18/08/22

O invisível no escuro (18/92)

      “Assim como o cervo brama pelas correntes das águas, assim suspira a minha alma por ti, ó Deus! A minha alma tem sede de Deus, do Deus vivoSalmos 42.1-2b

      Ter uma experiência eficiente de diálogo com Deus permite respiração espiritual de forma profunda, que renova o corpo e nivela o espírito com o melhor de Deus. Esse tema tem que ser falado aqui sempre, já que muitos perdem a luta contra as diárias tentações do pecado, assim como nunca superam as provações existenciais mais importantes, simplesmente porque não são alimentados adequadamente em bons períodos de orações com Deus. 
      Procure um lugar escuro e silencioso, pare, se acalme, se limpe e preste atenção, olhe o invisível, Deus pode ser visto mais claramente nele. O mundo espiritual se vê com olhos espirituais, anulando-se o máximo possível distrações e interferências materiais e morais. Fechando os olhos podemos fazer isso, mas de olhos abertos é ainda melhor. Os antigos faziam isso à noite e sobre os montes, buscar o Senhor assim é uma experiência libertadora. 
      Muitos cristãos amam a Deus, o adoram, oram a ele, mas são crianças em experiências espirituais, porque não se dão ao trabalho que outros homens se dão. Isso não impede a humanidade de ter comunhão e ser abençoada por Deus através do cristianismo, mas entrega uma experiência espiritual menor, que se fosse expandida traria aos seres humanos paz e elevação moral superior. A aventura de ver o invisível no escuro é poderosa. 
      Enquanto espera Deus falar, adore o Senhor, mas discretamente, sem estressar seu corpo, descansando-o, deixando que suas emoções e pensamentos adquiram leveza e se deitem. Isso elevará teu espírito, permitirá que ele voe nas asas do Santo Espírito até às regiões espirituais mais altas em Cristo, então chegue à mente de Deus. Se fizer certo, em santidade e humildade, no momento aprovado por Deus, verá o invisível no escuro e será iluminado. 
      Antropomorfizando Deus, algo não totalmente adequado, mas metaforicamente didático, entendemos que o “coração” de Deus ama todos sempre, suas “mãos” acolhem os humildes que o buscam, seus “pés” pisam as regiões, terrestres e celestes, e tomam posse daquilo que é para ser nosso, mas sua “mente”, como num corpo humano, é o lugar mais alto. Na “mente” de Deus temos acesso aos  pensamentos do Altíssimo, conhecimentos exclusivos. 
      Não pense que esses conhecimentos são revelações de mistérios do universo, até são, mas esses pensamentos não são fáceis, nem para todos. Para mim e para você, em nosso dia a dia, podem ser palavras simples, uma frase curta, que num momento de angústia, onde achamos que a solução de um problema é impossível, dizem somente, “descansa e espera”. Parece pouco? Mas se forem palavras que vêm da “mente” do Senhor bastarão.
      Receberemos esse conhecimento embebido de uma unção tão forte que nos dará paz imediata, porque contém a vontade direta de Deus para aquele momento de nossa vida. Ah, se pudéssemos ver todos os “anjos”, seres espirituais de luz, que se aproximam de nós para nos consolar, limpando nossas mentes, libertando nossas emoções. Nesse momento os “braços” do Senhor nos abraçam, com um afeto que ninguém pode nos dar. 

      “Ora, ao Rei dos séculos, imortal, invisível, ao único Deus sábio, seja honra e glória para todo o sempre. Amém.” I Timóteo 1.17

17/08/22

As coisas do alto (17/92)

      “Portanto, se já ressuscitastes com Cristo, buscai as coisas que são de cima, onde Cristo está assentado à destra de Deus. Pensai nas coisas que são de cima, e não nas que são da terra; porque já estais mortos, e a vossa vida está escondida com Cristo em Deus.
      “Mortificai, pois, os vossos membros, que estão sobre a terra: a prostituição, a impureza, a afeição desordenada, a vil concupiscência, e a avareza, que é idolatria;” “despojai-vos também de tudo: da ira, da cólera, da malícia, da maledicência, das palavras torpes da vossa boca.” 
      “Revesti-vos, pois, como eleitos de Deus, santos e amados, de entranhas de misericórdia, de benignidade, humildade, mansidão, longanimidade; suportando-vos uns aos outros, e perdoando-vos uns aos outros, se alguém tiver queixa contra outro; assim como Cristo vos perdoou, assim fazei vós também. E, sobre tudo isto, revesti-vos de amor, que é o vínculo da perfeição.
      E a paz de Deus, para a qual também fostes chamados em um corpo, domine em vossos corações; e sede agradecidos. A palavra de Cristo habite em vós abundantemente, em toda a sabedoria, ensinando-vos e admoestando-vos uns aos outros, com salmos, hinos e cânticos espirituais, cantando ao Senhor com graça em vosso coração.”  
Colossenses 3.1-3, 5, 8, 12-16

