18/10/25

Justiça e vingança (1/3)

      “Não vos vingueis a vós mesmos, amados, mas dai lugar à ira, porque está escrito: Minha é a vingança; eu recompensarei, diz o Senhor.Romanos 12.19
      “Irai-vos, e não pequeis; não se ponha o sol sobre a vossa ira.” Efésios 4.26
      “Portanto, meus amados irmãos, todo o homem seja pronto para ouvir, tardio para falar, tardio para se irar. Porque a ira do homem não opera a justiça de Deus.Tiago 1.19-20
      “E, quando jejuardes, não vos mostreis contristados como os hipócritas; porque desfiguram os seus rostos, para que aos homens pareça que jejuam. Em verdade vos digo que já receberam o seu galardão.” Mateus 6.16

      Depois de tentações relacionadas à área sexual, ser tentado por uma ira tal que nos faz querer fazer justiça com as próprias mãos é a prova que a maioria de nós passa. Todos, de alguma maneira, nos sentimos injustiçados, o que nos leva à flertar com a vingança não é querer dar retorno a alguém que fizemos mal, mas a alguém que achamos que nos fez mal. Para querer fazer justiça tem que se achar vítima de injustiça. Três das passagens acima não tiram a legitimidade de sentimento de ira e vingança, mas dizem que pecado há quando materializamos ira e vingança. A quarta passagem não fala disso, mas cita um princípio que é válido para honra e para justiça: quem obtém certas coisas com as próprias mãos não as recebe de Deus.
      Cabe-nos trabalhar, perseverar e conquistar muitas virtudes, santidade, amor, humildade etc, mas justiça só Deus pode fazer. Enganando-se sobre isso é que criam teologias como a católica, da libertação, e mesmo a mais neo-pentecostal, da prosperidade, essas põem o ser humano e neste mundo como ferramentas para obter-se benefícios, que parecem materiais, bens e grana, mas que desconsidera a justiça de Deus que vai além deste mundo. Sempre é preciso deixar claro: deixar Deus fazer justiça não é aceitar violência, intolerância e diferenças sociais passivamente, não, há coisas que podemos e precisamos fazer já. Mas há limites, esses só humildes e tementes a Deus conhecerão e terão forças para acatar com dignidade e em paz.
      Mas às vezes Deus nos usa para cobrar justiça, num sentimento tão forte, estancado por tanto tempo, suportado em tanta injustiça, que um dia o Senhor permite que saia de nós e cumpra sua vontade. Jesus mostrou algo semelhante na passagem do comércio no Templo de Jerusalém, quando um ser humano sábio, sereno, temperado, pacificador, amoroso e com tantas outras virtudes, usou ações físicas enérgicas para demonstrar a vontade de Deus sobre o uso errado de coisas sagradas (João 2.13-17). Mas tenhamos cuidado para usar tal passagem como desculpa para ação impensada, mesmo que seja revolta contra o comércio que há em muitas igrejas hoje, a experiência de Jesus foi exceção, não regra, e foi do filho santíssimo de Deus. 
      As palavras ira e vingança não são adequadas para denominar ações diretas de Deus, passam a ideia de algo descontrolado, agressivo. Deus sempre age com amor, contudo, o universo que Deus criou, e que recebe as injustiças, pode cobrar justiça com o mesmo peso dos danos e assaltos que recebeu. Vemos isso, por exemplo, quando fortes chuvas caem em encostas de montanhas, inundando e levando tudo que está em lugar errado, causando morte e destruição. Não foi uma ira subjetiva do divino que agiu, mas um efeito proporcional a uma causa. É assim também quando homens e espíritos maus lesam de alguma forma seres que andam na luz, os maus sofrerão pelas mãos de seres também maus as consequências de suas injustiças. 

17/10/25

Indivíduos diferentes (5/5)

      “E acontecerá nos últimos dias que se firmará o monte da casa do Senhor no cume dos montes, e se elevará por cima dos outeiros; e concorrerão a ele todas as nações. E irão muitos povos, e dirão: Vinde, subamos ao monte do Senhor, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine os seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei, e de Jerusalém a palavra do Senhor. E ele julgará entre as nações, e repreenderá a muitos povos; e estes converterão as suas espadas em enxadões e as suas lanças em foices; uma nação não levantará espada contra outra nação, nem aprenderão mais a guerrear. Vinde, ó casa de Jacó, e andemos na luz do Senhor.” Isaías 2.2-5

