17/03/24

O engano se repete (2/2)

      “Ou pensas tu que eu não poderia agora orar a meu Pai, e que ele não me daria mais de doze legiões de anjos? Como, pois, se cumpririam as Escrituras, que dizem que assim convém que aconteça? Então disse Jesus à multidão: Saístes, como para um salteador, com espadas e varapaus para me prender? Todos os dias me assentava junto de vós, ensinando no templo, e não me prendestes. Mas tudo isto aconteceu para que se cumpram as escrituras dos profetas. Então, todos os discípulos, deixando-o, fugiram.Mateus 26.53-56

      A igreja hoje comete engano semelhante ao que judeus cometeram quando Jesus homem veio. Os judeus interpretavam as profecias sobre a vinda de um messias como a vinda de um novo Davi, um rei liderando exércitos contra opressores de Israel, naquele momento, os romanos. Ao invés disso veio um homem comum, um professor, não um político ou militar, pregando amor aos inimigos. Hoje muitos evangélicos esperam uma segunda vinda equivocada do Cristo, e ainda que não esperem um messias físico liderando exércitos físicos, mas exércitos espirituais, creem que será uma vinda visível no plano físico, para fazer justiça contra inimigos, não só de Israel físico, mas do Israel espiritual, a igreja, “corpo de Cristo”. 
      Mesmo os apóstolos, selecionados dentre os discípulos, íntimos de Jesus, na maior prova não tiveram firmeza suficiente para enfrentar a situação corretamente. Penso que nos últimos anos o povo evangélico brasileiro, assim como outros cristãos, têm sido provados, mas infelizmente muitos têm sido reprovados nessa prova. O engano que existia, mas que restringia-se aos templos, veio a público quando um político se disse defensor da tradição judaico-cristã, ao invés de exercerem amor muitos preferiram usar espadas. Deve ser assim para que a verdade sobre o falso cristianismo venha à tona, que haja tempo para que arrependidos muitos possam provar o amor de Jesus, senão provarão a espada que eles próprios levantaram, oremos. 

16/03/24

Espada ou amor? (1/2)

      “Disse-lhes pois: Mas agora, aquele que tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e, o que não tem espada, venda a sua capa e compre-a; porquanto vos digo que importa que em mim se cumpra aquilo que está escrito: E com os malfeitores foi contado. Porque o que está escrito de mim terá cumprimento.” 
Lucas 22.36-37
       “Então, aproximando-se eles, lançaram mão de Jesus, e o prenderam. E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou da espada e, ferindo o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe uma orelha. Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão.
Mateus 26.50b-52

      As duas passagens acima, interpretadas ao pé da letra, vendo a Bíblia só como uma lista de leis morais, contradizem-se, numa Jesus parece mandar comprar espada para que fosse defendido dos que viriam aprisioná-lo, na outra ele recrimina o uso de espada para defendê-lo dos que o estavam aprisionando. Em Jesus nunca há contradição, já a religião cristã de homens neste mundo pode “forçar” a interpretação de muitos textos, para criar entendimentos que homens acham mais convenientes a seus propósitos egoístas e gananciosos. Sem o Espírito Santo o ser humano não tem equilíbrio e lucidez, é extremista, assim tanto pode achar na Bíblia argumento para usar armas e violência como para ser passivo e manipulado. 
      Quem com espada fere com espada é ferido, eis a lei de plantio e colheita, de causa e efeito, ou como prefiram chamá-la, novamente ensinada. O velho “olho por olho, dente por dente” pode dar uma sensação temporária de solução, mas é só vingança. O mal só é anulado pelo bem, a violência e a injustiça, pelo amor. Ao ser humano cabe amar, eis o principal ensino de Jesus, e não tenhamos dúvidas, o universo, instrumento de Deus, sempre faz justiça, mas do jeito e no tempo de Deus. A nós cabe anular o mal dentro de nós e crer em Deus, há propósito para tudo, há no final honra e crescimento espiritual para o que confia em Deus e em suas orientações, não em sua visão humana, limitada e materialista da existência.  
      

