17/12/12

Tome a iniciativa

    O cristianismo baseia-se no princípio da iniciativa, da voluntariedade. Isso foi ensinado primeiramente por Deus, quando deu seu filho para nos salvar, Deus tomou a iniciativa nessa ação. O cristianismo é A religião de Deus buscando o homem, e não ao contrário.
A busca do homem se torna consequência, não causa, mesmo porque, com toda a boa intenção e sinceridade que o homem possa ter, ele não pode achar a Deus pelas próprias forças, é Deus quem nos busca sempre.
Como consequência disso, o homem pode buscar a Deus, e ir além, buscar aos homens para que eles sejam salvos. Se você é cristão, se Deus já o buscou, agora é sua a vez de buscar os outros, de dar seu testemunho.
Você é que deve perdoar, você é que deve ser gentil, você é que deve ser educado, você é que deve manter a porta aberta, você é que deve amar. Isso tudo sem esperar que o outro, o próximo, perdoe, seja gentil, seja educado, abra a porta, te ame.
Não dá testemunho de cristão quem está sempre na defensiva, quem sempre está esperando a ação do outro para ter uma reação, e essa muitas vezes errada, agressiva. Tome a iniciativa para agir como Jesus age, com sabedoria, sim, mas com benignidade, com compaixão. Seja proativo no bem, sempre!
 .

16/12/12

Que não nos falte o vinho

      “No mês de nisã, no vigésimo ano do rei Artaxerxes, quando eu estava servindo o vinho, dei-o ao rei. Nunca antes eu tinha estado triste na sua presença. O rei me perguntou: Por que o teu rosto está triste, se não estás doente? Isso só pode ser tristeza do coração. Então tive muito medo, e disse ao rei: Que o rei viva para sempre! Como o meu rosto não estaria triste, se a cidade em que está o sepulcro dos meus pais está devastada e as suas portas foram destruídas pelo fogo?” (Neemias 2.1-3).

Neemias era quem servia o vinho, mas ele mesmo estava triste, como nunca antes. Vinho é sinônimo de alegria, como pode quem distribui alegria aos outros não tê-la em seu coração? Ele tinha motivos fortes pra isso, sua nação estava destruída.
Sem querer, nessa reflexão, fazer um estudo mais detalhado sobre Neemias e a nação de Israel naquele momento da história, gostaria apenas de fazer um paralelo entre Neemias e o vinho, e a vida do músico e a música.
Nós também, que ministramos a música, distribuímos alegria para as pessoas. As pessoas se acostumam com isso de tal maneira que parece que nós, músicos, devemos sempre estar alegres, pra cima, com o emocional positivo, expressando através das teclas, notas musicais tocantes.
Contudo, às vezes o vinho que damos falta a nós mesmos, e muitas vezes as pessoas não entendem isso. Não, essa reflexão é apenas um desabafo, e um pedido sincero a Deus para que nunca falte aos seus ministros, sejam da área da música, da palavra, ou de outras áreas, o vinho, a alegria, a unção para que as pessoas possam ser abençoadas através de nossos ministérios.
 .

