“Enganoso é o coração, mais do que todas as coisas, e perverso; quem o conhecerá?”
Jeremias 17.9
O mal não tem poder, afirmar isso não é dizer que não existam seres espirituais que não se aproveitam do marketing diabo, do que foi aliado por mitologias, misticismos e superstições no decorrer das histórias de vários povos a esse título. O próprio homem se aproveita disso, usa para amedrontar, se promover, vender filmes e livros, para criar religiões, que ficam mais atraentes com o diabo no enredo. Contudo, na maioria das vezes, o efeito final da atuação desse ser limita-se à mente do homem, influenciando-o na tomada de decisões, ainda que em situações especiais o mal possa provocar até sinais físicos.
Diante das negativas feitas sobre o diabo, alguém pode perguntar: “e os textos bíblicos que falam sobre uma batalha final do diabo, dele levantar personagens do mal de liderança mundial, como o anticristo, a besta, o falso profeta, e dele finalmente ser lançado num inferno?” Em primeiro lugar, seres espirituais serão julgados no plano espiritual, em segundo lugar muitas coisas citadas na Bíblia são metáforas, não devem ser interpretadas ao pé da letra. Por último a nova aliança do evangelho não nos autoriza a fazer qualquer tipo de militância contra homens que escolhem o mal, a nós compete só dar bom testemunho.
Alguém também pode dizer: “você diz isso porque não viu endemoniado rolando no chão, derrubando tudo e falando com uma voz horrorosa”. A resposta está em outra pergunta: por que uma simples palavra de autoridade, dita por alguém com vida correta, pode libertar um possuído? O homem pode criar personagens bem convincentes, motivado por transtornos mentais e mesmo por sintonia com seres espirituais do mal. Mas ainda isso, não é o diabo exercendo ativamente um poder, é só o homem permitindo-se ser usado como “cavalo” de entidades espirituais externas, o poder é do homem, ainda que mal usado.
Mas alguém também pode argumentar: “em rituais mágicos, objetos se movem e o pensamento humano pode desencadear eventos à distância”. Saiba que os que usam de protocolos mágicos e ocultistas, buscam controle sobre seres espirituais inferiores, que atendem pelos nomes de suas coletividades (legiões). Sinais no plano físico podem ser feitos com o auxílio desses seres, mas são os homens, por meio de “trocas” nada recomendáveis (pactos) que “controlam” esses espíritos, não o contrário. Quem se presta a essas práticas acaba tendo uma relação simbiótica com o diabo, assim ambos são usados por ambos.
Uma das coisas mais poderosas no homem é sua imaginação, com ela ele cria arte, escreve livros, produz filmes, compõe músicas, pinta quadros, esculpe estátuas, cria coreografias de danças, e faz tantas outras expressões artísticas. O imaginário humano cria coisas onde não existem e o homem faz isso porque é prazeroso, mesmo assistir filmes de terror, levar sustos, sentir a adrenalina lançada na corrente sanguínea, pode ser divertido. Assim, muito do que se pensa e se acredita sobre o diabo é pura ficção, obviamente incentivada pelo próprio, já que para um mentiroso mesmo propaganda enganosa interessa.
Para um ser cujo principal campo de batalha é a mente humana, nada mais interessante que a imaginação potencializada pela arte. Quando alguém se fecha num quarto escuro, desenha um pentagrama dentro de um círculo no chão, coloca símbolos dos quatro elementos em quatro pontas, se coloca na quinta ponta (éter) e por meio de evocações imagina um ser vermelho, de chifres, rabo e pés de bode, o diabo aparecerá? O que vai aparecer é o que ele imaginou, obviamente seres espirituais do mal, que por milênios têm conseguido alguma atenção dos homens por esse meio, se aproveitarão do terrível ritual.
Mas cuidado, se o conceito Deus é único e claro, o diabo é tão abrangente quanto a humanidade, tudo cabe nele, e ele abraça a todos que não quiserem seguir pelo estreito caminho de Jesus Cristo. Muitos, que se consideram cristãos e acham que lutam por Deus, estão lutando pelo mal, primeiro porque Deus não precisa que ninguém lute por ele, não no plano físico, aqui Deus só chama testemunhas, não advogados. Em segundo lugar porque o que muitos consideram militância, na verdade é derrota, visto que se colocam, ainda que no polo oposto, iguais a seus oponentes. Deus está muito acima disso, dos dois polos.
Está é a 17ª parte do estudo
“Militou errado!” dividido em 31 partes,
para um melhor entendimento,
se possível, leia o estudo na íntegra.
José Osório de Souza, março de 2021