03/09/20

“O homem sábio edifica sua casa, mas o tolo a derruba com as próprias mãos”

      “Toda mulher sábia edifica a sua casa; mas a tola a derruba com as próprias mãos.” Provérbios 14.1

      O versículo inicial é um bom exemplo para entendermos que a Bíblia é a palavra de Deus mesmo que só a contenha. É um texto tradicionalmente aplicado às mulheres, e ele ainda hoje pode ser usado assim, mas além de para as mulheres de maneira ultrapassada, machista, injusta. Não podemos negar que ele pode até ter sido registrado pelo escritor do livro de Provérbios, seja Salomão ou outro, querendo se referir só às mulheres, e talvez até de maneira equivocada, ainda que ele contenha uma sabedoria. Mas a sabedoria que ele contém está em sua essência, não em sua interpretação ao pé da letra, assim o ensino maior é: o sábio, seja esse homem ou mulher (ou outra pessoa...) edifica sua casa, já o tolo, seja esse do sexo que for, a derruba com as próprias mãos. Se lêssemos toda a Bíblia com essa visão aprenderíamos muito mais com ela nos dias atuais, mas para isso teríamos que nos libertar de preconceitos e tradições.
      Alguns podem argumentar, “mas o texto se refere mais a mulher porque a mulher é mais sujeita a certas tentações que os homens são em sua maioria“, desculpe-me os que (ainda) pensam assim, mas isso é raciocínio retrógrado na sociedade atual. Talvez há um tempo atrás, a mulher que não trabalhava fora e que ficava mais em casa, administrando criação de filhos e mesmo economia familiar (o que de maneira alguma era menos, ao contrário era bastante), tinha uma responsabilidade maior e total sobre algumas coisas, assim o texto se aplicasse mais a ela. Enquanto isso, o homem saía de casa pela manhã, voltava à noite e dormia, tendo muitas vezes na prática só a função de gerar filhos e de manter financeiramente a familia. Se ele se aproximava dos filhos era como patrão que dá ordens e as cobra, sem muita ligação afetiva. (Fui duro em minha interpretação? Pois ela é verdadeira na maioria dos casos de famílias mais antigas). 
      Mas hoje o homem se preocupa tanto com aparência física e roupas como as mulheres, gastam tanto quanto as mulheres, e as mulheres por sua vez têm tanta liberdade para ter sua vida como indivíduo na sociedade quanto os homens, estudam, vão a academias, compram carros, enfim, o lar hoje é administrado em partes iguais, de direitos e deveres, por homens e mulheres. Isso feito em Deus é bênção, aliás, Deus não é um velhote antiquado que quer dirigir a sociedade atual do jeito que ela era dirigida há cinquenta, cem, quinhentos anos atrás. Deus é vivo, sempre atual, assim como ele deseja que seus filhos cresçam em conhecimento e liberdade ele também tem orientações espirituais e morais adequadas para o ser humano contemporâneo numa sociedade sempre em mudança. Não, isso não é mudar a Bíblia ou Deus, isso é compreender melhor a extensão e a profundidade da sabedoria eterna e multiforme de Deus. 

02/09/20

Todos são importantes

       “Que vos parece? Se algum homem tiver cem ovelhas, e uma delas se desgarrar, não irá pelos montes, deixando as noventa e nove, em busca da que se desgarrou? E, se porventura achá-la, em verdade vos digo que maior prazer tem por aquela do que pelas noventa e nove que se não desgarraram. Assim, também, não é vontade de vosso Pai, que está nos céus, que um destes pequeninos se perca.Mateus 18.12-14

     Todos os seres humanos são importantes, todos! Contudo, como nós olhamos e não vemos assim, medimos pela aparência externa, nos antipatizamos pelas primeiras palavras, pelas primeiras atitudes que presenciamos de muitas pessoas, assim nos afastamos. Consideramos alguns pequenos demais, insignificantes demais, enquanto outros, achamos importantes demais, grandes demais, e assim, por um motivo ou outro, nos afastamos. Se entendêssemos como todos são importantes nos aproximaríamos, sim, de muitos com cuidado, com sabedoria, como convém, mas construiríamos pontes ao invés de muralhas, descobriríamos o prazer que existe na descoberta do novo, do diferente. 
      Todos são importantes e importantes para mim e para você, todos têm algo a nos ensinar, diferente, que sozinhos não conseguiríamos aprender, porque coisas diferentes se aprendem com pessoas diferentes. Assim, o que anda sempre com as mesmas pessoas, pessoas iguais a ele, que pensam como ele, não se confronta, não sai de sua zona de conforto, não sofre incômodos, mas também não aprende. Quem não aprende não muda, que não muda não cresce, antes continua sempre igual e sem importância. Exercer nossa importância neste mundo é mostrar a nossa diferença e ela só é conquistada à medida que nos expomos às diferenças. Só o amor tira o medo do diferente.
      Por que a exposição ao diferente nos faz melhores? Porque nos testamos, pomos à prova nossa real identidade, praticamos o que pensamos e verificamos se funciona. Se tivermos coragem, se não tivermos medo, se tivermos amor, assumiremos os que somos, mesmo que muitos não concordem. Muitos não concordam com o diferente, mas saiba que isso é só a princípio, por quê? Por medo, mas se insistirmos, em amor, as pessoas se abrirão e aprenderão, assim como nos aprenderemos com elas. O resultado será o crescimento de todos, igualmente importantes. Todas as pessoas são importantes, não despreze ninguém e no que estiver ao seu alcance aproxime-se de todos e a todos dê oportunidade de comunhão. 
      Deus vê a todos de maneira igual, a todos dá oportunidade de melhora, de cura, de salvação, de vitória, de um jeito ou de outro, mas cuidado, Deus usa pessoas para isso e você pode ser a única oportunidade que uma determinada pessoa tem para saber que é importante neste universo. O que precisamos é mudar nosso olhar, parar de olhar como homem na carne, mas como espírito de Deus, que não leva em consideração dinheiro ou bens. Que as tantas mortes que estamos vendo neste momento terrível da humanidade não nos esfrie, saiba que cada um que morre pertence a uma família que sofre, e em última instância, todos somos irmãos de todos, e todos perdemos quando alguém vai antes do melhor momento.  

01/09/20

Negacionismo

      Consequências tristes de parte do cristianismo atual apoiando uma ideologia política:
  • Nega a verdadeira ciência a favor de uma falsa fé.
  • Prega o que não deve ser feito e não o que precisamos fazer.
  • Ocupa-se mais em desconstruir o passado que em construir o futuro.
  • Foca-se em fazer inimigos e não em fazer amigos.
  • Enfatiza mais o pecado, o diabo e o mal, que a Jesus.
  • Afasta os não convertidos e desvia os convertidos, ao invés de aproximar todos de Deus.
  • Distancia-se mais e mais do evangelho bíblico original. 
  • Alimenta um cristianismo de tradição humana e não do Espírito Santo.
  • Ergue um novo catolicismo, talvez pior que o anterior.
  • Profetiza um poder religioso no mundo ao qual o cristão não pertence. 
  • Coloca-se ao lado dos violentos e preconceituosos, negando o cerne do evangelho.
  • Desmoraliza o evangelho preparando o caminho para o “anti-cristianismo”.
      Sem mais delongas, visto que já refletimos muito nisso, encerro, apenas pense a respeito. 

