11/08/14

Achará Deus alguém que se coloque na brecha?

        "Os profetas lhes têm feito reboco com argamassa fraca, com visões falsas e adivinhações mentirosas, dizendo: Assim diz o Senhor Deus, sem que o Senhor tenha falado. O povo da terra tem agido com opressão, roubando e fazendo violência ao pobre e ao necessitado, e tem oprimido injustamente o estrangeiro. Busquei entre eles um homem que levantasse o muro e se pusesse na brecha diante de mim por esta terra, para que eu não a destruísse, mas não achei ninguém. Por isso, derramei minha indignação sobre eles; eu os consumi com o fogo do meu furor; fiz com que seu caminho lhes recaísse sobre a cabeça, diz o Senhor Deus." Ezequiel 22.28-31

      Não espere pelos outros, coloque-se você na brecha, contudo, para se colocar na brecha, a brecha precisa ser antes admitida, identificada, se olharmos para o muro quebrado e acharmos que está certo do jeito que está, a brecha nunca será protegida.

10/08/14

Não troque uma obsessão por outra

Se não tivermos libertação real, passaremos a vida trocando uma obsessão por outra, mesmo que chamemos uma obsessão de vício e outra de religião. Obsessão sempre gera extremismos e o extremismo não está no que se crê, mas em quem crê. Uma experiência real com o Deus verdadeiro é a única coisa que pode nos dar libertação e nessa libertação existe equilíbrio, só o equilíbrio pode gerar paz.
Temos paz quando sabemos conviver com a realidade, mesmo que crendo num Deus que pode mudar a realidade, mesmo que não seja interessante que ele mude toda a realidade. Aceitar esse limite, não do poder de Deus, mas do quanto é interessante para ele agir com esse poder, é entender que algumas fraquezas e conflitos são mantidos justamente para que dependamos mais de Deus.
O obsessivo, em sua arrogância, não entende isso, busca uma disposição de super-homem tentando viver num clímax espiritual o tempo todo. Mas essa utopia só será possível na eternidade, neste mundo ser espiritual é justamente conviver em harmonia com a humanidade carnal presente em todos nós, o tempo todo, nessa ótica experimentamos humildade, e somente humildes temos equilíbrio, paz e libertação de qualquer espécie de obsessão.

09/08/14

Falta de liderança é o pior castigo

"Dentre outras pragas, Deus considerou a maior os regentes maus e incapazes, com as quais ameaça em Isaías 3.1-4:

"Agora, o Senhor, o Senhor dos Exércitos, está tirando de Jerusalém e de Judá o sustento e o auxílio, toda a provisão de pão e de água; o valente e o soldado, o juiz e o profeta, o adivinho e o ancião; o capitão de cinquenta e o nobre, o conselheiro, o hábil artífice e o perito em encantamentos; e eu lhes darei meninos por príncipes, e crianças os governarão.".

Quatro pragas Deus mencionou na Escritura em Ezequiel 14.13: a primeira e menor, também escolhida por Davi, é a peste; a segunda é a carestia, a terceira é a guerra; e a quarta são toda sorte de bestas terríveis, como leões, lobos, serpentes, dragões, isto é, maus regentes. Com efeito, onde os houver, os país se arruinará, não só no corpo e em bens materiais, como nas outras pragas, mas também no que tange à honra, à disciplina, à virtude e à bem-aventurança das almas. Pois a peste e a carestia criam pessoas piedosas e ricas, a guerra e o governo perverso, porém, aniquilam tudo que tange aos bens temporais e eternos." 

Martinho Lutero - OS 2,155

08/08/14

"Irmãos", sim, amigos, não?

Constatação "agridoce": tenho amigos "não cristãos" que nunca me desapontam como amigos, mas é incoerente que certos "cristãos", que se colocam acima do bem e do mal, nos desapontem como amigos, algo que pra esses está abaixo do status de "irmãos".
A verdade é que só saberemos quem são nossos "irmãos espirituais" na eternidade. Amigos, contudo, podem ser experimentados aqui e agora, esses têm a coragem de dizer que não concordam com a gente mesmo em coisas espirituais, mas também têm a pronta elegância de falar que nos amam.
Jesus tinha discípulos, tinha apóstolos, tinha irmãos, mas acima de tudo tinha amigos, é assim que vejo o evangelho, talvez eu seja carente ou inseguro, mas confesso que preciso e muito de amigos verdadeiros, contudo, como é difícil achar isso em algumas igrejas. 

07/08/14

Mais que tudo: um pai

O desejo natural que todas as pessoas têm pelas coisas espirituais, que nos leva a ter imaginação, a criar e viajar na ficção, assim como buscar explicações metafísicas para vida, na natureza e no universo, é algo que só pode ser suprido com um relacionamento verdadeiro e completo com Deus. Por que então as pessoas preferem ciência, filosofia, esoterismos e astrologia?
Porque esses caminhos parecem saciar esse desejo de uma forma impessoal, com relação a Deus, é como querer conhecer a casa da pessoa enquanto a pessoa não está em casa. Mas isso não é e não pode ser algo legítimo, honesto, já que entrar na casa de alguém com esse alguém ausente, é crime, roubo, invasão de domicílio. Ocorre também que os lugares mais íntimos dessa casa estão trancados à chave, só o dono pode abrir.
Contudo, as pessoas preferem esse caminho justamente porque é impessoal, já que a identidade e a vontade de Deus, que podem revelar todos os mistérios sobre tudo, só podem ser conhecidos com um relacionamento íntimo com Deus. Isso não é somente um conhecimento intelectual, a experiência espiritual verdadeira não é assim, ela implica em comunhão moral e afetiva, ela muda antes o espírito, depois o coração, para então se comunicar com a mente.
Não se pode conhecer a Deus e o mundo espiritual sem se envolver de maneira mais profunda com ele. Não se pode simplesmente pagar por aulas particulares e avulsas de Deus, tem que se deixar ser adotado por ele e permitir que ele seja mais que professor, um pai.
Podem ter certeza, ladrões de mistérios, em seus crimes, vocês têm uma visão limitada e distorcida, daquilo que é a verdade sobre a existência, só em Deus existe alimento para a fome espiritual que todo ser humano tem. Mas para isso o orgulho, a arrogância, o egoísmo, a auto suficiência, têm que ser vencidos, para que Deus se torne não somente um guru, um mestre, um guia, ou uma energia superior que seja, mas um pai, pessoal, íntimo e absolutamente próximo: morando dentro do coração do homem.