      Coisas que são de cima, o que entendemos com isso? A primeira coisa que nos vem à mente é santidade, pensar nas coisas do alto, nas coisas de Deus, não nas de baixo, do mundo, portanto, coisas espirituais, santas. O que entendemos como coisas santas? O senso comum alia santidade à abstinência ou controle dos prazeres e dos impulsos do corpo físico, como não fumar, não consumir bebidas alcoólicas, não usar drogas ilícitas, não adulterar, não se prostituir, não matar, não roubar, dentre outros pecados. 
      Apesar de quase dois mil anos do evangelho de Cristo no mundo, ainda temos uma visão da velha aliança de Moisés, da Lei judaica, dos dez mandamentos, sobre santidade, assim, uma ótica dos efeitos externos e não das causas interiores. Dessa forma pensar nas coisas de cima seria não pensar nos prazeres do corpo e pensar em Deus, principalmente louvando-o. Mesmo muitos que exercem os dons do Espírito, preferem adoração que palavras de sabedoria, acham que ser santo é adorar a Deus, não conhecê-lo.
      Vida de consagração e oração é vista pela maioria basicamente como louvar a Deus, por isso música como louvor tem feito tanto sucesso nas últimas décadas em cultos evangélicos, mais até que o estudo da Bíblia. Esse entendimento é transportado para a eternidade, para muitos o céu será um espaço para adoração, assim, a vocação mais alta de Deus aos homens é para serem eternos coristas num coral celestial. Mas será que as coisas que são de cima, que santidade, que a eternidade, são de fato isso, ou só isso? 
      De maneira alguma estamos menosprezando a importância do louvor, principalmente porque junto do amor, gratidão é a maior virtude que podemos expressar, amor e gratidão terão poderosa utilidade mesmo na eternidade. “Perseverai em oração, velando nela com ação de graças” (Colossenses 4.2), louvor a Deus é importante como preparação e vigilância, assim, antes de receber a palavra de Deus, louve-o, e depois de receber, continue louvando. Adoração nos mantém em conexão com o Deus Altíssimo pelo Espírito Santo.
      Contudo, uma visão errada limita, e é errada porque usa referências das coisas de baixo, do mundo, ainda que confessando o nome do pai, do filho e do Espírito. Por isso muitos veem eternidade como os períodos de excelência dedicados a Deus na Terra, missas e cultos, só que mais duradouros. Para católicos a eternidade pode ser uma missa eterna, para protestantes tradicionais, um longo estudo teológico, para evangélicos, um período de louvor sem fim, para carismáticos, êxtases ilimitados em línguas estranhas.
      A verdade é que o homem não tem capacidade para acessar as “coisas do alto”, e muitos que tentam o fazem usando referências de religiões, que se desviaram do evangelho original calando o Espírito Santo ou experimentado-o limitadamente. Acessar as coisas de cima só o Espírito Santo pode, assim nós podemos se entramos em sintonia com o Espírito. Se sozinhos não podemos nos mover para Deus, pegamos “carona” no Espírito, que nos leva a Jesus e que nos dá acesso ao Altíssimo, nenhum outro “espírito” pode fazer isso.
      Só depois que entendemos o “como” é que podemos entender o “o quê”. O que o Espírito Santo nos permite buscar e pensar das coisas lá de cima? Não são “nãos”, mas “sins”, ser santo não é saber o que não se pode fazer, mas entender o que se pode fazer e estar tão satisfeito com isso que o que não se pode fazer perde a graça. Posso beber uma dose de scotch doze anos envelhecido? Posso, não é pecado. Mas quando nos posicionamos pelo Espírito Santo nas coisas que são de cima achamos prazer nisso? Não. 
      Uísque foi só um exemplo, poderia citar outros prazeres deste mundo, ocorre que entendendo coisas do alto como “nãos”, muitos lutam contra os prazeres e perdem. Não se pode vencer algo que é agradável aos nossos sentidos físicos, o que se pode é provar algo melhor, o melhor está lá em cima, com Deus por Jesus e através do Espírito Santo. A única coisa que vence a morte é a vida, a matéria existe para morrer, só no Espírito Santo há vida, que nos liberta das coisas de baixo e nos posiciona nas coisas de cima. 
      As coisas que são de cima na verdade são uma única coisa: a palavra de Deus. Essa não importa como chega a nós, pela Bíblia, por um testemunho, por uma música, por línguas estranhas, por profecia, por uma visão, por um sussurro inexprimível, por um sentimento inefável, mas que depois nossa mente esmiuça o significado, no nível intelectual que cada um de nós tem. Esse conhecimento, que começa puramente espiritual e acaba racional, nos vivifica, consola, cura, apazigua nossa alma de maneira singular. 
      Nós, protestantes, costumamos ter uma noção, que não digo que é errada, mas que é limitada do que seja a palavra de Deus, pensamos que é só a Bíblia. O termo é citado no antigo testamento, mas aos homens daquele tempo significava a Lei de Moisés, por outro lado o termo é citado no novo testamento, mas escrito num tempo que não se tinha em mãos a Bíblia que conhecemos hoje. Palavra de Deus é a pessoa do Espírito Santo, que inspirou escritores bíblicos, mas que nos fala ao vivo hoje quando paramos e ouvimos.
      Sim, meu querido, você pode buscar e pensar nas coisas que são de cima da tua maneira, do jeito que você sabe e se sente melhor, mas entenda que pedidos e agradecimentos não são o fim, andar por uma pista de mão única, mas o começo, só parte do processo. Há uma outra via, com mão contrária, e se tua busca e tua intenção forem humildes, sinceras e crédulas, Deus te responderá pelo Espírito Santo. Então, você achará a vida eterna espiritual maior, que te dará as condições melhores para vencer as coisas de baixo.
      A primeira parte do processo é humana, exige esforço emocional e limpeza moral, que depois conduz ao silêncio de alma que espera com olhos e ouvidos espirituais abertos. A segunda parte é divina, nessa recebemos a “palavra viva de Deus”. Essa “palavra” não é só palavras e frases racionais, é vida eterna, que desce até o homem como um poderoso facho de luz muito clara e pura, emanada diretamente do Altíssimo. Essa é a coisa do alto que entrega ao homem santidade verdadeira, de dentro para fora, de cima para baixo.