31/08/20

A verdade está no equilíbrio

      “E Deus lhe disse: Sai para fora, e põe-te neste monte perante o Senhor. E eis que passava o Senhor, como também um grande e forte vento que fendia os montes e quebrava as penhas diante do Senhor; porém o Senhor não estava no vento; e depois do vento um terremoto; também o Senhor não estava no terremoto; E depois do terremoto um fogo; porém também o Senhor não estava no fogo; e depois do fogo uma voz mansa e delicada.” I Reis 19.11-12

      O texto inicial nos ensina que a voz de Deus pode não estar em eventos físicos espetaculares, em manifestação material de poder, mas numa orientação delicada e mansa. Ouvem essa voz os simples e humildes, que abriram mão de poder na terra, de aprovação humana, de ter sua vontade estabelecida neste plano, que não é vontade de Deus mesmo que seja uma vontade baseada em princípios religiosos. Não, Deus não está em extremos, não nos lados deste mundo, mas no extremo espiritual acima.

     Que guerra de extremos temos vivido atualmente, não só no Brasil como no mundo, potencializada pela pandemia da Covid 19. Sendo extremos, cada polo é baseado num princípio diferente, mas que por achar que está totalmente certo e o outro polo totalmente errado, não percebe está numa batalha equivocada. A verdade nunca está nos extremos, Deus não está num extremo, e essa talvez seja a maior mentira que pode enganar os cristãos, a verdade está no equilíbrio, Deus é pleno equilíbrio.
      Caminha-se para o equilíbrio quando se consegue ver o lado ruim de um extremo, ainda que se esteja tendendo para o seu lado, e se deseja achar o lado bom do outro extremo, ainda que se esteja no lado oposto a esse. Como sabemos se somos extremistas? Quando não vemos lado ruim no que acreditamos e não vemos lado bom no que os outros acreditam. O homem neste mundo não pode estar totalmente certo, nem totalmente errado, assim no plano físico nunca achará a verdade num extremo. 
      Em que campos essa guerra de polos extremos ocorre? No campo político, no religioso, no econômico? Em todos esses, mas principalmente no coração do homem, o campo de batalha real onde todas as batalhas, morais e espirituais, ocorrem, e que depois, como efeito, ganham os espaços físicos deste mundo. Como Deus vê isso? Ele permite, ele deu livre arbítrio ao homem, desde os míticos Éden, Adão, Eva, a serpente e a árvore do conhecimento, o plano físico é espaço para escolhas, sejam elas quais forem.
      Como os cristãos escapam dos extremos (pois extremos são prisões, limitam a liberdade ainda que ofereçam zonas de conforto)? Em primeiro lugar aceitando o livre arbítrio que Deus dá às pessoas, permitindo que os outros têm direitos de escolher algo diferente deles e de ainda assim serem felizes no mundo físico. Em segundo lugar aceitando que o reino de Deus começa no coração dos indivíduos, mas só será estabelecido coletivamente na melhor eternidade de Deus, no céu, não aqui na Terra.
      Por que livre arbítrio e reino de Deus no céu nos livra dos extremos? Porque o que mais o extremista deseja é que sua ideologia seja plenamente seguida por todos, de uma forma ou de outra, ele não aceita a ideia de tolerância, de dividir tempo, espaço e direitos com os diferentes dele. Mas pior que isso, cristãos extremistas se acham com mais direitos que os outros, porque acham que defendem uma causa divina, porque creem que Deus está num extremo, isso porque não conhecem de fato a Deus. 
      O extremista sonega do outro a liberdade e o lugar neste mundo que Deus dá a todos, um cristão extremista não percebe que desobedece a Deus quando toma partido de um extremo político querendo impor sua religião. Cristãos que têm apoiado um líder político, ainda que seja um líder que diga defender valores da tradição judaica-cristã, foram entregues a um engano que seus corações buscaram por anos, quando aceitaram os falsos profetas da teologia da prosperidade: estabelecer a nova Canaã na Terra. 

29/08/20

O diabo é um humanista (III) (Íntegra)

-I-

      “Humanismo é a filosofia moral que coloca os humanos como os principais numa escala de importância, no centro do mundo. É uma perspectiva comum a uma grande variedade de posturas éticas que atribuem a maior importância à dignidade, aspirações e capacidades humanas, particularmente a racionalidade. Embora a palavra possa ter diversos sentidos, o significado filosófico essencial destaca-se por contraposição ao apelo ao sobrenatural ou a uma autoridade superior. Desde o século XIX, o humanismo tem sido erroneamente associado ao anticlericalismo, onde na verdade se associa ao antropocentrismo renascentista e o laicismo dos filósofos iluministas. O termo abrange diversos tipos de pensadores não teístas, o humanismo secular e uma das posturas de vida humanista.” Fonte Wikipedia

