23/03/14

Fazer a vontade de Deus (10a. parte de 14)

2º A vontade de Deus pode ser algo mais simples do que você imagina ou queira.

A vontade de Deus não é algo impossível, difícil, pesado, mas é algo simples (Mateus 11.28-30), pode estar bem a sua frente e você não está vendo, e pode ter certeza, fazê-la vai permitir que você se sinta realmente útil, satisfeito, feliz, bênção não somente para si mesmo como para os outros, principalmente para os mais próximos e amados, contudo, lembre-se:

1. Você terá que negar a si mesmo: não há lugar para as vaidades, muitas vezes vaidades camufladas de espiritualidades, na vontade de Deus (Lucas 9.23-24). Como com Abraão, o Isaque tem que ser morto, não de fato, mas no coração, para que o caráter esteja pronto para experimentar a verdadeira vontade de Deus.
Uma vez alguém me disse, “o que faço de melhor é cantar, sei que essa é a vontade de Deus para a minha vida, troco qualquer coisa para obedecer a Deus e desempenhar meu ministério de canto”. Então eu perguntei à pessoa: “e seu Deus pedir pra você parar de cantar?”. A pessoa então me respondeu: “mas isso não é a vontade de Deus para minha vida”, certa de sua chamada, mas equivocada diante de sua função ou valor.
Na verdade o que Deus deseja é transformar o nosso coração, atividades, habilidades, dons e talentos são ferramentas, Deus pode usá-las ou não, para fazer sua vontade. Assim como o silencio também faz parte da música, e é tão importante quanto o som, já que existem tanto símbolos musicais para as pausas, o silêncio, quanto para as notas, os sons, Deus usa tanto o fazer quanto o não fazer.
Aquele que quer fazer a vontade de Deus deve estar pronto para obedecer as duas coisas, pronto para tudo, inclusive para nada, mesmo que seja por um tempo.

22/03/14

Fazer a vontade de Deus (9a. parte de 14)

IV. Então faça a vontade de Deus

1º Aja, ponha em prática o que conheceu.

Uma vez ouvi de um profeta, “muitos querem conhecer a vontade de Deus, mas não querem fazer a vontade de Deus”, ouvi isso numa época que eu buscava no pentecostalismo acontecimentos sobrenaturais, experiências que marcassem minhas emoções, algo que me convencesse emocionalmente, talvez para não precisar procurar mais explicações racionais que pareciam não me convencer. Tem gente que busca isso nos livros, na cultura, na ciência, assim como em muitas religiões, no esoterismo, no espiritismo, e acaba fazendo isso também nas igrejas de Cristo, querem saber, mas não fazer.
Aqui, contudo, está uma palavra de revelação pra você: Deus só te dará forças para fazer aquilo que é a vontade dele, a unção só é derramada pelo Espírito Santo para um fim prático que esteja dentro da vontade de Deus, Deus age sempre com inteligência e economia, sabe o que dar, para quem dar e quando dar.
Muitas vezes experimentei fraquezas insolúveis, parecia que eu fazia tudo certo, e mesmo assim não tinha vitória sobre certas coisas. Mas é que eu fazia tudo, menos o que Deus queria que eu fizesse, ou então até fazia a vontade de Deus, mas queria fazer mais um pouco, queria ser mais real que o rei.
Às vezes oramos tanto por um problema, quando na verdade esse problema não é o principal problema de nossas vidas. Ele é apenas uma consequência da desobediência de uma ordem de Deus, ordem que talvez nada tenha a ver com o problema. A desobediência da ordem, isso sim é o problema real. Então, para que acordemos, para que percebamos que estamos fazendo algo de errado, Deus permite em nossas vidas uma válvula de escape, um sistema de alarme.
Uma campainha tocando enlouquecedoramente, atrapalhando e machucando nossos ouvidos não é o problema principal, não basta desligar a campainha para acabar com o problema. Temos que ver porque a campainha está tocando, ela é um sistema de alarme para outra coisa, bem maior e mais séria.
Você pode chamar essa campainha de “espinho na carne”, como o que Paulo disse que tinha em II Coríntios 12.1-10, que no caso dele existia para que ele não se exaltasse com todas as experiências espirituais que vivia. Não adiantou ele orar para que Deus tirasse dele o espinho, Deus não tirou, o problema não era o espinho, que alguns dizem ser uma enfermidade, outros dizem ser uma deformidade que ele tinha no rosto, outros ainda dizem que podia ser uma ex-mulher, um casamento que não tinha dado certo, o que é exatamente, a Bíblia não diz.
O problema principal de Paulo, que é algo bem compreensível para alguém no nível intelectual e espiritual que ele tinha, era ficar “se achando” melhor que os outros por causa das muitas habilidades que possuía. Ele tinha que ter tais habilidades, para poder desempenhar com competência a obra tão grande que realizou, as cartas que escreveu, o mundo que evangelizou, contudo, pessoas especiais têm problemas especiais, difíceis de serem entendidos pelos demais.
A conclusão que chegamos é que se fizermos a vontade de Deus seremos fortes, porque Deus capacita aqueles que chama. No centro da vontade de Deus estamos protegidos de todo mal, de toda armadilha, de toda acusação, de toda calúnia, de toda falsidade, de toda falta, seja material, espiritual ou afetiva.
Quer ser fortalecido, vencer a carne? Faça a vontade de Deus, foque-se nela, não se desvie um milímetro para nenhuma outra direção, nem faça mais nem menos do que aquilo que Deus está mandando você fazer. Deus não nos dará forças para ficar ociosos ou displicentes, ou para um regozijo egoísta, ele nos fortalece para trabalhar e trabalhar naquilo que é a sua vontade.