06/08/14

Equívocos sobre o cristianismo

        Você não precisa ser perfeito para ser cristão, "santo", no sentido utópico, para seguir a Jesus, na verdade a ideia que a maioria das pessoas faz de perfeição e santidade é um marketing contrário que os inimigos do cristianismo criaram justamente para afastar as pessoas normais, comuns, limitadas e fracas, como eu, da sabedoria e da paz que existe no evangelho genuíno. Mas com certeza todos os que seguem a Cristo querem ser santos e perfeitos.

05/08/14

Não existe amor no medo

No amor não há medo, pelo contrário, o perfeito amor elimina o medo, pois o medo implica castigo, e quem tem medo não está aperfeiçoado no amor.” (I João 4.18).

O orgulhoso se acha forte, mas na verdade é um covarde, cheio de medo, no medo as pessoas não são amadas, mas usadas, contudo, quando elas se afastam, resta ao orgulhoso o desprezo de um coração frio que só quer achar outras pessoas para poder usar.
Se nós não nos livrarmos do medo, curando-nos de nossas culpas, inseguranças e vaidades, nunca poderemos amar de verdade, nossa relação com as pessoas sempre será egoísta e carnal, nunca provaremos o amor de Jesus, o fruto máximo de quem realmente tem a presença de Deus em sua vida.

04/08/14

João, o discípulo amado

        "Perto de Jesus estava sentado um de seus discípulos, aquele a quem Jesus amava. Então, Simão Pedro fez-lhe sinal, pedindo: Pergunta-lhe de quem ele está falando. Esse discípulo, inclinando-se para Jesus, perguntou-lhe: Senhor, quem é?João 13.23-25

        Três características daquele que sabe que Jesus o ama:

        1ª Tem consciência disso por isso fica perto, "aconchegado" com Jesus.
     
        2ª É reconhecido pelos outros, mas não se auto-promove por causa disso.

        3ª Sabe levar suas indagações a Jesus porque tem intimidade com ele.

(Palavra do meu culto de domingo).

03/08/14

O propósito do não de Deus

Cada “não” ou “espera” que recebemos de Deus, não significam a negação de uma bênção que estamos pedindo e precisando tanto, mas significa que Deus está preparando o nosso caráter, não somente para receber a bênção, mas para mantê-la nas mãos. Se um “sim” fosse dado por Deus antes do tempo, nós até ganharíamos o que estamos pedindo, mas não conseguiríamos segurá-lo, rapidamente nós perderíamos a bênção, visto que não daríamos a ela o devido valor.
Se vermos as coisas assim, entenderemos que o processo de moldar nosso caráter, de maneira que nosso homem interior seja mais e mais parecido com Cristo, é o que realmente importa para Deus, mais até que a bênção que nós tanto pedimos. Isso porque a bênção pode ser algo temporário, passageiro, mesmo material e ligado a uma prosperidade desse mundo. Enquanto que nosso caráter, nós levaremos para sempre, é ele, e não as coisas, que habitarão com Deus por toda a eternidade num mundo essencialmente espiritual. 

01/08/14

Paz do Senhor

        A partir de hoje, dia 1/08/14, estarei disponibilizando aqui no blog (superior da aba à direita), um versículo diário sobre PAZ com Deus. Eu queria, além das reflexões, postar um versículo, e na procura de um tema, pensei a princípio em VITÓRIA, contudo, acho que VITÓRIA, um direito que adquirimos na cruz de Cristo, é algo subjetivo, em termos materiais, não espirituais, algo que faz parte muitas vezes de um processo. Contudo, PAZ, é algo que o cristão deve ter, tem o direito de ter, seja qual for a situação e o processo que esteja vivendo. Não abra mão desse direito pelo sangue de Cristo Jesus e fique na paz do Senhor.

Nem toda porta aberta é de Deus

        Algumas pessoas estão tão prontas a admitir seus erros, quanto estão prontas a tornar a cometê-los. Quem fácil ama, fácil odeia, porta que se abre depressa, rapidamente se fechará. As coisas que conquistamos com tempo, duram mais, desconfie do sorriso constante e do choro sempre presente.

31/07/14

Exponha-se à crítica

"O sábio é mais poderoso que o forte; e o inteligente, mais do que aquele que tem força. Porque podes fazer a guerra com conselhos prudentes; e a vitória está na multidão de conselheiros.” Provérbios 24.5-6          

Críticas externas nos levam a ver além de nós mesmos, quem não consegue conviver com isso terá como referência somente seu ego, e como companhia, os manipuláveis e carregados de culpas, que se escondem na sombra do ego arrogante que acha estar acima de qualquer crítica.

30/07/14

Sintomas ou doenças?

"Chamando seus doze discípulos, deu-lhes autoridade para expulsar os espíritos impuros e para curar todo tipo de doenças e enfermidades." Mateus 10.1

Algumas coisas não são erradas ou ruins em si mesmas, são somente sintomas de outras coisas erradas ou ruins. Para o mal estar passar, a enfermidade deve ser curada, não adianta tomar analgésicos ou conformar-se com o desconforto.
Alguns, contudo, passam anos e anos conformados, sentindo-se maus ou suportando os errados, sem nunca assumir a enfermidade e buscar cura para ela.
Uma palavra ruim do púlpito pode não ser limite de oratória ou dificuldade com a linguagem, já que o Espírito Santo não precisa necessariamente disso para falar aos homens. Contudo, isso pode ser sintoma de pregador vazio, sem experiência de vida diária com Deus, ou pior que isso, em pecado.
Não acomode-se com menos que um alimento limpo e renovado de Deus para sua vida, que precisa vir através do púlpito, se não estiver sendo alimentado devidamente, ore e muito pelo pregador, se mesmo assim não resolver, procure outro púlpito.
Não seja rebelde, mas saiba que Deus tem o melhor pra você.

