Ah os nossos
sentimentos, não há águas mais profundas e revoltas que as emoções humanas,
inundam-nos de prazer, afogam-nos de agonia, confundem nossa razão. Lançam-nos
para um lado e depois para o outro, se elas são o que mais nos humanizam, são também
o que mais nos fragilizam. Eu mudaria a reflexão grega "sinto, logo existo", para "sofro, amo, logo existo", e isso muitas vezes sem que possamos racionalizar,
entender, muito menos controlar.
Não, todas essas
nuanças não podem ser arrancadas de nós, negadas, desprezadas, elas são aquilo
que mais nos definem como seres humanos, somos "humanos, demasiados humanos", como disse o filósofo. Que coragem tem Deus em habitar o
nosso interior, tão instável, tão desvairado. Mas se nosso coração é um cavalo
forte e selvagem, Deus é o supremo domador, sabe segurar as rédeas com firmeza
e conduzi-lo para a direção apropriada.
Portanto, saiba que
você é especial, todos somos, únicos, contudo não existe nenhuma experiência nossa que outros seres já não tenham vivido, e principalmente, que Deus não possa submeter
e direcionar para um bom fim. Assim você tem todo o direito de viver sua alma,
de forma honesta, mas procure colocar Deus acima, de qualquer razão e de
qualquer emoção.
Nada é tão estranho
que Deus não possa entender, inusitado que Deus não possa prever, implacável
que Deus não possa frear, imenso que Deus não possa reter. Aí reside o mistério
da fé, que vai além da emoção, além daquilo que a inteligência e os sentidos
humanos podem medir, capturar, manusear. A fé consegue manipular o intangível, alcançar
o indelével, transcender a essência rebelde e injusta do homem, fazê-lo herdeiro
da eternidade.
Se algum sentimento
estranho desaguar em sua alma, não se perca, desague-se em Deus e descanse, pela
fé, em Jesus todas as nossas ansiedade e angústias tornam-se em paz, num prazer
que ninguém e nem nada nesse universo pode nos oferecer.
“O propósito no coração do homem é como as
águas profundas, mas o homem inteligente o descobrirá.”, Provérbios 20:5.
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