      O mundo caminha para a individualidade, para a independência de diferentes. Não nego que haja um lado ruim nisso, mas sempre há no início das mudanças, até que os excessos sejam equalizados, que se ache equilíbrio. O pior lado da agenda progressista “liberdade para ser indivíduo, diferente e singular”, é a demonização de qualquer referência, assim de valores morais e de Deus. Também pudera, depois de escravizada por séculos, a humanidade ocidental cansou-se do cristianismo oficial, esse por suas vez não se mostrou digno do nome do Cristo que diz professar. Mas vemos um cristianismo equivocado insistindo em fazer escolhas erradas, sendo arrogante, não paciente, sendo trevas, não luz, condenando e não amando. 
      Se o cristianismo infantil e intimidador não soube conduzir uma humanidade temerosa do diabo e do inferno e mal informada cientificamente, que tinha que ocultar experiências espirituais e mesmo científicas em ordens secretas e esotéricas, mais dificuldade tem com uma “esquerda” que se libertou da utopia marxista e agora luta pelos direitos de mulheres, negros, l.g.b.t.q.i.a.p+ e tantos outros de serem o que são. O cristianismo perdeu o bonde e não tem humildade para pedir, por favor, parem que eu quero subir, antes tenta minar os trilhos para impedir que o bonde siga. O bonde da história não pode ser parado, e nos últimos tempos ele virou trem-bala. Mas sempre há tempo de mudar se há o despojamento visto no Cristo. 
      Se a humanidade caminha para a individualidade, a fala deve ser mais abrangente, respeitando o máximo possível, abraçando as diferenças e não obrigando-as a serem aquilo que um grupo acha ser normal e correto, aliás, o conceito de normal hoje é outro. Não é a igreja que deve adentrar o mundo, fazer escravos e trazê-los para dentro dos templos, são os de fato espirituais que devem levar suas luzes às trevas e lá ficarem, transformando trevas em luz. Contudo, triste é o juízo daquele que recebendo uma lanterna para guiar os cegos, transformou-a numa arma para surrar os cegos e condená-los. Na verdade o castigo do que usou mal sua luz é pior do que está procurando pela luz. Como temos usado a luz que recebemos? 
      Seres humanos, pelo menos grande parte deles, precisam subir ao próximo nível espiritual. Sei que como cristãos não estamos acostumados com essas palavras, parece mais entendimento de espiritualistas, mas o próximo nível é isso, como cristãos, pararmos de interpretar a existência só do jeito tradicional. A que nos levou o cristianismo tradicional? Àquilo que podia, e foi muito, temos acesso ao perdão Deus pelo nome de Jesus, assim à paz que nos fortalece para praticarmos virtudes morais e construirmos o céu em nós. Mas há mais, temos direito de nos conectarmos com o Deus Altíssimo pelo Espírito Santo, que pode nos ensinar sobre mistérios espirituais com a palavra de vida eterna. Mas há mais no próximo nível, creiam.

José Osório de Souza, 15/02/2023

16/10/25

Mau, cético, religioso, espiritual (4/5)

      “Mas o dia do Senhor virá como o ladrão de noite; no qual os céus passarão com grande estrondo, e os elementos, ardendo, se desfarão, e a terra, e as obras que nela há, se queimarão. Havendo, pois, de perecer todas estas coisas, que pessoas vos convém ser em santo trato, e piedade, aguardando, e apressando-vos para a vinda do dia de Deus, em que os céus, em fogo se desfarão, e os elementos, ardendo, se fundirão?” II Pedro 3.10-12

      Há quatro tipos de pessoas: maus, céticos, religiosos e espirituais. As bolhas desses quatro grupos não estão separadas, elas se penetram, às vezes mais de uma vez. Há bons céticos, maus céticos, religiosos maus, religiosos bons, espirituais religiosos, espirituais céticos, dentre outras intercessões. Em cada um dos quatro tipos há graduações diferentes de comprometimentos, cético vai do ateu ao materialista, religioso vai do mais extremista ao mais equilibrado, espiritual vai dos mais raso aos mais profundo, e há maus em todos os grupos, de orgulhoso e indiferente ao ativamente cruel e egoísta. Pessoas de todos os tipos também podem ter envolvimentos com religião estabelecida em níveis diferentes, nem todos são membros assíduos.
      Mas sendo mais específico, usei a classificação acima nos seguintes sentidos: cético não crê em Deus, mau até crê no plano espiritual, mas quer usá-lo para fins egoístas, religiosos são bons, ou pelo menos se acham assim, mas pensam que o bem só pode ser praticado estando eles ligados oficialmente a uma igreja ou religião, já os espirituais são o que muitos chamam de iluminados ou iniciados, têm uma experiência mais profunda com o plano espiritual. As bolhas se interceptam, como dito acima, assim espirituais podem ter origens diferentes, mas o mais comum é chegar-se à espiritualidade a partir, não do ceticismo, mas de alguma religião estabelecida, usando experiência dos outros como base para construir experiência pessoal. 
      O cristianismo não é tão poderoso e manipulado no mundo à toa, carrega o nome de Jesus e esse tem poder em si mesmo. Penso que todos podem seguir suas trajetórias espirituais da maneira que preferirem, mas creio que todos deveriam fazer pelo menos um “estágio” no cristianismo mais puro e próximo ao original possível, conhecendo de fato a vida do Cristo homem e o poder do nome do Cristo espiritual. Isso faria as primeiras curas emocionais nas pessoas e as livraria de muitos perigos que existem em religiões espiritualistas que às vezes abrem as portas do plano espiritual sem muito cuidado. A verdadeira iniciação e a iluminação mais alta só temos pelo Espírito Santo através do nome único de Jesus Cristo! Creio assim.
      Haverá um “final dos tempos”, não do jeito físico, explícito, cinematográfico, que muitos acham que será. Mas creiam, será justo e sério, mais do que muitos estão preparados para ser. A pergunta que faço é: como se portarão, muitos que batem no peito e gritam alto colocando-se como cristãos preparados para o fim, quando virem que as coisas não são como acham que deveriam ser? Inventarão novos enganos para seguirem acreditando no engano inicial? Desistirão da fé e brigarão com Deus? Ou serão humildes o suficiente para admitirem que estavam enganados, e que de fato nunca se prepararam para receber as verdades espirituais mais altas? Cristãos, não sabemos tudo que achamos que sabemos, sejamos humildes. 