29/07/14

Responsabilidade de cada um

"e se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar, orar e buscar a minha presença, e se desviar dos seus maus caminhos, então ouvirei dos céus, perdoarei os seus pecados e sararei a sua terra." (II Crônicas 7.14)

Como receberão perdão, se não pediram perdão?
Como pedirão, se não tiveram consciência do erro?
Como terão consciência, se não foram confrontados?
Como serão confrontados, se querem agradar a homens e não a Deus?

28/07/14

Peixes em aquários

Parábola do aquário

As pessoas ficam tão trancadas em seus aquários que acabam achando que eles são o mar. Por maiores e mais sofisticados que sejam, aquários serão sempre aquários, prisões que não podem dar aos peixes a liberdade e naturalidade dos mares e rios.
Assim, quando um peixe mais esperto surge, falando e falando, os outros acham que ele é o bam-bam-bam do mar, quando é apenas mais um peixe preso dentro do aquário, se fosse tão bam-bam-bam assim sairia do aquário e iria para o mar.
Contudo, cada um tem direito a suas escolhas, a viver no aquário que prefere, mas que não saia dizendo que seu aquário é mar, e que as palavras do bam-bam-bam são absolutas, saibam esses, que em outros aquários, outros peixes também encontram-se equivocados, adorando bam-bam-bans e achando-se donos exclusivos dos sete mares.

Explicando a parábola: a diversidade de igrejas evangélicas, principalmente nos tempos atuais, e principalmente devido a discórdias e vaidades, é permitida por Deus com o objetivo único de abençoar o maior número de pessoas.
A Igreja noiva de Cristo, formada por corações de salvos, é única, essa ama igualmente, entende as diferenças e não se envaidece com as peculiaridades de cada grupo.
Contudo, creio que à medida que o final se aproxima, haverá um afunilamento, os que serão arrebatados buscarão estar juntos, adorando com humildade de uma mesma maneira e a um só Deus. Mais um aquário? Sim, mas esse espiritual, e não ideológico. 

27/07/14

Saberão...

      "E eles vêm a ti, como o povo costuma fazer, e se assentam diante de ti para ouvir as tuas palavras, mas não as praticam; pois professam muito amor com a boca, mas o seu coração busca o lucro. Mas tu és como uma canção romântica para eles, canção de quem tem voz suave e canta bem; pois ouvem as tuas palavras, mas não as praticam. Quando isso acontecer, como de fato acontecerá, saberão que havia um profeta no meio deles." Ezequiel 33.31-33

26/07/14

Confrontando hipócritas

"Não me sentei na roda dos que se divertem nem me regozijei com eles. Sentei-me a sós sob a tua mão, pois me encheste de indignação." (Jeremias 15.17).

A melhor maneira de se banalizar a verdade é colocá-la na boca de um hipócrita, não, o discurso correto não basta, ele tem que ser prática do orador, senão fica vazio, não traz bem a ninguém.
Além disso, perde a credibilidade, o próximo que compartilhá-la com um grupo, mesmo que seja praticante dela, terá mais dificuldade para convencer os ouvintes de sua legitimidade, por isso os maiores inimigos da verdade não são os mentirosos, mas os hipócritas.

25/07/14

A diferença do avivamento

O povo quer "festa", Deus quer quebrantamento.

O povo quer sentir a presença de Deus,
Deus quer sentir o coração das pessoas nos cultos,
e não somente seus corpos.

O povo quer fazer sacrifícios, Deus quer receber obediência.

O povo quer estar bem com todo mundo,
Deus quer confrontar o pecado, custe o que custar.

O povo quer ouvir palavras doces
que não mudam suas vidas amargas,
Deus tem palavras duras que deixam as vidas doces.

O povo quer religião, Deus quer avivamento.

24/07/14

Por que é tão difícil amar?

Sempre sou surpreendido com o quanto as pessoas são viciadas em religiosidade, em como se satisfazem com isso, pagam preço altos para mostrarem a elas mesmas e aos outros que são religiosas, que têm fé.
Se forem solicitados delas sacrifícios, elas prontamente os farão: correntes de oração, subidas aos montes, jejuns, enfim, mesmo dentro do evangélico brasileiro, o católico romano vive e se agrada em viver.
Contudo, se um gesto de amor verdadeiro for pedido, um simples gesto como um cumprimento, uma ligação, uma mensagem, um "como vai, tudo bem com você?", isso os tais religiosos não fazem, esses sempre viverão um cristianismo de palavra, de tradição, de farisaísmo, mas nunca realmente de coração.
Desculpem-me a sinceridade, mas essa hipocrisia me enoja, e muito mais, a Deus, eu tenho certeza.

23/07/14

Tesouros de Deus para um novo coração

I. Introdução: conhecer a Deus

"E a vida eterna é esta: que conheçam a ti, o único Deus verdadeiro, e a Jesus Cristo, que enviaste." (João 17.3).

Quando pedi a Deus um texto que fosse aquele que mais identificasse o conceito desse blog, Deus me deu a versículo acima. Para mim ele responde a grande questão que todos os homens fazem: o que é a eternidade, o que é vida, o que é religião? Não, não é obedecer a leis ou tradições, não é fazer boas obras ou ser um homem de bem, não só isso. Ter vida, e vida eterna, é conhecer a Deus.
Como conhecemos alguém? É ficando de longe, numa atitude até de respeito, mas mais de medo do que de temor? Aceitando tudo, sem fazer crítica ou ter opinião própria? Não, conhecemos alguém dialogando com ele, e é claro, com Deus, quando temos temor, entendemos que tudo o que ele faz é perfeito e o que ele diz é sábio. Mas com diálogo, crescemos, amadurecemos, temos acesso aos mistérios de Deus, mistérios que muitos sábios desse mundo quiseram e querem saber, mas que Deus reserva para aqueles que em humildade colocam os joelhos no chão e o buscam.
A reflexão de hoje fala sobre isso, sobre realmente conhecer a Deus e a vida que ele quer nos dar, sobre os tesouros que ele quer colocar no nosso novo coração.

