28/12/19

Jesus, opera em nós sua vontade

      “Porque Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade.Filipenses 2.13

      Eis um dos versículos sérios e profundos da Bíblia, muitos o leem e não se atentam à sua importância, outros o vulgarizam em subjetividades tão irresponsáveis quanto insanas. Muitas coisas são necessárias para se viver o versículo inicial de forma consciente, sim, de forma consciente, porque muitos, principalmente os mais novos na fé, dos quais o Senhor cuida de forma diferenciada como nós de nossas crianças, o vivem ainda que sem saber. Contudo, à medida que crescemos Deus nos ensina a fazer escolhas que antes ele fazia por nós, assim as coisas não darão mais certo como antes, mesmo que não fizéssemos tudo certo, Deus cobra de adultos espirituais responsabilidades de adultos espirituais. 
      Mas como vivenciar um caminho onde naturalmente o que sentimos, pensamos e consequentemente dizemos e fazemos, é a vontade melhor de Deus? Isso é feito à medida que damos liberdade para o Espírito Santo, ao qual só temos direito pelo nome de Jesus, essa é uma experiência que muitos personagens famosos do antigo testamento não tiveram, visto que estavam debaixo da lei e não da graça. Por isso Jesus disse sobre João Batista que os menores no reino de Deus seriam maiores que ele, ainda que ele tenha sido o maior profeta que o mundo viu (Lucas 7.28), no reino de Deus estabelecido por Cristo mora para sempre nos homens o Espírito de Deus. 
      Se fôssemos mais crentes de verdade, mais obedientes, mais tranquilos, mais pacientes, menos afoitos e vingativos, mais santos, poderíamos experimentar a lição maravilhosa do texto inicial o tempo todo, assim nossas existências teriam sempre sentido, seriam sempre úteis para Deus, não para nós mesmos, para os homens ou para as religiões. Seríamos como Enoque ou como Elias, andaríamos com Deus de uma maneira que um dia as pessoas não mais nos veriam, pois simplesmente Deus teria nos arrebatados ainda vivos na carne para estar com ele para sempre, e creia, temos muitos mais capacidade espiritual para isso que Enoque e Elias.
      Ainda que sejamos selados para sempre com o Espírito Santo e purificados não com sangue de animais, mas com o sangue de Cristo, o cordeiro de Deus, vivemos os últimos tempos (ou só o começo deles), e nesses tempos a humanidade começa a envelhecer, se a considerarmos como um só ser desde início de sua história. Velha ela esfria o coração, esquece dos bons momentos, se torna amarga e egoísta, ainda que já tenha provado tanto da graça de Deus. Deus livrou a humanidade várias vezes de um fim terrível, seja na antiguidade, seja na idade média, seja nos tempos mais modernos, livrou para que ela pudesse conhecer a Jesus e ser redimida, mas ainda assim elas se afasta de Deus. 
      A voz que clama no deserto hoje não é a voz das denominações cristãs, mas a voz do Espírito Santo, essa pela boca (física e virtual) de profetas solitários e não reconhecidos, quem tiver cuidado achará essas vozes e as ouvirá, de modo que se preparem melhor para os tempos terríveis que vivemos e que vão ainda piorar muito. Aos simples e humildes fica a palavra inicial, “Deus é o que opera em vós tanto o querer como o efetuar, segundo a sua boa vontade”, Deus está conosco, nos orientando em tudo, nas coisas grandes mas também nos detalhes, de maneira que construamos uma vida debaixo de suas asas, onde acharemos proteção e provisão nos piores tempos que estão por vir. 

27/12/19

Jesus, acima de todo poder

      “Que manifestou em Cristo, ressuscitando-o dentre os mortos, e pondo-o à sua direita nos céus. Acima de todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouroEfésios 1.20-21