José Osório de Souza, 15/02/2023

15/10/25

Próximo nível (3/5)

      “Porque já é manifesto que vós sois a carta de Cristo, ministrada por nós, e escrita, não com tinta, mas com o Espírito do Deus vivo, não em tábuas de pedra, mas nas tábuas de carne do coração.” II Coríntios 3.3

      Exemplos, o ser humano precisou de exemplos manifestados de forma explícita, que por isso transformaram-se em religiões. O ser humano carrega um desejo intrínseco por idolatria, no sentido de construir algo que possa ser visto, celebrado, adorado e obedecido, materialmente. Não fiz juízo de valor das religiosidades e seres humanos na lista de religiões na postagem anterior, assim não separei o que a tradição judaico-cristã alia a Deus daquilo que não alia. O ponto desta reflexão é: será que ainda precisamos de ídolos, ainda que seja da manifestação mais elevada de Deus à humanidade, Jesus Cristo? Tudo que é definido é encarcerado, tudo que vira religião limita a atuação espiritual de Deus, assim é deste mundo, não do outro.
      Além do Cristo houve muitos exemplos manifestados de seres humanos de espiritualidade elevada que a humanidade conheceu e que se transformaram em religiões, visto que a humanidade precisou de “pais” físicos em sua infância espiritual. Mas houve outros homens de calibre espiritual que não ficaram famosos. Jesus, há quase dois mil anos atrás, já anunciava uma espiritualidade diferenciada e discreta, se apareceu para matar a fome da multidão e curar doenças de muitos de forma visível, foi por amor, não para fundar uma religião. O ser humano, contudo, pelo menos pelo cristianismo, não entendeu a lição, retrocedeu no catolicismo e no protestantismo, ainda que conhecendo o exemplo de homem e o poder espiritual de Jesus Cristo.
      Um ministério espiritual desempenhado pelo Espírito de Deus para conduzir espíritos humanos a um reino espiritual, eis as boas novas do Cristo. Pareço citar o termo “espírito” demasiadamente? Mas não, ainda assim grande parte das pessoas não entende a relevância. Um ministério espiritual não precisa de templos ou igrejas, só do espírito humano. Esse ministério não tem o propósito de fortalecer instituições religiosas, de manipular massas, de ser adorado pela aparência material, esse ministério cala a matéria e aperfeiçoa o espírito. Esse ministério precisa de religiões, ainda que seja para desempenhar evangelismo inicial aos que nada sabem sobre Deus? Não, precisa de indivíduos com experiências reais com Deus.
      As pessoas só precisam ser recordadas do que já sabem, que dentro delas há espíritos que anseiam por Deus. Como buscarão mais a Deus? Vendo os frutos práticos de quem já buscou. Esse ministério sente a necessidade de reunião em grupos, de administrar dinheiro e bens para manutenção do lugar da reunião e de necessidades dos reunidos? Sim, mas sem que o ministério em si seja usado para gerar lucro material, o único lucro deve ser a prática de virtudes morais nas vidas dos que compartilham a fé. Isso significa que todos que buscam a Deus devem fazer do mesmo jeito? Não, que cada um procure o jeito que se sente melhor, sem julgar o jeito dos outros. Eis o próximo nível de espiritualidade que o ser humano precisa. 

