18/09/24

Apaixone-se por Deus hoje (4/4)

      “Não apaguem o Espírito.I Tessalonicenses 5.19

      Um cilindro fino e comprido de parafina, com um pavio no meio, que é queimado para produzir uma chama, mas sob um vento que teima em apagar o fogo o tempo todo, eis o desafio maior de se viver neste mundo. No mundo estamos limitados a isso para iluminar, só na eternidade seremos livres para clarear infinitamente, isso se perseveramos em manter, ainda que com muita dificuldade, a vela acesa o máximo possível no plano material. O que acende nosso espírito é o Espírito de Deus, estando a vela limpa pela fé no perdão que há em Cristo, mas são as obras que o mantêm aceso. A oração é só início do processo, não se acende uma vela para escondê-la, é preciso dar utilidade à luz que ela produz.
      Utilizar a luz da vela, entretanto, a expõe ao mal do mundo e aos limites do nosso corpo. Unção, um tipo especial de paixão, paixão por Deus, não por religião nem por igreja, é chama de uma pequena vela, facilmente se apaga, assim precisa ser acesa o tempo todo, vigiando com cuidado para que os ventos do mundo não a apaguem. Não pense que um culto abençoado de domingo à noite, com um louvor “quente” e envolvente, te dará unção para muito tempo, às vezes na segunda-feira à tarde a unção do domingo à noite já se apagou. Temos que nos apaixonar por Deus todos os dias, não dormirmos sem acendermos a chama, para acordarmos com ela, buscando mantê-la acesa o máximo que pudermos. 

17/09/24

Uma paixão eterna (3/4)

      “Nós o amamos a ele porque ele nos amou primeiro.” I João 4.19

      A existência temporária na matéria é uma grande metáfora da vida espiritual eterna, assim nossos corpos, nossos sentimentos, nossas relações sociais e afetivas, nossa interação com o planeta, animais, natureza e tantos elementos da Terra e dos outros corpos celestes, são meios que aprouve a Deus usar para que evoluamos no espírito. Se antes vivemos neste mundo para depois experimentarmos “céus” e “infernos” no outro mundo é por dois motivos: o primeiro é que não somos “criados” já prontos para a vida espiritual, o segundo é que antes de experimentarmos posições mais “duradouras” passamos por uma preparação ou por um teste em existências mais limitadas. Se é assim com tudo, também é com a paixão. 
      Provamos paixões temporárias para aprendermos a escolher a duradoura, essa não é potencializada pelas emoções humanas da alma e do corpo, mas pelo espírito pessoal eterno conectado ao Altíssimo Santo Espírito de Deus. Se paixões passam, a que experimentamos por Deus, ainda que queimando numa vela pequena e frágil, que facilmente se apaga, pode ser acesa e acesa neste mundo, todos os dias, até ser acesa para sempre no outro mundo. Amar a Deus não cansa, nunca decepciona, sempre nos alimenta, para isso basta que escolhamos amá-lo, a princípio pela fé, de forma racional, para depois provarmos uma emoção especial, que chamamos de unção, uma paixão que nasce e permanece no espírito imortal, não na carne. 

16/09/24

Vivemos sem paixão? (2/4)