      Nesta quinta parte do estudo sobre Jesus, cinco reflexões sobre o que o novo testamento fala a seu respeito. O texto inicial do apóstolo-teólogo Paulo coloca Jesus como o altíssimo, isso é definitivo para entendermos a excelência da obra de salvação de Cristo como seu poder maior sobre tudo, em todos os planos e tempos. Vou levantar aqui uma ideia com a qual nem todos os cristãos podem concordar, na verdade isso não faz muita diferença, mas vamos lá. Penso que muita coisa é proibida na Bíblia não por não poder ser realizável, não por não ser possível (já que se fosse impossível nem precisaria ser proibida), mesmo não por não ser verdadeira, mas simplesmente por ser desnecessária, perda de tempo, assim como perigosa e que pode expor as pessoas a riscos tão grandes quanto desnecessários. 
      Uma dessas coisas é a comunicação com o mundo espiritual, e não me refiro a orar expulsando demônios, essa pode ser a única coisa que a Bíblia nos autoriza a fazer com relação aos seres espirituais, e que basta. Sobre o diabo é necessário saber só que devemos evitá-lo e que podemos expulsá-lo no poder do nome de Jesus. Contudo, magos, esotéricos orientais, e principalmente a Cabala judáica, o esoterismo ocidental, que se propõe através da árvore da vida e suas dez sefirotes a comunicar-se com seres espirituais de todos os tamanhos e qualidades. Isso é mentira? Bem, em se tratando de fazer aquilo que a Bíblia orienta a não fazer, verdade e mentira se confundem, possuem limites tênues entre eles, e há de se ter muito preparo, conhecimento e trabalho para se chegar a algum lugar, ainda que seja um lugar abaixo do altíssimo. 
      Creiam, de tudo o que já estudei sobre religião e espiritualidade, Cabala foi a que mais me “perturbou“, mas como diz um princípio esotérico, “quando o discípulo está pronto o mestre aparece”, assim esse conhecimento não é pra qualquer um, aconselho veementemente que ninguém se aproxime dele, a não ser que esteja pronto, todavia, os que estão prontos são justamente os que mais podem ser enganados pelas astúcias mais sofisticadas do mal. Contudo, para que buscar supervisores, sub-gerentes, gerentes, diretores, vice-presidentes e presidentes, quando se pode ter contato direto com o dono da empresa, com o altíssimo? Como eu já disse aqui, altíssimo é meu adjetivo divino favorito, justamente por colocar Deus acima de tudo, mesmo de todas as sefirotes da árvore da vida cabalista estudada pelos que se acham os magos mais superiores e poderosos. 
      Por isso depois que se tem uma experiência real com Jesus nada mais interessa, basta, satisfaz, ilude, mas para isso é importante que se tenha uma experiência de fato e plena com Jesus, não só com religião e com os homens, indo muito além em oração, estudo bíblico, adoração, fé e comunhão com o Espírito Santo. Por Jesus temos acesso a Deus na luz, nela não existem enganadores, ardilosos, entidades com segundas intenções, Deus é puro amor, plena santidade, excelso poder, acima de “todo o principado, e poder, e potestade, e domínio, e de todo o nome que se nomeia, não só neste século, mas também no vindouro“. O que vou dizer agora também não será entendido por qualquer um, mas podemos abrir mão de algumas coisas na Bíblia, de leis que o evangelho já superou, de preconceitos que o Espírito Santo não tem, mas jamais de Jesus.
      Depois de cumprir sua missão como homem salvador Jesus foi colocado num lugar especial e único, o mesmo que ele esteve desde o início dos tempos e do qual pôde criar todas as coisas como o verbo de Deus. Ame a Jesus, adore-o, tema-o, confie nele, entregue-se a ele, limpe-se em seu sangue e tenha autoridade em seu nome, caminhe com ele, ouça-o com atenção, aprenda mais e mais sobre como ele foi como homem, dê prioridade a esse conhecimento mais que a qualquer outro, mesmo bíblico. Quer idolatrar a alguém? Idolatre a Jesus altíssimo. Quer imitar alguém? Imite a Cristo. Deixe pra lá todo resto, podemos aprender muita coisa com muitos homens, mesmo não cristãos, com a sabedoria e a vida de tantos, mas Jesus é especial, ele nunca nos decepciona, Jesus é exclusivo, é o centro a Bíblia pela presença do Espírito Santo em nós para sempre. 