      Isso não é teoria de conspiração, aliás, apesar de gostar de conhecimento espiritual e de buscá-lo, o faço pelo Espírito Santo, indo diretamente à fonte original, e mesmo em estudos teóricos recorro aos mestres mais antigos, não às releituras. Não é teoria de conspiração porque percebemos facilmente se assistirmos no Brasil o jornalismo da rede Globo, mais que em canais de outras organizações. O que o jornal Nacional mais promove, divulga, enfatiza? Não, não é apoio à ideologia de um extremo, nem crítica à ideologia do outro extremo, na verdade, atualmente, para a mídia e outras organizações, tanto faz esquerda ou direita, ainda que a esquerda represente mais alguns pontos daquilo que esses canais proponham para a humanidade.
      Vi recentemente, numa matéria da festa de aniversário do Jornal Nacional, o âncora principal dando um depoimento que dizia mais ou menos isso: o nosso lado é você, telespectador, não vamos desistir de você. Isso mostra a principal estratégia da Globo, o humanismo, das principais organizações mundiais, mas também nos revela a principal estratégia das trevas nos últimos tempos. O que podemos dizer sobre ela? Em primeiro lugar que ela não tem um lado ruim, negativo, destrutivo, não a princípio, e em nenhuma área, mas o principal é que ela não se coloca mais como inimiga do cristianismo, antítese de Deus, opositora à luz, mas se apresenta como a luz, substituindo o cristianismo, tentando ocupar o lugar de Deus.
      Para isso os poderes desse mundo não usam, pelo menos diretamente, a exaltação e comunhão com os grandes seres espirituais das trevas, isso é coisa do passado, mas usam o homem, seus valores, suas honras, seus direitos, e usam um homem materialista. Assim a ciência dita os limites numa sociedade democrática que permite liberdade para que cada ser humano seja feliz a sua maneira, sem tem que dar satisfação disso a ninguém, contanto que não impeça os outros de também serem felizes. O homem é a referência, não mais um “Deus” ensinado por religiões, ele é o início e o fim de tudo, e o reino é neste mundo. Religiões têm relevâncias nessa estratégia? Até têm, mas só as que não levarem ao Deus pessoal cristão. 
      Ainda não se convenceu disso? Preste atenção no quanto se diz nos programas de televisão sobre superação pessoal, sobre pessoas que independentemente da situação, do meio, da família, do governo, ultrapassaram os obstáculos e venceram. Mas essa bandeira também é contra todo tipo de autoridade, seja ela autoritária ou não, assim a polícia está sempre errada, e o homem, ainda que seja um criminoso, está sempre certo e tem direitos. Entenda que não estou fazendo aqui qualquer juízo de valor, apenas tento constatar fatos, não estou dizendo que a polícia está certa ou errada, ou que o criminoso tem ou não direitos, mas o ponto é a ênfase dada pela mídia, colocando-se como defensora de todos e acima de tudo.
      Já escrevi outras vezes aqui sobre esse tema (veja as reflexões “O diabo é um humanista” e “O diabo é um humanista (II)”), mas senti de voltar ao assunto diante do posicionamento de parte da mídia e de um governo dito como de extrema direita, no momento atual, na pandemia da Covid 19. Os que achavam, quando se conhecia o quanto a esquerda política no Brasil tinha se corrompido e a mídia divulgava isso em alto e bom som, que canais como a rede Globo eram a favor da direita e contra a esquerda, entendem hoje (se quiserem) que estavam enganado, pois hoje a direita no poder também é criticada pela mesma mídia. A estratégia final vai muito além de esquerda e direita, que foram usadas no passado, mas não serão mais. 
      É certo que diferente do extremo político, o atual governo brasileiro erra, sob muitos aspectos, o que torna fácil divulgar seu lado ruim sem muito esforço e indiferente da ideologia que se tenha, basta que se seja um pouco lúcido. Mas será que o governo erra porque é de direita ou porque é de extrema-direita? Será que ainda que tivesse ideologia diferente da esquerda e fosse mais equilibrado, menos negacionista, menos estúpido, não seria tão antagonizado pela mídia? Mas aí outra pergunta se levanta, será que é possível direita ou esquerda não extremista? O próprio nome já coloca ambas as ideologias fora do centro e do equilíbrio. Bem, a princípio, equilíbrio parece que é o que o humanismo propõe.

-II-

      “Eu sou um fã do homem! Eu sou um humanista, talvez o último humanista.” Fala do personagem John Milton no filme “O advogado do diabo” (1997)

      Em defesa do homem e do planeta, a estratégia final das trevas propõe equilíbrio para que todos possam ter direitos iguais sem culpa por usufruir liberdade. Não, isso não significa caos, contudo, esse é o erro que, propositalmente ou não, os humanistas cometem, acham que sem uma potência divina que dê referências de certo e errado o homem pode ser livre e ainda assim ser equilibrado. Neste momento, quando a proposta é feita, para gerações que ainda têm na mente bases de certo e errado estabelecidas pela “velha ordem”, temos a ilusão que podemos ser livres, mas e no futuro, quando dirigirem o planeta gente criada na “nova ordem”, sem referências do Deus cristão, onde prazer pessoal possa ser vivido sem culpa, haverá ordem?
      Eu entendo que o que acontece atualmente é só a preparação do cenário que preparará outro cenário para o estabelecimento de um poder anti-Cristo no planeta, o mais apurado e mais abrangente poder, que enfim oporá a humanidade contra o Deus altíssimo, oposição que começou a ser feita no mítico jardim do Éden com a serpente e o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal. Algo que se começou já há algum tempo no mundo, a partir do momento que foi possível, é doutrinar não os adultos, mas as crianças, isso não foi possível antes pois só há alguns séculos as crianças simplesmente não tinham valor na sociedade, nem direitos, assim doutrinava-se os adultos.
      Mas a Igreja Católica, apesar de desviada, doutrinava antes, pois tinha poder, financeiro, político e moral, já que se colocava como a embaixadora oficial do cristianismo na Terra, com papas herdeiros diretamente do primeiro papa, Pedro. Com violência e medo, o catolicismo mandava no mundo ocidental e parte do oriental, e os que se levantassem contra eram perseguidos e mortos, por isso o esoterismo, o ocultismo e espiritismos eram escondidos em ordens secretas, com seus ensinos codificados em símbolos e ritos de modo a manter em segredo aquilo que o catolicismo podia condenar. Muito do mal que se aliou à bruxaria, alquimia, cabala e outros conhecimentos mágicos se deve à conotação que a Igreja Católica dava.
      As trevas, contudo, esperaram o homem amadurecer para por em prática seu melhor plano, e amadurecer não só socialmente mas também tecnologicamente, a internet é a ferramenta final para unir o planeta e ter acessos a todos os indivíduos em tempo real. O mundo virtual tem eficiência quase que de poder “espiritual”, pois ultrapassa limites físicos de nações e domicílios, e entra diretamente nas mentes das pessoas. Sim, internet mal usada é um tipo de possessão mental, que instrumentalizada pelas trevas pode exercer também possessão espiritual. A mídia sabe disso, não quer destruir a internet, mas administrá-la do seu jeito, nesse aspecto existe uma guerra por territórios acontecendo.
      Quando vemos campanhas como luta contra a fake news, encabeçada pela rede Globo, é a guerra acontecendo, não de uma ideologia política contra outra, que usou redes sociais a seu favor para se eleger, não da CNN e da Globo contra o Trump e o Bolsonaro, não se iludam, a coisa é mais profunda. Ambos, mídia e políticos de direita, são trevas, mas um representa a nova estratégia das trevas e os outros a velha estratégia, que infelizmente conseguiu arregimentar até militantes da velha ordem, o cristianismo, em suas milícias. A nova ordem mudou a estratégia, a aperfeiçoou, enquanto que a a velha ordem, ainda que usando ferramentas da nova tecnologia, as usou como armas das trevas, com violência e estupidez.
      Precisamos enfatizar novamente alguns pontos: em si, nada de errado tem na ciência, na liberdade, nos direitos, na internet, mas podem ser ferramentas usadas pelas trevas quando propõem um caminho que conduza ao alto, sim, a melhores valores de paz, de vida e de justiça, mas não ao alto do Deus altíssimo. A “serpente” no Éden não propôs morte, mas conhecimento, não propôs cárcere, mas liberdade, além do Éden. Isso teria um preço? Sim, e o preço é o longo caminho que a humanidade cursou desde então, em guerras por conquistas, em injustiças para a maioria, para o privilégio de alguns, seja através do poder militar, financeiro, religioso ou cultural, e nisso tudo o diabo se diz sempre do lado do homem.