José Osório de Souza, 15/02/2023

14/10/25

Tantas religiões (2/5)

      “Ora, tendo a Escritura previsto que Deus havia de justificar pela fé os gentios, anunciou primeiro o evangelho a Abraão, dizendo: Todas as nações serão benditas em ti. De sorte que os que são da fé são benditos com o crente Abraão.” Gálatas 3.8-9

      Abaixo, uma lista com alguns fundadores, criadores e codificadores de tradições religiosas (links individuais em fonte). Selecionei 40, desses, 18 (*) têm base na tradição judaico-cristã. O entendimento de muitos cristãos dessa lista, ainda que não assumido, é um: “22 dessas religiões não são de Deus, 18, são”. Pareço extremista? Mas essa é a realidade que muitos cristãos devem assumir, baseados em suas doutrinas e nos ensinos de seus líderes nos púlpitos de suas igrejas. “Um número enorme de seres humanos, em todo o mundo e ao longo da história, teve em suas religiões ensinos que não os levou ao céu, passados por espíritos malignos enganadores”, se não é isso, então, o que se diz não é o que se crê em muitas igrejas. 
      Uma verdade que muitos cristãos que se consideram donos da verdade maior não aceitam: Deus permite a cada ser humano, em tempos e lugares diferentes, a espiritualidade que cada um pode administrar para estar mais perto dele. No mundo atual existe um número enorme de pessoas que não é cristão, nasceu em outras religiões e morrerá assim. Haja inferno, se o fim desses seres humanos for a condenação só porque nunca puderam ser batizados e doutrinados no evangelho. Por outro lado, um estudo de muitas religiões revelará pontos em comum entre elas, ritos e objetivos parecidos, se Deus a todos chama, por que só alguns responderiam esse chamado por Cristo, não pelos meios que têm em mãos em suas realidades? 
      Muitos dizem: “conheço gente que era infeliz numa religião, foi para a igreja evangélica e a vida mudou”. Se de fato isso é verdade, primeiro, a pessoa era viável para ser evangélica, vivia perto de gente que lhe falou do evangelho e pôde frequentar uma igreja evangélica, isso não acontece com todo mundo no planeta. Segundo, talvez o lugar de Deus para essa pessoa fosse igreja evangélica, não outra religião. Por outro lado há muita gente feliz em outras religiões assim como infeliz em igreja evangélica, o lugar melhor para cada um vivenciar espiritualidade é Deus quem sabe. Mesmo “felicidade” frequentando igreja e tendo religião é algo variável, muitos só querem a vida social de uma comunidade, a doutrina pouco importa. 
      A verdade é que muitos evangélicos, refugiados em suas bolhas, e ainda que socialmente respeitando outros religiosos, não fazem ideia do que acontece dentro de outros cultos religiosos, no máximo têm uma visão distorcida, preconceituosa e pessimista, aliando o que não se encaixa em suas doutrinas ao capeta. A vida não é tão simples assim, aqui e no além, mas ao mesmo tempo é mais simples que muitos acham que é. Para quem ama há luz, assim espera o melhor mesmo sem entender, vê portas abertas mesmo sem saber, enxerga o sincero do bem mesmo atrás das capas de religiosidades diferentes. O humilde e temente a Deus vislumbra de antemão aquilo que muitos só olharão na eternidade, assim é mais feliz e tem paz com todos.

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      Lista com alguns fundadores, criadores e codificadores de tradições religiosas:

      - Antes do ano 500

  • Hinduísmo/Bramanismo (fonte)
  • Abraão, Judaísmo *
  • Amósis I, adoração monoteísta de Amon-Rá
  • Aquenáton, Atonismo 
  • Moisés, Judaísmo *
  • Zoroastro, Zoroastrismo
  • Lao-Tsé, Taoísmo
  • Confúcio, Confucionismo
  • Pitágoras, Pitagorismo
  • Siddhartha Gautama (o Buda), Budismo
  • Platão, realismo platónico
  • Epicuro, Epicurismo 
  • Zenão de Cítio, estoicismo
  • Jesus Cristo, cristianismo *
  • Gnosticismo (fonte) *
  • Maniqueu, maniqueísmo
  • Catolicismo (fonte) * 

      - Medieval e Moderna 

  • Bodhidharma, zen
  • Maomé, islão
  • Martinho Lutero, protestantismo *
  • Henrique VIII de Inglaterra, anglicanismo *
  • João Calvino, calvinismo *
  • John Knox, presbiterianismo *
  • John Smyth, igreja batista *
  • Avvakum, igreja ortodoxa russa *
  • John Wesley, metodismo *
  • Candomblé (fonte
 
     - Após o ano 1800

  • Masaharu Taniguchi, Seicho-no-ie 
  • Allan Kardec, espiritismo moderno *
  • Meishu-Sama, messianismo oriental
  • Joseph Smith Jr., mormonismo *
  • James White, Igreja Adventista do Sétimo Dia *
  • Mary Baker Eddy, ciência cristã *
  • Helena Blavatsky, teosofia 
  • Charles Taze Russell, Testemunhas de Jeová *
  • Aleister Crowley, thelema
  • William Seymour, pentecostalismo *
  • Gerald Gardner, wicca
  • Zélio Fernandino de Moraes, Umbanda 
  • Anton LaVey, satanismo

José Osório de Souza, 15/02/2023

13/10/25

Final dos tempos (1/5)