26/12/19

Jesus, centro da Bíblia pelo embaixador Espírito Santo

      “E disse-lhes: São estas as palavras que vos disse estando ainda convosco: Que convinha que se cumprisse tudo o que de mim estava escrito na lei de Moisés, e nos profetas e nos Salmos. Então abriu-lhes o entendimento para compreenderem as Escrituras. E disse-lhes: Assim está escrito, e assim convinha que o Cristo padecesse, e ao terceiro dia ressuscitasse dentre os mortos, E em seu nome se pregasse o arrependimento e a remissão dos pecados, em todas as nações, começando por Jerusalém. E destas coisas sois vós testemunhas. E eis que sobre vós envio a promessa de meu Pai; ficai, porém, na cidade de Jerusalém, até que do alto sejais revestidos de poder.Lucas 24.44-49

      Passado, presente e futuro são citados no texto inicial, unindo a Bíblia numa coesão que é o próprio Cristo, assim Jesus deixa bem claro que ele é o rei profetizado no antigo testamento, como temos acompanhado especialmente aqui no “Como o ar...” nessas reflexões de dezembro de 2019. Entre o livro de Gênesis e o de Malaquias, Jesus foi predito em muitos textos do cânone veo-testamentário, preparando não só os judeus, a nação de Israel, mas toda a humanidade para a vinda daquele que salvaria o mundo de maneira efetiva, e não passageira como pela velha aliança. 
      Por que é importante que entendamos isso? Porque as piores heresias não são aquelas que são negações claras de princípios bíblicos, mas são aquelas que colocam princípios periféricos, secundários da própria Bíblia, como seu centro. Essa estratégia herege é mais difícil de se combater porque está dentro do escopo bíblico, é bíblica, mas não é o mais importante, mesmo que seja algo válido para determinado contexto religioso, social ou histórico, não conduz o homem ao centro da vontade de Deus, pode até produzir bons religiosos e respeitados cidadãos, mas não cristãos de fato. 
      Aqueles que acreditam que a Bíblia em sua totalidade é um livro de regras a ser seguido em todos os tempos e lugares são presas mais fáceis dessas heresias, pois podem colocar tudo no mesmo patamar. Quando se dá o mesmo valor para tudo, diminui-se o valor de algumas coisas e aumenta-se o valor de outras. Quem não vê Jesus como o centro pode valorizar demasiadamente a fé, mandamentos da antiga aliança (como o sábado e o dízimo) assim como costumes sociais de um tempo, como diminuição do papel da mulher na família (sem falar de escravatura e sexualidade). 
      Todavia, harmonizando o texto, no final Jesus dá uma última orientação aos seus discípulos, a única que possibilitaria a eles colocar Jesus como o centro: o revestimento com o Espírito Santo. Sem o Espírito Santo é impossível fugir de heresias, elas serão invitáveis, porque mata o cristianismo e o deixa à mercê de interpretações intelectuais e emocionais de homens, ainda que haja sinceridade e diligência humanas, foi assim, é e sempre será. Repetindo o que dissemos aqui por todo o ano de 2019: o único embaixador oficial que Jesus deixou no mundo é o Espírito Santo.
      Não é a Igreja Católica, as igrejas protestantes, nem as evangélicas ou outras, embaixadores oficiais de Cristo, e quem argumenta que isso é algo muito subjetivo, que pode dar direito a qualquer um de dizer que fala pelo Espírito Santo por isso tem que ser ouvido como voz legítima de Deus, que diz isso duvida do próprio Cristo. Pelos frutos somos reconhecidos e quem tem o Espírito Santo dá realmente frutos agradáveis a Deus, que haja então critério de avaliação pela verificação da origem verbalizada, sim, mas casada com a qualidade dos frutos, coerência de palavras e prática. 

25/12/19

Jesus, nos envia em paz

      “Chegada, pois, a tarde daquele dia, o primeiro da semana, e cerradas as portas onde os discípulos, com medo dos judeus, se tinham ajuntado, chegou Jesus, e pôs-se no meio, e disse-lhes: Paz seja convosco. E, dizendo isto, mostrou-lhes as suas mãos e o lado. De sorte que os discípulos se alegraram, vendo o Senhor. Disse-lhes, pois, Jesus outra vez: Paz seja convosco; assim como o Pai me enviou, também eu vos envio a vós. E, havendo dito isto, assoprou sobre eles e disse-lhes: Recebei o Espírito Santo. Àqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados; e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos.João 20.19-23

