segunda-feira, setembro 16, 2024

Vivemos sem paixão? (2/4)

      “Elias era homem sujeito às mesmas paixões que nós e, orando, pediu que não chovesse e, por três anos e seis meses, não choveu sobre a terra.Tiago 5.17

      Versões bíblicas usam termo paixão mais como algo negativo, como sendo as iniciativas irresponsáveis e fúteis da carne, mas o termo pode se aplicar de forma genérica a uma “energia” emocional, gerada por algo que nos toca de forma especial e mesmo desconhecida. Se passamos grande parte de nossas vidas sendo impulsionados pela paixão, como viver sem ela principalmente depois que amadurecemos? É possível? Se paixão não é má em si, mas é uma ilusão, uma experiência no mínimo imatura, como nos aproximarmos mais de Deus sem ela? Como muitas coisas que fazemos potencializados pela paixão, também exercemos fé em crenças espirituais muito mais por paixão, que por uma convicção realmente pura e sem ilusões. 
      Nunca deixamos de nos apaixonar, a diferença é que ao envelhecermos paixão pode ser opção racional, não obsessão, podemos escolher nos apaixonar. Isso não deixa a paixão sempre boa, ainda velhos podemos nos apaixonar pelas coisas erradas, que não gerarão bons frutos que permanecem. Contudo, há uma diferença entre envelhecer e amadurecer, quem amadurece, ainda que o corpo envelheça se mantém vivo e lúcido. Já o imaturo não aceita a sensatez nem o próprio envelhecimento do corpo, tentará permanecer jovem fisicamente, não para estar vivo e lúcido, mas enganosamente apaixonado. Paixão como causa, vira fim em si mesmo e vício, mas como efeito de amadurecimento, torna-se escolha que liberta e aprimora. 

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