-III-

      “Então a serpente disse à mulher: Certamente não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se abrirão os vossos olhos, e sereis como Deus, sabendo o bem e o mal. E viu a mulher que aquela árvore era boa para se comer, e agradável aos olhos, e árvore desejável para dar entendimento; tomou do seu fruto, e comeu, e deu também a seu marido, e ele comeu com ela. Então foram abertos os olhos de ambos, e conheceram que estavam nus; e coseram folhas de figueira, e fizeram para si aventais.” Gênesis 3.4-7

      Quando se diz que o diabo é um humanista não se está dizendo que o diabo faz mal ao mundo, que quer o pior para o homem, ao contrário, a mídia, as organizações mundiais e outros órgãos, governamentais ou não, debaixo da bandeira do humanismo, acreditam no homem e no mundo, querem o melhor para o ser humano e para o planeta. Assim alguém pode perguntar: então, o que tem de errado nisso? Em si, nada, mas essa sempre foi a estratégia maior das trevas, não é prejudicar o homem diretamente, mas afastá-lo de Deus, levar a humanidade a evoluir, na arte e na ciência, na cultura e na tecnologia, construir um planeta justo e agradável a todos, sustentável, equilibrado, mas tirando os olhos do Altíssimo.
      O objetivo do “diabo”, e aqui entre aspas, significando a palavra qualquer coisa que negue o Deus Altíssimo, nunca foi necessariamente fazer mal ao homem, mas só desviar os olhos do homem de Deus. Se o “diabo” conseguir fazer isso com o mal explícito, com vícios da carne, com prazeres do corpo físico, é mais fácil, mas sua estratégia maior, e que está sendo usada hoje no mundo, é valorizar o homem e o planeta. Isso leva o ser humano a pensar que não está pecando, que não está num caminho errado, já que é um caminho que busca o que é correto, sua liberdade, o bem estar de todos. Por que o diabo está tendo vitória nessa estratégia? Porque o cristianismo oficial, que deveria ter dado ao homem esses valores, falha.
      Essa estratégia humanista o diabo usou no início, o homem no mítico jardim do Éden não foi tentado com prazeres básicos do corpo, o fruto proibido, ou como muitos equivocadamente chamam, a maçã, não é uma metáfora para sexo. O diabo tentou o homem com conhecimento, um conhecimento, que segundo ele, era maior que aquele que Deus estava dando, pelo menos até aquele momento, assim mentirosamente o diabo chamou Deus de mentiroso e de ganancioso, pois segundo ele não queria que o homem soubesse o que ele sabia, dessa forma tentou não o desejo da carne física, mas a vaidade de querer saber mais que podia, repito, pelo menos naquele momento.
      Por que eu disse, pelo menos naquele momento? Porque se o homem não tivesse pecado a humanidade também teria evoluído tecnologicamente. Muitos interpretam o fruto proibido da tradição judaica, equivalente ao fogo de Prometeu da mitologia grega, como conhecimento científico, mais até que conhecimento moral ou espiritual. Contudo, e isso só Deus sabe como, se não tivesse caído, o ser humano teria adquirido tal conhecimento no tempo certo, mas sem pecar, sem provar o fruto da árvore do conhecimento do bem e do mal ofertado pelo diabo. É importante que tenhamos noção que quem colocou a árvore no Éden não foi o diabo, mas Deus, como um teste? É o que cremos, um teste para o livre arbítrio.
      Cristãos, se não sabem, é interessante saber, muitos ocultistas dizem que o diabo amou o homem mais que Deus, por isso, ainda que se colocando em risco, deu conhecimento ao homem. Mas o conhecimento não foi dado pelo diabo, mas veio como consequência do homem ter comido do fruto, da árvore que Deus pôs no Éden, então, o diabo queria uma honra que nem dele era, e até hoje ele celebra essa falsa honra pelos bocas dos ocultistas e magos. O certo é que o diabo é o pai da mentira, e ele mente porque quer se colocar no lugar de Deus e levar o maior número possível de seres humanos a caminharem espiritualmente em direção a ele, não ao lugar mais alto onde habita o Deus Altíssimo.

-IV-

      “Ali estava a luz verdadeira, que ilumina a todo o homem que vem ao mundo. Estava no mundo, e o mundo foi feito por ele, e o mundo não o conheceu. Veio para o que era seu, e os seus não o receberam. Mas, a todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus, aos que crêem no seu nome; Os quais não nasceram do sangue, nem da vontade da carne, nem da vontade do homem, mas de Deus.” João 1.9-13

      Livre arbítrio, por que foi relevante a Deus dá-lo ao homem? Deus não poderia ter dado força moral para resistir à tentação? Então Deus fez originalmente um homem fraco? O mito da criação em sete dias, do Éden, de Adão e Eva, da serpente, da árvore do conhecimento do bem e do mal e da queda do homem, refere-se a verdades autorizadas por Deus para chegarem até nós, ainda que como metáforas, com um objetivo muito importante, esses conhecimentos estão bem acima de mitos de outras culturas e religiões. A Bíblia, dessa forma, entrega de uma maneira simples, para que a grande maioria dos homens possa entender, verdades eternas, mas é preciso captar a essência do ensino bíblico e não interpretá-lo ao pé da letra, é preciso entender com a iluminação do Santo Espírito.
      O que torna o homem imagem e semelhança de Deus é justamente o livre arbítrio, a liberdade para escolher um caminho, não é ter poder ilimitado, pelo menos não no plano físico, como muitos acham. Livre arbítrio é parte determinante de um processo no tempo que empurra o homem para evoluir e finalmente chegar ao altíssimo. Por algum motivo que Deus sabe, e se sabe tudo também sabia que o homem ia pecar, a expulsão do homem do Éden deu início a um demorado processo de evolução para toda uma humanidade, nesse processo o tempo ganhou relevância. Justamente o tempo, que não existe para Deus, e que no início da história humana relatada na Bíblia, parece que só foi ganhando importância aos poucos, já que os primeiros homens viviam centenas de anos.
      Com o passar dos séculos o tempo médio de vida do ser humano na Terra foi diminuindo, à medida que a população do planeta aumentou, que as condições de vida nas grandes cidades pioraram, enquanto que a Igreja Católica com medo de perder seu poder sobre o homem e distante do Deus verdadeiro, impedia a ciência de melhorar a vida dos homens. Contudo, isso mudou no último século, com o desenvolvimento científico, da medicina, da farmácia, com a produção de vacinas, assim como o melhoramento de saneamento básico, distribuição de água, e acesso de muitos a médicos e hospitais. Pois é, atualmente vivemos um momento que o homem tenta vencer o tempo, talvez seu maior inimigo, ele quer viver mais e melhor.
      Por isso tantas academias, tantos regimes alimentares, tanta preocupação com qualidade de vida para uma envelhecimento mais saudável, por isso ouvíamos coisas como os novos quarenta anos são os cinquenta anos, os sessenta são os novos cinquenta, e assim vai. Pessoas que há quarenta anos considerávamos velhas e para viverem vidas mais reservadas e afastadas, hoje querem se vestir, se apresentar fisicamente e se portar socialmente, se divertindo, namorando e usufruindo, como se fossem jovens, como se tivessem dez, vinte anos a menos. Hoje, o ser humano não quer morrer, mas também não quer se responsabilizar por família e filhos, o que constrói uma geração criada de maneira errada, sem referências, que poderá ser pior que seus pais. 
      Isso também faz parte da estratégia final das trevas, tentar vencer o tempo para adiar a morte e o consequente enfrentamento do juízo divino, da mesma maneira é com o planeta, cuidar melhor de florestas, rios, mares e ar, para estabelecer uma nova Babel no plano físico, que agora, com a internet, parece novamente reunir povos diferentes que falam a mesma língua. Talvez Deus precise executar outra vez uma “confusão com as línguas” para o homem parar de achar que pode chegar a Deus, ou pior, ser Deus, com suas forças, com suas construções, com seus conceitos de liberdade, justiça e tolerância. Interessante como tanto tempo passou, tanta coisa mudou, mas o homem e o diabo continuaram os mesmos. A diferença está em Jesus. 
      Se um dia o homem escolheu a serpente, hoje pode escolher a Cristo, isso não aconteceu só com Adão e Eva, mas acontece a todos nós, todos nós escolhemos a serpente quando pecamos, mas se optarmos por Jesus, Deus nos muda de dentro para fora e nos sela com seu Santo Espírito. “todos quantos o receberam, deu-lhes o poder de serem feitos filhos de Deus“, isso não é só adotar uma religião, é nascer de novo, adquirir uma nova essência espiritual, sair das trevas e vir para luz e assim poder enxergar as coisas realmente como são. Nessa nova vida podemos dizer não à serpente, e à última estratégia do diabo, o falso humanista, contudo, é importante que entendamos que só em Jesus podemos dizer não do jeito certo e escaparmos das armadilhas que as trevas preparam para o final dos tempos. 