21/03/14

Fazer a vontade de Deus (8a. parte de 14)

3º Então é necessário desenvolver uma intimidade com Deus, através da oração.

Eu poderia citar alguns textos de Paulo exortando-nos a uma vida de constante súplica, mas gostaria de compartilhar as experiências práticas de dois homens. Primeiramente a do profeta Isaías (6.1-5) que nos mostra o que experimenta aquele que tem um encontro verdadeiro com Deus:

No ano em que morreu o rei Uzias, eu vi o Senhor assentado sobre um alto e sublime trono, e as abas de seu manto enchiam o templo. Acima dele havia serafins; cada um tinha seis asas; com duas cobriam o rosto, com duas cobriam os pés e com duas voavam.
E clamavam uns aos outros: Santo, santo, santo é o SENHOR dos Exércitos; toda a terra está cheia da sua glória. E as bases das portas tremeram à voz do que clamava, e a casa se encheu de fumaça.
Então eu disse: Ai de mim! Estou perdido; porque sou homem de lábios impuros e habito no meio de um povo de lábios impuros; e os meus olhos viram o rei, o SENHOR dos Exércitos!

Num encontro real, em primeiro lugar nós somos impactados pela santidade de Deus de forma marcante: o profeta sente todo o temor do confronto que se dá entre a pureza do altíssimo e a impureza humana, o profeta prova a natureza de Deus.
Ah os racionais, os cientistas, os filósofos, que falam e escrevem tanto, se eles pudessem e quisessem ter uma experiência assim. Todas as suas argumentações cairiam por terra, mas isso é para os pequeninos, que confiam no todo poderoso.
Em segundo lugar, temos uma visão clara de nossas injustiças: diante da santidade do altíssimo, o pecado humano é revelado, nosso coração se enche de temor, queremos desesperadamente receber a purificação, e nós temos acesso a isso, através do sangue de Jesus.
Agora compartilho a experiência de Simeão em Lucas 2.25-32, que nos ensina que um encontro real vê a vontade de Deus sendo cumprida:

Havia em Jerusalém um homem chamado Simeão; ele era justo e temente a Deus, e esperava a consolação de Israel; e o Espírito Santo estava sobre ele. E o Espírito Santo lhe havia revelado que ele não morreria antes de ver o Cristo da parte do Senhor.
Assim, movido pelo Espírito foi ao templo; e quando os pais levaram o menino Jesus, para fazer por ele conforme ordena a lei, Simeão o tomou nos braços e louvou a Deus, dizendo:
Senhor, agora podes deixar ir em paz o teu servo, segundo a tua palavra; pois os meus olhos já viram a tua salvação, a qual preparaste diante de todos os povos; luz para revelação aos gentios, e para a glória do teu povo Israel.”