II. A velha e a nova mala

Ao salvo, ao escolhido, Deus reserva seus tesouros, leiamos dois textos que falam sobre os tesouros escondidos de Deus, que vão muito além de bens materiais, antes são honra e sabedoria espirituais:

Assim diz o Senhor a Ciro, seu ungido, a quem tomo pela mão direita, para abater nações e desarmar reis; para abrir diante dele as portas, para que não sejam trancadas.
Eu irei adiante de ti e deixarei planos os lugares acidentados; quebrarei as portas de bronze e despedaçarei os ferrolhos de ferro. Eu te darei os tesouros das trevas e as riquezas encobertas, para que saibas que eu sou o Senhor, o Deus de Israel, que te chamo pelo nome.
Por amor do meu servo Jacó, e de Israel, meu escolhido, eu te chamo pelo nome e te concedo título de honra, embora não me conheças. Eu sou o Senhor, e não há outro; além de mim não há Deus. Eu te capacito para a batalha, embora não me conheças.
Para que se saiba, desde o nascente do sol até o poente, que além de mim não há outro; eu sou o Senhor, e não há outro. Eu formo a luz e crio as trevas; faço a paz e crio o mal; eu sou o Senhor que faço todas estas coisas.”
Isaías 45.1-7

Pois quero que saibais como é grande a luta que enfrento por vós, pelos que estão em Laodiceia e pelos que ainda não me viram em pessoa, para que o coração deles seja animado, estando vós unidos em amor e enriquecidos da plenitude do entendimento para o pleno conhecimento do mistério de Deus, Cristo, em quem estão ocultos todos os tesouros da sabedoria e da ciência.
Digo isso para que ninguém vos engane com palavras capciosas. Pois ainda que meu corpo esteja ausente, estou convosco em espírito, alegrando-me, ao ver a vossa ordem e a firmeza da vossa fé em Cristo. Portanto, assim como recebestes Cristo Jesus, o Senhor, também andai nele, arraigados e edificados nele e confirmados na fé, como fostes ensinados, sempre cheios de ações de graças.
Tende cuidado para que ninguém vos tome por presa, por meio de filosofias e sutilezas vazias, segundo a tradição dos homens, conforme os espíritos elementares do mundo, e não de acordo com Cristo; pois nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade, e nele, a cabeça de todo principado e poder, tendes a vossa plenitude.”
Colossenses 2.1-10

Esses tesouros que Deus dá só podem ser recebidos, armazenados e levados, em corações realmente convertidos, santos e consagrados: nossos corações devem ser assim, lugares especiais, malas espirituais, criadas pelo Espírito Santo em nosso homem interior (o termo “mala” que citei, será a metáfora principal usada nesta reflexão), então vamos lá.