      “E naquele tempo se levantará Miguel, o grande príncipe, que se levanta a favor dos filhos do teu povo, e haverá um tempo de angústia, qual nunca houve, desde que houve nação até àquele tempo; mas naquele tempo livrar-se-á o teu povo, todo aquele que for achado escrito no livro. E muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para vida eterna, e outros para vergonha e desprezo eterno. Os que forem sábios, pois, resplandecerão como o fulgor do firmamento; e os que a muitos ensinam a justiça, como as estrelas sempre e eternamente. E tu, Daniel, encerra estas palavras e sela este livro, até ao fim do tempo; muitos correrão de uma parte para outra, e o conhecimento se multiplicará.Daniel 12.1-4 

      “E naquele tempo”, em que tempo será esse tempo? Daniel fala de um tempo de angústia como nunca houve. “Livrar-se-á o escrito no livro”, que livro é esse? Haverá uma ressurreição, será no corpo físico e neste mundo ou no espírito e no outro plano? “Os que ensinam a justiça resplandecerão”, mas a Daniel convinha esperar, muita coisa ainda aconteceria no mundo, “o conhecimento se multiplicaria”. Já não evoluiu a ciência, a internet, a sociedade? Acho covarde pôr dúvidas nas crenças de muitos e ficar em cima do muro, assim posiciono-me diante de homens e de Deus: muitos entendem a Bíblia errado, assim recebem ajuda limitada para vencerem o mal e se prepararem para o “final dos tempos”, seja isso o que for. 
      É importante entendermos que o cristianismo espera os últimos tempos desde o início de sua história, Paulo já exortava tessalonicenses a respeito em suas cartas, e mesmo em Atos, a vida comunitária dos primeiros convertidos, mostrava a crença que não valia a pena investir na existência secular. Na verdade sempre que a igreja experimenta alguma espécie de “avivamento” acha que o mundo vai acabar, quem já não teve experiência assim? É o encantamento e a ilusão que a paixão traz, e essa existe mesmo se provamos experiência com base espiritual, contudo, como toda paixão, passa. Então, não nos enganemos nos achando mais merecedores de viver o final dos tempos que achavam outros cristãos em outros tempos.
      “O livro da vida onde estão listados os nomes dos salvos”, bem, esse é um entendimento antigo de um homem antigo, no tempo que poucos sabiam ler e menos ainda escreviam, assim ter o nome registrado num papiro, couro, pedra ou outro material, era um privilégio. Talvez, se muitas profecias fossem recebidas hoje diríamos que os nomes estariam escritos numa mensagem de celular divino. Enfim, o que importa não é a interpretação ao pé da letra, mas o princípio. Eu penso que há algo mais nesse livro, mas a nós não compete entender ou explicar muitas coisas, só fazer o nosso melhor para que de algum jeito tenhamos direito à melhor eternidade com Deus. Isso não se faz na última hora, mas perseverantemente durante uma vida. 
      Quem sabe ou acha que sabe gosta de falar, eu acho que sei por isso escrevo aqui, se sei de fato, a eternidade dirá. Mas me chama a atenção as frases “os que ensinam a justiça resplandecerão” e “o conhecimento se multiplicará”, ambas se relacionam à informação. De fato vivemos um tempo especial para a informação. Internet, redes sociais e celulares comunicam todos com todos em todo o tempo, mas até que ponto o que se compartilha é útil para conduzir à vida eterna? Quem ensina a justiça é iluminado, mas não a justiça de homens ou de religiões, a do Espírito de Deus. Hoje, contudo, ficou mais difícil, no meio de tanta news e fake news, saber o que é justiça, assim, quando muitos falam, mais sábio é calar-se. 

José Osório de Souza, 15/02/2023

12/10/25

Espiritual X Mental

      “Na multidão dos meus pensamentos dentro de mim, as tuas consolações recrearam a minha alma.Salmos 94.19

