01/06/19

Preconceito ou posicionamento doutrinário?

      “Portanto, vede prudentemente como andais, não como néscios, mas como sábios, Remindo o tempo; porquanto os dias são maus. Por isso não sejais insensatos, mas entendei qual seja a vontade do Senhor.Efésios 5.15-17

      As pessoas confundem preconceito que gera ódio e intolerância, levando a algum tipo de violência, com posicionamento doutrinário, e isso ocorre principalmente com aqueles de religiões não evangélicas ou protestantes. É preciso entender e aceitar que religiões diferentes têm interpretações diferentes sobre Deus, vida eterna, espiritualidade, seres espirituais etc, e algumas das interpretações são radicalmente opostas. Evangélicos sabem disso quando acreditam em pecado, diabo e inferno, e eles, e principalmente eles, devem ter muito cuidado em amor e no Espírito Santo, para manifestar o posicionamento sobre a doutrina que acreditam e vivem. Pela seriedade e extremismo dessa doutrina, se compartilhada de maneira descuidada, pode ser tomada como preconceito, e do jeito que vai o mundo, isso pode gerar até processo criminal na justiça. Então, cristãos não devem pregar o evangelho? Devem, mas talvez mais que em qualquer outro momento da história, com muita sabedoria, esperando em Deus as pessoas que estejam do jeito e no momento certos para ouvirem a verdade. 
      Por outro lado, de acordo com leis desse mundo e pelo bem de se viver em sociedade, afro-espíritas, por exemplo, precisam entender que posicionamento doutrinário diferente, por si só, não é preconceito. Acreditar que as entidades que eles veneram sejam demônios e diabos, é um direito que os evangélicos e protestantes têm, tanto como não aceitar que tais entidades sejam más mas que sejam dignas de culto é um direito que eles, afro-espíritas, possuem. Sim, isso é muito sério, mas é realidade, a “santa Maria” (relacionada à mãe de Jesus) é algo muito especial e digno de afeto e devoção pelos católicos, ainda que evangélicos e protestantes considerem esse respeito dos católicos, em termos de interpretação bíblica e doutrinária, idolatria que não agrada a Deus. As pessoas precisam aceitar que as religiões tratam de temas sérios e de maneiras diferentes, por isso ecumenismo e uma união entre religiões são coisas inviáveis, mas viver bem em sociedade respeitando quem pensa diferente não é. O principal, contudo, é: nada, absolutamente nada justifica violência, e principalmente vinda de quem prega justamente uma relação com o divino e com o ser humano de equilíbrio, paz e amor, os objetivos de toda religião do bem. 
      Agora, principalmente os afro-espíritas, precisam entender duas coisas, em primeiro lugar que o preconceito que eles pensam que os outros têm por eles hoje, e que de fato existe tantas vezes, os evangélicos e protestantes convivem há muito tempo. Nessa experiência, que apesar de difícil nunca foi diferente daquilo que Jesus disse que teriam os que o seguissem de verdade, os cristãos estiveram sozinhos, sem o apoio da grande mídia e de outros órgãos que hoje apoiam tanto os direitos de religiões não cristãs e de pessoas que pensem e vivam diferentemente dos cristãos, e não me refiro aqui à igreja católica, essa sempre teve poder e respeito. A outra coisa é que cristão de verdade não é violento com os que pensam diferente deles, assim, se alguns que se dizem evangélicos agem com algum tipo de intolerância, não conhecem o evangelho genuíno de Cristo e devem, sim, responder por isso judicialmente. Como cristão não acho que esse apoio que os poderes deste mundo estão dando nos últimos tempos a tudo que não se refere à tradição judaica-cristã (não católica) seja o fim dos tempos, não demonizo isso como fazem muitos pastores, é simplesmente sinal da evolução social do ser humano no planeta. Isso não vai enfraquecer o cristianismo, talvez muitas religiões cristãs, sim, principalmente as hereges, mas não o verdadeiro evangelho de Jesus. Isso dá aos cristãos oportunidade de viver um cristianismo de fato agradável a Deus, puro, como o de Cristo encarnado e dos primeiros apóstolos.