Simeão provou a resposta de um clamor que ele fez por muito tempo, ele esperou muito para ver a vontade de Deus cumprida, mas alcançou sua resposta, podia então morrer em paz.
Que nós possamos dizer a mesma coisa que disse esse servo de Deus, que não passemos uma vida fazendo e falando, mas na prática nunca provando a vontade plena do Senhor.
Não existe conhecimento produtivo da vontade de Deus sem que nos disponhamos a buscar a Deus em oração, mas uma oração que seja realmente um encontro com Deus.

20/03/14

Fazer a vontade de Deus (7a. parte de 14)

2º Para conhecer a vontade de Deus, depois de convertido, é preciso fazer parte do corpo de Cristo, de uma igreja.

Pensemos em como nos estimular uns aos outros ao amor e às boas obras, não abandonemos a prática de nos reunir, como é costume de alguns, mas, pelo contrário, animemo-nos uns aos outros, quanto mais vedes que o Dia se aproxima.”
Hebreus 10.24-25

Ficar em casa assistindo televisão não fará com que conheçamos a vontade de Deus para nossas vidas. É preciso descobrir e cultivar o prazer de se estar na presença de Deus. Começamos numa igreja, participando dos cultos, louvando a Deus, ouvindo a palavra e os testemunhos, vindo à Escola Bíblica Dominical.
É importante que se diga que a vontade de Deus é feita dentro de uma igreja local, mesmo que a pessoa tenha chamada para ser missionário, cantor ou pregador itinerante, algo em moda nos dias de hoje e mais comum em certas denominações, deve haver obediência a um pastor, a uma liderança.
Cuidado com rebelde fantasiado de falso profeta, que tem sempre palavra negativa, e de preferência contra a liderança maior. Seja sábio, discirna a exceção da regra, já que palavra profética dura também é usada por Deus, mas não o tempo todo.
Agora, se alguém tem uma visão tão específica da obra, que não se encaixa em nenhuma igreja local, que monte seu próprio ministério, mas que seja para ser pastor, com direito à independência, assim como com o dever de alimentar as ovelhas que o Senhor for dando a ele.
Sinto a falta de pastores nos dias de hoje, tantos querendo carreira solo e almejando independência, mas as custas dos outros, principalmente de pastores que pagam todos os preços para manter um ministério, salvar, curar e manter as ovelhas frágeis e inconstantes que são as do aprisco desse mundo contemporâneo, pastores que começaram com pouco e sem apoio.
A geração atual não quer começar debaixo, quer ir para o topo, logo de cara, não é assim que as coisas funcionam, nem em profissões seculares funcionam assim. Quem quer cair em cima, logo de cara, são os ladrões, não só de dinheiro, mas de ministérios inteiros, paraquedistas que não querem trabalhar e nem respeitam o trabalho alheio.

É importante que estejamos atentos sobre a igreja que participamos, em temor e na oração, principalmente intercedente pela liderança, para que ela esteja sempre obediente e submissa à vontade de Deus para o ministério. O crente fiel e humilde não será desprezado por Deus, ele terá discernimento mesmo quando a igreja que frequenta estiver saindo dos trilhos. Se isso acontecer, em primeiro lugar ore muito, muito mesmo. Depois tenha um diálogo aberto e sincero com seu líder, não fale com os outros sobre sua dificuldade, vá diretamente ao pastor. Se for o caso, e isso precisa ser descoberto com muita oração, aja sempre como Davi, mas na ótica do novo testamento, esperando que Saul retroceda de seus caminhos errados e se acerte.
Creio que se o pensamento do líder estiver opondo-se demais à maneira de ver as coisas do liderado, esse, o liderado, não deve agir como amotinado, é mais sincero deixar o ministério e procurar outro. Contudo, ministérios errados acobertam ovelhas erradas, rebeldes procuram rebeldes para os liderarem, adúlteros se aproximam de adúlteros. Uma igreja errada, contudo, nunca confrontará as pessoas com a vontade de Deus, com o pecado, com a lucidez. Por outro lado, rebeldes e adúlteros, não conseguirão seguir na rebeldia e no adultério dentro de uma igreja que tem Deus no centro.
Digo uma coisa, o carnal não é necessariamente um rebelde, ele quer mais é frequentar a igreja de vez em quando, sentando-se no fundo, quietinho, e manter sua vida errada no mundo. Existe mais rebeldia entre os que se colocam como consagrados e levitas, do que pelos que assumem sua carnalidade. Mas uma igreja onde o Espírito Santo tem liberdade, onde a vontade de Deus é buscada, em primeiro lugar pela liderança, incomodará os que estão presentes com intenções equivocadas, com o coração endurecido, fingindo ser uma coisa que não são, querendo apenas posição social e promoção pessoal.
Busque a vontade de Deus para a sua vida numa igreja santa e ativa no Espírito Santo.