Começamos a frequentar a igreja evangélica trazendo bagagens, na verdade poucos de nós realmente deixam essas bagagens no altar quando se convertem e tomam posse totalmente da nova ótica que Deus dá através de Cristo e por meio do Espírito Santo para ver, entender, viver e transformar a vida. A grande maioria até esvaziam as malas, mas continuam com elas, Deus não quer somente malas vazias para encher de novas coisas, Deus quer trocar as malas. O que são essas malas?
As malas são as maneiras que o mundo, que nossa criação, que as religiões, que a ciência, que as filosofias de vida, e que mesmo as igrejas evangélicas, nos deram para acumular valores. Ninguém viaja sozinho nessa vida, precisamos de ferramentas para sobreviver, percebemos isso quando nos tornamos adultos, mas as malas estão conosco desde que nascemos. Com o que as enchemos? Com tudo aquilo que pode atenuar nossa culpa e com maneiras de sermos aprovados pelos outros homens e por Deus, jan que pessoas sadias e sociais precisam viver em grupo.
Contudo, as malas não armazenam apenas falsos “bens”, elas também estocam maus reais. Vícios e paixões da alma e da carne são os verdadeiros frutos de quem caminha sem Deus, mesmo que tenha uma religião, mesmo que tenha princípios, na prática sem o Deus verdadeiro sempre seremos escravos do mal. Por serem explicitamente coisas ruins, esses maus são as coisas que entregamos sem hesitar quando nos convertemos. Somos ensinados a fazer isso pelos púlpitos, o problema é acharmos que só isso nos deixará preparados para seguir a vida cristã, que isso será suficiente para que Deus faça de nós novas criaturas, realmente libertos do velho homem.
O mais difícil é nos livrar do falso “bem” e não do mal real, daquilo que parece correto, mas não é, não para o evangelho. A dificuldade maior que temos com relação a isso é que esses falsos “bens”, se encaixavam com perfeição na mala velha, nem parecem que foram colocados lá, parece que sempre fizeram parte do mal. Por que isso? Porque essa mala inicial que todos nós recebemos quando nascemos é parte da velha criatura do homem, da natureza caída, não é algo divinamente espiritual, mas é, em última instância, coisa do inimigo. Contudo, se muitos demoram algum tempo para se livrar dos falsos “bens”, demoram ainda mais tempo para se livrar da velha mala e tomar posse da nova, para só então começar a enchê-la com os verdadeiros bens, aqueles tesouros espirituais, que o Espírito Santo do Deus único dá e que durarão por toda a eternidade.
Vamos refletir mais um pouco sobre a velha mala e parte de seu conteúdo, os falsos “bens”. Se a velha mala é a religião, o falso “bem” é tudo aquilo que é adquirido com as forças humanas: boas obras, tradições religiosas, educação social como não matar, não roubar, ajudar o próximo, etc. Mesmo vivendo dentro de uma igreja evangélica podemos adquirir malas equivocadas e enchê-las de falsos “bens”. Um falso “bem” muito comum, são os rituais, as tradições, as liturgias. Algo realmente de Deus e vivificado pelo Espírito Santo, quando se tenta imitar pela carne torna-se tradição.
Vou citar um exemplo: vamos todos os domingos à noite ao culto para adorarmos e aprendermos a palavra com irmãos de fé. Nos acostumamos a isso e importa que isso seja feito em horário e lugar fixo, por causa da vida nesse mundo, dos compromissos que temos com a sobrevivência, afinal de contas todos nós precisamos trabalhar e descansar, e essas coisas têm horários e lugares afixados. Contudo, se começarmos a achar que o simples fato de obedecer a esse costume já é suficiente para estarmos em comunhão com Deus, isso se torna uma tradição morta, e não uma experiência viva. Isso acontece com muitos, tantos passam anos dentro de igrejas fazendo a mesma coisa, e até fazendo da melhor maneira. Muitos levam ministérios e obras como costumes, leem a Bíblia, como costume, cantam, oram e até pregam. Mas não existe unção em suas obras, não existe vida, porque nada é feito pelo Espírito vivo do Deus altíssimo, mas pela carne, pela alma humana.
A mala equivocada desse exemplo foi adquirida dentro de uma igreja legítima de Deus, dentro dela foi colocado um conteúdo positivo, mas mesmo essa mala, enquanto a pessoa não tiver uma real e total experiência de conversão, será uma mala do pecado, não de Deus. Essa é a mala mais difícil de ser entregue no trono de Deus.
Contudo, um engano ainda maior que muitos cometem é tentar encher a mala velha com um conteúdo novo, isso é impossível, carne não pode sustentar Espírito, assim como o Espírito não gera pecado. Esses se cansam ainda mais da vida cristã, ficam entediados, porque fazem e fazem e nunca alcançam a paz, sempre se sentem insatisfeitos. Esses, aos olhos dos que estão de fora, parecem até consagrados, religiosos, espirituais, mas estão sempre decepcionados, frustrados, vazios, correndo atrás do vento e tentando aprisioná-lo em gaiolas feitas de grades, uma missão impossível.
O que Deus pede de nós é que não apenas troquemos o conteúdo da mala, mas abramos mão da mala inteira: Deus tem uma nova mala para nos dar. Por que tantos têm tanta dificuldade em fazer isso? Porque abrir mão de malas antigas e sair da zona de conforto, deixar velhas maneiras de administrar a vida, soluções que depois de serem usadas por anos, apesar de constatado que são soluções imperfeitas, já se tornaram fáceis, rápidas.
Para usar a nova mala, temos que abrir mão do nosso jeito de resolver as coisas, e isso implica em deixar de lado o orgulho, o ego, a nossa posição arrogante. Implica em seu humilhar, em se calar, em passar por um processo que não só nos dará aquilo que buscamos e precisamos fora da gente, uma amizade, um casamento, um emprego, uma profissão, um bem material, mas mudará algo dentro de nós: nosso homem interior, nosso coração. A mala é o nosso coração, não o velho coração, mas o novo, aquele que Deus gera em nós através de Cristo pelo Espírito Santo.
Na verdade o convertido já não tem o velho coração, só tem o novo, e nesse só cabe os frutos gerados pelo Espírito Santo, não adianta por vinho velho em odres novos ou o contrário (Lucas 5.37), na tentativa disso ser feito o coração permanecerá vazio. Se nós, em nossas mentes, tentamos nos enganar, nosso coração nunca nos engana. Ele foi mudado, transformado, após a conversão só aceitará as coisas certas, os frutos do Espírito, quanto antes fizermos isso, menos enfado geraremos para nossas almas.
É importante que se entenda que nosso espírito, aquela parte eterna de nossa identidade, que levará os frutos de Deus para toda a eternidade, nunca se cansa, sempre está pronta para recomeçar, para receber perdão e ser abençoado por Deus. Contudo, a nossa alma, nossos sentimentos e pensamentos, numa rebeldia insistente se cansa, esse é o único atenuante que pode limitar a bênção inicial que o Senhor tem para nossas vidas, portanto, se arrependa o quanto antes e deixe Deus fazer as coisas da maneira dele e no tempo dele.

III. A mala errada: liberte-se de religião.

Vamos refletir mais a fundo sobre as “malas”, analisemos esses dois objetos que eu trouxe, quais as diferenças entre eles?

1ª Tamanho;
2ª qualidade: beleza e durabilidade;
3ª organização: compartimentos adequados;
4ª conteúdo: poucas, mas específicas ferramentas.

Assim são os tesouros de Deus em nosso novo coração. A velha mala é até maior, mas de pouca resistência, é desorganizada, leva coisas demais e desnecessárias, assim é o velho homem.
A pergunta que faço é a seguinte: até que ponto, como donos de novos corações, estamos deixando que Deus os encha com seus tesouros? Ou será que estamos tentando enchê-los com coisas velhas, ou pior ainda, tentando encher um velho coração, que nem existe mais? Sim, porque o convertido recebe um novo coração, mas pode ter uma falsa impressão de que o velho ainda existe e pode mantê-lo vivo.

O Senhor pergunta: Para que me trazeis tantos sacrifícios? Estou farto dos holocaustos de carneiros e da gordura de animais de engorda. Não me agrado do sangue de novilhos, de cordeiros e de bodes. Quando vindes comparecer diante de mim, quem vos pediu que pisásseis nos meus átrios?
Não continueis a trazer oferta inútil; para mim é incenso abominável. Luas novas, sábados e convocações de assembleias; não suporto maldade com solenidade! A minha alma aborrece as vossas luas novas e as vossas festas fixas. Já me são pesadas! Estou cansado de suportá-las! Quando estenderdes as mãos, esconderei os olhos de vós; e ainda que multipliqueis as orações, não as ouvirei, porque as vossas mãos estão cheias de sangue.
Lavai-vos e purificai-vos; tirai de diante dos meus olhos as vossas obras más; parai de praticar o mal; aprendei a praticar o bem; buscai a justiça, acabai com a opressão, fazei justiça ao órfão, defendei a causa da viúva. Vinde e raciocinemos, diz o Senhor: ainda que os vossos pecados sejam como a escarlata, eles se tornarão brancos como a neve; ainda que sejam vermelhos como o carmesim, se tornarão como a lã.
Se estiverdes prontos a ouvir, comereis o melhor desta terra; mas se recusardes e fordes rebeldes, sereis destruídos pela espada, pois a boca do Senhor o disse.
Isaías 1.1-20