-V-

      “E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro. E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno. Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente. E tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará.” Daniel 12.1-4

      O final do texto inicial diz que no fim dos tempos muitos correrão de uma parte para a outra, isso evoca a ideia do planeta Terra sendo conhecido e dominado pelo homem. É importante que entendamos que há mais ou menos quinhentos anos as Américas, o chamado novo mundo, ainda não eram conhecidas pelo novo mundo, a Europa, e mesmo o extremo oriente era pouco conhecido. Hoje se vai de um lado ao outro do mundo em horas, e pela internet, instantaneamente. Mas o texto também diz que o conhecimento se multiplicaria, isso nos faz pensar no avanço científico dos últimos séculos. Talvez seja, enfim, o momento de entendermos melhor textos proféticos como de Daniel e de João o evangelista.
      O que o texto de Daniel tem a ver com o tema, “o diabo é um humanista”? Ele revela que o homem não seria melhor por causa de sua evolução científica ou por ter domínio sobre o planeta, o que o diabo propõe como solução, como saída, ainda que pareça ser melhor, para o homem e para a Terra, que o que o cristianismo tradicional conseguiu propor, é um engano, é na verdade a última cartada das trevas. O fim virá, de um jeito ou de outro, o juízo acontecerá, de um jeito ou de outro, os homens serão divididos em dois grupos com dois destinos eternos opostos, de um jeito ou de outro, mas “os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente”. 
      Só Jesus salva, leva direto ao Deus Altíssimo, e isso é a verdade que o diabo mais tenta negar. Não, o diabo não quer negar a moral, a justiça, o amor, a paz, nem desmoralizar as religiões, nem mesmo a cristã. Se as denominações cristãs, como a Igreja Católica, permanecerem de pé após todos os ataques, que atualmente nem é mais do mal contra o bem, mas do certo sem Deus contra o errado que existe mesmo no meio daqueles que se dizem do lado de Deus, elas serão abraçadas pela nova ordem mundial como são as religiões orientais e outras. É exatamente isso que ocorrerá após o arrebatamento, uma união mundial, sem os íntimos de Deus na Terra para reagirem, será o melhor que o diabo poderá ter como seu reino aqui.
      Na verdade, Deus, mais uma vez, só usa o diabo para purificar seu povo, e de agora em diante até o final com um filtro mais exigente, como jamais houve. Não, as armas do diabo agora não são mais a magia negra, a devassidão da carne, o mal explícito, mas como já dissemos, o direito de cada um ser o que achar melhor. O diabo não levará os cristãos para o Coliseu cheio de leões, mas para os tribunais, por serem homofóbicos ou intolerantes com as outras religiões, assim é preciso uma sabedoria muito mais refinada, um olhar muito mais apurado, uma vida cristã de fato como aquela que foi a de Jesus encarnado, para que se possa ter acuidade espiritual suficiente para não ser enganado pelas trevas.
     Mas por incrível que pareça, muitos cristãos acham que ir a tribunais por homofobia ou intolerância pode ser testemunhar a fé, pensam ser a honra que os verdadeiros crentes devem receber por obedecerem a Deus, quando nesse caso, é justamente o contrário. O diabo aperfeiçoou sua estratégia, mas muitos cristãos não entenderam de fato o que é o evangelho, assim, talvez o principal inimigo do cristão genuíno, no final, não seja o mundo, mas o falso cristão. Talvez resistir às estratégias das trevas não seja ir aos tribunais, mas não precisar ir, ainda que se seja visto por muitos crentes como traidores, como aqueles que não condenam as pessoas ao inferno só por serem sexualmente diferentes do padrão entendido pela tradição judaica-cristã.
      O diabo é um humanista? Um falso humanista, na verdade o humanista real é Deus, ele não tentou ganhar a adoração do homem vendendo informação errada, a troco da alma humana, mas Deus sacrificou seu próprio filho para salvar o homem, e não pediu nada por isso. O que pode dar mais valor ao ser humano que esse gesto de amor sacrificial absolutamente desinteressado, pois ainda o que o homem não aceite esse sacrifício, o sacrifício já foi feito, não tem volta? Jesus não se deu só pelos crentes, mas por todos. Deus ama o homem, mais que qualquer outro ser ama, confiemos em seu amor e amemos, no final restará o amor e só ele poderá nos livrar da última e mais astuta estratégia do diabo, o falso humanista. 

