30/11/23

Céu é nosso reino (11/11)

      “Mas a nossa cidade está nos céus, de onde também esperamos o Salvador, o Senhor Jesus Cristo, Que transformará o nosso corpo abatido, para ser conforme o seu corpo glorioso, segundo o seu eficaz poder de sujeitar também a si todas as coisas.Filipenses 3.20-21

      Uma diferença entre quem tem experiência com Deus e quem não tem é aquilo que é considerado o reino, o lugar onde a pessoa se sente mais satisfeita, onde seu propósito maior de prosperidade pode ser realizado. Muitos, ainda que usando fé e religiosidade, querem um reino neste mundo, assim transferem o entendimento de reino de Deus, que a Bíblia cita, para este planeta. Ainda que muitos creiam em vida além e que merecem o céu por crerem no Cristo, importa-lhes mais serem honrados no plano material, não no espiritual. Importante dizer que não ter interesse por este mundo, desprezar valores materiais, isso por si só pode ser algum tipo de doença mental, não espiritualidade genuína que ama o celestial reino de Deus. 
      Conciliar as coisas é difícil, lutar para se ter uma vida digna no mundo, estudar, trabalhar, administrar família, saúde, o planeta, dar à ciência a devida relevância, e ainda assim ser santo, amoroso, ter vida de oração que conhece a Deus, não é fácil. Muitos, querendo Deus, mas não abrindo mão do materialismo, interpretam a Bíblia errado, querem um reino de Deus na Terra, assim veem inimigos nos homens, não em si mesmos. Mas esta é a provação que passamos na vida, termos os pés firmes no chão e o espírito elevado, sem extremismos, sem misticismos, vendo a vida encarnada como oportunidade para aperfeiçoar nosso homem interior, não só enriquecer o exterior, sabendo que do alto viemos e para ele voltaremos. 

29/11/23

Morte é nosso prêmio (10/11)

      “Prossigo para o alvo, pelo prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus.Filipenses 3.14

      A morte pode ser um prêmio, mas como tal só é conquistada após se participar de uma competição e ganhá-la. A competição é a passagem por este mundo, nós somos os competidores, mas nossos rivais, os outros concorrentes, são nós mesmos. As piores versões nossas deveriam perder a competição saindo vencedora nossa melhor versão. Contudo, só Deus pode mostrar o que é nossa melhor versão, de acordo com virtudes morais, não é o mundo que estabelece isso nem os homens, de acordo com valores materiais e mesmo intelectuais. O que queremos vencer para termos direito à morte como prêmio, não como derrota, quem queremos ser de melhor no plano físico para sermos premiados no plano espiritual? 
      Muitos estão correndo com esforço, até se prepararam bem para isso, diante dos homens estão bem colocados na competição. Pensam estar vencendo versões ruins deles mesmos, que foram humilhadas pelos pares, por suas famílias, pelo mundo, e à medida que o fim se aproxima se veem no primeiro lugar. Contudo, não correm a corrida de Deus, não aquela que é para suas vidas, pode até ser para as vidas dos outros homens, mas a competição em que estão não dará prêmio a seus homens interiores na eternidade. A verdade é que diante do mundo, para vencermos a competição de Deus, muitas vezes precisaremos chegar em último lugar, nele seremos humildes, santos e amorosos, mas será nossa melhor versão.

28/11/23

Obediência é nosso trabalho (9/11)

      “Porque desde a antiguidade não se ouviu, nem com ouvidos se percebeu, nem com os olhos se viu um Deus além de ti que trabalha para aquele que nele espera.Isaías 64.4

