terça-feira, janeiro 12, 2016

Líder humilde que faz alianças

       "Porque também o corpo não é um só membro, mas muitos. Se o pé disser: Porque não sou mão, não sou do corpo; não será por isso do corpo? E se a orelha disser: Porque não sou olho não sou do corpo; não será por isso do corpo? Se todo o corpo fosse olho, onde estaria o ouvido? Se todo fosse ouvido, onde estaria o olfato?
      Mas agora Deus colocou os membros no corpo, cada um deles como quis. E, se todos fossem um só membro, onde estaria o corpo? Assim, pois, há muitos membros, mas um corpo. E o olho não pode dizer à mão: Não tenho necessidade de ti; nem ainda a cabeça aos pés: Não tenho necessidade de vós."
I Coríntios 12:14-21

        Segue uma reflexão sobre a administração do corpo de Cristo, aqui não está um julgamento de valor, de colocar pessoas como melhores ou piores do que outras, é apenas uma visão da hierarquia da igreja local, hierarquia necessária e existente em qualquer sistema social que precisa funcionar bem.

   Grandes ministérios se constroem com grandes alianças, um grande reino se gerencia com compartilhamento de administrações, um exército só tem eficiência quando um general compartilha e sincroniza suas ordens com um segundo escalão de líderes que comandarão o vigente de subordinados mais inferiores. É preciso coronéis, capitães, tenentes, sargentos e cabos, entre o general e os soldados rasos, um único general comandando diretamente os saldados terá dificuldade de atingir suas metas, concretizar sua missão com eficiência.
     Na igreja, nos ministérios, um líder precisa ser amigo de seus iguais, ou pessoas mais capacitadas e específicas, precisa dividir com eles sua visão, seu sonho, precisa ganhá-los e encantá-los, para que o ajudem a realizar a obra. Se tratá-los como soldados rasos, e não como segundo escalão, não conseguirá usar suas capacidades, capacidades essa que o líder não possui (e nem precisa possuir), e que são de suma importância para que uma grande visão se torne realidade. Por outro lado, os de terceiro escalão, na igreja, não podem ser tratados simplesmente como empregados, para os quais uma ordem é dada e deve ser obedecida, prontamente, sem muitas explicações. O terceiro escalão, dentro da igreja, são as ovelhas, a noiva de Cristo, que deve ser tratado com amor, com respeito, com cuidado.
       Seja como for e com quem for, segundo ou terceiro escalão, um líder é o que tem a visão da obra, sim, e que tem urgência em fazê-la, mas precisa ter humildade para tratar a todos, paciência, administrando com inteligência a obra, atraindo pessoas com capacidades específicas para comandar com ele, e mantendo a grei, que na verdade é o objetivo principal de todo ministério, não apenas meios, mas fins, já que o evangelho se propõe a salvar vidas, e não apenas a construir sistemas funcionais para manter o corpo de Cristo.

      A questão é que segundo escalão pensa, questiona, não engole qualquer coisa de qualquer jeito, por muitos fatores, desde uma maturidade espiritual maior até um nível intelectual mais apurado. Esse segundo escalão não é interessante para maus líderes, que querem quantidade e não qualidade, que querem fazer as coisas do seu jeito, sem dar satisfação a ninguém, e principalmente a líderes inescrupulosos que querem lucros pessoais, sejam financeiros ou vaidosos com a obra.
      Esse tipo de líder simplesmente ignora a necessidade e a existência de um segundo escalão, existência sim, porque mesmo ignorado, o Espírito Santo chama algumas pessoas para serem segundo escalão, para debaixo do líder, serem sub-líderes na congregação. Assim algumas igrejas até começam a crescer, mas se tornam inviáveis com o tempo e então param de crescer, já que o sub-líderes, não encontrando apoio e nem oportunidade para desempenharem seus ministérios, são lançados fora.
       Muitos assim estão hoje frustrados e largados, talentos e dons preciosos sem uso, enquanto muitas igrejas seguem, não como corpos de Cristo perfeitos, mas como monstros, cabeças com troncos, mas sem pés e mãos, com um líder vaidoso querendo mover sozinho um corpo dilacerado e ineficiente, desobedecendo a Deus, tentando anular a obra do Espírito Santo, mesmo que se proclamem líderes pentecostais avivados e cheios do Espírito.

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