-VI-

      “Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.” Romanos 12.3

      Todos querem ser famosos, todos querem ser algum tipo de celebridade, se não no mundo, no país, na cidade, na escola ou na igreja. Os “poderes” desse e nesse mundo incentivam isso, por quê? Porque isso também faz parte da estratégia do humanismo diabólico, entregue à humanidade através da poderosa ferramenta internet mais redes sociais. Muitos não se contentando mais em serem amadores, querem ser profissionais, tantos não se satisfazendo só em compartilhar sua “felicidade” com familiares e amigos mais próximos, mas querem que o mundo inteiro saiba dela. “Felicidade” entre aspas, porque as pessoas, nessa psicose, nem precisam ser de fato felizes, basta a elas parecerem felizes e poderem exibir isso aos outros. 
      Para aparentarem exteriormente que são felizes, fotos e vídeos têm que ser de boa qualidade, em bons lugares e com muita companhia (nem importa se é boa), assim, os antigos fabricantes de máquinas fotográficas faliram porque os fabricantes de celulares adicionaram a seus produtos excelentes câmeras. Essa tendência tem crescido, aumentam o número de captadores de imagens nos celulares, de dois, traseiro e frontal, aumentaram para três, quatro, para quê? Para que todos possam registrar tudo depressa em qualquer lugar, com qualidade, para então postar para o planeta em tempo real. Não importa viver, importa criar registros para mostrar aos outros, e o registro de ontem à noite já ficou velho, é preciso outro hoje.
      Isso é obsessivo, viciante, doentio, e ninguém escapa disso, só precisa ter um limite, simplesmente demonizar a novidade é inútil, a humanidade sempre foi assim. Contudo, penso que nada, em nenhum outro momento da história, instalou de maneira tão simples e eficiente o “complexo de Lúcifer” nas almas dos homens, à medida que infantiliza o ser humano, retrocede sua “evolução”, exalta o ego, e faz as pessoas sentirem-se deuses, com seus poderes e suas áreas de atuação. Deuses ou demônios? Está mais para demônios, já que é um caminho de rebeldia contra o Altíssimo, infelizmente, mesmo cristãos, começando por pastores, pregadores e músicos, mas também os membros comuns de igrejas, têm caído nesse erro. 
      A libertação desse vício de querer fama, por desejar se parecer com pessoas que por trabalharem com mídia, arte, cinema, música, têm fama e reconhecimento público, mas de maneira legítima, a cura disso está em uma auto-aceitação humilde, mas também no conhecimento que pode-se ser feliz numa vida privada, onde poucos nos conhecem e nos valorizam. Nem todos nós nascemos para brilhar em palcos, muitos de nós só para sermos plateia e outros para sermos absolutamente felizes num anonimato desconhecido para a maioria. Um outro aspecto é que privacidade é para “quatro paredes”, assim nem tudo que fazemos, dizemos, somos, precisa ser compartilhado. O homem atual, contudo, perdeu a referência de privacidade.
      Essa terceira reflexão sobre o tema “O diabo é um humanista” não poderia ser encerrada sem pensarmos nesse assunto, tão relevante na vida atual de todos nós, por isso dediquei esta sexta parte a ele. Somos incentivados o tempo todo a sermos o que não somos, precisamos entender que isso tem um propósito, a intenção de criar um mercado para vender produtos e beneficiar não a nós, os consumidores, mas a outros. Quem? Em primeiro os donos das empresas, de comida, de roupa, de carro, de eletrodoméstico, de eletrônico, de celular etc, mas depois as “trevas”, todos aqueles poderes espirituais que ainda que vendam produtos, a princípio bons, têm o objetivo de desviar o homem do Deus altíssimo, de fazê-lo pecar, para ter do homem adoração.
      Essa adoração, o diabo deseja deste o princípio, mas agora neste início dos últimos tempos, ele tem um homem mais amadurecido social e tecnologicamente, assim como ferramentas materiais para agir com mais eficiência no plano físico. As forças espirituais, tanto do bem quanto do mal, não agem direitamente no mundo, elas precisam de corpos, sejam dos elementos da natureza, sejam dos homens. As trevas agem com violência e engano, a luz age com equilíbrio, sincronizando o homem com o melhor do plano de Deus para que esse seja feliz no tempo e no lugar certo. Eu não preciso ser famoso para ser feliz, as pessoas não precisam saber o que eu faço ou penso, não do jeito errado, errado ainda que a foto seja linda no Instagram. 
      Uso errado de internet pode construir uma mentira sobre nós, mentira precisa de mais mentira para ser mantida, com o tempo poderemos estar fazendo qualquer coisa para sermos admirados ou simplesmente lembrados. Ninguém tem mais interesse nessa mentira que o diabo, o pai da mentira, especialista em marketing de produto ruim vendido como excelente, e o principal produto dele é dizer que ele é “Deus”. Assim, você pode usar redes sociais, mas use com legitimidade, compartilhando boa verdade? Sempre, mas não force a barra, não pense de si mesmo mais do que é, e se tiver algo bom para passar adiante, que não sejam só valores externos, antes, passe aquilo que vai abençoar os outros espiritualmente. 

