05/09/11

Não pare de ler o que Deus escreve...

      Não pare de ler o que Deus escreve pra você, talvez nas entrelinhas de tua existência, através daquilo que acontece ao teu redor, da reação das pessoas a você, dos sentimentos que vêm à tona das profundezas do teu coração. São as coisas que não entendemos que às vezes mais revelam o que somos e precisamos.
      Não entendemos justamente porque discordamos, porque nos negamos a aceitar algo como sendo pra nós. Negamos porque nos acomodamos, achamos que já está bom do jeito que está, que já caminhamos bastante e agora queremos um descanso, então deixamos de ler o que Deus escreve, não queremos mais nos aventurar com ele.
      Se Deus está usando as entrelinhas para falar com você, é porque você já deixou de ler as linhas a muito tempo. As linhas são a palavra direta de Deus, escrita na Bíblia e revelada a nós por meio dos dons do Espírito Santo. Não pare de ler, isso só te levará a uma vida árida e sem alegria espiritual, a médio prazo à incredulidade, e a um prazo maior pode te conduzir à heresia, cuidado.

      “Não endureçais os vossos corações, assim como na provocação e como no dia da tentação no deserto, quando vossos pais me tentaram, me provaram, e viram a minha obra. Quarenta anos estive desgostado com esta geração, e disse: É um povo que erra de coração, e não tem conhecido os meus caminhos. A quem jurei na minha ira que não entrarão no meu repouso.” Salmos 95:8-11

04/09/11

Amar é deixar pra lá

Tem pessoas, que não sei bem porque, conseguem nos tirar do sério. Elas conseguem dizer ou agir de uma maneira que nos deixam bem bravos. Por mais que lutemos, que nos preparemos para enfrentar seus ataques, parece que elas têm o dom de atingir exatamente o alvo. Um pouquinho que elas fazem, talvez seja simplesmente a questão delas existirem, nos deixa extremamente irados.
      O sábio Caio Fábio diz que o que nos deixa assim nervosos, não é o que os outros fazem para nos deixar nervosos, mas aquilo que existe em nós que permite que se enerve. Então, usando os termos do pastor filósofo, a moléstia não existe porque os outros nos molestam, não é devido à capacidade dos outros, mas por causa daquilo que há em nós para ser molestados, devido a nossa fraqueza (Tiago 1:13-14).
      "Tudo bem, eu entendi, mas como faço então para anular aquilo que há em mim que me deixa tão vulnerável para me irritar com certas pessoas?"
      O confronto entre os seres humanos é parecido com jogo de pingue-pongue. Uma pessoa lança um ataque, a outra pessoa, que não gostou de ser atacada, cria uma agressão e a devolve, na mesma ou em uma maior proporção, então assim, e só assim, ela se sentirá em vantagem. A pessoa que iniciou o jogo, por sua vez, sentindo-se atacada, devolve outra agressão, igual ou maior, para então se sentir em vantagem.
      Isso pode durar muito tempo, só vai parar quando um dos lados não se sentir agredido, deixar o ataque passar, então não precisará responder. A outra pessoa por sua vez, como não vai receber um ataque, achará que venceu o jogo e não irá, pelo menos por algum tempo, devolver um novo ataque. Conclusão: vence quem deixar o outro achar que foi ele quem venceu, vence quem perde, bem, isso é a cara do evangelho. Dessa forma o jogo de pingue-pongue se transforma num jogo de queimada, isso é, tem-se que desviar da bola para ganhar. Bom, pelo menos em parte, a comparação serve.
      Agora a questão é a seguinte, como não responder ao ataque, como deixar a bola passar e não se sentir incomodado com isso, de forma a encerrar o jogo, deixando com o outro a sensação de vitória? Como perder para ganhar? A resposta é simples, amor, parece uma resposta boba, simplória? Mas não é não.
      Você já teve a experiência de saber que está fazendo tudo certo, já orou, já perdoou, já pediu perdão, já deixou bem claro para todos que você quer acertar, não quer brigar, não quer odiar o sujeito nem se sentir incomodado com ele. Todavia, mesmo assim, o sujeito continua incomodando, e muito. Isso acontece porque você se comprometeu a fazer tudo para resolver o problema, menos uma coisa, amar a pessoa.
      “Aí não”, nós, dizemos, “aí é pedir demais, já perdoei, já me humilhei, mas gostar dela não". Ninguém disse que você tem que conviver com a pessoa, mas amá-la, sim, sabe por quê? Porque esse é o único jeito de você não odiá-la. O ódio extremo só é curado com uma coisa, amor ao extremo, e esse amor somente o Espírito Santo pode nos dar.
      Você não tem que fazer tudo para então perceber que ainda assim você não teve vitória, que a questão ainda te incomoda, ame, no Espírito, como tua primeira opção. Como disse acima, você não tem que conviver com a pessoa, não precisamos ser amigos de todo mundo, nem Deus nos pede isso. Mas amar sim, precisamos amar a todos, contudo, vá pelo caminho mais fácil, aceite isso, em primeiro lugar, queira isso, quebre o orgulho, e depois peça ajuda ao Espírito Santo de Deus.
      O amor nos torna leves e transparentes, de forma que a ira chega até nós mas não fica, nós não a retemos, mas a deixamos passar, para longe. Dessa forma o ódio não bate em nós, ou não rebate, não encontra em nós uma resistência. A resistência, por sua vez, é aumentada quando lutamos sem amor, para não fazer algo. Desse jeito, quanto mais lutamos para não se irar, mais propensos a devolver a ira, ficamos.
      Sem resistência, a ira passa reto, de forma que não volta para a outra pessoa. Só o amor pode quebrar a resistência, deixar a ira passar. Ficará em nós um desejo de responder, sim, mas não com ódio, com amor, pois conseguiremos enxergar a pessoa livre do ódio que ela nos parecia ter. Ela se apresentará para nós, não mais como o inimigo grandioso que achávamos que era, mas como um ser humano igual a nós, que só precisa de amor.