      A passagem inicial talvez seja o relato de um dos momentos mais doces da Bíblia, quando, enfim, pode ter caído a ficha de muitos dos discípulos. Como pode ter sido assim, viverem dia a dia junto de Jesus, conhecê-lo intimamente e a sua missão, e ainda assim duvidarem no final, mas não é isso que acontece conosco hoje em dia também? Temos o Espírito Santo, Jesus está em nós para sempre, provamos de seu amor e de sua luz dia a dia, e ainda assim nós o negamos vez ou outra, ainda assim duvidamos, ainda assim nos apressamos para fazer as coisas do nosso jeito, ainda assim trocamos paz de espírito por qualquer coisa infimamente menor. Somos seres ingratos e injustos, o tempo todo, ninguém se engane quanto a isso.
      Comecemos pelo final do texto, por algo que chama a atenção, “àqueles a quem perdoardes os pecados lhes são perdoados e àqueles a quem os retiverdes lhes são retidos”, Jesus entregou uma autoridade muito grande aos seus seguidores, baseada nisso a Igreja Católica excomunga pessoas, coloca-se no direito de desligar pessoas de uma eternidade com Deus quando elas pecam em um certo nível. Me faço uma pergunta: eu tenho vida com Deus suficiente para poder exercer essa autoridade? A história da Igreja Católica ensina claramente que ela não tem, mas quem tem? Será que os protestantes e evangélicos atuais têm? Meu desejo é passar paz às pessoas, não culpa, é perdoar, não acusar.
      Jesus envia-nos numa missão que nem sempre será entendida, nem sempre faremos amigos obedecendo a Deus, isso é difícil, já que a tendência natural da maioria de nós é viver e deixar viver, não se indispor com ninguém, contudo, nem sempre isso é possível. Mas o texto não é um ensino sobre relacionamento pessoal, sobre a dificuldade que todos temos de conviver com todos, de, ainda que amando e desejando o melhor, gostar de todas as pessoas e estarmos próximos a elas. O texto fala sobre a obra, sobre fazer a vontade de Deus, não nossa, enfim, o texto acaba tocando pontos opostos, paz com Deus e possibilidade de guerra com os homens, que o Espírito Santo nos ajude a entendê-lo e a praticá-lo. 
      Voltemos ao início do texto inicial, trancados, reunidos mas amedrontados, Jesus pôs-se no meio dos discípulos, podemos entender que Jesus apareceu no meio deles, de maneira sobrenatural, a primeira coisa que disse foi, “paz seja convosco”. Jesus é maravilhoso, Deus é bom demais, quando ele de fato nos visita a primeira coisa que sentimos é sua paz, uma paz que nos faz desejar sermos santos, sermos melhores que somos, simplesmente para nos sentir merecedores da paz única de Deus. Na paz de Deus não existe mágoa, vingança, vaidade, só adoração ao Senhor. Mas Jesus teve que mostrar as mãos, que ainda que fossem de um novo corpo espiritual traziam as marcas da crucificação, depois repetiu, “paz seja convosco”.
      Após o reconhecimento inicial, contudo, Jesus revelou aos discípulos qual seriam suas missões agora, depois da paz vem a responsabilidade, a responsabilidade de compartilhar essa paz com outros. Mas além do dever eles receberam direitos, em primeiro lugar de terem o Espírito Santo, que nessa ocasião foi soprado sobre eles, mas que só desceria oficialmente sobre a Terra depois, quando Pedro inauguraria a igreja pregando em Jerusalém. A paz e o Espírito Santo é tudo o que precisamos para obedecer a Deus, paz vem pelo perdão que santifica, unção vem pela santidade. Os que querem ter unção sem santidade experimentam paixão humana, mas não o genuíno mover do Espírito Santo, esse só enche vasos limpos. 

24/12/19

Jesus, sua morte nos deu vida

      “Depois, sabendo Jesus que já todas as coisas estavam terminadas, para que a Escritura se cumprisse, disse: Tenho sede. Estava, pois, ali um vaso cheio de vinagre. E encheram de vinagre uma esponja, e, pondo-a num híssope, lha chegaram à boca. E, quando Jesus tomou o vinagre, disse: Está consumado. E, inclinando a cabeça, entregou o espírito.João 19.28-30