      A rebeldia tem várias faces, na definição de rebelde podem haver dois significados, teimoso e opositor, ambos não representam necessariamente coisas ruins. Para obedecermos a Deus podemos ter que nos opor insistentemente aos homens, mas para desobedecê-lo podemos teimar em agradar os homens, assim sermos rebeldes com Deus. O ponto é não confundirmos aparentes boas ações com obediência, ainda que Deus use todas as boas ações, originem-se das intenções que forem, para abençoar outros, só as boas ações com intenções corretas abençoarão quem as faz. No grande sistema do universo tudo acaba em bem em algum momento, Deus não desperdiça nada, transforma tudo em vida, luz e virtudes eternas. 
      Mas há muitas pessoas fazendo muita coisa, que com certeza é útil nas mãos de Deus, mas que não é aquilo que Deus pede delas. Mas se é útil e elas não fizerem não fará falta? Não, Deus levantará outras pessoas para fazerem, que talvez tenham que fazer e não façam porque outras pessoas estão fazendo. Isso parece complicar o simples, mas não é, não se entendermos que cada pessoa precisa ser trabalhada por Deus de forma diferente para ser melhor, e muitos fazem um monte de coisas boas para não terem que ser humildes. Fazem em trabalho físico, para não fazerem no moral, enriquecem no material, mas são pobres em virtudes. O melhor trabalho é obedecer a Deus, esse honra a Deus e abençoa todos. 

27/11/23

Tempo é nosso aliado (8/11)

      “Certamente que a bondade e a misericórdia me seguirão todos os dias da minha vida; e habitarei na casa do Senhor por longos dias.Salmos 23.6

      O paciente ama o imperfeito pois crê no aperfeiçoamento desse no tempo. O paciente é feliz porque usufrui promessa de felicidade como cumprida. O paciente acha cura pois descansa pensamentos e sentimentos e fica em paz. O paciente encontra a honra pois não tem pressa de recebê-la. O paciente não padece no tempo, mas descobre vida eterna nele. O paciente usa os anos como asas que o levam ao alto, não faz deles peso que o prendem ao chão. O paciente aprende a ter paciência no tempo, abrindo mão do que olhos veem, do que ouvidos ouvem e do que mãos tocam, o paciente tem fé porque tem no tempo um aliado, não um opositor. O paciente é amigo da serenidade porque é amigo do Senhor do tempo, Deus. 
      Viver no mundo, existir preso a um invólucro carnal, caminhar na Terra é administrar fraquezas no tempo. Não fujamos de nosso tempo aqui, não desprezemos sua eficácia, não tentemos paralisa-lo ou adianta-lo, vive bem quem se harmoniza com o tempo. Espírito iluminado não se prende ao tempo, não sofre pelo que fez, nem pelo que não fez, livra-se de remorso e ansiedade, mas passa pelo seu tempo probatório no mundo ligado a um Deus espiritual para o qual tempo não existe. O paciente está satisfeito e faz tudo de bom agora como se não houvesse amanhã, não por pressa ou obsessão, mas sereno, experimentando num plano preso a tempo o que viverá na melhor eternidade de Deus onde tempo não há. 

26/11/23

Silêncio é nosso ensinador (7/11)

      “Bom é ter esperança, e aguardar em silêncio a salvação do Senhor.Lamentações 3.26

      Um divisor de águas em nossa vida espiritual é quando entendemos que coisas mais profundas o Espírito Santo só nos fala depois que calamos nossas almas. Entenda certo o que estou dizendo, um diálogo sadio e eficiente com Deus tem vários momentos, cada um interagindo, curando, consolando e ensinando uma área de nosso ser. Num primeiro momento precisamos desabafar emocionalmente, e o pai de amor respeita isso e nos recebe. Cabe nesse momento muitas palavras, muita emoção, mesmo lágrimas, para nos arrependermos, perdoarmos, pedirmos e agradecermos pelo que recebemos. Esse período pode acabar quando estivermos em paz com relação às nossas necessidades primárias, vida familiar e profissional. 
      Num segundo momento, mais calmos, passamos a verificar racionalmente o diálogo, falamos com mais controle sobre os tempos, o que houve, o que desejamos que aconteça, nesse já podemos ouvir orientações mais profundas de Deus, não só ensinos básicos. Esse período deve encerrar-se com uma paz mais profunda, contudo, é só depois dele, permanecendo nós na presença de Deus em silêncio, que algo mais pode-nos ser entregue. Aprendermos a vigiar no silêncio, já curados das ansiedades iniciais, mas crentes que Deus quer falar-nos mais, nos dará acesso a uma palavra mais elevada, que nos fortalecerá muito mais, que diz respeito à nossa missão espiritual no mundo, aquilo pelo qual seremos avaliados na eternidade. 

