segunda-feira, maio 27, 2019

Respeito pelo ser humano

      “Como as águas profundas é o conselho no coração do homem; mas o homem de inteligência o trará para fora.Provérbios 20.5

      É claro que muitos que se autodenominam pastores, bispos ou apóstolos, e que montam grandes “ministérios”, o fazem com consciência de que não querem respeitar o ser humano, querem apenas ter empresas com lucros materiais. Contudo, existem os sinceros equivocados, ou os esforçados mas arrogantes, que desejam igrejas com muitos membros porque acham que isso é a verdadeira expressão do reino de Deus no mundo, que um ministério grande, revela uma grande fé num grande Deus. Esses, na verdade só querem mostrar, mesmo que inconscientemente, que são grandes homens, esse ainda que deem relevância à espiritualidade, querem grandes coisas espirituais só por vaidade. Sim, como já falamos tanto aqui, Deus chamou, chama e ainda chamará homens para grandes ministérios, contudo, se esses que desejam ministérios e igrejas grandes entendessem de fato a complexidade humana, as feridas emocionais do homem, a dor da humanidade, talvez preferissem qualidade ao invés de quantidade. 
      Penso até que ponto muitos pastores respeitam o homem, conhecem o homem, bem, só respeita e conhece o outro que respeita e conhece a si mesmo, se nem Jesus teve de forma mais próxima um grande rebanho, focou-se em doze, quem somos nós para ousar mais? Assim, pastores usam de justificativas, “a obra é de Deus”, “se Deus não fizer a obra, de nada adianta o esforço humano”, ou então, “é Deus quem cura”, mas não é assim que as coisas funcionam, Deus usa homens para abençoar homens, a principal prova disso é que ele próprio se fez homem para salvar o homem, Deus não executou a grande obra de redenção humana como Deus. O que mais implica na cura emocional humana é básico, o tempo. Tempo requer paciência e amor, para que um longo processo aconteça até que a cura ocorra, será que pastores, lideranças, e outras títulos que amam aparecer nas igrejas, querem de fato serem ferramentas de Deus no tempo? A maioria nem experimentou a própria cura, que importância podem dar para a cura alheia? Que entendimento eles têm disso? 
      No século XXI, a tecnologia é avançada, a ciência, adiantada, assim como mais e mais complicada a psique humana, hoje transtornos mentais, doenças psiquiátricas, depressão, ansiedade etc, são diagnosticadas de maneira progressiva. Homens e mulheres adentram os templos doentes emocionalmente, e muitos ainda acham que a solução é simplesmente expulsar demônios. É claro que expulsar demônios é mais fácil que amar, expulsar dá status pro “pastor”, todos veem, mas que vê um ato verdadeiro de amor? Respeito pelo ser humano, é o que pastores e líderes precisam ter, parar de desejarem grandes igrejas, de tratarem a todos de forma coletiva e começarem a sentar com indivíduos e conhecê-los, com tempo, com paciência, com amor, no temor do Senhor, orando e ouvindo, até que de fato seres humanos, de todas as raças, com todas as peculiaridades sexuais (e eu não estou tratando isso como doença), sejam curados. 

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