     Diante do texto inicial, faço uma pergunta: o que achou o diabo nesse momento, que tinha anulado a missão de Cristo? Que tinha vencido a Deus? Como refletimos nas postagens anteriores deste mês, principalmente naquelas sobre os textos de Isaías, a missão de Jesus tinha que ser como foi, e isso já estava revelado em textos antigos do velho testamento. Se já estava revelado que a vitória viria pela morte, pela perda, pela humilhação, e um corpo frágil de um homem comum, por que então o diabo achou que convencendo Judas Iscariotes a entregar Jesus para os líderes judeus e romanos para que ele fosse conduzido à morte poderia de alguma maneira atingir a obra de Deus? O diabo não conhece a Bíblia, se ser humilde e injustiçado cumpriria o plano de Deus, sera mais eficiente para o diabo tentar a vaidade de Jesus e levá-lo a querer as coisas maiores neste mundo, tentando ser um rei um líder político para os judeus no mundo. 
      Mas o diabo fez essa tentação, no deserto, logo no início do ministério de Cristo, então por que parece que ele se esqueceu disso no final? Bem, quanto comecei essa reflexão achei que o diabo, como é comum aos orgulhos prepotentes, teria se perdido, e de fato perdido ele está, em trevas. Mas penso que o inimigo não se esquece do plano de Deus, e ele o conhecia muito bem, o diabo não é burro. Contudo, à medida que aumentou o sofrimento de Jesus, que o deixou sozinho para enfrentar tudo o que Cristo sabia que iria enfrentar no final, Jesus foi mais do que nunca tentado. Pelo quê? Não pelos prazeres materiais, não pela vaidade ainda que legítima de ser um rei político para um Israel oprimido pela invasão romana, mas pela necessidade que todos nós temos de fugirmos da morte, de resistirmos ao sofrimento. 
      Se Jesus tivesse sucumbido no final, revelando-se como Deus e fugido de seu terrível fim, pronto, o plano de Deus para salvar o mundo teria sucumbido e o diabo teria obtido sua vitória. O diabo sabia qua não podia vencer a Jesus, assim ele tentou Jesus para que vencesse Deus, e isso ocorreria se Cristo tivesse se negado a cumprir o plano de Deus até o fim, no final, a última tentação de Cristo não foi a vaidade ou os prazeres mundanos, mas o medo de uma morte muito dolorosa. Não pensem que o diabo fez isso só com Jesus, ele faz isso com todos nós, à medida que nos oferece opções para que não queiramos perder, mas ganhar, não queiramos morrer, mas viver, não queiramos ser humildes, mas célebres, ainda que por motivos legítimos. 
      Cuidado, nunca, nunca subestime o diabo, ele não é burro. Hoje à noite, dia 24 de dezembro, será noite de festa, à meia noite muitos se abraçarão comemorando o natal, que ainda que não seja a data real histórica, é a data folclórica, definida pela igreja católica como o nascimento de Jesus. O clima é de alegria, mas ainda assim o Espírito Santo me levou a compartilhar essa reflexão, falando sobre a morte de Cristo e as artimanhas do inimigo. Penso que nos tempos atuais em que vivemos, isso é propício, o momento de festa já passou, meso no natal, próximos eventos finais do mundo, e o inimigo está pondo em prática seu maior e melhor (para ele, pior para os incautos) plano, sua estratégia mais enganosa que se possível ludibriaria até os escolhidos, como já está ludibriando a muitos, mesmo cristãos. 
      Neste natal, comemore com alegria o nascimento do salvador Jesus, com família e amigos, mas estejamos alertas, os dias são mãos, no mundo e no Brail, os evangélicos estão tendo a chance que muitos tanto queriam de terem alguém a seu favor no governo federal. Mas isso não é para o bem, profetizo aqui, nunca foi, e os que queriam e querem evangélicos em cargos políticos se enganam, nunca poderá haver comunhão entre luz e trevas, o mundo já no maligno, aos crentes basta a presença de Espírito Santo, a proteção do Senhor para uma vida digna aqui e o perdão dos pecados para uma eternidade com o pai, não tentemos ter nesse plano poder e influência que não nos foram dados por Deus neste tempo. 