      “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra.Tiago 5.17

      Versões bíblicas usam termo paixão mais como algo negativo, como sendo as iniciativas irresponsáveis e fúteis da carne, mas o termo pode se aplicar de forma genérica a uma “energia” emocional, gerada por algo que nos toca de forma especial e mesmo desconhecida. Se passamos grande parte de nossas vidas sendo impulsionados pela paixão, como viver sem ela principalmente depois que amadurecemos? É possível? Se paixão não é má em si, mas é uma ilusão, uma experiência no mínimo imatura, como nos aproximarmos mais de Deus sem ela? Como muitas coisas que fazemos potencializados pela paixão, também exercemos fé em crenças espirituais muito mais por paixão, que por uma convicção realmente pura e sem ilusões. 
      Nunca deixamos de nos apaixonar, a diferença é que ao envelhecermos paixão pode ser opção racional, não obsessão, podemos escolher nos apaixonar. Isso não deixa a paixão sempre boa, ainda velhos podemos nos apaixonar pelas coisas erradas, que não gerarão bons frutos que permanecem. Contudo, há uma diferença entre envelhecer e amadurecer, quem amadurece, ainda que o corpo envelheça se mantém vivo e lúcido. Já o imaturo não aceita a sensatez nem o próprio envelhecimento do corpo, tentará permanecer jovem fisicamente, não para estar vivo e lúcido, mas enganosamente apaixonado. Paixão como causa, vira fim em si mesmo e vício, mas como efeito de amadurecimento, torna-se escolha que liberta e aprimora. 

15/09/24

Paixão sempre acaba (1/4)

      “Foge também das paixões da mocidade; e segue a justiça, a fé, o amor, e a paz com os que, com um coração puro, invocam o Senhor.II Timóteo 2.22

      Até uma idade, a maioria das pessoas experimentam paixão com mais constância. Como sentimento poderoso, efeito de nosso confronto inicial com uma experiência, pode nos potencializar para fazer coisas que normalmente não podemos fazer. Paixão pode tanto nos fazer amar como odiar, mas é sempre uma força inicial, que é gerada após a surpresa, depois, com o tempo, atenua-se. Nos apaixonamos por pessoas, pela profissão, por um hobby, pela religião, por um ministério cristão, mesmo por Deus, essas são as boas paixões. Mas pessoas e situações também podem provocar em nós revoltas, ódios, um desejo de destruição, que também são paixões, mas ruins. Paixão é intrinsecamente ligada à emoção, assim não é racional. 
      Nas asas da paixão empreendemos com coragem, uma relação afetiva, um projeto financeiro, uma ação humanitária, uma ideologia. Paixão em si não é errada, se nasce com bases legítimas e se produz frutos que permanecem. Contudo, num determinado momento de nossas vidas, ficamos menos susceptíveis a ela, não a geramos mais com facilidade, ficamos mais frios. Isso é bom, nos tornamos mais racionais, mas pode ser ruim, ficamos menos produtivos. Nossa conexão com Deus, que nos fortalece para sermos santos e amorosos, pede de nós um posicionamento diferente se não tivermos mais paixão para exercê-la, pede fé racional, é nesse momento que amaduremos espiritualmente e que começamos a entender a eternidade.

14/09/24

Limitados vasos de barro

      “Humilhai-vos, pois, debaixo da potente mão de Deus, para que a seu tempo vos exalte; lançando sobre ele toda a vossa ansiedade, porque ele tem cuidado de vós. I Pedro 5.6-7

      Isso precisa ser repetido aqui, somos limitados vasos de barro, pequenos e frágeis, tentando reter unção espiritual de Deus para passar curtos e diários períodos de nossa jornada no plano material. Tais vasos precisam ser conhecidos e respeitados, asseados e enchidos, dia a dia até o final de nossas existências neste mundo. Nunca achemos que já fizemos tudo que precisávamos, que já lutamos tudo que podíamos, e quando nossos vasos, nossos corpos físicos e nossas almas míopes, já estiverem debilitados para fazer o máximo, nossos espíritos ainda poderão seguir trabalhando, vigiando em santidade e amor, iluminando principalmente os que estão próximos a nós, conectados ao Altíssimo e aprendendo mais de seus mistérios. 
      Se há um trabalho que nunca cessa é o de sermos humildes, não caiamos na tentação que muitos caem no final de suas vidas aqui, acharmos que por já termos nos esforçado bastante temos direito ao orgulho. Por que tantos passam velhices sofridas, torturados por doenças físicas e mentais, sozinhos quando precisam de companhia? Porque abriram mão da humildade, que muitas vezes nunca tiveram, mas que quando eram reconhecidos pelos homens como trabalhadores valorosos fingiam ter. É fácil sermos humildes no palco, desempenhando nossa melhor atuação, mas quando tudo que podemos fazer é nos sentarmos na plateia e aplaudirmos os outros, humildade nos é imposta, então, ou a assumimos ou nos tornamos amargos e loucos.  