-VII-

      “Porque em ti está o manancial da vida; na tua luz veremos a luz.” Salmos 36.9

      Não existe nada de errado na ciência, ela é fruto da evolução do homem neste planeta, é bênção adquirida pelo uso correto da intelectualidade humana, com o objetivo de conhecer como as coisas materiais de fato funcionam, com profundidade e em verdade. A medicina é uma das ramificações científicas mais úteis que têm melhorado a qualidade de vida do homem, a verdadeira medicina precisa ser ouvida tanto quanto ouvimos a voz do Deus verdadeiro em relação às coisas espirituais. 
      Negar a ciência é voltar ao século XIX, é reviver a reação extremista e pouco humilde dos cristãos diante, por exemplo, do evolucionismo de Darwin, uma disposição não de iluminação espiritual. Esse equívoco faz com que os que usam a ciência de maneira errada odiarem o cristianismo, que é quem tem o dever de ouvir e aprender, como religião verdadeira, principalmente em assuntos que não dependem de fé, mas de razão e empirismo. 
      Mas a fé também pode ser empírica, ainda que sob referências espirituais e não físicas, à medida que nossa relação com o divino se fortalece quando vemos nossa vida prática influenciada positivamente por nossas crenças, orações e ações. O melhor seria, contudo, haver um equilíbrio entre os dois, não se ter uma fé tão cega que acredita em qualquer coisa, nem se ter uma confiança tão radical na ciência, que não considera as coisas espirituais ainda sem explicação científica. 
      Não existe nada de errado com tolerância religiosa, aliás, os cristãos deveriam ser os que mais respeitam o livre arbitro alheio. Eles deveriam ocupar-se em praticar o que creem e deixarem que suas obras falassem mais alto que as palavras, que deveriam estar limitadas aos cultos nos templos e aos amigos mais próximos, onde se ouve aquilo que se deseja ouvir e se dá autorização para isso, sem que haja qualquer espécie de imposição.
      Contudo, os cristãos precisam entender que se vive um novo tempo, e isso é ótimo, graças a Deus, muitos crentes não se dão conta que o catolicismo que imperou principalmente no mundo ocidental por séculos, ainda manda na cabeça de muitos, incluindo protestantes evangélicos. Esse pensamento retrógrado considera como verdade dogmática doutrinas como céu e inferno, Deus e o diabo, certo e errado, num maniqueísmo que não cabe mais no mundo moderno. 
      É retrógrado não pelo que é em si, mas pela maneira como é pregado às sociedades, porque cristãos genuínos creem, sim, nesses dogmas e isso é um direito deles, mas essas são verdades para os que escolheram crer, não para todos, que também têm o direito de não crer. Por que é o jeito católico? Porque esse jeito obrigava as pessoas a crerem assim, não lhes era dado o direito ao livre arbítrio, ao contrário, muitos eram perseguidos, torturados e mortos por pensarem diferentemente. 
      Não há nada de errado em defender o planeta, ar, rios, mares, florestas, flora e fauna, e novamente os cristãos deveriam ser os primeiros a fazerem isso, e de forma natural. Contudo, novamente, por causa de anos de um cristianismo oficial errado, fomos levados a um caminho estranho, muitos evangélicos, tão ocupados com o céu e arrogantemente cheios de convicções sobre seus eternos destinos espirituais, se esqueceram da qualidade da água que bebem, do ar que respeitam, dos alimentam que ingerem.
      Ciência, tolerância religiosa, defesa do planeta e sexualidade, sobre o quarto assunto nem vou falar nesta reflexão, se quiser saber o que pensa o “Como o ar que respiro” a respeito, pesquise no blog. O posicionamento realmente evangélico diante desses assuntos é ponto determinante para entender o humanismo diabólico que se levanta justamente como defensor dessas bandeiras, colocando-se assim como o “religare” dos últimos tempos. O ponto é que essas bandeiras são legítimas, isso é inquestionável!
      Como aqueles que se dizem ligados ao Deus verdadeiro por Jesus podem reagir a isso? Com humildade para admitirem que o cristianismo que muitos aprenderam dentro de muitas denominações cristãs é errado, e com objetividade para mudarem de vida e de fato agirem conforme o verdadeiro evangelho, isso simples para os simples. Caso contrário, a estratégia que o diabo começou no Éden terá vitória, incluindo sobre cristãos que insistem em viver uma vida de hipocrisia, sem qualidade plena. 
      O texto inicial diz, “na tua luz veremos a luz”, contudo, é justamente o contrário que muitos têm tentado fazer. Sim, muitos querem a luz, mas não na luz do Deus Altíssimo, desejam na luz de anjos, arcanjos e príncipes espirituais, rebeldes a Deus ainda que poderosos e até “iluminados”. Os fins não justificam os meios, contudo, sem dar frutos os que dizem provar os meios certos, os meios errados ganham espaço. As trevas não têm espaço próprio, elas só ocupam o espaço que os da luz deixaram de ocupar.
      O que o diabo faz é mostrar amor por quem muitos cristãos não amaram, é dar respeito para quem muitos cristãos não respeitaram, é valorizar aquilo que muitos cristãos não deram importância, assim as trevas não só se apresentam como antagonistas, como fizeram por milênios, mas mostram alternativas à luz, como sendo o próprio protagonista, como Deus. Isso é muito sério, e muitos evangélicos não estão entendendo isso, o “manancial da vida”, contudo, está em Deus, no diabo humanista, no final, só há morte.

José Osório de Souza, 01/06/2020

28/08/20

O diabo é um humanista (III) (parte 7/7)

      “Porque em ti está o manancial da vida; na tua luz veremos a luz.Salmos 36.9

      Não existe nada de errado na ciência, ela é fruto da evolução do homem neste planeta, é bênção adquirida pelo uso correto da intelectualidade humana, com o objetivo de conhecer como as coisas materiais de fato funcionam, com profundidade e em verdade. A medicina é uma das ramificações científicas mais úteis que têm melhorado a qualidade de vida do homem, a verdadeira medicina precisa ser ouvida tanto quanto ouvimos a voz do Deus verdadeiro em relação às coisas espirituais. 
      Negar a ciência é voltar ao século XIX, é reviver a reação extremista e pouco humilde dos cristãos diante, por exemplo, do evolucionismo de Darwin, uma disposição não de iluminação espiritual. Esse equívoco faz com que os que usam a ciência de maneira errada odiarem o cristianismo, que é quem tem o dever de ouvir e aprender, como religião verdadeira, principalmente em assuntos que não dependem de fé, mas de razão e empirismo. 
      Mas a fé também pode ser empírica, ainda que sob referências espirituais e não físicas, à medida que nossa relação com o divino se fortalece quando vemos nossa vida prática influenciada positivamente por nossas crenças, orações e ações. O melhor seria, contudo, haver um equilíbrio entre os dois, não se ter uma fé tão cega que acredita em qualquer coisa, nem se ter uma confiança tão radical na ciência, que não considera as coisas espirituais ainda sem explicação científica. 
      Não existe nada de errado com tolerância religiosa, aliás, os cristãos deveriam ser os que mais respeitam o livre arbitro alheio. Eles deveriam ocupar-se em praticar o que creem e deixarem que suas obras falassem mais alto que as palavras, que deveriam estar limitadas aos cultos nos templos e aos amigos mais próximos, onde se ouve aquilo que se deseja ouvir e se dá autorização para isso, sem que haja qualquer espécie de imposição.
      Contudo, os cristãos precisam entender que se vive um novo tempo, e isso é ótimo, graças a Deus, muitos crentes não se dão conta que o catolicismo que imperou principalmente no mundo ocidental por séculos, ainda manda na cabeça de muitos, incluindo protestantes evangélicos. Esse pensamento retrógrado considera como verdade dogmática doutrinas como céu e inferno, Deus e o diabo, certo e errado, num maniqueísmo que não cabe mais no mundo moderno. 
      É retrógrado não pelo que é em si, mas pela maneira como é pregado às sociedades, porque cristãos genuínos creem, sim, nesses dogmas e isso é um direito deles, mas essas são verdades para os que escolheram crer, não para todos, que também têm o direito de não crer. Por que é o jeito católico? Porque esse jeito obrigava as pessoas a crerem assim, não lhes era dado o direito ao livre arbítrio, ao contrário, muitos eram perseguidos, torturados e mortos por pensarem diferentemente. 
      Não há nada de errado em defender o planeta, ar, rios, mares, florestas, flora e fauna, e novamente os cristãos deveriam ser os primeiros a fazerem isso, e de forma natural. Contudo, novamente, por causa de anos de um cristianismo oficial errado, fomos levados a um caminho estranho, muitos evangélicos, tão ocupados com o céu e arrogantemente cheios de convicções sobre seus eternos destinos espirituais, se esqueceram da qualidade da água que bebem, do ar que respeitam, dos alimentam que ingerem.
      Ciência, tolerância religiosa, defesa do planeta e sexualidade, sobre o quarto assunto nem vou falar nesta reflexão, se quiser saber o que pensa o “Como o ar que respiro” a respeito, pesquise no blog. O posicionamento realmente evangélico diante desses assuntos é ponto determinante para entender o humanismo diabólico que se levanta justamente como defensor dessas bandeiras, colocando-se assim como o “religare” dos últimos tempos. O ponto é que essas bandeiras são legítimas, isso é inquestionável!
      Como aqueles que se dizem ligados ao Deus verdadeiro por Jesus podem reagir a isso? Com humildade para admitirem que o cristianismo que muitos aprenderam dentro de muitas denominações cristãs é errado, e com objetividade para mudarem de vida e de fato agirem conforme o verdadeiro evangelho, isso simples para os simples. Caso contrário, a estratégia que o diabo começou no Éden terá vitória, incluindo sobre cristãos que insistem em viver uma vida de hipocrisia, sem qualidade plena. 
      O texto inicial diz, “na tua luz veremos a luz”, contudo, é justamente o contrário que muitos têm tentado fazer. Sim, muitos querem a luz, mas não na luz do Deus Altíssimo, desejam na luz de anjos, arcanjos e príncipes espirituais, rebeldes a Deus ainda que poderosos e até “iluminados”. Os fins não justificam os meios, contudo, sem dar frutos os que dizem provar os meios certos, os meios errados ganham espaço. As trevas não têm espaço próprio, elas só ocupam o espaço que os da luz deixaram de ocupar.
      O que o diabo faz é mostrar amor por quem muitos cristãos não amaram, é dar respeito para quem muitos cristãos não respeitaram, é valorizar aquilo que muitos cristãos não deram importância, assim as trevas não só se apresentam como antagonistas, como fizeram por milênios, mas mostram alternativas à luz, como sendo o próprio protagonista, como Deus. Isso é muito sério, e muitos evangélicos não estão entendendo isso, o “manancial da vida”, contudo, está em Deus, no diabo humanista, no final, só há morte.