23/12/19

Jesus, voltará para julgar

      “E quando o Filho do homem vier em sua glória, e todos os santos anjos com ele, então se assentará no trono da sua glória; E todas as nações serão reunidas diante dele, e apartará uns dos outros, como o pastor aparta dos bodes as ovelhas; E porá as ovelhas à sua direita, mas os bodes à esquerda.” Mateus 25.31-33

      Já foi dito que se Jesus tivesse nascido, vivido, morrido e ressuscitado sem pecado, e não tivesse feito mais nada, sua obra principal já teria sido feita, a humanidade já teria sido salva por ele. Não precisaríamos ter nenhum texto sobre seu relacionamento com as pessoas, seu testemunho de vida como homem, sua sabedoria superior, e muito menos registros sobre os milagres sobrenaturais que ele fez. Muitos podem argumentar, “mas os milagres foram necessários para que ele mostrasse que era Deus encarnado”, sim, foram necessários, para que os incrédulos cressem que ele era Deus, quem crê de fato não precisa ver, como bem aprendeu Tomé. Bastaria a Jesus um único milagre, sua ressurreição dos mortos após o terceiro dia, e lembremos que Jesus disse isso em Mateus 12.39-42, usando o profeta Jonas como figura de seu fim. 
      Mas os evangelhos registraram muito mais que o principal, Jesus fez muito mais que o principal, para o nosso bem. Todavia, o mais importante desses registros deveria ser para nós o ensino de como devemos viver entre os homens e não como podemos fazer milagres e maravilhas. Milagres e maravilhas, repito, ao meu ver, não são para os mais espirituais, ainda que tantos pensem assim, preguem assim e gostem de ouvir que é assim, talvez porque não queiram enfrentar suas realidades com humildade e misericórdia e desejem que seus problemas sejam resolvidos de forma sobrenatural. Sim, pelo menos aos nossos olhos, alguns problemas só parecem ter solução com milagres, e podemos sim, ainda nos tempos atuais, quando a ciência é o maior milagre que pode resolver muitos problemas humanos, experimentar milagres. 
      Contudo, muitos só creem num Deus grande quando veem grandes coisas materiais e sem explicação natural sendo realizadas, querem o Cristo que levanta mortos e não o que perdoa pecados como também nos ensina Mateus 9.4-9. O cristão maduro, entretanto, entenderá que a maior obra que ele pode fazer no mundo é andar com simplicidade e sabedoria, a exemplo de Jesus homem, sendo paciente, perdoador, pacífico, generoso e sempre rápido para amar e ajudar. Mas o que tem a ver a reflexão que fizemos até agora com o texto bíblico inicial? Essa reflexão, até aqui, definiu o que Jesus veio fazer em sua primeira vinda, o texto inicial diz o que Jesus fará em sua segunda vinda, nessa ele não virá mais como homem salvador, mas como Deus. Vários eventos ocorrerão no final, mas o texto inicial fala sobre um julgamento, não para os salvos, mas para os ímpios de todas nações.

      “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna. Porque Deus enviou o seu Filho ao mundo, não para que condenasse o mundo, mas para que o mundo fosse salvo por ele. Quem crê nele não é condenado; mas quem não crê já está condenado, porquanto não crê no nome do unigênito Filho de Deus.João 3.16-18

      O texto de João 3 ensina que Jesus não julgará os salvos, os salvos não passarão por julgamento. Mas quem são os salvos, quando e como podem ser salvos? Sem fazer um estudo escatológico mais detalhado, também sob certos pontos de vista já que a interpretação dos textos bíblicos sobre o fim dos tempos não é consenso para os teólogos, podemos resumir os eventos assim, em ordem cronológica: arrebatamento, império do anti-cristo, última grande guerra mundial, segunda vinda de Cristo com os arrebatados e mortos em Cristo antes e após o arrebatamento, prisão de Satanás, milênio, soltura de Satanás, outro conflito mundial e trono branco. Após o arrebatamento e no milênio também haverá oportunidade de salvação, infelizmente esses salvos, por não terem colocado suas vidas em ordem no melhor tempo, terão que pagar altos preços para terem lugar na eternidade com Deus.
      A importância de conhecermos, depois da salvação, o que tem de mais importante na primeira vinda de Jesus, é nos prepararmos melhor, praticando as prioridades corretas do evangelho para que possamos usufruir o melhor do plano de Deus, para que possamos amadurecer espiritualmente e estarmos preparados para uma morte física, que não sabemos quando pode acontecer, e para o arrebatamento, que no momento atual também pode ser iminente. O texto inicial se refere a uma vinda de Cristo após o arrebatamento, o arrebatamento não é a segunda vinda de Cristo, nela os preparados serão levados para o céu, mas Jesus não pisará a Terra, isso ocorrerá num outro momento, o texto se refere ao juízo final ou o trono branco, nele serão julgados os que já estão condenados porque não aceitaram a relevância de Jesus como exclusivo e completo salvador. 
      Não sejamos dos que estão condenados, mas também não sejamos os que ainda que frequentem igrejas cristãs, que conheçam a Bíblia e que experimentem milagres, não andam de fato no estreito caminho do evangelho e não estão salvos e preparados para um o melhor de Deus no final. Sempre imagino a cara de muita gente num juízo final, daqueles que zombaram do cristianismo, que arrogantemente se acharam melhores por defenderem causas mundiais como ecologia, conservação das riquezas naturais, tolerância religiosa que na verdade só é tolerância com o diabo. Mas também imagino a cara de muitos falsos cristãos, que fizeram milagres mas não viveram de forma humilde e temente a Deus, que lideraram grandes ministérios, mas só quiseram promoção pessoal e riquezas desse mundo. Que Deus tenha misericórdia de mim, que eu não seja um desses equivocados. 
      