31/05/19

Sem dívidas, mas sem créditos

      “O qual recompensará cada um segundo as suas obras; a saber: A vida eterna aos que, com perseverança em fazer bem, procuram glória, honra e incorrupção; Mas a indignação e a ira aos que são contenciosos, desobedientes à verdade e obedientes à iniqüidade; Tribulação e angústia sobre toda a alma do homem que faz o mal; primeiramente do judeu e também do grego; Glória, porém, e honra e paz a qualquer que pratica o bem; primeiramente ao judeu e também ao grego; Porque, para com Deus, não há acepção de pessoas.” Romanos 2.6-11

      Acho que o apóstolo Paulo não concordaria com o tema desta reflexão, ele tinha certeza da qualidade de vida espiritual que praticava e não tinha receio de admitir isso, assim penso que ele diria que o cristão obediente a Deus deve entrar com as honras devidas na eternidade. Aliás, aproveitando o espaço, muitos cristãos atuais, cheios do politicamente correto e da falsa humildade, achariam Paulo arrogante, presunçoso, mesmo um chato, isso se as pessoas entendessem de fato os textos do apóstolo-teólogo, e não os venerassem como dogmas só porque estão na Bíblia ou são de “São” Paulo. Contudo, nesse caso, talvez aprendessem muito mais pelo Espírito Santo com a humanidade dos personagens bíblicos, que com as figuras heróicas que elas pensam ser esses personagens, romantismo que cabe em livros de ficção não nos ensinos de Deus no cânone bíblico. 
      Mas muitos hoje talvez não concordem com essa declaração, entrarei no céu sem dívidas, mas também sem créditos, eu, de todo o coração, penso e quero pensar assim, até o fim. Tenho certeza que se algo de bom fiz, fiz porque Deus me deu forças para isso, assim não fiz por qualidades ou forças minhas. Cada boa palavra que disse, cada gesto de misericórdia que ofereci gratuitamente, e como músico, cada peça que toquei, cada ministração que fiz, focado em Deus e não em meu ego, o fiz porque Deus me levantou para fazer. Caso contrário eu não teria forças pra sair da cama e olhar o sol, e tenham certeza, essas palavras não são força de expressão ou poetismo, são relatos de fatos. Sem créditos, nada acumulei de bom nesta vida, a não ser obedecer a Deus, e Deus, em sua graça, pede muito pouco de mim, ele sabe que sou limitado. 
      Mas também não tenho dívidas, Jesus as pagou na cruz, confessando e deixando meus pecados a cada dia, eu não devo nada a ninguém e nem preciso me sentir acusado. Assim, a glória é de Deus, não minha, e como é bom viver nessa certeza, o que fiz de errado, Deus me perdoou em Cristo, o que fiz de certo, fiz porque Deus permitiu. Caminhar assim nos deixa leves, sem qualquer tipo de obrigação como o homem, com a fama, com nós mesmos, com qualquer espécie de retorno deste plano físico. Se nada fiz aqui, nada preciso ou devo exigir em troca, sigo pequeno mas satisfeito, vazio mas cheio, sem medalhas, sem direito a elas, mas aprovado pelo general que é Cristo. Vejo Jesus encarnado um homen assim, sem compromissos, sem medo, mas ainda assim comprometido com a verdade do pai celestial, ainda assim amando sempre, ainda assim se entregando e até a morte, para que o pai fosse glorificado no filho.