15/03/24

Mude porque há mais (4/4)

      “Envia a tua luz e a tua verdade, para que me guiem e me levem ao teu santo monte, e aos teus tabernáculos. Então irei ao altar de Deus, a Deus, que é a minha grande alegria, e com harpa te louvarei, ó Deus, Deus meu.Salmos 43.3-4

      Alguns não mudam de opinião por crerem que já receberam o melhor de Deus para o homem. A jornada espiritual da existência possui várias armadilhas das trevas, e uso o termo por falta de outro melhor, nem acho que sejam armadilhas, só encruzilhadas para que aprendamos a fazer escolhas cada vez melhores. A 1ª está nas tradições familiares, a 2ª está na ciência, a 3ª está no desencanto e a 4ª está no medo do desconhecido. Nada há de errado nas bases morais e religiosas que recebemos de nossos pais, não se forem do bem, muito menos nada há de errado na ciência, pudera todos os seres humanos pudessem ser graduados e pós-graduados em alguma área, e mesmo o desencanto e o medo do desconhecido têm bons propósitos.
      Essas coisas são armadilhas quando se tornam zonas de conforto que nos fazem parar de caminhar, nos acomodarmos com algo que a princípio não é ruim ou mal, só fim de uma etapa. No desencanto é onde pode haver a grande iniciação espiritual, pois nele acordamos para muitas ilusões e mentiras. Contudo, é após termos nossas primeiras experiências de fé que somos confrontados com o desconhecido sem véu do Altíssimo. Apesar de iniciais, muitos podem passar toda a vida nessas experiências, achando-se religiosos maduros por isso. Mas esse início é momento de escolha, ou paramos na religião do mundo ou seguimos em direção aos conhecimentos mais profundos de Deus. Não pare, ainda há muito mais para saber e viver. 

Desafios para mudar,
reflexão em quatro partes
José Osório de Souza, 18/06/2022

14/03/24

Mude porque pode (3/4)

      “Deveras todas estas coisas considerei no meu coração, para declarar tudo isto: que os justos, e os sábios, e as suas obras, estão nas mãos de Deus, e também o homem não conhece nem o amor nem o ódio; tudo passa perante ele. Tudo sucede igualmente a todos; o mesmo sucede ao justo e ao ímpio, ao bom e ao puro, como ao impuro; assim ao que sacrifica como ao que não sacrifica; assim ao bom como ao pecador; ao que jura como ao que teme o juramento.Eclesiastes 9.1-2

      Alguns não mudam de opinião porque nunca tiveram opinião sobre algo e nem querem ter. Essa é uma disposição muito comum nos últimos tempos, niilista, o grau mais extremo da covardia, que não querendo ser hipócrita, o que é positivo, também não se aventura a crer. Crer não acerta de cara, nem é para acertar, e nem precisa, mas é pôr-se num caminho mais elevado que aquele que a ciência ilumina, o caminho eterno e espiritual. Há basicamente dois tipos de pessoas que se dizem ateias, as céticas que não creem no que a ciência não pode provar, e as revoltadas, que na verdade não são descrentes, mas opositoras aos crentes, assim não duvidam de Deus, mas do Deus dos outros, em grande parte, do Deus dos cristãos. 
      Eu disse pessoas que se dizem ateias, pois na verdade não creio que existam ateus, só quem não quer assumir qualquer crença por orgulho. O desafio do evangelista destes tempos, que se preferir pode chamar de “últimos tempos”, não é levar pessoas ao cristianismo, mas a Deus. O cristianismo do mundo, e que no mundo chegou a seu limite, permanecem nele os velhos covardes e hipócritas, que sabem que sua crença não funciona e não têm coragem de mudar, os loucos, que creem em qualquer coisa extremada para consolarem suas mentes doentes, e os materialistas, sim, há materialistas na religião, que querem usá-la para enriquecerem materialmente. Não adianta assistirmos tudo isso passivamente, temos que mudar.

Desafios para mudar,
reflexão em quatro partes
José Osório de Souza, 18/06/2022


13/03/24

Mude ainda que não precise (2/4)

      “Porque está escrito: Destruirei a sabedoria dos sábios, E aniquilarei a inteligência dos inteligentes. Onde está o sábio? Onde está o escriba? Onde está o inquiridor deste século? Porventura não tornou Deus louca a sabedoria deste mundo?I Coríntios 1.19-20