22/12/19

Jesus, a videira verdadeira

      “Eu sou a videira, vós as varas; quem está em mim, e eu nele, esse dá muito fruto; porque sem mim nada podeis fazer.João 15.5

      A palavra chave do ensino do texto inicial é “ligados”, novamente com videira, seus galhos e seus frutos, outra simbologia perfeita do mestre das parábolas e metáforas, Jesus Cristo, que além de tudo tinha uma didática única e eficiente para ensinar aos homens de todos os tempos e lugares a vontade de Deus. Isso é uma das muitas coisas que fazem os textos bíblicos especiais, melhor que qualquer outros textos sagrados, a Bíblia é simples e profunda, ninguém precisa ser mestre ocultista ou teólogo erudito para entender o conhecimento mais profundo sobre o mundo espiritual necessário ao homem para ter comunhão com o altíssimo. 
      Vide é um braço da videira, essa é a árvores que produz uvas, uva é um fruto bastante citado na Bíblia, seus significados podem ser alegria, prosperidade, ligados mais ao vinho no antigo testamento, mas no novo testamento está ligado a Jesus e a seu sangue, que perdoa, que limpa, que cura. A frase “sem mim nada podeis fazer” deixa claro a necessidade que temos de estar ligados a Jesus para que possamos viver o evangelho, isso é enfatizado por dois motivos. Em primeiro lugar porque compromisso com Deus é algo que se firma e se renova todos os dias, em segundo lugar porque temos a tendência de fazer as coisas do nosso jeito e a esquecermos que dependemos de Deus. 
      Quem acompanha o “Como o ar...” sabe que frequentemente digo que o ser humano é limitado para reter a presença de Deus, ainda que ela seja eterna nos novos nascidos, nos salvos, sua interação com nossos sentimentos e pensamentos, e a consequente exteriorização disso por palavras e atitudes, é limitada. Assim, nossa experiência é bem parecida com a do maná que os israelitas receberam durante a travessia do deserto, Deus dava o misterioso alimento todos os dias mas ele não podia ser armazenado, se guardado de um dia para o outro estragava. O Espírito Santo não “estraga”, mas nós podemos estragar com o tempo os sentimentos e pensamentos que ele deixa em nós.
      Tentar acumular experiências antigas pode nos levar à idolatrias e construção de ritos, que depois podem ser usados como tradições mágicas sobre as quais aliamos poder não por ser uma nova experiência com o Deus vivo, mas só por ser uma lembrança, uma encenação de uma experiência velha. Precisamos buscar o Senhor todos os dias para termos novas experiências que nos alimentarão por mais um tempo, assim temos que andar sempre ligados a Jesus, renovando isso todos os dias. Ainda assim temos que resistir à tentação de querer fazer as coisas do nosso jeito, principalmente quando já temos alguma experiência com Deus e algum tempo em igrejas. 
      Os que estão mais em cima são os que são mais tentados e os que caírem de lá despencarão de alturas maiores causando prejuízos maiores, não só para si mesmos, mas também para os outros. Jesus é a videira verdadeira, só ligados a ele permanecemos vivos e damos frutos, doces e que permanecem. Os galhos secos, contudo, ainda que aparentemente ligados à videira, são cortados e queimados, para que novas mudas possam crescer. Eu entendo disso que cristãos de fato salvos não perdem a salvação, mas se estiverem infrutíferos podem ser disciplinados e perderem tempo, terão uma segunda chance mas terão que voltar ao início para que possam frutificar.