16/08/22

Santidade sempre! (16/92)

      “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus” Mateus 5.8

      Santidade, a virtude que a maior parte dos homens entende como o efeito principal de quem quer ser espiritual, mais até que o amor. Santidade, por mais preciosa que seja, é vista como uma virtude que cresce no insulamento, muitos acham que ela melhora se viverem mais longe dos homens, e isso porque ela está muito relacionada ao controle do desejo sexual na cabeça de muitos. Já o amor requer o contrário, que se conviva socialmente servindo ao próximo. A principal característica do amor é paciência, já que com pressa não se ama, se julga olhando o outro com olhos sujos, não santos.
      Mas se amor é fazer, mais que sentir ou falar, santidade é simplesmente ser, e sem santidade não se pratica o amor verdadeiro. Por ela, entretanto, muitos cometem equívocos, limitando-a a ausência de prazeres físicos e aliando-a a isolamento social. Não se conhece a Deus porque se tem limpeza moral, não no sentido que essa limpeza seja um fim em si mesma, muitos cuidam do corpo e da mente e não são santos. Contudo, quando se ama a Deus ele nos atrai para amá-lo mais, nisso a santidade acha lugar em nós de maneira natural, queremos ser santos para agradar a Deus. 
      Assim, santidade é efeito de quem conhece o Senhor e então se torna causa para que ele seja conhecido ainda mais. Muitos, contudo, interpretam santidade de forma errada, por medo do inferno e da culpa tentam dominar seus corpos físicos pelas próprias forças, carne tentando controlar carne para que haja espiritualidade. Santidade é experiência espiritual, não física, e quando vivida traz paz e liberdade, não dor e aprisionamento, santidade alegra o coração, na verdade é a maior felicidade que o ser pode experimentar porque coloca o ser na íntima presença de seu santíssimo criador. 
      O homem pode criar religiões, pode buscar coisas e lugares diferentes para focar sua fé, pode achar o divino de maneiras distintas, mas uma relação genuína com o verdadeiro Deus sempre implica em santidade, em abrir mão dos prazeres do corpo e do ego, em pureza moral e em se posicionar direto e reto no Deus altíssimo. Muitos se perdem, incluindo pregadores e cantores famosos de grandes ministérios, porque acham que não há mais necessidade de santidade, que lhes basta o carisma humano, o talento e a experiência na palavra e no canto, a facilidade para seduzir os homens. 
      No caminho para conhecer o Senhor podemos abrir mão de muitas coisas, incluindo posições e serviços dentro de igrejas que muitas vezes podem se tornar só vaidades e jugos pesados de homens. Todavia, aquele que ama a Deus, que teme o Senhor, que deseja com humildade fazer sua vontade, nunca abrirá mão da santidade, ele entendeu que um Deus santo se agrada de filhos santos, e a esses nada nega. Mas não se é santo para se ter créditos para se ganhar coisas de Deus, ou por se ter medo que ele castigue caso não seja santo, se é santo por amor a Deus, um amor desinteressado. 
      Você quer uma prova se tua vida está de acordo com a vontade de Deus, se tuas ações e escolhas têm agradado ao Senhor? Verifique se está andando numa santidade que permanece, que representa a maior parte do tempo de seus dias. Quem desobedece a Deus, por mais que seja esforçado em muitas áreas, no trabalho, mesmo na participação ativa de ministérios nas igrejas, não conseguirá ser santo, não na sua vida mais íntima, aquela que só a pessoa e Deus conhecem. Muitos passam vidas como cristãos, assíduos em cultos, estudando Bíblia, sem nunca conseguirem vitória sobre pecado. 
      Deus não santifica ocioso, e com ocioso não me refiro a vagabundo que não trabalha secularmente, me refiro a não fazer a real vontade de Deus. Muitos trabalham e trabalham e permanecem ociosos, porque desobedecem a Deus, fazem tudo, menos o que de fato Deus quer deles, esses nunca provarão santidade. Deus limpa instrumento útil para que seja mais útil, “toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira, e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto” (João 15.2), assim, se estiver sobrecarregado e não conseguir ser santo não jogue a culpa no trabalho, mas em tua teimosia. 
      Superar ansiedade, gula, sensualidades, traições, invejas e vícios, é santidade. Ter paciência com as pessoas, suportar suas fraquezas, não querer fazer justiça com as próprias mãos, é santidade. Não segurar pensamentos sujos e violentos, de autocomiseração e de orgulho, é santidade. Acalmar os sentimentos e os pensamentos, buscar todos os dias uma experiência viva de oração, quando se ouve uma palavra do Senhor e então pode-se repousar em paz, é santidade. Não se acomodar com o pecado, persistir nisso até o final, ser puro mesmo se ninguém vê, é santidade que pode ver a Deus.