13/09/24

Fé inteligente

      “Deixando, pois, toda a malícia, e todo o engano, e fingimentos, e invejas, e todas as murmurações, desejai afetuosamente, como meninos novamente nascidos, o leite racional, não falsificado, para que por ele vades crescendo; se é que já provastes que o Senhor é benigno. I Pedro 2.1-3

      Tenho o privilégio de ter parentes céticos, graduados, mestrados e doutorados, é gente que amo e com quem aprendo muito, obviamente, são seguidores ferrenhos da ciência e ainda que sejam educados, são sempre descrentes quando falo de Deus e do cristianismo. Por isso, dar testemunho exige mais que falar o que ouvimos em igrejas, e entendam bem, gente assim está muito mais atenta a teus atos que a tuas palavras, assim, repito, aprendo muito com esses queridos. Algo que aprendi a exercer em décadas andando com Deus é ter fé inteligente, essa é a mais eficiente para dar testemunho aos céticos, fé inteligente não crê em qualquer coisa e de qualquer jeito, mas avalia todas as perspectivas antes de focá-la num ponto.
      Fé inteligente em primeiro lugar entende que o agir de Deus com gente madura é trabalho a quatro mãos, Deus faz sua parte à medida que fazemos a nossa. Nossa fé é mais confrontada, não quando pedimos algo a Deus, mas quando, após pedirmos, nosso pedido não se realiza, ao menos não como achávamos que se realizaria. Mas um não em primeira instância, pode não ser para desistirmos e acharmos que pedimos errado ou que não fizemos nossa parte, pode ser para adquirirmos fé que amadurece na persistência. Se algo dá errado e fizemos tudo certo, é porque há algo melhor para ocorrer, assim não desistamos, persistamos e esperemos de Deus sempre um ato maravilhoso de amor, se é que de fato fazemos nossa parte e cremos.

12/09/24

Livres em Deus

      “Exalta-te sobre os céus, ó Deus, e a tua glória sobre toda a terra. Para que sejam livres os teus amados, salva-nos com a tua destra, e ouve-nos.Salmos 108.5-6

      Dois erros que cometem muitos que se dizem defensores de agendas sociais progressistas: achar que por lutarem por liberdade ampla são melhores que os outros, e que todos devem livres. Em primeiro lugar é preciso dizer que todas as ideologias e religiosidades, de alguma forma pregam liberdade, ainda que pagando preços diferentes. Você pode não ver isso na ideologia do outro, mas esse escolheu no que crer e pensa que isso lhe confere liberdade. As pessoas querem liberdades diferentes, e algumas é apenas para poderem frequentar semanalmente cultos em templos e exercerem suas crenças. Outras querem liberdade para terem relações sexuais quando e com quem desejarem, outras é só para tomarem café e comerem chocolate. 
      O segundo ponto sobre liberdade são perguntas: quem realmente é livre ou quem de fato precisa ser? A resposta é que ninguém ainda está preparado para ser livre, não no nível moral e espiritual atual da humanidade. Enganam-se cristãos se acham que são livres no cristianismo, não são, enganam-se os de ideologia de esquerda, se acham que são livres no progressismo, isso é arrogância. Sabemos que somos livres quando conseguimos verificar erros no que cremos, quando admitimos que mesmo a ideologia ou a religião aparentemente mais verdadeira é coisa de homem no mundo material, apenas uma visão sob véus da verdade maior de Deus. No Deus verdadeiro, sim, nele há a mais profunda e eterna liberdade espiritual.