      Temos acesso ao mundo espiritual pela mente, podemos entender a voz do Senhor focando nossos pensamentos. Contudo, enquanto o espiritual não está limitado pela matéria, não se cansa, tem acesso a um Deus perfeito e que ama em todo tempo, o mental é humano, entedia-se, desespera-se, exalta-se, encanta-se, ilude-se. Viver é administrar espiritual e mental com humildade, isso tem propósito de Deus para nos aperfeiçoar moralmente. Muitas vezes, ainda que queiramos de todo o coração acertar certas coisas, receber de Deus uma palavra especial, nossa mente está sobrecarregada, ansiosa, deprimida, assim o próprio Espírito Santo nos diz, “espera, você ainda não está pronto”. Nos conhecer e nos respeitar é preciso. 
      A palavra de Deus sempre nos dá o melhor que podemos receber no momento, pode não ser o máximo de Deus, mas é o máximo nosso. Cabe-nos acatar e não desistir, ainda que com humildade e sem desespero, se hoje não estamos preparados, uma hora estaremos, tenhamos paciência, não com Deus, com nós mesmos. A comunicação espiritual encontra nas mentes humanas restrições intelectuais, emocionais, morais, religiosas, Deus não fala a um adolescente como fala a um adulto com doutorado, nem a um cristão como fala a um muçulmano. Na verdade a palavra de Deus é uma só, mas entendemos diferente conforme nossa mente, por isso lemos o mesmo texto bíblico tantas vezes e sempre achamos ensino renovado.
      É importante não confundirmos as coisas, limitarmos Deus à mente humana, acharmos que porque sabemos tudo que podemos, sabemos tudo que há. Também é importante não limitarmos Deus às emoções, não é porque nos sentimos mal que Deus está “bravo” conosco, também não é porque estamos alegres que Deus se agrada conosco. Enganoso é o coração, a Bíblia se refere aos sentimentos em Jeremias 17.9, emoções são influenciadas pelos pensamentos e esses podem ser confusos, fantasiosos, doentios. Por isso fé é tão importante numa experiência com Deus, ela independe do que se sabe ou se sente, ainda que se verifique isso e se poste com equilíbrio e maturidade. Deus nos fala pela mente, mas a mente não cria Deus. 
      Um dos argumentos dos ateus é esse, Deus e o mundo espiritual são construções humanas, não existem a não ser nas mentes dos homens. De fato as religiões institucionalizadas são construções humanas, mas o Espírito de Deus não é, ainda que cada ser humano entenda o mundo espiritual à sua maneira. Se há vaidade e arrogância, mesmo entendimentos parciais do verdadeiro Deus conduzem a criação de fechados muros, dividem a humanidade, em última instância levam até a guerras. Mas se há amor e humildade, mesmo a limitação da mente humana, leva à construção de portas e pontes, que adicionam à experiência pessoal de um a experiência singular do outro. Jesus entregou-nos isso, a possibilidade do céu aqui, pelo menos dentro de nós. 

11/10/25

Já olhou o mundo espiritual hoje?

      “Acerca dos dons espirituais, não quero, irmãos, que sejais ignorantes. Vós bem sabeis que éreis gentios, levados aos ídolos mudos, conforme éreis guiados. Portanto, vos quero fazer compreender que ninguém que fala pelo Espírito de Deus diz: Jesus é anátema, e ninguém pode dizer que Jesus é o Senhor, senão pelo Espírito Santo. Ora, há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. E há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. E há diversidade de operações, mas é o mesmo Deus que opera tudo em todos. Mas a manifestação do Espírito é dada a cada um, para o que for útil.I Coríntios 12.1-7

      Você já deu uma olhada no plano espiritual hoje? A um cristão tradicional seria melhor perguntar, você já orou hoje? Como já disse aqui antes, orar pode ser bem mais que pedir coisas a Deus e agradecer por coisas recebidas. Contudo, e por achar que oração é só isso, muitos desistem de orar, simplesmente não acham mais graça, mais prazer, mais retorno espiritual em dizer as mesmas coisas sempre do mesmo jeito. Pode haver um lado positivo nessa insatisfação, Deus estar pedindo algo mais profundo na oração. Mas como também já disse aqui, não confunda oração feita de qualquer jeito, ou simples preguiça de orar, com ter ido até onde podia com experiências básicas de oração que estão pedindo experiências avançadas
      Antes éreis guiados aos ídolos mudos, interessante o modo como Paulo começa suas orientações sobre dons espirituais. Infelizmente muitos cristãos hoje, principalmente católicos, mas também muitos protestantes e mesmo pentecostais, continuam, tendo experiência com um Deus mudo. A igreja católica tirou a legitimidade de dons quando começou a existir como tal, não necessariamente quando Constantino conectou estado (império romano) e religião (cristianismo + paganismo). A reforma protestante não mudou isso, e muitos pentecostais hoje também não dão tanta liberdade para exercício de dons. O motivo é prático, fica difícil dar liberdade a qualquer um que se levanta falando em nome de Deus, é algo um tanto subjetivo (e perigoso para os que querem controlar as igrejas). 
      Se o ser humano tem a tendência de assentar-se em extremos, também tem a de trocar liberdade de escolha por obediência cega a leis. Ainda que Jesus tenha entregue a nova aliança de amor, que é de liberdade e do Espírito de Deus, que pretendeu trocar isso pela velha aliança da lei de Moisés, pouco tempo após a ressurreição do Cristo os homens já trocaram a nova aliança por uma nova religião de leis. O antigo testamento de Moisés foi expandido num cânone bíblico protestante de sessenta e seis livros relevando a genuína nova aliança de Jesus. Hoje a bibliolatria manda nas igrejas protestantes, se considera tudo que está escrito no cânone bíblico palavra direta de Deus e registros históricos do chamado povo de Deus. 
      Troca-se algo que pode dar trabalho monitorar, checar, mas que pode conduzir os seres humanos à maturidade espiritual, àquilo que Jesus inaugurou, por leis que nivelam por baixo, que prendem à infantilidade. Enfim, foi isso que a humanidade pôde administrar pela igreja católica por +/- 1.700 anos e por igrejas protestantes por +/- 400 anos. Todavia, o tempo de ordens secretas e ocultistas, esotéricas e espiritualistas, como meios únicos para investigar mundo espiritual, meios demonizados pelo cristianismo da tradição judaico-cristã, acabou. É tempo de buscarmos iluminação em plena luz, sem medo de líderes religiosos, sem preguiça, tendo Jesus como porta e o Espírito Santo como professor. Já olhou o mundo espiritual hoje? 
      Olhar o mundo espiritual é descansar o coração das ansiedades, a mente de expectativas, focar em ver e ouvir o que Deus quer mostrar e falar. Muitas vezes o Espírito só dirá, “fica em paz, tua oração foi ouvida, Deus te abençoa, siga na vigilância por santidade, humildade e amor”. Mas quem persiste com limpeza de alma, pureza de intenções, em fé e discrição, prova do Espírito. Isso não é algo que pode-se definir em fórmula, é experiência que cada um deve esforçar-se por achar a sua, pacientemente checando busca com frutos de vida eterna à luz da verdade. Sim, podemos nos enganar no início, confundir criações mentais com revelações espirituais, mas com trabalho duro eleva-se até o topo do monte e vislumbra-se maravilhas. 

