domingo, julho 24, 2011

Força na fraqueza

      “Porque, vede, irmãos, a vossa vocação, que não são muitos os sábios segundo a carne, nem muitos os poderosos, nem muitos os nobres que são chamados. Mas Deus escolheu as coisas loucas deste mundo para confundir as sábias; e Deus escolheu as coisas fracas deste mundo para confundir as fortes; E Deus escolheu as coisas vis deste mundo, e as desprezíveis, e as que não são, para aniquilar as que são; Para que nenhuma carne se glorie perante ele. Mas vós sois dele, em Jesus Cristo, o qual para nós foi feito por Deus sabedoria, e justiça, e santificação, e redenção; Para que, como está escrito: Aquele que se gloria glorie-se no Senhor.”, 1ª. Carta de Paulo aos Coríntios, capítulo 1, versículo 26 ao 31.

      Além da fé para a salvação, que é dom de Deus, o homem também pode optar por caminhar com Deus. A fé e o livre arbítrio se combinam para que Jesus salve uma pessoa. Todos os homens têm essa oportunidade. Contudo, os fortes, aqueles que possuem maior controle sobre as suas fraquezas, sobre os vícios, sobre os males, têm mais dificuldade para escolher a Deus já que na sua arrogância podem achar que não precisam dele.
      Escolher a Deus, é negar toda a possibilidade de salvação e de vitória, neste mundo e na eternidade, através das forças humanas. É negar que o homem possa por si só evoluir, melhorar. É aceitar que tudo, o mundo, o sistema, a raça humana, está em processo desenfreado de decadência, de aniquilação, desde que o primeiro ser identificado como homem, desobedeceu a Deus e pecou.
      Os fracos chegam mais facilmente aos pés de Deus, já que para eles isso não é somente uma opção mas a única escolha. Eles sabem, pois aprenderam com o tempo e com a dor, que não conseguem vitória através das próprias forças.
      Isso não é apologia ao erro, dizer que é preciso pecar para que se conheça a Deus. Contudo é fato que o fraco precisa entender mais rapidamente que deve depender totalmente de Deus para que sua vida fique sob controle. Sendo assim, eu agradeço a Deus por ser fraco, não, isso também não é falta de alta estima não, eu já tentei, teimosamente, de todas as maneiras existir sozinho, sem Deus. Com isso perdi tempo e saúde.
      Parece loucura esse raciocínio? Mas não foi essa exatamente a estratégia que Deus usou para salvar o homem? Não foi essa estratégia que enganou o inimigo? Jesus-Deus, onipotente onipresente, onisciente, não se fez homem fraco, indefeso e solitário, para que morresse na cruz, com direito a muita dor e humilhação? Como um rei forte, politica e belicosamente, a obra de salvação não poderia ser feita.
      Deus mesmo nos ensina, que tem que se fazer de fraco para que se alcance a força. Parece-nos até que para quem é mais difícil mostrar isso, é para Deus, já que ele detêm todas as forças e virtudes absolutas. Nós, na posição dele e com os atributos dele, teríamos uma dificuldade imensa de negar tudo para morrer numa cruz. Mas ele negou a todos os seus direitos e se entregou, e isso sem pecado, pois a vida e morte de Deus encarnado foi em plena santidade.
      Mas aí está o maior atributo de Deus, o amor. Um amor tão grande que deixou de lado todo o poder que tem para viver e morrer pelo homem. A recompensa foi imensa, toda a humanidade foi salva. O tamanho e a eficácia do amor são proporcionais a aquilo que se deixa, que se perde, que se doa, para que alguém seja abençoado por esse amor.
      Deus nos dá o exemplo, de como se deve viver, de como se deve morrer, para que então se possa ressuscitar em grande glória. Aprendamos com ele que com a fraqueza, que não é a execução do pecado, mas a aceitação de que a nossa natureza é errada, impura, podemos alcançar a vitória sobre o pecado. Já dissemos aqui que a santificação é totalmente proporcional à responsabilidade que se assume pelo pecado.

        "Por isso, por amor de Cristo, regozijo-me nas fraquezas, nos insultos, nas necessidades, nas perseguições, nas angústias. Pois, quando sou fraco é que sou forte", 2ª. Carta de Paulo aos Coríntios,  capitulo 12, versículo 10.

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