Muitos de nós saímos do catolicismo e dos “espiritualismos” (e com esse termo me refiro a toda espécie de religião que a exemplo do kardecismo acredito em aperfeiçoamento espiritual pela prática de boas obras), mas o catolicismo e os “espiritualismos” não saíram de nós. O pior é que muitos, criados, na igreja evangélica, viveram e ainda vivem, na prática da moral e da espiritualidade, de acordo com princípios romanistas e kardecistas. Então, quando se convertem começam a caminhar na vida cristã ainda usando a mala velha, ainda de acordo com o velho coração. Tradição é usar rituais e costumes sem um real envolvimento do coração, religiosidade ruim é tentar viver a vida cristã, obedecer as orientações de Deus, sem interação emocional, sem ter o coração realmente convencido de que o que Deus quer é o melhor.
Muitos mesmo usam uma pretensa fé para terem acesos às coisas espirituais, mas sem passar por um processo de transformação interior de Deus. Assim pregam nos púlpitos um evangelho frio, as palavras e o tom da voz podem até parecerem “quentes”, mas não existe unção. Não se tem unção porque não se viveu aquilo que se está pregando. Só uma palavra quebrantada, pode quebrantar, só uma palavra que provou a vontade de Deus, pode realmente convencer os outros a provar a vontade de Deus.
O povo de Israel não deixou de executar sua religião, é isso que Isaías diz, ele continuou com seus costumes, com seus sacrifícios, com suas festas solenes, contudo, isso tudo, não agradava mais a Deus, ao contrário, o enojava, porque o povo tinha tradição, mas não unção, religião, mas não consagração. Que não cheguemos a esse ponto, tomemos posse do novo coração, e deixemos que Deus viva em nós, e não nós vivamos para ele, isso é impossível.
Obras, tradições, liturgias para nada servem, se o coração não estiver provando um mover de Deus, uma transformação. Para isso é preciso mudar e mudar dói, já que deixamos nossas zonas de conforto e obedecemos a Deus, de verdade. Sem obediência não há mudança, e sem mudança não provamos a Deus, mas podemos estar simplesmente levando em frente uma religião, que mesmo que pareça cristã, é tão inútil como qualquer outra desse mundo.

IV. O conteúdo errado: responsabilidade pessoal e individual, a grande verdade do evangelho.

Abro aspas para dizer algo que ouvi uma vez: na verdade, todo pregador prega durante toda a sua vida somente uma mensagem. Ele pode mudar as palavras, os pontos de vista, mas o principal é sempre a mesma coisa. A outra parte dessa verdade é que o pregador não prega para os outros, mas para si mesmo, a tecla que ele mais bate é realmente a dificuldade, a luta, a deficiência que ele mesmo mais tem. Bem, responsabilidade pessoal e individual é uma tecla que sempre bato em minhas reflexões, com certeza porque é algo que eu mais preciso ouvir. A pessoa que eu mais posso criticar em sua presença, sem correr riscos, é a minha própria, o evangelho que prego deve mudar em primeiro lugar a mim mesmo. Só então ele terá força, coerência e profundidade para mudar os outros, senão será só teoria, hipocrisia e manipulação.
Volto aqui a falar do que pra mim é uma das ênfases que a Igreja deve ter para viver um avivamento, sim esse tal avivamento que tanto nossa igreja tem falado: priorização da ótica neotestamentária no ensino da doutrina bíblica. Isso porque um dos caminhos que os hereges têm usado para desviar a Igreja, para enfraquecê-la diante do final de tempos eminente que estamos vivendo, para deixar a noiva do cordeiro despreparada para o arrebatamento, é tirar o foco da Bíblia: sim, a Bíblia é até “usada” (digo isso no pior dos sentidos), mas de maneira equivocada, para enganar, fazendo com que as pessoas até achem que estão seguindo a Bíblia, mas não estão.
Saímos do foco do evangelho, do novo-testamento, quando entendemos a Bíblia pela ótica do velho-testamento: gostaria de enfatizar aqui, que toda a Bíblia é divinamente inspirada e sua produção foi supervisionada pelo Espírito Santo de Deus, para que fosse ferramenta de conhecimento do próprio Deus pelos homens de todos os tempos, portanto ela é atemporal e verdadeira sempre e para todos. Contudo, se existe um novo testamento é porque algo passou a ser velho logo, o novo é mais atualizado, é a interpretação final, a que deve ser usada como referência.
Os hereges usam mentirosamente o velho-testamento quando pregam que os cristãos, quase que em todas as situações, devem se considerar vítimas, e que as outras pessoas são suas inimigas, e como tais, podem ser destruídas por Deus (veja o número de letras de músicas que falam disfarçada ou mesmo descaradamente de vingança). Nessa “vitimização” irresponsável os crentes são levados a ver que o problema está na maldade dos outros, no ataque dos outros, e não em seus próprios corações. Quando oramos pedindo que Deus destrua nossos inimigos, nos colocamos como vítimas, e não como agressores, portanto, como inocentes.
(É claro que muitas vezes nós somos isso mesmo, vítimas, mas seria essa a posição que o novo-testamento nos ensina a ter? Em todo o tempo? Mesmo a bem-aventurança sobre os perseguidos diz respeito aos perseguidos pelo nome de Cristo, e não por outros motivos (Mateus 5.11). Muitos são perseguidos por causa da falta de sabedoria com que vivem a vida, falta de amor, de misericórdia, e ainda assim se colocam como vítimas que sofrem em nome de Deus. Isso é mais que pecado, é loucura.)
Essa heresia é arma do diabo para alcançar dois objetivos:

1º privar o cristão de cura, já que como vítima ele não está errado, mas sim o outro, assim não é ele que precisa mudar, mas o outro;
2º negar o papel único de Jesus: ele e só ele foi vítima, vítima de quem? De todos nós, de nossos pecados, de nossas ingratidões, de nossas malícias, de nossas injustiças. Como vítima única e inocente, ele se fez salvador, exclusivo, que pode salvar, perdoar, limpar aqueles que se achegam a ele não como inocentes, mas como pecadores.

