terça-feira, agosto 16, 2022

Santidade sempre! (16/92)

      “Bem-aventurados os limpos de coração, porque eles verão a Deus” Mateus 5.8

      Santidade, a virtude que a maior parte dos homens entende como o efeito principal de quem quer ser espiritual, mais até que o amor. Santidade, por mais preciosa que seja, é vista como uma virtude que cresce no insulamento, muitos acham que ela melhora se viverem mais longe dos homens, e isso porque ela está muito relacionada ao controle do desejo sexual na cabeça de muitos. Já o amor requer o contrário, que se conviva socialmente servindo ao próximo. A principal característica do amor é paciência, já que com pressa não se ama, se julga olhando o outro com olhos sujos, não santos.
      Mas se amor é fazer, mais que sentir ou falar, santidade é simplesmente ser, e sem santidade não se pratica o amor verdadeiro. Por ela, entretanto, muitos cometem equívocos, limitando-a a ausência de prazeres físicos e aliando-a a isolamento social. Não se conhece a Deus porque se tem limpeza moral, não no sentido que essa limpeza seja um fim em si mesma, muitos cuidam do corpo e da mente e não são santos. Contudo, quando se ama a Deus ele nos atrai para amá-lo mais, nisso a santidade acha lugar em nós de maneira natural, queremos ser santos para agradar a Deus. 
      Assim, santidade é efeito de quem conhece o Senhor e então se torna causa para que ele seja conhecido ainda mais. Muitos, contudo, interpretam santidade de forma errada, por medo do inferno e da culpa tentam dominar seus corpos físicos pelas próprias forças, carne tentando controlar carne para que haja espiritualidade. Santidade é experiência espiritual, não física, e quando vivida traz paz e liberdade, não dor e aprisionamento, santidade alegra o coração, na verdade é a maior felicidade que o ser pode experimentar porque coloca o ser na íntima presença de seu santíssimo criador. 
      O homem pode criar religiões, pode buscar coisas e lugares diferentes para focar sua fé, pode achar o divino de maneiras distintas, mas uma relação genuína com o verdadeiro Deus sempre implica em santidade, em abrir mão dos prazeres do corpo e do ego, em pureza moral e em se posicionar direto e reto no Deus altíssimo. Muitos se perdem, incluindo pregadores e cantores famosos de grandes ministérios, porque acham que não há mais necessidade de santidade, que lhes basta o carisma humano, o talento e a experiência na palavra e no canto, a facilidade para seduzir os homens. 
      No caminho para conhecer o Senhor podemos abrir mão de muitas coisas, incluindo posições e serviços dentro de igrejas que muitas vezes podem se tornar só vaidades e jugos pesados de homens. Todavia, aquele que ama a Deus, que teme o Senhor, que deseja com humildade fazer sua vontade, nunca abrirá mão da santidade, ele entendeu que um Deus santo se agrada de filhos santos, e a esses nada nega. Mas não se é santo para se ter créditos para se ganhar coisas de Deus, ou por se ter medo que ele castigue caso não seja santo, se é santo por amor a Deus, um amor desinteressado. 
      Você quer uma prova se tua vida está de acordo com a vontade de Deus, se tuas ações e escolhas têm agradado ao Senhor? Verifique se está andando numa santidade que permanece, que representa a maior parte do tempo de seus dias. Quem desobedece a Deus, por mais que seja esforçado em muitas áreas, no trabalho, mesmo na participação ativa de ministérios nas igrejas, não conseguirá ser santo, não na sua vida mais íntima, aquela que só a pessoa e Deus conhecem. Muitos passam vidas como cristãos, assíduos em cultos, estudando Bíblia, sem nunca conseguirem vitória sobre pecado. 
      Deus não santifica ocioso, e com ocioso não me refiro a vagabundo que não trabalha secularmente, me refiro a não fazer a real vontade de Deus. Muitos trabalham e trabalham e permanecem ociosos, porque desobedecem a Deus, fazem tudo, menos o que de fato Deus quer deles, esses nunca provarão santidade. Deus limpa instrumento útil para que seja mais útil, “toda a vara em mim, que não dá fruto, a tira, e limpa toda aquela que dá fruto, para que dê mais fruto” (João 15.2), assim, se estiver sobrecarregado e não conseguir ser santo não jogue a culpa no trabalho, mas em tua teimosia. 
      Superar ansiedade, gula, sensualidades, traições, invejas e vícios, é santidade. Ter paciência com as pessoas, suportar suas fraquezas, não querer fazer justiça com as próprias mãos, é santidade. Não segurar pensamentos sujos e violentos, de autocomiseração e de orgulho, é santidade. Acalmar os sentimentos e os pensamentos, buscar todos os dias uma experiência viva de oração, quando se ouve uma palavra do Senhor e então pode-se repousar em paz, é santidade. Não se acomodar com o pecado, persistir nisso até o final, ser puro mesmo se ninguém vê, é santidade que pode ver a Deus.

Nenhum comentário:

Postar um comentário