30/05/19

Caminhos retos são para os justos

      “Quem é sábio, para que entenda estas coisas? Quem é prudente, para que as saiba? Porque os caminhos do Senhor são retos, e os justos andarão neles, mas os transgressores neles cairão.” Oseias 1.9

      O texto acima não diz que os transgressores andam no caminho torto, mas que eles tentam andar no caminho reto, mas nele caem, e é assim a princípio, só depois de tentarem a caírem várias vezes e que debandam de vez para o caminho errado. Por quê? Porque tentam andar do seu jeito, com os seus valores, com as suas forças, e para a glória deles, por suas vaidades, não para a glória de Deus. Assim, nesse engano, se constroem religiões, boas à primeira vista, mesmo esboçadas em orientações divinas, mesmo com bases cristãs, mas como os homens continuam com os corações rebeldes, transgressores, aquilo que ele pensam ser bênção acaba sendo maldição para eles. A luz ilumina os justos, faz bem a eles e os atrai, mas repele os ímpios, eles se sentem incomodados com ela e não conseguem seguir em frente, caem e se voltam para o caminho das trevas. Mas quem é sábio, para que entenda estas coisas, quem é prudente para que as saiba? Só os que se convertem a Deus de todo o coração, que querem agradar a Deus, não a homens, esses acharão a luz de Cristo, serão felizes nela e nela seguirão, até o fim.

29/05/19

A dor nossa de cada dia

      “Olha para a minha aflição e para a minha dor, e perdoa todos os meus pecados. Olha para os meus inimigos, pois se vão multiplicando e me odeiam com ódio cruel. Guarda a minha alma, e livra-me; não me deixes confundido, porquanto confio em ti. Guardem-me a sinceridade e a retidão, porquanto espero em ti.” Salmos 25.18-21

      O homem que quer caminhar com Jesus terá que aceitar, encarar e viver com sua dor, e ainda assim ter paz e ser feliz. Quem não caminha com Jesus, mesmo que tenha uma religião, se engana, não assume culpa, não tem responsabilidade espiritual, mesmo que seja alguém civilizado, de bem é responsável por muitas outras coisas. Com Jesus vamos para a luz, a luz de Deus, e nessa luz enchergamos a verdade, sobre nós, sobre o mundo, sobre a vida, sobre Deus. O homem mortal e pecador não pode ser confrontado com a luz sem que sinta dor, a sua dor, pessoal, e todos, todos nós temos uma dor para administrar, uma dor que não se cura. Essa dor lança em nossos rostos a realidade, nos diz que somos finitos e limitados, e que não podemos ter consolo a não ser confiemos e dependemos de Deus. Essa dor tira do homem toda a máscara e destrói todo teatro que podemos querer representar no mundo. 
      Não, não é fácil conviver com a dor de ser, se fosse o ser humano não faria uso de tanta droga, de tanto álcool, de tantos elementos que diminuem o peso da realidade, motivando ou acalmando. As necessidades básicas e instintivas do homem, que são prazeirosas para que as alimentemos, seja a fome, a sede, a procriação ou o desejo social e afetivo de estar junto de pares, são o que os seres humanos mais usam como vícios, vício é tudo o que é feito sem limite, isso para fugir da dor. Desconfie do homem que faz questão de dizer, em suas palavras, em suas atitudes, que não tem dor, esse é simplesmente o mais mentiroso dos homens. Aliás, desconfie tanto de que chora demais quanto de quem ri demais, vejo Jesus encarnado um homem equilibrado, que tinha consciência da dor, mas que tinh coragem de ser feliz, feliz com responsabilidade.
      Como achamos homens suprafelizes principalmente no meio da liderança cristã, que se acham na obrigação de mostrar a todos que são vitoriosos em tudo para legitimar o evangelho que pregam, um evangelho que não é o verdadeiro, o evangelho verdadeiro foi estabelecido por alguém que morreu na cruz com muita dor, não por alguém que conseguiu se safar desse fim com um sorriso no rosto. Quanto engano, Deus usa o fraco, não o forte, o forte não depende de Deus e por isso não o conhece nem pode testemunhar dele. Mas o ponto desta reflexão é dizer a você que você não é diferente porque sofre, todos sofremos, e uma dor sem fim, achamos, contudo, forças para seguir, na humildade de sermos verdadeiros, seres limitados e que precisam muito de Deus. Assim, não tente andar sozinho, busque ao Senhor, ore, confesse, adore e se entregue, certo que Deus, nosso pai de amor, conhece nossa dor e nos ajuda, nos conforta, nos honra e nos entende. 