15/08/22

Vício sexual: tabu? (15/92)

      “Ou não sabeis que o que se ajunta com a meretriz, faz-se um corpo com ela? Porque serão, disse, dois numa só carne. Mas o que se ajunta com o Senhor é um mesmo espírito. Fugi da prostituição. Todo o pecado que o homem comete é fora do corpo; mas o que se prostitui peca contra o seu próprio corpo. Ou não sabeis que o vosso corpo é o templo do Espírito Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai, pois, a Deus no vosso corpo, e no vosso espírito, os quais pertencem a Deus.” I Coríntios 6.16-20

      Culpa e ansiedade são as causas mais comuns de dores não resolvidas, mesmo quando desnecessárias, mas traumas também são difíceis de serem enfrentados, e os mais comuns são os domésticos, advindos de criação violenta ou ausente. Tudo isso se resume numa palavra: cobrança. Nos sentirmos cobrados o tempo todo dói, como nos faz cobrar outros injustamente, assim também pode nos isolar. Sofrendo e sozinhos somos facilmente viciáveis, ainda que no vício mais barato e eficiente de todos, sexo a um, ou masturbação.
       A vida moderna com internet e celulares baratos e acessíveis, disponibiliza sexo para quem quiser, em qualquer lugar ou hora, assim uma legião de viciados em sexo solitário é mantida no mundo. Isso é um problema, precisa ser encarado como tal e cura deve ser buscada. Muitos cristãos, bons cristãos, têm esse vício, que se tornou tão comum que muitos nem chamam de vício, alegam que são só coisas das pessoas, particulares, que elas fazem em suas vidas privadas, ninguém fica sabendo e não prejudica ninguém. 
      Mentira, prejudica sim, é só efeito de causa não resolvida, menosprezada e por isso tão útil nas mãos do mal espiritual. Muitos vivem pesados e amarrados por causa desse vício, faz sofrer e assim é porta para outros vícios, num loop maldito. Sexo de maneira geral pode ser vício, e como tal precisará de cada vez mais “artifícios” para ser prazeroso, por isso fetiches e tantos desvios. Isso nada tem a ver com sexualidade emocional, seja ela qual for, tem a ver com prazer físico, por isso sem afeto, sem respeito, só pelo clímax. 
      Um aspecto precisa ser considerado sobre esse assunto, aliás, um tema demonizado por pastores que não o enfrentam com maturidade e realismo. Como se comportam pessoas sem vida sexual com outras pessoas, tendo organismos sadios e libidos normais? A posição “oficial” de muitas igrejas evangélicas é que não se comportam, solteiros não devem praticar sexo. Nem vou refletir sobre o aspecto moral de sexo e casamento, não é tema desta reflexão, mas algo precisa ser dito sobre o funcionamento de nossos corpos.
      Pessoas com boa saúde física e emocional, num ideal de vida onde buscassem espiritualidade, controlariam desejos sexuais que não podem ser saciados na fonte, em suas mentes, não precisariam consumir pornografia na internet ou outras coisas para as excitar. Aconteceria com elas o que é comum com adolescentes, polução noturna, ou mesmo o êxtase de maneira rápida e natural durante o banho, por exemplo. Por que pessoas adultas dificilmente provam isso? Porque seus corpos não têm tempo para isso. 
