sábado, março 16, 2024

Espada ou amor? (1/2)

      “Disse-lhes pois: Mas agora, aquele que tiver bolsa, tome-a, como também o alforje; e, o que não tem espada, venda a sua capa e compre-a; porquanto vos digo que importa que em mim se cumpra aquilo que está escrito: E com os malfeitores foi contado. Porque o que está escrito de mim terá cumprimento.” 
Lucas 22.36-37
       “Então, aproximando-se eles, lançaram mão de Jesus, e o prenderam. E eis que um dos que estavam com Jesus, estendendo a mão, puxou da espada e, ferindo o servo do sumo sacerdote, cortou-lhe uma orelha. Então Jesus disse-lhe: Embainha a tua espada; porque todos os que lançarem mão da espada, à espada morrerão.
Mateus 26.50b-52

      As duas passagens acima, interpretadas ao pé da letra, vendo a Bíblia só como uma lista de leis morais, contradizem-se, numa Jesus parece mandar comprar espada para que fosse defendido dos que viriam aprisioná-lo, na outra ele recrimina o uso de espada para defendê-lo dos que o estavam aprisionando. Em Jesus nunca há contradição, já a religião cristã de homens neste mundo pode “forçar” a interpretação de muitos textos, para criar entendimentos que homens acham mais convenientes a seus propósitos egoístas e gananciosos. Sem o Espírito Santo o ser humano não tem equilíbrio e lucidez, é extremista, assim tanto pode achar na Bíblia argumento para usar armas e violência como para ser passivo e manipulado. 
      Quem com espada fere com espada é ferido, eis a lei de plantio e colheita, de causa e efeito, ou como prefiram chamá-la, novamente ensinada. O velho “olho por olho, dente por dente” pode dar uma sensação temporária de solução, mas é só vingança. O mal só é anulado pelo bem, a violência e a injustiça, pelo amor. Ao ser humano cabe amar, eis o principal ensino de Jesus, e não tenhamos dúvidas, o universo, instrumento de Deus, sempre faz justiça, mas do jeito e no tempo de Deus. A nós cabe anular o mal dentro de nós e crer em Deus, há propósito para tudo, há no final honra e crescimento espiritual para o que confia em Deus e em suas orientações, não em sua visão humana, limitada e materialista da existência.  
      

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