28/05/19

Qual o tamanho do teu copo?

      “Então me invocareis, e ireis, e orareis a mim, e eu vos ouvirei. E buscar-me-eis, e me achareis, quando me buscardes com todo o vosso coração.” Jeremias 29.12-3

      Sempre que um ser humano busca a Deus de todo coração, ele encontra o Senhor, nesse encontro o homem recebe alimento espiritual, água viva do Santo Espírito. Essa água é infinita, não para de jorrar, mas só achamos a fonte quando buscamos a Deus de um jeito especial. Nesse momento precioso, podemos reter a bênção, o consolo, a resposta que tanto precisamos, contudo não podemos ficar todo o tempo debaixo da fonte, assim Deus nos dá um recipiente, um copo, ele é único, específico para cada ser humano. Com esse copo cheio saímos da fonte e seguimos a vida, com forças para continuar em paz e agradáveis a Deus.
      O copo, todavia, uma hora se esvazia, então precisamos buscar novamente a Deus, achar a fonte e encher o copo. Existe um mistério no lugar onde se encontra essa fonte, mesmo que já a tenhamos achado diversas vezes na vida, toda vez que a buscarmos será como se fosse a primeira vez. A dificuldade não está em Deus, mas em nós, em nossos medos, rancores, egoísmos, que obscurecem nossa visão espiritual. Achar a fonte é vencer tudo isso com uma escolha de fé. Achar a fonte não depende de mérito, de trabalho, nem de inteligência, mas de obediência, dizer, sentir e fazer o que Deus pede de nós nessa busca pela fonte.
      O tempo que cada um consegue viver com o copo de água viva é diferente para cada ser humano, o certo é que com o copo vazio ou se busca o Senhor, ou se padece. Muitos pecam reincidentemente no mesmo erro porque insistem em seguir com o copo vazio.  O homem sábio tem consciência do tamanho de seu copo e sempre que esse se esvazia ele busca a Deus. O homem sábio não compara o tamanho de seu copo com o copo dos outros, não reclama se seu copo parece pequeno, mas confia que Deus lhe deu o copo certo, do tamanho adequado para que ele, homem, possa caminhar neste mundo em paz. 
      Assim, não reclame nem se espante se no domingo à noite tiver uma experiência maravilhosa com Deus, dessas que nos enche de alegria, e na terça-feira seguinte já se sentir vazio, é só o copo que se esvaziou. Apenas busque o Senhor, não procrastine, aceite o limite seu, não de Deus, é no limite que confiamos em Deus e o conhecemos mais. Confesso que muitas vezes pergunto, “Senhor, por que meu copo é tão pequeno?”, a essa pergunta Deus responde, “é para que me busques mais, quanto menor o copo mais tempo se busca, se acha e se passa debaixo da fonte de água viva do Santo Espírito”. 

27/05/19

Respeito pelo ser humano

      “Como as águas profundas é o conselho no coração do homem; mas o homem de inteligência o trará para fora.Provérbios 20.5