      Muitas pessoas estão tão viciadas em masturbação, e como vício é algo bruto que mais machuca que relaxa, que só saciam suas tensões sexuais provocadas não pelo funcionamento normal de seus corpos mas por excitação forçada, com imaginações imorais. Isso é vício mental. O desejo não pode simplesmente sumir, se a pessoa tem boa saúde ele existirá, mas pode ser resolvido com mais naturalidade, sem que se torne vício que fira o corpo, suje a alma e esfrie o espírito. A cura está em manter a mente limpa.  
      Sexo não é pecado, o melhor dele é provado de forma ao mesmo tempo leve e intensa, é assim quando compartilhamos intimidade física e afetiva com alguém que amamos, e como nos sentimos limpos depois. Mas creiam, solteiros focados em espiritualidade verdadeira também podem conviver com sexualidade sem peso e sem violência, insisto num ponto que não vejo pastores evangélicos falando a respeito. A maioria considera sexo problema sem solução para solteiros e simplesmente finge que o assunto não existe. 
      Sexo solitário como vício leva as pessoas a terem vidas duplas, uma vida temendo encontrar a outra, ambas existindo dentro da mesma alma. Isso nos enfraquece, já que mantemos em nós um conflito desnecessário, mas também enfraquece casamentos, ainda que muitos viciados nunca tenham coragem de viver adultérios reais, só virtuais. Há psicoterapeutas que dizem que isso é sadio, que as pessoas devem ser incentivadas a essa prática, mas vício nunca é bom, porque é efeito de algo pior escondido e não resolvido.
      Nos dias de hoje muitos dizem, “se te dá prazer e não prejudica ninguém, faça”, mas isso considera o ser humano só como matéria e emoção, desconsidera espírito e a finalidade maior desse, ter comunhão com um Deus espiritual e moralmente santo. Quando sabemos a importância da mente em nossa comunhão com Deus, da relevância da limpeza moral, e do quanto o mal espiritual é atraído por mentes sujas, entendemos que não é só questão de satisfação física, tem a ver com nossa essência eterna e com um Deus de amor. 
      Pode-se usar o texto bíblico inicial para alegar que masturbação não é pecado visto que não realiza conjunção carnal com profissionais de prostituição, ainda que meretrizes, homens ou mulheres, não sejam só quem troca favores sexuais por dinheiro. Mas pelo evangelho entendemos que forçar um orgasmo sozinho requer imaginação, isso suja nossas mentes, nossa essência interior, portanto nosso espírito. É justamente sobre isso que o texto fala, de sujar o templo do Espírito Santo com presenças inadequadas. 
      Case-se bem, eis uma boa solução para sexualidade, mas não se apresse. Muitos, querendo se casar a qualquer custo, só para terem sexo legítimo como cristãos, se casam e como o problema principal não era sexo, não se resolvem, continuam sofrendo e susceptíveis a vícios. Após um tempo casados voltam ao vício do sexo solitário. Tenha Deus como amigo, um amigo nos entende, sabe de nossos segredos e nos ajuda sempre, contudo, aceite, vida espiritual precisa ser prioridade e ela não é fácil neste mundo, para ninguém.

