sexta-feira, maio 10, 2019

Vem pra graça você também

      “Porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça. Pois que? Pecaremos porque não estamos debaixo da lei, mas debaixo da graça? De modo nenhum. Não sabeis vós que a quem vos apresentardes por servos para lhe obedecer, sois servos daquele a quem obedeceis, ou do pecado para a morte, ou da obediência para a justiça? Mas graças a Deus que, tendo sido servos do pecado, obedecestes de coração à forma de doutrina a que fostes entregues. E, libertados do pecado, fostes feitos servos da justiça.” Romanos 6.14-18

      Alguns cristãos têm muita dificuldade para entender que foram chamados para viver debaixo da graça de Deus, não da Lei. Debaixo da Lei é impossível de se viver, a Lei não existiu para salvar, mas para evidenciar ainda mais o pecado e a incompetência espiritual humana para salvar somente pela obediência a uma coleção de regras morais e religiosas. Ainda assim, muitos cristãos transformam o evangelho em leis, desprezando o poder do Espírito Santo, distanciando-se da misericórdia de Deus, não entendendo e não se privilegiando da graça do Senhor. Contudo, o que de fato significa a graça de Deus só podem entender e praticar cristãos realmente maduros e espirituais, do contrário ou serão crianças libertinas ou infantes hipócritas, andando como escravos de homens e não na liberdade de Deus. 
      Graça de Deus e a verdadeira liberdade são conceitos intrinsecamente relacionados, se existe um, existe o outro, um não é possível sem o outro, o contrário disso é lei e servidão, e servidão não a regras excelentes, mas à hipocrisia de quem não obedece e nega isso. A carta aos Romanos, provavelmente escrita por Paulo, é O tratado do novo testamento sobre a graça em Cristo substituindo a Lei mosaica, não só para Israel, mas para todos os homens. O texto inicial começa com a afirmação “porque o pecado não terá domínio sobre vós, pois não estais debaixo da lei, mas debaixo da graça”, ele deixa claro que a Lei não liberta, antes, prende. Só debaixo da graça há liberdade, não porque não se peça, mas porque temos não somente perdão pleno de pecados mas também forças pelo Espírito Santo para não pecar.
      Respeito todas as verdentes religiosas cristãs, não tenho dúvidas que Deus enxerga filhos sinceros e deles cuida em muitos caminhos religiosos, mesmo em não cristãos, ninguém se engane com relação a isso. Contudo, quantos vivem debaixo de leis e não da graça, não só perdendo tempo com isso, exigindo deles mesmos o que Deus não exige, mas também, muitos deles, achando-se melhores que outros por obedecerem leis que os outros não obedecem. Isso acontecia no primeiro século com os judeus convertidos e acontece hoje em dia com aqueles que têm costumes de roupas e aparência física, corte de cabelo etc, que guardam sábados e outros ritos e dias, leis acrescentadas, migradas ou não da velha aliança judaica, que se não são erradas, são desnecessárias. 
      Viver na graça, contudo, não é ser liberal na área sexual, na bebida e na comida, usufruir prazeres físicos e terrenos em detrimento de busca de virtudes espirituais eternas, como foi dito, graça e liberdade só entendem e vivem os realmente maduros espiritualmente. Caminho para se experimentar a graça, uma maneira de se saber se estamos debaixo da graça ou de leis, é averiguar até que ponto nos importamos com a opinião de homens, e me refiro aqui a homens cristãos, principalmente líderes. Homens não podem usar a vedadeira graça para dominarem sobre outros homens, mas podem usar leis. Já o que obedece leis o faz para ser aprovado por homens, assim como faz porque é mais fácil, leis basta ler e tentar praticar, já a graça se conhece com intimidade com Deus, isso exige consagração e oração.
      Quem decide seguir a Deus e não a homens religiosos será liberto das leis e começará a entender a graça de Deus. Na graça há perdão sempre, há segundas oportunidades sempre, há respeito a individualidades, enquanto que sob a lei homens nivelam todos igualmente e criam manadas que não pensam e não têm vontade própria por serem mais fáceis de serem manipuladas. A graça não separa, mas une, não nos prende em templos e grupos, mas nos faz evangelistas no amor que vivem no mundo para ilumina-lo, mesmo que não façam parte dele. A graça busca mudança interior, e não uniformização exterior, a graça nos faz amigos de Deus, não escravos ou soldados, a graça nos revela um Jesus Deus que se fez homem para que homens pudessem viver em Deus e por Deus uma vida de real liberdade.

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