      É claro que muitos que se autodenominam pastores, bispos ou apóstolos, e que montam grandes “ministérios”, o fazem com consciência de que não querem respeitar o ser humano, querem apenas ter empresas com lucros materiais. Contudo, existem os sinceros equivocados, ou os esforçados mas arrogantes, que desejam igrejas com muitos membros porque acham que isso é a verdadeira expressão do reino de Deus no mundo, que um ministério grande, revela uma grande fé num grande Deus. Esses, na verdade só querem mostrar, mesmo que inconscientemente, que são grandes homens, esse ainda que deem relevância à espiritualidade, querem grandes coisas espirituais só por vaidade. Sim, como já falamos tanto aqui, Deus chamou, chama e ainda chamará homens para grandes ministérios, contudo, se esses que desejam ministérios e igrejas grandes entendessem de fato a complexidade humana, as feridas emocionais do homem, a dor da humanidade, talvez preferissem qualidade ao invés de quantidade. 
      Penso até que ponto muitos pastores respeitam o homem, conhecem o homem, bem, só respeita e conhece o outro que respeita e conhece a si mesmo, se nem Jesus teve de forma mais próxima um grande rebanho, focou-se em doze, quem somos nós para ousar mais? Assim, pastores usam de justificativas, “a obra é de Deus”, “se Deus não fizer a obra, de nada adianta o esforço humano”, ou então, “é Deus quem cura”, mas não é assim que as coisas funcionam, Deus usa homens para abençoar homens, a principal prova disso é que ele próprio se fez homem para salvar o homem, Deus não executou a grande obra de redenção humana como Deus. O que mais implica na cura emocional humana é básico, o tempo. Tempo requer paciência e amor, para que um longo processo aconteça até que a cura ocorra, será que pastores, lideranças, e outras títulos que amam aparecer nas igrejas, querem de fato serem ferramentas de Deus no tempo? A maioria nem experimentou a própria cura, que importância podem dar para a cura alheia? Que entendimento eles têm disso? 
      No século XXI, a tecnologia é avançada, a ciência, adiantada, assim como mais e mais complicada a psique humana, hoje transtornos mentais, doenças psiquiátricas, depressão, ansiedade etc, são diagnosticadas de maneira progressiva. Homens e mulheres adentram os templos doentes emocionalmente, e muitos ainda acham que a solução é simplesmente expulsar demônios. É claro que expulsar demônios é mais fácil que amar, expulsar dá status pro “pastor”, todos veem, mas que vê um ato verdadeiro de amor? Respeito pelo ser humano, é o que pastores e líderes precisam ter, parar de desejarem grandes igrejas, de tratarem a todos de forma coletiva e começarem a sentar com indivíduos e conhecê-los, com tempo, com paciência, com amor, no temor do Senhor, orando e ouvindo, até que de fato seres humanos, de todas as raças, com todas as peculiaridades sexuais (e eu não estou tratando isso como doença), sejam curados. 

26/05/19

Idolatria e espírito de adivinhação

      “Mas tu desamparaste o teu povo, a casa de Jacó, porque se encheram dos costumes do oriente e são agoureiros como os filisteus; e associam-se com os filhos dos estrangeiros, E a sua terra está cheia de prata e ouro, e não têm fim os seus tesouros; também a sua terra está cheia de cavalos, e os seus carros não têm fim. Também a sua terra está cheia de ídolos; inclinam-se perante a obra das suas mãos, diante daquilo que fabricaram os seus dedos. E o povo se abate, e os nobres se humilham; portanto não lhes perdoarás. Entra nas rochas, e esconde-te no pó, do terror do Senhor e da glória da sua majestade. Os olhos altivos dos homens serão abatidos, e a sua altivez será humilhada; e só o Senhor será exaltado naquele dia. Porque o dia do Senhor dos Exércitos será contra todo o soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatidoIsaías 2.6-12