15/12/12

Música como arte cristã

  Falei em algumas postagens sobre música como ferramenta de adoração (veja os posts no link Aos músicos da igreja), contudo, acredito que seja possível e importante a produção de arte cristã, nesse aspecto, usar a música como entretenimento, como expressão artística, ainda que respeitando os limites de uma vida cristã saudável. Sinto a necessidade de existir esse tipo de arte principalmente aos mais jovens, que ainda estão formando seu gosto cultural. 
       Veja que isso não substitui a música secular, cuja apreciação penso ser possível e necessária, pelos cristãos e principalmente pelos músicos cristãos, para conhecimento da arte. Música secular de qualidade, erudita, jazz, blues, rock e mesmo pop, também pode ser ouvida, com sabedoria e ciência, sem que subverta de alguma maneira os valores cristão.
A cultura do cristão vai além da cultura dos cidadãos desse mundo. Sim, é necessário que conheçamos a arte, a literatura, as estéticas de todas as expressões, produzidas por homens sejam quais forem suas posturas religiosas, isso para que possamos ser membros produtivos e modificadores nesse planeta. Mas, além disso, os crentes evangélicos/protestantes têm cultura bíblica, um conhecimento de Bíblia, do antigo testamento, da história judaica e do novo testamento, que outras pessoas, mesmo outros cristãos, não têm.  
Se a música de adoração serve para os cultos e momentos de intimidade com Deus, uma música cristã como arte, é útil como trilha sonora para outras tantas atividades que temos que desempenhar durante a maior parte do tempo. Para isso interessa que se produzam peças, que até podem ser usadas para adoração, mas que servem melhor para ser ouvidas no carro, no ambiente de trabalho, enquanto se estuda, enquanto se faz as atividades domésticas. Nesses casos, ritmos e harmonias direcionados para faixas etárias e culturais podem ser usados, diferentes daqueles usados para a adoração da igreja, onde estilos que agradam a maioria são mais convenientes.
Para um migrante nordestino convertido, não é agradável ouvir um forró, com uma letra contando a história de um dos heróis do antigo testamento? Para um jovem não é divertido apreciar uma guitarra pesada e técnica acompanhando um testemunho? Para pessoas maduras e de cultura mais refinada, não seria prazeroso ouvir um trio de jazz fazendo a “cozinha” para um salmo? Pois é, ritmos diferentes daqueles usados para a adoração e louvor, mas empregados na produção de uma música cristã mais eclética, mais artística.
Além de ser usufruto cultural de cristãos, esse tipo de música também é mais adequado para o evangelismo, pode perfeitamente ser tocado numa estação de rádio secular sem “chocar” e ainda assim conseguir compartilhar o Evangelho. Além do estilo musical, para esse tipo de música, se encaixam letras de testemunho e de convite à salvação, letras mais subjetivas, mais poéticas, “secularizadas” no melhor sentido do termo.
Contudo, como crente e músico com alguma experiência e vivência, permita-me fazer uma ressalva, e digo isso principalmente aos mais novos (está bem, digo também aos mais velhos já que todos somos sempre aprendizes): produzir e consumir arte cristã requer cuidado, equilíbrio. Que hajamos com precaução com nossas almas, sabendo que o alimento que advém da leitura da palavra e da adoração, é prioridade para uma boa saúde espiritual. Portanto nada pode substituir isso.
Acredito que não podemos nos alimentar de alimento mais pesado o tempo todo, às vezes é importante um alimento mais leve. Bem, música cristã como arte se propõe justamente a isso, ser um alimento espiritual mais leve, e ainda assim fazer bem ao nosso espírito e bastante a nossa alma.
Obviamente, como linguagem mais artística, é preciso que aqueles que façam esse tipo de música sejam mais técnicos assim como proprietários de uma identidade musical verdadeira. Quem passou a vida ouvindo música sertaneja, deve compartilhar música regional, e não rock. Jazz deve ser tocado por quem domina o estilo, assim como música instrumental erudita por quem estudou bastante seu instrumento. Mas no gênero “pop” há espaço pra todos, já que pop pode ser qualquer coisa, já que mistura tantos estilos que não pode ser encaixado especificamente dentro um.
E você, o que acha de música como arte cristã (ou música cristã como arte)? Existe espaço em sua vida para apreciar isso? Ou você prefere ouvir música de adoração o tempo todo? Não, aqui não existe qualquer apologia à secularização ou a uma vida espiritual mais fria, o que estou tentando compartilhar é que um crente maduro e contextualizado pode servir melhor a Deus, valorizando cultura e arte. É, meus irmãos, Deus tem muito mais pra nós do que nós muitas vezes achamos e queremos, Deus é perfeito em tudo.
 .

14/12/12

O milagre de um dia comum

      Acredite em milagres, mas aprenda a ser feliz com o dia-a-dia, com as coisas simples e corriqueiras, são nessas que Deus opera as coisas mais espetaculares da existência. Você acha que não? Então experimente ficar trancafiado numa cela por um mês que seja. Ah, no final desse período o nascer do sol, a grama verde, a privacidade de um quarto, a liberdade de simplesmente caminhar pela rua terão pra você um sabor especial, parecerão milagres, e são.
 .

Quando o coração é humilde

    “Vou me levantar, irei até meu pai e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti; não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados.” (Lucas 15.18-19).