03/09/11

Se Deus é bom por que tanta dor?

Se vocês obedecerem aos meus mandamentos, permanecerão no meu amor, assim como tenho obedecido aos mandamentos de meu Pai e em seu amor permaneço. Tenho lhes dito estas palavras para que a minha alegria esteja em vocês e a alegria de vocês seja completa João 15:10-11

      Desde que me entendo por gente, ouço a seguinte pergunta em resposta à declaração de que Deus é bom: “se Deus é bom por que então existe tanto sofrimento no mundo?” A resposta é simples, porque ser bom significa dar, a quem se ama, a liberdade para aceitar ou não essa bondade. “Se Deus nos ama por que tanta dor?” Porque Deus nos dá liberdade para negar esse amor, para não querer ser amado por ele. Deus não se impõe. É claro que a consequência dessa negação é a dor.
      Nossa alegria não é completa neste mundo porque não obedecemos a Deus. O pior de tudo é que a consequência de nossa desobediência não é somente o nosso sofrimento, mas também o de outras pessoas. Você acha isso injusto? Para Deus acabar com esse sofrimento, ele teria duas opções: ou não permitir a causa, que é a nossa atitude errada, ou então anular a consequência, as reações de nossa ação errada. Se ele não nos permitisse fazer a coisa errada, ele agiria como um déspota, tiraria, de nós, a liberdade de escolha. Se ele anulasse as consequências da coisa errada, ele seria um irresponsável.
      Seria muita irresponsabilidade de Deus, anular a consequência, isso é, permitir que nós façamos o que desejamos para que Ele depois desfaça as consequências disso. Deus não age como pai rico que mima os filhos. Deus é justo e ensina os homens confrontando-os com a verdade. Ele espera que então, suas criaturas, mudem suas ações para que as reações não sejam amargas. Mas antes de tudo, Deus dá ao homem livre arbítrio, para fazer o que quer, esse pode ser o maior privilégio que Deus dá para a humanidade.
      Achei que iria escrever mais sobre esse assunto, penso, porém, que basta. Aceitar o sofrimento do mundo, como não sendo culpa do criador, é aceitar que a responsabilidade é nossa. Além de aceitar de quem é a culpa, temos que aceitar que precisamos conviver com esse sofrimento, de um jeito ou de outro, não tem saída. Mas sempre temos uma chance de estar consolados, se não confiamos em Deus para nos livrar do erro inicial, podemos confiar nele para receber forças para conviver com as consequências desse erro.
      Quer um conselho? Não aja como filho mimado, querendo por a culpa em Deus, depois de ter vivido a vida do jeito que você quis, afinal de contas, colhemos o que plantamos. Se já está sofrendo as consequências dessa vida sem Deus, converta-se a ele, com humildade, ele te perdoará e te dará graça. Essa graça te capacitará, não para conviver com a culpa, já que ela é retirada se você assumir a sua responsabilidade pela situação ruim em que se encontra e aceitar o perdão em nome de Jesus, mas para conviver com as consequências que não podem simplesmente desaparecer.
        Seria irresponsabilidade minha menosprezar a tua dor, a dor de cada um é a dor de cada um, e dor não se compara. Mas Deus é o único que pode dar forças para que nós caminhemos com o nosso sofrimento. Busque-o, com humildade, sem fazer exigências, ele te dará consolo para você superar tua dor. 

