, isso é possível, dois seres humanos inteiros chegarem a um entendimento pra viverem juntos, criarem filhos e serem felizes. Isso é viável sem que nenhuma parte seja reprimida ou domine sobre a outra, achando na autoridade maior do altíssimo humildade e respeito para que todos sirvam sem que ninguém seja senhor além do Senhor Deus.
      Sim, abre-se mão, mas não de identidade, de individualidade, mas de egoísmos, num casamento feliz o prazer é compartilhado junto, assim como sonhos e dificuldades. Num casamento em Deus o diálogo é sempre aberto, honesto, mas chegando sempre a um entendimento, através de perdão e decisão de transformação. Nesse aspecto que reafirmo que casamento não é a aliança de duas metades, mas de dois inteiros, e isso funciona com mudança de ambos, com deixar de ser o que se foi numa criação familiar anterior errada, numa vida de solteiro mimada, para melhorar e fazer feliz o outro. Nisso se acha no homem e na mulher diferenças maravilhosas, sem que um se considere com mais direitos que o outro. 
      Casamento é o lugar onde mais Deus trabalha em nossas vidas para nos amadurecer, nos ensinando a dividir obrigações, dentro e fora do lar, em partes iguais. Quem conquista um casamento feliz e estável será um profissional melhor, uma ovelha melhor, um amigo melhor, e mesmo um filho e irmão melhor, já que um bom presente melhora até nossos relacionamentos familiares do passado. Casar é bom e fazer um casamento continuar bom no tempo é melhor ainda, isso é real, é a vontade de Deus, e é objetivo de vida de homem e mulher de bem que têm caráter e que querem ser mais que crianças, que adolescentes, que jovens, que namorados, que filhos, mas esposo, esposa, pai e mãe, felizes e agradáveis ao Senhor. 
      No início deste texto poderíamos usar várias passagens bíblicas para ilustrar o tema, passagens que se referem diretamente a casamento, contudo, foi usado um texto sobre o amor, cujo princípio abraça grande parte dos mandamentos mosaicos. Por que isso? Porque o cristão moderno entende um pouco mais a vontade de Deus para o casamento, para o homem e para a mulher, assim essa passagem está mais de acordo com o plano do Senhor que muitas, contidas na Bíblia, mas que se referem a um contexto histórico e sociológico diferente, onde o ser humano, mesmo cristão, ainda via de forma equivocada muitos ensinamentos de Deus. Deus não muda, o homem sim, os realmente espirituais compreenderão isso. 
      Hoje podemos entender que homem não deve dominar sobre mulher, que mulher não é inferior ao homem, que a liderança do casamento é compartilhada, e que ambos têm obrigações financeiras e domésticas iguais, tanto dentro de casa como no mundo. Assim a orientação mais adequada para um casamento feliz não é tomar ao pé da letra textos como I Timóteo 2.11-12, “mulher aprenda em silêncio, com toda a sujeição. Não permito, porém, que a mulher ensine, nem use de autoridade sobre o marido, mas que esteja em silêncio”, mas os que ensinam sobre um amor igualmente recíproco entre seres humanos, seja entre homens, entre mulheres, entre homens e mulheres, dentro ou fora de casamento.

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