Leia a passagem toda de Lucas 15.11-24 para entender todo o contexto da parábola do filho pródigo, um dos textos mais conhecidos da Bíblia. Nessa reflexão me atenho somente aos dois versículos acima para dizer: como mudam as coisas quando o coração do homem chega, enfim, aonde Deus quer chegue.
Quando enfim entendemos o nosso lugar, lugar de homem, falho, imperfeito, limitado, pecador, injusto, rebelde, quando chegamos a esse ponto, paramos de fazer exigências, de querer barganhar bens e valores, abrimos mão da vaidade, de qualquer posição ou honra. Enfim, aceitamos qualquer coisa para ficarmos perto de Deus, para termos a sua atenção, o seu carinho, a sua proteção.
Mas a grande bênção disso, é que quando nos postamos assim, o Senhor nos agracia com honra, e como nosso coração se alegra com isso. Nesse momento damos valor às coisas pequenas, e glorificamos a Deus pela sua misericórdia, pelo seu amor, nesse momento, enfim, aprendemos o que é gratidão, humildade, e como é bom estar perto do Pai.
 .

13/12/12

Conhece-te a ti mesmo

     “Conhece-te a ti mesmo (do grego antigo: γνθι σεαυτόν, transl. gnōthi seauton; também conhecido pela tradução em latim, nosce te ipsum) é um aforismo grego que segundo a tradição estaria inscrito nos pórticos do Oráculo de Delfos, originalmente de Pítia, em Delfos, na Antiga Grécia.
Segundo algumas fontes a frase é atribuída a primeira pitonisa deste oráculo, Femonoe. É uma pedra-angular da filosofia de Sócrates e do seu método, a maiêutica, e é muito citado pelo filósofo nos relatos de Platão (Alcibíades, 128d-129) e Xenofonte (Memoráveis, IV, II, 26).
O oráculo do templo teria proclamado Sócrates o homem mais sábio na Grécia, ao que Sócrates terá respondido com a célebre frase: "Só sei que nada sei".” (Fonte: Wikipédia).

E nós cristãos, o que podemos aprender com isso? Sim, porque é preciso humildade para aprender não somente com textos bíblicos, mas com tudo o que há no mundo que está debaixo da mão de Deus. Conhecer a nós mesmos é saber o que cremos, no que cremos e porque cremos. Em Deus não há sombras ou incoerências, mas como há nas religiões e igrejas. Conheça sua fé, critique-a, ponha-a a prova, você se aproximará mais de Deus e se afastará mais da manipulação do homem enganoso que só deseja as riquezas e poderes desse mundo, e não as coisas de Deus.
 .

Espiritualidade equivocada: privações desnecessárias

  Entendo que é necessária alguma sabedoria sobre o que se compartilha e com quem, contudo acho esquisito quando achamos necessário que todos saibam das coisas ruins que estamos vivendo, como que querendo despertar aos outros alguma dó, e por outro lado, escondemos as coisas boas, pensando que isso possa despertar inveja. Até onde sei que é "normal": coisas boas são para ser compartilhadas, rapidamente, e as ruins, até onde for possível, esquecidas.
Essa “espiritualidade” invertida, também pode ser vista como consequência da “cultura” que a Igreja Católica Romana impôs e ainda impõe a muitos homens. Quando essa igreja deixou de acreditar em Jesus como único intercessor, passou a aliar a salvação a outras coisas, pessoas, ritos ou estilos de vida. Todo o princípio do sacerdote romano, que incluí castidade, vestes diferenciadas, privação de vaidades, ensina que santidade é obtida por meio de abstinências e abnegações. Tira de Cristo e joga no homem o trabalho de purificação, daí, compartilhar algo de bom, parece nessa ótica equivocada, ter orgulho, se mostrar para aos outros.
Que grande engano, que rouba das pessoas a alegria das coisas simples, que escraviza o homem a uma falsa espiritualidade, que cobra dele esforços e sacrifícios que Deus nunca cobrou. Muitos não sabem que tudo isso é trabalho em vão, para nada serve, somente para glorificar o próprio homem e mantê-lo longe da maravilhosa graça de Deus. Jesus já fez todos os sacrifícios, nosso único trabalho é crer nEle.
.