Então chegamos ao ponto: responsabilidade pessoal e individual. Isso quer dizer que não temos inimigos? Sim, a Bíblia, deixa bem claro que nosso inimigo, na verdade nosso único, é o diabo (Efésios 6.12). As outras pessoas, sob o ponto de vista do novo-testamento, não que sejam, mas que se colocam como nossas inimigas, devem receber de nós intercessão, oração e bênção, não qualquer espécie de vingança, maldição ou ódio (Mateus 5.44).
A visão do novo testamento não resolve um problema destruindo os “inimigos”, como Deus fazia com Israel no velho-testamento, onde a vitória era conseguida através de confronto bélico, de guerra, de derramar de sangue. A visão do evangelho é mudança do coração das vítimas para que aprendam a amar os agressores, a perdoá-los, não o inimigo Satanás, mas homens, que precisam de salvação tanto quanto qualquer um de nós.

V. Conclusão

Talvez você tenha achado que lemos poucos versículos durante essa reflexão, mas é assim que tenho sentido do Espírito Santo. Vivemos num tempo onde nunca se teve tanta informação bíblica disponível. Sem falar da internet, temos Bíblias e mais Bíblias comentadas, para todos os gostos. As pessoas conhecem a Bíblia, e muitas vezes vemos pregadores passando mais da metade do tempo de suas pregações lendo versículos bíblicos.
Sim, a Bíblia é poderosa, única, eficaz, contém a palavra de Deus, que é o Espírito Santo, espada que corta e discerne, só a sua leitura já basta. Contudo, precisamos crescer, e para isso temos que meditar no que conhecemos, só assim a palavra interagirá com nossas emoções e pensamentos e poderá ser vivida por nós, aplicada em nossa realidade.
A lição dessa reflexão é simples: largue mão da mala velha, pegue a nova e encha com aquilo que o Espírito Santo, mais ninguém, vai te dar. Para isso pague o preço de sair da zona de conforto da religiosidade e assuma sua responsabilidade pessoal e individual, para que Deus possa trabalhar em sua vida e usá-lo para abençoar outras vidas.
Muitos passam tanto tempo dentro das igrejas sem nunca provar realmente um novo coração, e assim, sem se apossar dos tesouros que Deus tem pra dar. Sabedoria, entendimento, libertações, curas físicas e emocionais, perdão, mudança de autoimagem, que gerarão uma adoração verdadeira, uma vida ungida, santa e vitoriosa, a única que pode realmente fazer diferença nesse mundo, em nossas famílias e na sociedade.

Por isso se diz: Desperta, tu que dormes, levanta-te dentre os mortos e Cristo te iluminará. Portanto, estai atentos para que o vosso procedimento não seja de tolos, mas de sábios, aproveitando bem cada oportunidade, porque os dias são maus. Por isso, não sejais insensatos, mas entendei qual é a vontade do Senhor.” (Efésios 5.14-17). 

22/07/14

Sem dor, não há mudança

       "Portanto, irmãos, exorto-vos pelas compaixões de Deus que apresenteis o vosso corpo como sacrifício vivo, santo e agradável a Deus, que é o vosso culto racional. E não vos amoldeis ao esquema deste mundo, mas sede transformados pela renovação da vossa mente, para que experimenteis qual seja a boa, agradável e perfeita vontade de Deus." (Romanos 12.1-2).

        Transformação é geração do caráter de Cristo em nosso homem interior, toda geração implica em mudanças radicais, e por fim, quando vem a luz, causa dor. Sem dor não há nascimento, sem preço, não há transformação, sem mudança, não existe cristianismo, apenas religião. Mas fique tranquilo, é uma dor assistida pela médico dos médicos, Jesus, uma dor que trará grande vitória, uma dor que desaparecerá à medida que você abra mão do ego e deixe Deus ser glorificado em sua vida.

21/07/14

Para parecer poético

Para parecer científico, diz-se metafísico,
para parecer legítimo, clérigo,
para parecer profundo, diz-se espiritualista,
para parecer oculto, esotérico,
para parecer mistério, diz-se místico,
para parecer santo, céu,
eu quero parecer com Cristo,
e você, o que quer?

20/07/14

Não mais do mesmo...

"Ele desejava encher o estômago com as alfarrobas que os porcos comiam, mas ninguém lhe dava nada. Ele, porém, caindo em si, disse: Quantos empregados de meu pai têm fartura de comida, e eu estou aqui passando fome! Vou me levantar, irei até meu pai e lhe direi: Pai, pequei contra o céu e contra ti; não sou mais digno de ser chamado teu filho; trata-me como um dos teus empregados." (Lucas 15;16-19).

Avivamento não é mais do mesmo, é um pouco que seja, mas de algo novo, avivamento não é fazer exigências, querer o máximo, mas implorar misericórdia e ficar satisfeito com o mínimo que Deus possa dar, avivamento é coração humilde, quebrantado, limpo e esvaziado, mas que possa então ser cheio de Deus, da maneira, no tempo e na proporção que Deus queira fazer e acontecer.

19/07/14

A quem você quer agradar de verdade?

A quem você quer agradar, a Deus ou aos homens? Tem certeza?

"Portanto, todo aquele que me confessar diante dos homens, eu também o confessarei diante de meu Pai, que está no céu. Mas aquele que me negar diante dos homens, eu também o negarei diante de meu Pai, que está no céu.
Não penseis que vim trazer paz à terra; não vim trazer paz, mas espada. Porque vim causar hostilidade entre o homem e seu pai, entre a filha e a mãe, entre a nora e a sogra; assim, os inimigos do homem serão os de sua própria família."
Mateus 10.32-36

A Bíblia abrange e se limita pela própria Bíblia, portanto interpretações de versos isolados ou fora de contexto podem gerar heresias, o texto acima é radical, mas trata de um desafio que na prática poucos tem coragem de viver.
Não pense que isso diz respeito apenas a assuntos que põem a vida do cristão em risco, pode estar relacionado com posicionamentos simples e pequenos, mas que mostrarão o quando queremos realmente agradar mais a Deus que aos homens.

