quarta-feira, agosto 26, 2020

O diabo é um humanista (III) (parte 6/7)

      “Porque pela graça que me é dada, digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, conforme a medida da fé que Deus repartiu a cada um.Romanos 12.3

      Todos querem ser famosos, todos querem ser algum tipo de celebridade, se não no mundo, no país, na cidade, na escola ou na igreja. Os “poderes” desse e nesse mundo incentivam isso, por quê? Porque isso também faz parte da estratégia do humanismo diabólico, entregue à humanidade através da poderosa ferramenta internet mais redes sociais. Muitos não se contentando mais em serem amadores, querem ser profissionais, tantos não se satisfazendo só em compartilhar sua “felicidade” com familiares e amigos mais próximos, mas querem que o mundo inteiro saiba dela. “Felicidade” entre aspas, porque as pessoas, nessa psicose, nem precisam ser de fato felizes, basta a elas parecerem felizes e poderem exibir isso aos outros. 
      Para aparentarem exteriormente que são felizes, fotos e vídeos têm que ser de boa qualidade, em bons lugares e com muita companhia (nem importa se é boa), assim, os antigos fabricantes de máquinas fotográficas faliram porque os fabricantes de celulares adicionaram a seus produtos excelentes câmeras. Essa tendência tem crescido, aumentam o número de captadores de imagens nos celulares, de dois, traseiro e frontal, aumentaram para três, quatro, para quê? Para que todos possam registrar tudo depressa em qualquer lugar, com qualidade, para então postar para o planeta em tempo real. Não importa viver, importa criar registros para mostrar aos outros, e o registro de ontem à noite já ficou velho, é preciso outro hoje.
      Isso é obsessivo, viciante, doentio, e ninguém escapa disso, só precisa ter um limite, simplesmente demonizar a novidade é inútil, a humanidade sempre foi assim. Contudo, penso que nada, em nenhum outro momento da história, instalou de maneira tão simples e eficiente o “complexo de Lúcifer” nas almas dos homens, à medida que infantiliza o ser humano, retrocede sua “evolução”, exalta o ego, e faz as pessoas sentirem-se deuses, com seus poderes e suas áreas de atuação. Deuses ou demônios? Está mais para demônios, já que é um caminho de rebeldia contra o Altíssimo, infelizmente, mesmo cristãos, começando por pastores, pregadores e músicos, mas também os membros comuns de igrejas, têm caído nesse erro. 
      A libertação desse vício de querer fama, por desejar se parecer com pessoas que por trabalharem com mídia, arte, cinema, música, têm fama e reconhecimento público, mas de maneira legítima, a cura disso está em uma auto-aceitação humilde, mas também no conhecimento que pode-se ser feliz numa vida privada, onde poucos nos conhecem e nos valorizam. Nem todos nós nascemos para brilhar em palcos, muitos de nós só para sermos plateia e outros para sermos absolutamente felizes num anonimato desconhecido para a maioria. Um outro aspecto é que privacidade é para “quatro paredes”, assim nem tudo que fazemos, dizemos, somos, precisa ser compartilhado. O homem atual, contudo, perdeu a referência de privacidade.
      Essa terceira reflexão sobre o tema “O diabo é um humanista” não poderia ser encerrada sem pensarmos nesse assunto, tão relevante na vida atual de todos nós, por isso dediquei esta sexta parte a ele. Somos incentivados o tempo todo a sermos o que não somos, precisamos entender que isso tem um propósito, a intenção de criar um mercado para vender produtos e beneficiar não a nós, os consumidores, mas a outros. Quem? Em primeiro os donos das empresas, de comida, de roupa, de carro, de eletrodoméstico, de eletrônico, de celular etc, mas depois as “trevas”, todos aqueles poderes espirituais que ainda que vendam produtos, a princípio bons, têm o objetivo de desviar o homem do Deus altíssimo, de fazê-lo pecar, para ter do homem adoração.
      Essa adoração, o diabo deseja deste o princípio, mas agora neste início dos últimos tempos, ele tem um homem mais amadurecido social e tecnologicamente, assim como ferramentas materiais para agir com mais eficiência no plano físico. As forças espirituais, tanto do bem quanto do mal, não agem direitamente no mundo, elas precisam de corpos, sejam dos elementos da natureza, sejam dos homens. As trevas agem com violência e engano, a luz age com equilíbrio, sincronizando o homem com o melhor do plano de Deus para que esse seja feliz no tempo e no lugar certo. Eu não preciso ser famoso para ser feliz, as pessoas não precisam saber o que eu faço ou penso, não do jeito errado, errado ainda que a foto seja linda no Instagram. 
      Uso errado de internet pode construir uma mentira sobre nós, mentira precisa de mais mentira para ser mantida, com o tempo poderemos estar fazendo qualquer coisa para sermos admirados ou simplesmente lembrados. Ninguém tem mais interesse nessa mentira que o diabo, o pai da mentira, especialista em marketing de produto ruim vendido como excelente, e o principal produto dele é dizer que ele é “Deus”. Assim, você pode usar redes sociais, mas use com legitimidade, compartilhando boa verdade? Sempre, mas não force a barra, não pense de si mesmo mais do que é, e se tiver algo bom para passar adiante, que não sejam só valores externos, antes, passe aquilo que vai abençoar os outros espiritualmente. 

Esta é a 6ª parte de uma reflexão 
dividida em sete partes,
leia na próxima postagem a parte final.
José Osório de Souza, 30/06/2020

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