      Não devo dar o peixe, mas tentar ensinar a pescar, cada um com a vara que trabalhou para construir e no pedaço de rio que lhe é permitido…

10/10/25

Estamos ou somos? (5/5)

      “Porventura não esquadrinhará Deus isso? Pois ele sabe os segredos do coração. Sim, por amor de ti, somos mortos todo o dia; somos reputados como ovelhas para o matadouro. Desperta, por que dormes, Senhor? Acorda, não nos rejeites para sempre. Por que escondes a tua face, e te esqueces da nossa miséria e da nossa opressão? Pois a nossa alma está abatida até ao pó; o nosso ventre se apega à terra. Levanta-te em nosso auxílio, e resgata-nos por amor das tuas misericórdias.Salmos 44.21-26

      Não é escolha o que muitos são, é característica, parte da essência do ser humano que o acompanhará até o fim neste mundo, e essência de espírito, não de corpo. Não é configuração, usando um termo da informática, onde software pode receber update, até upgrade, mas especificação técnica, fixa, inalterável, de hardware. O que leva muitos conservadores a desacreditarem disso, é acharem que por fé tudo é possível, e que isso, mudar a realidade pela fé, é prova de espiritualidade maior, assim mais digna do céu. Não entendem que espiritualidade maior exige, não mudar certas coisas, mas aceitar e conviver com coisas imutáveis, isso pede humildade. Aceitar do jeito certo é mais difícil que mudar a qualquer custo, e muitos querem cristianismo para mudar, não para aceitar.
      Por exemplo, muitos que nasceram com características físicas masculinas, querem ser tratados como mulheres não por terem escolhido isso, por estarem mulheres, por sentirem-se assim num momento e por poderem sentir-se de outro jeito em outro momento. Não é isso. Muitos nasceram com características físicas masculinas, mas possuem almas com necessidades afetivas, e com efeito, físicas, femininas. Isso não vai mudar! Quando sentiram e assumiram isso ganharam paz e certezas que não tinham, quando ainda lutavam para aceitar o que sempre foram. Isso não significa que existam homens, com características físicas masculinas e com uma alma masculina, que não provem relações homossexuais, mas isso é outra coisa. 
      Faço uma diferenciação aqui que pode ir contra o que a esquerda pensa, tanto quanto com o que pensa a direita. Esse é um exemplo de como a verdade é mais difícil de achar porque requer avaliação de todos os pontos, não ser extremista, mas achar equilíbrio, e principalmente, o melhor de Deus. Para a esquerda a liberdade deve ser total, ainda que a pessoa não seja homossexual, pode ter relação física homossexual se achar que isso lhe dá prazer. Já para a direita a pessoa não pode ter relação homossexual nunca, ainda que seja homoafetiva de alma e sempre, não só por uma escolha física de prazer. Na verdade a diferenciação que faço é definir homoafetivo como identidade da alma, mais que do corpo, corpo só recebe o efeito da alma. 
      Achando-se mais crentes, porque têm mais fé, muitos cristãos estão mais arrogantes e cruéis com quem tem características que não mudarão nem com fé que move montanha. Isso nos leva a concluir que muitos cristãos não entendem a melhor vontade de Deus para suas vidas, o propósito de suas existências aqui, assim como o exemplo que houve na vida do Cristo homem. Sempre cito aqui o termo “melhor vontade de Deus”, porque nada acontece sem ser vontade de Deus, incluindo coisas ruins, mas principalmente coisas não tão boas acontecem porque Deus permite na insistência de crentes sinceros mas imaturos. Já estamos no tempo da história da humanidade de provarmos, não só a vontade de Deus, mas sua melhor vontade.
      Estou ou sou? Antes as pessoas demoravam mais tempo para assumirem que o que sentiam ser não era vontade momentânea, não era pecado, mas suas íntimas essências clamando pelo direito de realizarem-se. Parece que as últimas gerações têm realizado essa assunção com mais facilidade e em menos tempo, é isso que tem escandalizado muito cristão conservador. Experiência ocorre dentro da casa do que durante anos levou filhos a igrejas, doutrinando-os na tradição judaico-cristã, que constata na adolescência dos filhos que Deus não criou só homem e mulher. Triste para tantos, trágico para outros, mas falta de humildade e amor para muitos, que não acham no conservadorismo jeito certo de interagir com a verdade porque nesse conservadorismo não há a verdade perene e irrevogável.  