19/03/14

Fazer a vontade de Deus (6a. parte de 14)

III. Para saber a vontade de Deus.

1º Primeiramente é preciso ser salvo.

Você tem certeza de sua salvação? Já vimos que é necessário nascer de novo para ser filho de Deus e começar a provar sua vontade.
Às vezes ouço pessoas dizendo, sinceramente, “minha vida mudou quando virei evangélico, ou, quando comecei vir a igreja eu senti paz, aqui é diferente, a música, a oração, a palavra, as pessoas”. Ok, tudo isso é verdade, a igreja evangélica é diferente das outras, e tem que ser, diferente e melhor, sempre, e em tudo.
A verdade, porém, é que ela não é simplesmente uma opção melhor, dentre outras, ela é a ÚNICA opção, e ela é isso porque prega Jesus, o único caminho, a única verdade, a única vida. Saiba que você, que tomou uma decisão numa igreja evangélica de verdade, que segue as doutrinas bíblicas, dos evangelhos e dos apóstolos, experimenta Deus de forma única, de nenhuma outra maneira você terá essa experiência, não tão completa.
Se você tiver uma experiência diferente disso, você continuará sendo apenas uma criatura de Deus, bem intencionada, com uma vida correta, mas não um filho de Deus. Só é filho de Deus o convertido, o que nasce de novo, e só tem essa experiência aquele que confessa Jesus como seu único e suficiente salvador, que entrega toda a sua vida a Deus e passa a viver assim, debaixo da vontade de Deus.
Essa vontade de Deus nos é ensinada pelo Espírito Santo, através de sua presença em nossos corações e através de sua Igreja. A Igreja de Cristo, com letra maiúscula, é o corpo espiritual de Cristo na terra, formada por todos os convertidos que têm o selo do Espírito Santo, espalhados em várias igrejas, aqui com letra minúscula, evangélicas e cristãs do mundo inteiro. Entenda que isso é um fator importantíssimo e real, não é algo abstrato: Deus, o criador e Senhor do universo passou a morar em você, depois que você se converteu! 

Como você sabe se é convertido? Bem, se isso aconteceu, o momento que isso ocorreu, o dia, a hora, o local, as pessoas que estavam presentes no momento, são coisas que você nunca mais se esquecerá, é algo que marcou sua vida, algo que mudou você para sempre, de uma maneira única e radical.
Muita gente começa a frequentar uma igreja evangélica, com um amigo, um namorado, mesmo um esposo, acaba ficando. Aprende o “evangeliquês”, os costumes, os hinos, começa a falar e se vestir como um evangélico, mas muitas vezes nunca teve uma experiência real de conversão, muitos filhos de crentes vivem assim, são convencidos, e não convertidos.
Se você ainda não nasceu de novo faça isso o mais rapidamente possível, procure um crente e peça para que ele te oriente e ore por você.

18/03/14

Fazer a vontade de Deus (5a. parte de 14)

4º Ser crente atuante, levita, ter ministérios, cargos e títulos, também não significa que se está fazendo a vontade de Deus, e talvez seja aí onde existam os maiores equívocos.