      O que me chamou a atenção num texto que relata um momento na história onde a nação de Israel está claramente afastada de Deus é a frase “sua terra está cheia de prata e ouro e não têm fim os seus tesouros... sua terra está cheia de cavalos e os seus carros não têm fim”. Como equivocadamente aliamos riquezas materiais a aprovação de Deus, e não me refiro entre os homens do mundo sem Jesus, mesmo no seio de muitas igrejas atuais pensa-se assim, se há prosperidade financeira, há bênção, se não há, há peso da mão de Deus punindo um povo longe dele. Não é isso que diz o texto acima, ainda que muitos estivessem muito bem materialmente, eram idólatras, na verdade, quando se trata do povo de Deus, numa primeira instância, mesmo na desobediência há bênção material, simplesmente porque o Senhor retarda sua disciplina, sempre esperando atitude de arrependimento de seus filhos.
      Isso não acontece com o mundo, com aqueles que não são filhos de Deus, com aqueles que não autorizaram o altíssimo a cuidar deles, esses andam por conta própria, debaixo somente das leis do universo, que também foram estabelecidas por Deus, mas que dizem respeito só ao plano físico. Sem Deus, se há trabalho, há prosperidade, mesmo que não haja salvação e paz espiritual, mesmo que haja idolatria. Mas com os filhos Deus trata, e mesmo que no início ele não pese a mão, no momento certo a correção vem, e como é doloroso ser cair nas mãos do Deus vivo, principalmente quando o pecado é idolatria, colocar no lugar que é exclusivo de Deus qualquer outra coisa. Não nos enganemos pensando, “está tudo bem, estou andando desse jeito mas não me falta dinheiro, vou à igreja todo domingo, ninguém é perfeito”, um passo longe de Deus é um passo na idolatria e nas mãos de agoureiros.
      Os católicos não entendem porque os crentes têm tanta repulsa à idolatria, acham mesmo que é só ignorância de intolerante religioso, mas a resposta é simples, os evangélicos e protestantes conhecem a Bíblia, nós sabemos quanto sofreu a nação de Israel no antigo testamento por causa de idolatria, sabemos o quanto ela desagrada a Deus. Mas acima de tudo o verdadeiro cristão, nascido de novo em Cristo, selado com o Espírito Santo, não só deixa toda forma de idolatria bem longe de seu coração, ele também tem Jesus dentro de si. Essa pura e doce presença satisfaz, responde, alimenta, e retira  qualquer desejo de querer adorar ou acreditar em algo ou alguém que não seja o Senhor. Quem prova água limpa e fresca não precisa matar a sede com mais nada, não precisa de imitações, quem tem Jesus não quer idolatria.
      A idolatria, que celebra deuses vazios, também tem outra faceta, tenta substituir o Espírito Santo com o espírito de adivinhação. O texto acima diz, “se encheram dos costumes do oriente e são agoureiros como os filisteus”. O ser humano tem uma curiosidade e uma necessidade espiritual intrínsecas, estão dentre dele, nascem com ele, quem tenta negar isso só substitui uma coisa por outra, dá outro nome, mas para a mesma coisa, mesmo que se achem ateus e cientificistas. Buscar agoureiro, todavia, não é atitude só de não convertidos, quantos nas igrejas amam ouvir profetas, querem saber os mistérios, para cada um que busca mentiras nasce um mentiroso, que se aproveita do desvio para manipular e obter algum ganho. Cuidado aqueles que mesmo em igrejas evangélicas ouvem mais homens que Deus, quem se afasta do Senhor cala o Santo Espírito e fatalmente dará ouvidos a adivinhadores. 
      No final do texto, contudo, o profeta Isaías dá uma característica do idólatra, a soberba, como um ídolo é criação do homem para ser adorado pelo homem, ela enaltece o homem, sua fé, sua religiosidade, não a Deus, dessa forma nada mais natural de um ego exaltado assim que ser soberbo, que se achar melhor e no direito mesmo de se sobressair sobre os outros. Ainda que se faça de humilde e devoto, idólatra está fadado à soberba, contra esse Isaías profetiza: “Os olhos altivos dos homens serão abatidos, e a sua altivez será humilhada; e só o Senhor será exaltado naquele dia. Porque o dia do Senhor dos Exércitos será contra todo o soberbo e altivo, e contra todo o que se exalta, para que seja abatido”. Tenhamos respeito por todos, por católicos, por idólatras, ajamos com esses em sabedoria e amor, mas não aceitemos, de nenhuma forma, idolatria e adivinhação.