José Osório de Souza, 9/03/2023

09/10/25

Evangelho progressista? (4/5)

      “O amor é sofredor, é benigno; o amor não é invejoso; o amor não trata com leviandade, não se ensoberbece. Não se porta com indecência, não busca os seus interesses, não se irrita, não suspeita mal; não folga com a injustiça, mas folga com a verdade; tudo sofre, tudo crê, tudo espera, tudo suporta.I Coríntios 13.4-7 

Desculpe-me, se repetir o texto acima torna-se óbvio, até superficial, mas não é, aliás, é o mais importante a sabermos no tema desta reflexão.

      Entende-se como progressista quem pensa o trajeto da humanidade como evolutivo, de mudanças para melhorias em muitas áreas. Já o termo conservador pensa a humanidade como já recebedora de referências corretas e terminais em muitas áreas, assim, bases não precisam ser modificadas. Progressismo de Deus nos torna mais espirituais, não menos, já conservadorismo de homens limita nossa espiritualidade. Parece ser o oposto do que muitos cristãos pensam, mas os que buscam a Deus de todo o coração entendem e aceitam isso. Por outro lado, quem usa progressismo de homens, se perderá mais que o que usa conservadorismo sobre Deus, e não de Deus, assim pode ser mais adequado ser conservador certo que progressista errado.  
      Eu penso que o caminho melhor disponível hoje ao ser humano é o progressista, usando a tradição judaico-cristã como base, como início, não fim. Deus é progressista, não é conservador, ainda que durante muito tempo o mundo o tenha conhecido por meios conservadores. Mas isso é limite dos homens, não de Deus. Uma característica do progressismo: seriedade e respeito com diferenças. Infelizmente muitos conservadores se mostram muitas vezes usando escárnio e chacota com um assunto tão sério como a causa lbgtqia+, só por crerem que a tradição judaico-cristã considera indiscriminadamente todos dessa legenda em situação de pecado, nas mãos do diabo, condenados ao inferno. Por uma lei, amor é desprezado.
      Isso não significa que tudo que está na agenda da esquerda seja o melhor de Deus, assim como não é tudo que está na agenda da direita que não é. Contudo, e infelizmente, para mim que tenho, não só como base a visão teológica da tradição judaico-cristã, tanto que vai achar aqui no “Como o ar que respiro” centenas e centenas de reflexões sobre a Bíblia, mas que também achei nessa base a luz que conduziu-me em libertação, cura e vitória até aqui, hoje a esquerda representa mais o evangelho original de Jesus que a direita. Infelizmente, porque não há nenhuma alegria em mim ao constatar que o cristianismo do mundo chegou ao século XXI como conservadorismo religioso. O Cristo verdadeiro merece mais respeito.
      Talvez o pior pecado do conservadorismo não seja o que ele crê, mas como tenta praticar o que crê, se ainda que crendo em extremismos colocasse isso em prática com amor, com paciência, com respeito, haveria mais tempo a todos. Tempo para os conservadores para constatarem que suas teorias não podem ser praticadas, tempo para os que são tratados por eles, para entenderem que propostas são de Deus e quais são, ainda que de religiosos cristãos, de homens. Mas será que há vida na mentira, há verdade nas trevas, pode-se ter amor, paciência e respeito quando se defende uma agenda que não representa, pelo menos não mais, o melhor de Deus para a humanidade? Creio que não, Deus não fortalece quem não trabalha nele.
      Cristãos, quando vamos aceitar que o que matou Jesus foi o conservadorismo da religião dos judeus, da qual até o Cristo fazia parte? O evangelho era progressista e continua sendo, Lei de Moisés e protocolos no Templo de Jerusalém se tornaram só conservadorismo, como se tornaram o catolicismo e o protestantismo hoje. “Jesus Cristo é o mesmo, ontem, e hoje, e eternamente” (Hebreus 13.8). Jesus fica antigo, não velho, o que é novo é vivo e nunca envelhece. Já o que o homem tenta controlar e usar fica velho e morre, porque é guardado na matéria, não no espírito conectado a Deus pelo Espírito Santo. Não se pode conservar o Espírito de Deus em tradições e dogmas, só no coração do ser humano aberto a progredir até o Altíssimo. 

José Osório de Souza, 9/03/2023