25/11/23

Santidade é nosso prazer (6/11)

      “Confessei-te o meu pecado, e a minha maldade não encobri. Dizia eu: Confessarei ao Senhor as minhas transgressões; e tu perdoaste a maldade do meu pecado. Por isso, todo aquele que é santo orará a ti, a tempo de te poder achar; até no transbordar de muitas águas, estas não lhe chegarão. Tu és o lugar em que me escondo; tu me preservas da angústia; tu me cinges de alegres cantos de livramento.Salmos 32.5-7

      Muitas vezes nos perdemos nos apetites do corpo, nas obras da carne, porque nos sentimos vazios e sofridos e queremos algum prazer. Não é fácil e rápido entendermos que o vazio maior é de alma, não do corpo, assim como o prazer maior é do espírito, não de comida, bebida e sexo. Quando achamos na santidade, não obrigação religiosa, não lei de doutrina e igreja, não vaidade que faz com que nos sintamos mais espirituais que os outros, mas um prazer, entendemos nossa eterna existência. O propósito principal do prazer espiritual verdadeiro não é egoísta ou meramente humano, mas sentir que agrada a Deus. Ter prazer porque se sabe que se agrada ao Altíssimo, eis a maior felicidade, a paz mais profunda e duradoura. 
      Entretanto, muitos não vivem esse prazer porque entendem errado o que é vida com Deus, o que é espiritualidade. Limitam-se à religião, a ser assíduos em cultos, a falar e se vestir como evangélicos, a entender intelectualmente de Bíblia e de doutrina, relegam o principal, o Santo Espírito. Provar o Espírito Santo, os dons espirituais, o conhecimento que essa experiência entrega, é sentir o prazer que teremos na melhor eternidade com Deus, o céu, pelo menos o tanto quanto existência corpórea nos permite experimentar isso. Que gozos há em ter um período de oração íntima com Deus, quanta iluminação e quanto livramento recebemos quando tocamos o altar do Santíssimo, isso faz-nos querer ser mais santos. 

24/11/23

Verdade é nossa proteção (5/11)

      “Ele te cobrirá com as suas penas, e debaixo das suas asas te confiarás; a sua verdade será o teu escudo e broquel.Salmos 91.4

      O motivo principal de mentirmos é querermos nos proteger ou mostrar para os outros que somos melhores que o que achamos que somos. Mentira é proteção, falsa, vã, mas proteção, porém os que confiam nela serão alcançados pela verdade bem depressa, como se diz, mentira tem pernas curtas. Quando isso ocorrer serão humilhados, muito mais que seriam se simplesmente tivessem sido verdadeiros. A verdadeira proteção é a verdade, ainda que usá-la exija humildade e fé. Humildade porque a curto prazo podemos não ser respeitados pelos homens, fé porque usar a verdade muitas vezes é confiar em algo que não somos, mas seremos, assim nos mostramos como somos hoje, fracos, mas confiantes que seremos fortes depois.
      Só perdemos o medo da verdade quando temos uma experiência profunda com Deus, o Senhor de toda verdade. A verdade de todos os seres humanos é que todos estão no mundo em construção, ninguém é perfeito nem precisa ser, assim mentir é negar nosso propósito aqui, melhorarmos. Quem mente para se exaltar de alguma forma, se acha construído, assim seguirá incompleto, para ser tratado em hospital deve-se admitir doença e se internar. Todos somos mentirosos, e muito mais que admitimos, ser verdadeiro é luta constante, mas como Deus abençoa o que ama a verdade, como o protege. O que usa a verdade autoriza Deus a agir com liberdade em sua vida, nisso há luz, paz, amor e toda sorte de bênção, aqui e no céu.