Esta é a 7ª parte de uma reflexão 
dividida em sete partes,
leia nas postagens anteriores as outras partes.
José Osório de Souza, 30/06/2020

26/08/20

O diabo é um humanista (III) (parte 6/7)

      “Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.Romanos 12.3

      Todos querem ser famosos, todos querem ser algum tipo de celebridade, se não no mundo, no país, na cidade, na escola ou na igreja. Os “poderes” desse e nesse mundo incentivam isso, por quê? Porque isso também faz parte da estratégia do humanismo diabólico, entregue à humanidade através da poderosa ferramenta internet mais redes sociais. Muitos não se contentando mais em serem amadores, querem ser profissionais, tantos não se satisfazendo só em compartilhar sua “felicidade” com familiares e amigos mais próximos, mas querem que o mundo inteiro saiba dela. “Felicidade” entre aspas, porque as pessoas, nessa psicose, nem precisam ser de fato felizes, basta a elas parecerem felizes e poderem exibir isso aos outros. 
      Para aparentarem exteriormente que são felizes, fotos e vídeos têm que ser de boa qualidade, em bons lugares e com muita companhia (nem importa se é boa), assim, os antigos fabricantes de máquinas fotográficas faliram porque os fabricantes de celulares adicionaram a seus produtos excelentes câmeras. Essa tendência tem crescido, aumentam o número de captadores de imagens nos celulares, de dois, traseiro e frontal, aumentaram para três, quatro, para quê? Para que todos possam registrar tudo depressa em qualquer lugar, com qualidade, para então postar para o planeta em tempo real. Não importa viver, importa criar registros para mostrar aos outros, e o registro de ontem à noite já ficou velho, é preciso outro hoje.
      Isso é obsessivo, viciante, doentio, e ninguém escapa disso, só precisa ter um limite, simplesmente demonizar a novidade é inútil, a humanidade sempre foi assim. Contudo, penso que nada, em nenhum outro momento da história, instalou de maneira tão simples e eficiente o “complexo de Lúcifer” nas almas dos homens, à medida que infantiliza o ser humano, retrocede sua “evolução”, exalta o ego, e faz as pessoas sentirem-se deuses, com seus poderes e suas áreas de atuação. Deuses ou demônios? Está mais para demônios, já que é um caminho de rebeldia contra o Altíssimo, infelizmente, mesmo cristãos, começando por pastores, pregadores e músicos, mas também os membros comuns de igrejas, têm caído nesse erro. 
      A libertação desse vício de querer fama, por desejar se parecer com pessoas que por trabalharem com mídia, arte, cinema, música, têm fama e reconhecimento público, mas de maneira legítima, a cura disso está em uma auto-aceitação humilde, mas também no conhecimento que pode-se ser feliz numa vida privada, onde poucos nos conhecem e nos valorizam. Nem todos nós nascemos para brilhar em palcos, muitos de nós só para sermos plateia e outros para sermos absolutamente felizes num anonimato desconhecido para a maioria. Um outro aspecto é que privacidade é para “quatro paredes”, assim nem tudo que fazemos, dizemos, somos, precisa ser compartilhado. O homem atual, contudo, perdeu a referência de privacidade.
      Essa terceira reflexão sobre o tema “O diabo é um humanista” não poderia ser encerrada sem pensarmos nesse assunto, tão relevante na vida atual de todos nós, por isso dediquei esta sexta parte a ele. Somos incentivados o tempo todo a sermos o que não somos, precisamos entender que isso tem um propósito, a intenção de criar um mercado para vender produtos e beneficiar não a nós, os consumidores, mas a outros. Quem? Em primeiro os donos das empresas, de comida, de roupa, de carro, de eletrodoméstico, de eletrônico, de celular etc, mas depois as “trevas”, todos aqueles poderes espirituais que ainda que vendam produtos, a princípio bons, têm o objetivo de desviar o homem do Deus altíssimo, de fazê-lo pecar, para ter do homem adoração.
      Essa adoração, o diabo deseja deste o princípio, mas agora neste início dos últimos tempos, ele tem um homem mais amadurecido social e tecnologicamente, assim como ferramentas materiais para agir com mais eficiência no plano físico. As forças espirituais, tanto do bem quanto do mal, não agem direitamente no mundo, elas precisam de corpos, sejam dos elementos da natureza, sejam dos homens. As trevas agem com violência e engano, a luz age com equilíbrio, sincronizando o homem com o melhor do plano de Deus para que esse seja feliz no tempo e no lugar certo. Eu não preciso ser famoso para ser feliz, as pessoas não precisam saber o que eu faço ou penso, não do jeito errado, errado ainda que a foto seja linda no Instagram. 
      Uso errado de internet pode construir uma mentira sobre nós, mentira precisa de mais mentira para ser mantida, com o tempo poderemos estar fazendo qualquer coisa para sermos admirados ou simplesmente lembrados. Ninguém tem mais interesse nessa mentira que o diabo, o pai da mentira, especialista em marketing de produto ruim vendido como excelente, e o principal produto dele é dizer que ele é “Deus”. Assim, você pode usar redes sociais, mas use com legitimidade, compartilhando boa verdade? Sempre, mas não force a barra, não pense de si mesmo mais do que é, e se tiver algo bom para passar adiante, que não sejam só valores externos, antes, passe aquilo que vai abençoar os outros espiritualmente. 

Esta é a 6ª parte de uma reflexão 
dividida em sete partes,
leia na próxima postagem a parte final.
José Osório de Souza, 30/06/2020