      Alguns não mudam de opinião porque receberam o melhor deste mundo. Prósperos materialmente pode até parecer que mudam, mas muitos, por terem tido sempre do melhor, em estudo, em alimentação, em assistência médica, no lazer e em tantos outros privilégios, são materialistas. Não precisaram de fé no espiritual invisível para terem algo, o que sabem, veem e provam lhes basta. Se deixam uma vida hedonista é para celebrar a deusa do materialismo, a ciência, nessa acham um tipo de religiosidade que assegura-lhes vida mais saudável e cuidado com o planeta. Ciência é dádiva de Deus ao homem para administrar o ambiente físico de onde recebemos suprimentos para viver, mas é moralmente vazia e não livra da morte.
      Infelizmente muitos não acham na ciência o entendimento de tudo porque não conhecem religiões e espiritualidades, não é por não conhecerem outra coisa, mesmo porque o espírito invisível em todo ser humano clama pelo pai de todos os espíritos e pela eternidade, onde será libertado do cárcere do corpo físico. Muitos escolhem a ciência por comodismo, para não desagradarem pares, negando um Deus acham um ídolo para porem em seu lugar, um ídolo que podem manufaturar com as próprias mentes, que podem estudar e aperfeiçoar, sem a ignorância, conforme acham eles, da fé. Tragicamente esses terão que mudar de opinião num momento terminal, onde sua ciência não lhes dará a resposta que só há pela fé no Espírito.

Desafios para mudar,
reflexão em quatro partes
José Osório de Souza, 18/06/2022

12/03/24

Mude por dentro (1/4)

      “E não ensinará mais cada um a seu próximo, nem cada um a seu irmão, dizendo: Conhecei ao Senhor; porque todos me conhecerão, desde o menor até ao maior deles, diz o Senhor; porque lhes perdoarei a sua maldade, e nunca mais me lembrarei dos seus pecados.Jeremias 31.34

      Alguns não mudam de opinião porque não conhecem nada diferente da opinião que têm. Acredite, há muitos assim no mundo atual, gente que nasceu numa cidade, numa aldeia, e próximos a seus familiares continuarão até o fim de suas vidas. Desempenham profissões herdadas de pais e avós, amizades e crenças passadas a eles pela família, muitos moram numa mesma casa desde que se casaram, e se não se casaram, ainda permanecem no quarto das casas dos pais que os receberam quando eram recém-nascidos. Esse tipo de pessoa não precisa ser alguém com pouca formação intelectual, muitos até têm cursos superiores, mas sua visão de mundo é restrita ao que lhes foi passado na infância e adolescência, nada conhecem de diferente. 
      Pessoalmente não creio que alguém esteja totalmente preso, ainda que o corpo físico passe a existência limitado a uma área geográfica, e o emocional amarrado à visão de mundo de uma família, o espírito sempre pode ser livre, esse não precisa viajar pelo mundo para cumprir sua missão aqui. Os que vivem cerceados por tradições e bens familiares, têm nisso uma oportunidade, serem livres espiritualmente mesmo presos dessa forma, e como dizemos, limites não são restrições, mas proteções contra nós mesmos. Todos recebem livre arbítrio para poderem ir além de onde estão aportados, tradições familiares e estabilidade financeira que há em legados, desse direito ninguém é privado, todos podem mudar se desejarem de fato.

Desafios para mudar,
reflexão em quatro partes
José Osório de Souza, 18/06/2022

11/03/24

O nome de Deus

      “Não tomarás o nome do Senhor teu Deus em vão; porque o Senhor não terá por inocente o que tomar o seu nome em vão.Êxodo 20.7

      Para espiritualidades ocultistas, não necessariamente “satanistas”, sob um ponto de vista mais técnico e não místico cristão, as pessoas dizem ter guias, espíritos ou entidades (ou “demônios”) que os orientam em suas investigações e conexões. Um dos pontos importantes de uma “iniciação” nesses espiritualismos é guardar segredo sobre o nome desses guias. Interessante que a religião israelita tinha atitude semelhante com o nome de Deus, raramente era escrito e pronunciado, não em sua integralidade (veja link). Era mais que obedecer a um dos mandamentos mosaicos, de forma exotérica, era guardar um poderoso segredo esotérico, o nome de Deus tem poder (refletimos sobre isso em “Esotérico ou exotérico?”). 
      E nós, católicos e protestantes hoje, que consideração temos com o nome de Deus? Ainda que com boa e sincera intenção muitos evangélicos usam o nome de Deus demais, deveriam viver mais amor e santidade em humildade ao invés de tentarem impor suas crenças. Mas quem liga para lucidez quando se vê em nome de Deus? Acha-se dono da verdade e com direito a muitas deselegâncias que facilmente descambam para discussões inúteis, polêmicas e até violência. Falta intimidade com o Espírito Santo, quando temos temor de Deus adquirido pelo conhecimento que nos é dado numa comunhão profunda com o Senhor, adquirimos um respeito que nos faz ter cuidado mesmo com a simples pronúncia de seu nome. Quem sabe, cala.