18/07/14

Constatação

        Decididamente algumas pessoas não estão acostumadas com a verdade, acham que ser fortes é esconder dificuldades e não expô-las buscando solução, isso acontece principalmente nos relacionamentos, tratam conflitos como inadmissíveis, e quando ocorrem ou desistem ou fazem de conta que as diferenças não existem, dificilmente procuram diálogo sincero querendo solução para continuar e melhorar o que se construiu até então.

17/07/14

É preciso crescer

Precisamos entender de uma vez por todas que a maioria daquelas experiências que temos em cultos especiais, congressos e eventos, principalmente no meio dito "pentecostal", não são o clímax de um mover de Deus, mas apenas o começo, não é sinônimo de maturidade, antes um início poderoso e sincero, sim, mas infantil do caminhar com Deus. Precisamos crescer e usar o poder que Deus nos dá pela unção de seu Espírito não para demonstrar para os outros e nós mesmos que somos ungidos, mas para adorar a Deus através de obras, de frutos, de salvação, cura e amadurecimentos de outros, e não só de nós mesmos. O que o que difere um adulto de uma criança é que ela só pensa em si, cai, grita e chama a atenção, para si, Deus tem muito mais que isso para todos nós.

16/07/14

Decepções devem gerar crescimento em Deus

        Quando um homem te decepciona a ponto de abalar tua fé, é porque tua fé estava no homem, não em Deus. Isso não significa que você não vai se abalar com decepções humanas, se você for humano tem que se abalar, sim. Contudo, Deus deve crescer em tua vida, nesses momentos, e não diminuir, decepções são oportunidades de amadurecimento.

15/07/14

Homens ou crianças?

Homens respondem ao não dado para uma disposição inconveniente de vida que praticam com obediência e mudança de atitude, já entenderam a recompensa que a própria vida lhes dará por isso.

Crianças, não, precisam ser chantageadas, têm que se lhes oferecer doces como recompensa para que obedeçam. Um dia os doces acabam, enjoam ou perdem o sabor, já os frutos que vêm como recompensa por uma obediência madura têm durabilidade e não perdem o bom gosto.


Como temos sido tratados, como homens ou como crianças? Alguns, contudo, se tornam monstros, seres pequenos, atarraxados, mas com fisionomia de velhos, porque se negam a crescer.

14/07/14

Consciência tranquila de profeta que obedeceu a Deus

        "Não me sentei na roda dos que se divertem nem me regozijei com eles. Sentei-me a sós sob a tua mão, pois me encheste de indignação. Por que a minha dor dura para sempre? Por que o meu ferimento é incurável e grave? És tu para mim como um ribeiro seco, cujas águas são inconstantes?

Portanto, assim diz o Senhor: Se te arrependeres, então te restaurarei, para poderes me servir. Se falares o que é precioso e não o que é inútil, então serás meu porta-voz. Eles voltarão a ti, mas tu não passarás para o lado deles.

Eu te colocarei contra este povo como forte muralha de bronze; eles lutarão contra ti, mas não te vencerão; porque eu estou contigo para te salvar e te livrar, diz o Senhor. Eu te livrarei das mãos dos homens ímpios e te resgatarei das garras dos cruéis." 

Jeremias 15.17-21

13/07/14

Rebeldia: em sua insistência, danos irreparáveis

"Assim diz o Senhor: Ouviu-se um clamor em Ramá, lamentação e choro amargo: É Raquel chorando por seus filhos; e não se deixa consolar, porque já não existem. Assim diz o Senhor: Reprime a tua voz do choro, e das lágrimas, os teus olhos; porque a tua dor terá recompensa, diz o Senhor, e eles voltarão da terra do inimigo. Há esperança para o teu futuro, diz o Senhor; pois teus filhos voltarão para o seu país." (Jeremias 31.15-17).

O Senhor exorta, perdoa e redime seu povo, uma, duas, três vezes, no final povo que é de Deus sempre acaba tendo a coragem de obedecer a voz do Espírito Santo. Contudo, nesse final, aquele povo que poderia ser numeroso, grande, honrado com toda sorte de bênção diante dos poderes espirituais e desse mundo, se insiste demais na rebeldia, se demora demais para obedecer, é diminuído, é salvo e curado, mas pequeno. Com esse povo rebelde, Deus faz sua vontade, Deus até usa e abençoa, mas numa proporção muito menor que aquela que era plano inicial do Senhor.
Por que isso acontece? É Deus quem muda? Não, Deus não muda, mas o coração rebelde se cansa, se cansa de crer, de se perdoar, e acaba tomando posse de uma terra muito menor que aquela que Deus queria dar a ele no início. Assim foi com Israel, das 12 tribos, 11 se dispersaram, se perderam, só uma décima parte, Judá, alcançou a bênção prometida.

12/07/14

Não se pode agradar a Deus e aos homens

Para que homens possam ser usados por Deus com liberdade é preciso que abram mão de qualquer necessidade de serem aprovados por outros homens. Ninguém vai levantar a voz na convicção do Espírito Santo para repreender alguém de quem se espera algum tipo de honra. Como ministérios que querem ter relevâncias no meio de convenções de igrejas apontarão, sob ordem de Deus, o pecado e os desvios dessas convenções?
Os que estão na luz nenhuma aliança podem ter com os que estão em algum tipo de trevas, nenhuma conveniência, política ou vaidade podem ser almejadas por aquele que realmente quer ser instrumento de Deus. Só haverá avivamento quando se tiver coragem para obedecer a Deus e somente a ele, buscando somente a sua glória, e pregando a verdadeira palavra do Senhor, doa a quem doer.