Leia nas postagens anteriores
as outras partes desta reflexão
José Osório de Souza, 12/10/2021

14/08/22

Vício: culpa e ansiedade (14/92)

      “O homem que anda desviado do caminho do entendimento, na congregação dos mortos repousará. O que ama os prazeres padecerá necessidade; o que ama o vinho e o azeite nunca enriquecerá.” Provérbios 21.16-17
      “Digo, porém: Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne. Porque a carne cobiça contra o Espírito, e o Espírito contra a carne; e estes opõem-se um ao outro, para que não façais o que quereis.” Gálatas 5.16-17

      A lei de Moisés e o evangelho de Cristo não são só duas propostas religiosas para uma nação, antes resumem dois caminhos espirituais para humanidades de tempos diferentes. A velha aliança de Moisés evidencia o efeito do pecado, proibindo a prática do fruto, enquanto que a nova aliança de Cristo mostra a causa do pecado, propondo a retirada da raiz antes de crescer e dar o fruto. Pelo evangelho aprendemos que o problema não é comer demais, mas viver com dores morais que buscam na gula uma reparação. 
      As dores mais perigosas que levam a vícios podem ser as mais desnecessárias: a culpa e a ansiedade. Não que essas não sejam legítimas, mas podem ser, em grande parte das vezes, inúteis. Depois que erramos, para que culpa? Inicialmente é útil para reconhecermos o erro e tentarmos não errar mais, mas precisa parar aí. Sobre ansiedade, uma coisa é preocupação responsável pela vida, mas se for maior que a capacidade de vivermos bem é só ansiedade inútil. Às vezes é melhor sermos pragmáticos e só seguirmos. 
      Culpa, ansiedade, cobrança, são as causas, o processo de vencer tudo isso inicia-se com uma decisão racional, precisamos decidir mentalmente que queremos cura para essas coisas. Só sem esses males teremos paz e só em paz não acharemos legitimidade para vícios, os efeitos finais. Mas é preciso entender que causas coexistem com efeitos, assim temos que curar as causas e cessar os efeitos. As causas são morais e espirituais, se resolvem com vida com Deus, mas os efeitos, como vícios de sexo e de gula, são físicos. 
      Pode ser difícil saber o que podemos vencer só com Deus, e o que poderemos precisar da ajuda de profissionais da área de saúde e de remédios. Para não sermos irresponsáveis, se você estiver em algum tratamento, compartilhe sua religiosidade com os médicos, eles são sensatos, ainda que pela ciência, não desprezarão oração e fé. Entretanto, só posicionamentos morais podem não substituir orientação médica e remédios, assim tenhamos sabedoria para receber várias formas de ajuda, Deus usa a ciência. 
      Tendo em mente que você já procurou ajuda da ciência, e que já se aprumou com Deus, assumindo erros, pedindo perdão e se apossando da paz, a questão é como seguir em frente sem recaídas. Vícios não acabam assim num passe de mágica, principalmente se forem os mais leves, e esses podem ser os mais difíceis de ir embora, como os citados, sexo e gula. A frase “um dia de cada vez” tem um sentido importante na cura, liberta-nos da ansiedade de temer o futuro e nos dá paz no que conquistamos hoje. 
      Vícios nos acostumam com um modo de vida, com uma maneira de termos forças para viver, assim livrar-nos deles requer que nos acostumemos com um modo diferente de vida, deixarmos velhos costumes e existirmos com outros. A cura começa na mente porque ela é porta para tudo, o pecado não está nos olhos, nas mãos, no estômago ou nos genitais, mas em nosso interior subjetivo de pensamentos e emoções. Pecado não é material, é espiritual, se não fosse, após a morte, sem corpos físicos, todos iriam para o céu. 
      Como diz o ditado, mente vazia é oficina do diabo, assim uma orientação sempre válida é não ter tempo para bobagens, use momentos livres para coisas boas. Exercícios físicos e boas leituras são atividades que ocupam mente e corpo com ações produtivas e positivas, não adianta ficar na frente da TV ou passando o dedo na tela do celular e achar que estará forte para vencer vícios. Por isso coisas que podem até ser costumes meio obsessivos, como estudo de música e artes, podem ajudar-nos a vencer vícios mais graves. 
      O ideal é acharmos serenidade plena, onde mesmo não fazer nada não nos deixa fracos, só substituir uma coisa por outra um dia não resolverá mais. Essa serenidade se conquista com equilíbrio de todo nosso ser, corpo físico, mente, coração e espírito. Nela nos alimentamos certo, fazemos exercícios físicos, temos o afetivo resolvido, indiferente se estamos sozinhos ou acompanhados, crescemos intelectualmente com uma relação lúcida com estudos e área profissional, e praticamos uma comunhão espiritual crescente com Deus. 
      Andai em Espírito, e não cumprireis a concupiscência da carne, até que ponto entendemos isso? Novamente dizemos, vida espiritual começa na mente, se muitos cristãos soubessem disso entenderiam porque religiosos orientais dão importância à meditação e restrições alimentares, ainda que muitos desses não tenham experiência direta com Jesus espiritual, aprenderam que espiritualidade começa no controle da mente. Cristãos ocidentalizados dão mais relevância a ações e palavras que a pensamentos e sentimentos.
      Contudo, auto-controle só é plenamente possível no Espírito Santo, não basta nos esvaziarmos do mal e nos esforçarmos para permanecermos limpos, é preciso deixar Deus nos encher. Assim repito outra ênfase do “Como o ar que respiro”, temos que ter uma experiência espiritual com um Deus espiritual através de dons espirituais, não somente entendendo intelectualmente textos bíblicos ou procurando interpretações mais atuais para eles. Como têm aparecido estudiosos bíblicos falando coisa velha com aparência nova. 
      “Mas agora temos sido libertados da lei, tendo morrido para aquilo em que estávamos retidos; para que sirvamos em novidade de espírito, e não na velhice da letra.” (Romanos 7.6), a única novidade que nos revigora, nos alimenta, nos satisfaz e nos livra de toda espécie de vício é o Espírito Santo de Deus. Meus queridos e minhas queridas que me leem, busquemos essa intimidade de Deus, peçamos os dons espirituais, nos libertemos das vãs religiões de homens, tenhamos experiências em primeira mão com o nosso Deus. 