Prosseguindo viagem, Jesus entrou num povoado; e uma mulher chamada Marta recebeu-o em casa. Sua irmã, chamada Maria, sentando-se aos pés do Senhor, ouvia a sua palavra.
Marta, porém, estava atarefada com muito serviço; e, aproximando-se, disse: Senhor, não te importas que minha irmã me tenha deixado sozinha com o serviço? Dize-lhe que me ajude.
E o Senhor lhe respondeu: Marta, Marta, estás ansiosa e preocupada com muitas coisas; mas uma só é necessária; e Maria escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada.”
Lucas 10.38-42

Esse é o texto áureo da Bíblia que nos exorta a respeito do ativismo, ressaltarei alguns pontos dele:
1. Marta tomou a iniciativa para receber Jesus, esse era um ponto positivo dela, sua voluntariedade.
2. Maria talvez não fosse tão prática, mas era sensível, sentou-se a ouvir o mestre, entendeu desde o início qual era a prioridade, espiritual mais do que social.
3. O que cobra de si mesmo sempre quer fazer o mesmo com os outros: cobrar. Marta reclamou de Maria para Jesus, estranho que para quem estava sem tempo tinha tempo para olhar a vida dos outros.
4. Jesus foi ao ponto: “estás ansiosa e preocupada com muitas coisas, mas uma só é necessária”, não era com Jesus que Marta se preocupava, mas era em mostrar para todo mundo que ela era útil, talvez para suprir algo não resolvido dentro dela.
5. Tudo que fazemos desnecessariamente, nós acabamos perdendo, não conseguimos reter obras falsas, com intenções erradas. A coisa certa, porém, por menor que pareça, nos acompanhará para sempre, como honra, como alegria, como parte que nos levou ao crescimento, um simples degrau para chegar às alturas.

Depois de legitimamente convertidos, muitos tomam um caminho errado, nascem de novo, mas não são libertados do vício da religiosidade. Começam a acumular atividades dentro da igreja, para agradar a Deus, para agradar aos homens, mais até do que a Deus, para obter deles a aprovação, a honra, para obter um status no grupo social. Assim se desgastam, deixam família, cônjuges e filhos em segundo plano, querendo salvar o mundo e perdem a si mesmos e aos seus queridos mais próximos.
Muitos começam a vir para a igreja para fugir, não do pecado, não do mundo, mas de si mesmos, de suas responsabilidades, de problemas familiares e profissionais que só podem ser resolvidos por eles mesmos, por mais ninguém.
É claro que uma igreja é o local ideal para se revolver problemas, é onde existe um culto organizado, com as pessoas desempenhando suas chamadas ministeriais, e onde existe, e tem que existir, a presença poderosa do Espírito Santo.
Contudo, já vi famílias, onde marido e mulher trabalham o dia todo, filhos estudam, isso de segunda a sábado, e ainda assim vêm a cultos e trabalhos em todas as noites da semana, enquanto que problemas sérios não resolvidos entre eles continuam existindo, principalmente problemas de relacionamento. Gente assim se torna solitária, sempre no grupo, mas sempre longe, insatisfeita, já que uma característica do ativismos é a solidão, querendo se viver para tudo, vive-se de maneira egoísta, não para o próximo, muito menos para Deus, mas somente para si mesmo.
Como esses problemas serão resolvidos se não forem encarados de frente, com diálogo, em momentos exclusivos para o convívio íntimo familiar, seja conversando ou fazendo alguma atividade de lazer para relaxar e se conhecer mais? Fica impossível por na prática aquilo que se aprende em tantos cultos, se não se há tempo oportuno para praticar? Tudo fica muito teórico.
A igreja é lugar para reflexão pessoal, mesmo que sendo um culto coletivo, ficamos sentados ouvindo e vendo, não se tem tempo para conversar com o outro, e na verdade deve ser assim, em muitas ocasiões. Mas se for só isso torna-se um problema, uma falha das igrejas atuais. Assistimos a espetáculos intermináveis, principalmente de música nos cultos, todo mundo quer cantar, mas ninguém que tocar em algumas feridas. Pouco tempo se tem para se abrir com o irmão, para fazer amizades, para crescer em grupo e com o grupo.
Vejo líderes praticando um pentecostalismo burocrático, uma espiritualidade genérica e asséptica, uma frieza escondida nas entrelinhas de discursos inflamados, que acabam sendo meras palavras. A vontade de Deus às vezes está muito longe de todo esse ativismo e muitas vezes Deus tem que usar uma fatalidade, um acidente, uma enfermidade, para dizer para as pessoas: “Basta! Parem com isso, eu não estou nesse negócio. Me obedeçam, busquem a minha presença e sejam curados de verdade!”.