02/09/11

Deus se rende ao seu amor por nós

Como posso desistir de você, Efraim? 
Como posso entregar você nas mãos de outros, Israel? 
Como posso tratá-lo como tratei Admá? 
Como posso fazer com você o que fiz com Zeboim? 
O meu coração está enternecido, 
despertou-se toda a minha compaixão.

Oseias 11:8

Milagre, se tu não o fizeste, por que eu te buscaria?

      Se tu fosses um Deus de realidade, de possibilidade, de entendimento humano, por que eu te buscaria? Te busco porque tu és um Deus de milagre, do impossível, do maravilhoso, sem limites, que assombras os homens com seus feitos espetaculares. Desculpem-me vocês, para os quais basta um Deus que cabe dentro da racionalidade humana, que permite exceções porque a regra é impossível de ser vivida, eu os respeito, mas quanto a mim, eu preciso de um Deus de milagre.
      Necessito de um Deus que faz nascer em terra seca, que faz chover no deserto, que aplaina os montes e deles faz um grande vale, verde, com rios caudalosos de água doce, com árvores frutíferas e animais gordos e mansos. Um vale no qual eu trabalharei e viverei dos frutos desse meu trabalho. Um vale com uma família feliz, com uma mulher atenciosa e sábia, com filhos agradecidos e voluntários, que crescerão e também crerão num Deus que faz milagre.
      Esse Deus será louvado por todos aqueles que duvidavam, que em silêncio pensavam, “pobre deste homem, sua oração não será respondida, sua vida não mudará jamais”, esses saberão que Deus não abandona o que nele crê, que Deus tem um coração sensível ao clamar de seu filho fiel. A esse Deus de milagre, toda a honra, toda a glória e todo o louvor, hoje e eternamente.

       (Leia também a postagem "De onde vem a tua salvação").

01/09/11

Do fundo do coração

Eles não clamam a mim do fundo do coração 
quando gemem orando em suas camas. 
Ajuntam-se por causa do trigo e do vinho, 
mas se afastam de mim.
Oseias 7:14

Vocês me procurarão e me acharão 
quando me procurarem de todo o coração.
Jeremias 29:13

Dá a mão, não empurra não

      Muitas vezes a pessoa está se equilibrando, tentando ficar em pé, está fazendo todo o esforço para seguir o caminho do Senhor. O esforço faz com que seu rosto se feche, já que ela está cansada. Ela está reunindo a pouca força que lhe restou para manter alguma dignidade e fidelidade, diante de Deus.
      Então nós passamos do lado, nós estamos bem, a família vai bem, o emprego está legal, estamos vivendo uma boa fase da vida com o Senhor. Nessa posição, nós ficamos um pouco altivos, nos achamos no direito de julgar. Olhamos para a pessoa e pensamos, “esse cara deve estar em pecado, só isso explica a luta tão difícil que ele está atravessando”.
      A situação da pessoa é tão frágil que nós não precisamos nem tocá-la, só o ar deslocado com a nossa passagem arrogante, a perturba. Então, ao invés de ajuda-la nós a prejudicamos, ao invés de estender a mão, nós a empurramos.
      Não julguemos ninguém pela expressão do rosto, pelo pouco falar, pela dificuldade com que segue o caminho. Que possamos enxergar o coração, ver que apesar de fraco a intenção é de permanecer em pé, diante de Deus, e seguir o caminho do Senhor.
      Que ao invés da gente empurrar, que estendamos a mão, num gesto de misericórdia, o mesmo gesto que Deus teve com a gente um dia, ou irá ter. “Porque eu quero a misericórdia, e não o sacrifício; e o conhecimento de Deus, mais do que os holocaustos Oseias 6:6