Leia na postagem de ontem e na de
amanhã as outras partes desta reflexão
José Osório de Souza, 12/10/2021

13/08/22

Vício ou restrição? (13/92)

      “E, se a tua mão te escandalizar, corta-a; melhor é para ti entrares na vida aleijado do que, tendo duas mãos, ires para o inferno, para o fogo que nunca se apaga” “E, se o teu pé te escandalizar, corta-o; melhor é para ti entrares coxo na vida do que, tendo dois pés, seres lançado no inferno, no fogo que nunca se apaga” “E, se o teu olho te escandalizar, lança-o fora; melhor é para ti entrares no reino de Deus com um só olho do que, tendo dois olhos, seres lançado no fogo do infernoMarcos 9.43,45,47

      Nesta e nas duas próximas postagens refletiremos sobre vícios, causas e efeitos, falaremos como testemunhas, não como profissionais. Se você tiver ou conhecer alguém que tenha problemas sérios com vícios, com drogas ilícitas, bebidas alcoólicas, mesmo com sexo e gula, procure alguém da área médica e instituições especializadas na questão. Se possível abra-se com sua família, com amigos de confiança, não viciados, com seu líder religioso, mas leve a sério o problema e creia, há cura para o humilde.

      Vício é perder o controle, é ser controlado por algo e não controlar algo. Isso leva à segunda definição de vício: fazer algo exageradamente. Assim, mesmo algo que não faz mal quando feito com equilíbrio, pode fazer mal se for vício, se for feito descontroladamente. O que mais vicia são coisas, que pelo menos a princípio, dão prazer, assim repetimos para ter mais prazer. Ocorre que quando repetimos algo sem controle não fazemos mais por prazer, mas para saciar a falta do prazer, abstinência se torna uma nova dor. 
      O viciado não usa o que o viciou para dar a ele satisfação, mas para não ficar mais insatisfeito, já que a dor inicial que o levou a se viciar continua, só que adicionada agora a uma segunda dor, a da falta daquilo em que ele se viciou. Nas primeiras vezes o que vicia até consegue anular a dor inicial e dar prazer, mas depois não, assim o viciado não resolve um problema, cria um novo. A solução seria ele ter resolvido o problema inicial, não buscar anular esse problema com algo que depois se torna um problema ainda maior. 
      Para não nos tornarmos viciados precisamos impedir que permaneçam em nós questões não resolvidas, que podemos manter tentando até nos convencer que não são problemas e que não existem. Contudo, ainda que nossa consciência seja enganada, nosso corpo e nossa alma não são, assim esses buscarão paliativos. Nossos instintos sempre tentam fugir da dor e achar prazer, ainda que sejam prazeres caros para nossos corpos e nossas mentes. Quando a dor não resolvida se instala é que estamos mais frágeis a vícios. 
      Jovens se viciam em coisas piores mais facilmente, como drogas ilícitas, porque além de passarem por um período de descobertas, de dúvidas, de encantamentos, de ausência de referências em primeira mão, também podem trazer sérios problemas não resolvidos, principalmente de famílias desestruturadas. Pode haver mais dor que ele consiga administrar, assim é construído ambiente propício para instalação de vícios. Infelizmente a sociedade, principalmente a brasileira, oferece facilidades para aquisição de vícios. 
      Há vícios que usamos para anular dores, mas alguns vícios adquirimos só por nos darem prazer, mesmo que não precisemos deles. Creio que almas satisfeitas não se viciam, mas há coisas que são boas, aprovadas pelo meio social em que vivemos, e até incentivadas por esse meio, que podem depois tornarem-se vícios e, consequentemente, algo que nos controla e que nos faz mal em algum momento. Por mais contrassenso que pareça, coisas que podemos usar a princípio para nos livrar de vícios podem ser tornar vícios. 
      Você, cristão, seja evangélico ou católico, já fez o “teste do Fantástico”? Vou explicar o que é esse teste. Tente passar um domingo à noite em casa sem ir à igreja, assistindo TV, e nem precisa ser assistindo o “Fantástico”. Você verá que só pensar nessa possibilidade pode deixar muitos cristãos deprimidos, muitos acharão que o arrebatamento vai acontecer naquela noite e eles não serão arrebatados, só porque não foram à igreja. Pois é, quem se sente assim pode não ser um cristão dedicado, mas só um viciado religioso. 
      A realidade é que alguns se viciam de maneira muito grave, assim trocar um vício terrível por outro mais leve, pode ser solução, não problema. Muitos de nós fazem isso, trocam um vício por outro, um vício que levaria à morte, por outro que só limita um pouco a liberdade de agir e de pensar, trocam presídios por prisões domiciliares e depois por tornozeleiras eletrônicas. Nem todos conseguem ser plenamente livres, assim para terem vidas com alguma qualidade precisam de restrições, senão morrem. 
      O texto bíblico inicial fala sobre usar uma mão, não duas, andar com um pé, não com dois, enxergar com um olho, não com dois, isso é viver com restrições. Por não querer isso é que muitos fazem, andam e veem o que não precisariam, assim sofrem e depois se viciam. Aceitar as próprias restrições é viver com humildade, Deus permite limites para que ainda que o corpo padeça, o espírito cresça. À eternidade não irão corpos mutilados, mas espíritos aperfeiçoados, dessa forma devemos dar prioridade a eles. 