17/03/14

Fazer a vontade de Deus (4a. parte de 14)

3º Ser crente convertido, só isso também não basta para cumprir totalmente a vontade de Deus.

A conversão é o início, a vida cristã é um processo longo de crescimento espiritual, nesse processo se faz a vontade de Deus, portanto o novo nascimento é discernir a porta e passar por ela, a vida eterna está depois disso e para desfrutá-la é preciso caminhar com ele e conhecê-lo:

Portanto, deixando toda maldade, todo engano, fingimento, inveja e toda difamação, desejai o puro leite espiritual, como bebês recém-nascidos, a fim de crescerdes por meio dele para a salvação, se é que já provastes que o Senhor é bom.
I Pedro 2.1-3

Sobre isso, temos muitas coisas que dizer, embora difíceis de explicar, pois vos tornastes lentos para ouvir. De fato, embora já devêsseis ser mestres, ainda precisais que alguém vos ensine de novo os princípios elementares da palavra de Deus, e vos tornastes necessitados de leite, e não de alimento sólido.
Qualquer pessoa que se alimenta de leite é inexperiente na palavra da justiça, pois é criança. Mas o alimento sólido é para os adultos que, pela prática, têm suas faculdades morais exercitadas para distinguir entre o bem e o mal.”
Hebreus 5.11-14

O nome dado ao culto de 3ª feira é culto de doutrina (nas Assembleias de Deus e outras denominações), entendo que ele, junto da E.B.D. (Escola Bíblica Dominical), são oportunidades para entendermos mais a fundo a vontade de Deus, a Bíblia, a vida espiritual, e principalmente a prática de tudo isso. Os textos acima deixam claro que existe um processo de crescimento, onde se começa tomando leite espiritual, mas que depois exige que se consuma alimento sólido. Um crente não pode estacionar, ele deve crescer, só ser convertido não basta, é preciso crescer para se conhecer a vontade de Deus.
Bem, crescer dá trabalho, é preciso se dar ao trabalho de buscar, de orar, de bater na porta dos céus. No início, quando acabamos de nos converter, como crianças espirituais que somos, Deus nos pega pela mão e nos guia, cuidadosamente, como um pai faz com filhos pequenos. Um filho pequeno nem precisa olhar para os dois lados de uma rua antes de atravessar, o pai está segurando sua mão, basta que ele continue segurando a mão do pai, ande quando o pai andar e pare quando o pai parar.
Mas com o tempo, o filho cresce, e o pai ensina que ele pode seguir tomando decisões próprias, mas ele terá que olhar para os dois lados da rua, antes de atravessá-la. Isso não significa que o filho caminhará sozinho, o pai continuara com ele, agora não fisicamente, mas espiritualmente, já que o ensinamento do pai de como a rua deve ser atravessada estará em seu coração.
Para fazer a vontade de Deus é preciso vontade do homem, primeiramente em conhecer, saber qual é a vontade de Deus, e depois uma disposição de querer fazer. Esse é um trabalho que o filho de Deus, convertido e maduro precisa desempenhar, Deus não vai fazer por ele, depende do homem.
O primeiro passo Deus dá em nossa direção, quando nos chama para uma nova vida em Cristo, nos transforma, nos cura, nos perdoa, nos limpa e coloca em nós o Espírito Santo. Agora temos que aprender a caminhar com essa experiência, amadurecê-la, para quem possamos dar frutos, em nossas próprias vidas e nas vidas dos outros. Falarei mais sobre isso à frente, mas por agora é preciso entender que se converter é só o começo.