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José Osório de Souza, 12/10/2021

12/08/22

Vaidade, pecado maior (12/92)

      “Vaidade de vaidades, diz o pregador, vaidade de vaidades! Tudo é vaidade.Eclesiastes 1.2

      Para ver a Deus é preciso viver paradoxos: desejar sem querer, ser sem mostrar, crer sem expectativas, se esforçar sem sofrer, saber sem falar, estar vazio e cheio. São esses paradoxos que nos purificam da vaidade, que nos ensinam a ter paciência, que nos preparam para receber algo muito precioso. Desejar sem querer é ter o desejo profundo de experimentar algo, mas sem obsessão que leve a fazer sacrifícios por si e não ser misericordioso com os outros. Ser sem se mostrar é ser para Deus, como louvor a ele, não para se exibir aos homens ou como louvor a si mesmo. Crer sem expectativas é não ser obcecado nem por coisas espirituais, nada justifica ansiedade e falta de paz.
      Se esforçar sem sofrer é dar o máximo de si, mas não para obter créditos que dão direito de se receber algo de Deus, é ver no trabalho um bem em si mesmo, não para acumular privilégios para se fazer exigências. Saber sem falar é vencer a necessidade de se justificar ou de convencer os homens que sabemos ou somos. Finalmente, estar vazio e cheio é estarmos vazios sem nos sentirmos em falta, mas satisfeitos com aquilo que Deus nos dá agora, ainda que crendo que pode nos dar mais depois, sem a acomodação da satisfação e sem a ansiedade da insatisfação. Viver sem vaidades é ter os pés na Terra e o coração no céu, feliz por viver e mais feliz por saber para onde vai no além.
      Abrir mão de vaidades é trabalho constante, ainda que tenhamos aberto mão de valores materiais para alcançar um nível espiritual, logo após termos alcançado seremos novamente tentados pela vaidade. Agora não será mais para ter riquezas ou posições, mas para sermos mais espirituais, e nesse momento mesmo espiritualidade se torna vaidade. Por isso é importante vivermos os paradoxos compartilhados acima, e são paradoxos porque nos levam sempre a desafiar o óbvio, a viver espiritualidade na matéria, algo impossível mas que devemos almejar até nossos últimos instantes neste mundo. Ser e não ser, para que Deus seja, perder para ganhar e ganhar para perder. 
      À medida que nossa espiritualidade evolui, nossa vaidade também fica mais sofisticada, por isso grandes líderes religiosos, pregadores e pastores reconhecidos e que fundaram poderosos ministérios se corrompem. O personagem bíblico Lúcifer é arquétipo disso, um ser que era grandioso no reino espiritual não se contentou com isso, quis mais, o lugar do próprio Deus e caiu de sua elevada posição. Eis a vaidade corrompendo mesmo os grandes, como diz John Milton, personagem de Al Pacino no filme “Advogado do diabo”, “a vaidade é, definitivamente, meu pecado favorito”. Muitos vencem muitas tentações, mas caem na vaidade, e a pior das vaidades é a espiritual. 
      Mas quem vê a Deus ainda neste plano, depois de pagar todos os preços e se preparar pacientemente em santidade e humildade, é corrompido pela vaidade? Esse deseja se exibir como mais espiritual para os outros? Não, ao contrário, se torna ainda mais humilde. Ocorre que o caminho para isso é longo, e se desviar-se no meio dele poderá ver outros seres ou poderes espirituais, que oferecem opções mais fáceis. A experiência “desviada” também exige uma busca persistente, não é para qualquer um, mas ela conduz à vaidade mais perigosa. É isso que muitos, que a princípio podiam até estar buscando a Deus, provam em espiritualidades como do ocultismo, da magia, do esoterismo etc. 
      Muitos que começam querendo ver Deus acabam vendo o “diabo”, porque não persistem nos valores morais mais altos e são presas da vaidade. O que significa ver a Deus? Significa ter experiências mais profundas com ele neste mundo, mas significa principalmente ter a melhor eternidade de Deus no outro mundo. A intenção de Deus está em nos aperfeiçoar durante o processo, sendo assim seu objetivo pode não ser constante, mas variável de acordo com o que nos tornamos no processo. Dessa forma, não seria nosso céu definido pelo nosso caminhar no mundo? Ou será que é lugar igual para todos? Mas será que todos estão preparados para ver Deus na mesma proximidade?
      “Quem subirá ao monte do Senhor, ou quem estará no seu lugar santo? Aquele que é limpo de mãos e puro de coração, que não entrega a sua alma à vaidade, nem jura enganosamente. Este receberá a bênção do Senhor e a justiça do Deus da sua salvação.” (Salmos 24.3-5). Esses versículos podem conter mais que orientação para se ter direito moral de se estar num templo religioso físico, podem mostrar o caminho para o céu mais elevado na eternidade. O direito não é ganho só pela fé, mas por prática de santidade genuína, sem vaidades, assim pode não ser absoluto e pode dar acesso a posições espirituais que variam conforme a pureza do coração, meditemos seriamente nisso. 

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